Em uma terra distante, onde só existia a vida e o sol brilhava por todo aquele reino de magia e beleza, surgiu uma garota belíssima e gentil, que era capaz de sentir, ver e manipular a vida daquele mundo. Ela vagava por todo o reino, indo do norte ao sul, do leste ao oeste.
Em uma manhã simples, enquanto estava caminhando pela floresta, ela se aproximou de um pequeno vilarejo, que era uma novidade para ela, por nunca ter visto outras pessoas naquele mundo. Ela podia ver a alegria; a forma como as pessoas dançavam e cantavam mostrava que era um grande festival em comemoração aos quatro anos de paz e felicidade, tendo apenas as épocas de verão, primavera e outono, que ela, por sua vez, nunca tinha experimentado.
Ela se instalou naquela vila e ficou lá, em uma montanha próxima, observando a vida que eles viviam. Mas, depois de uns dois anos, um jovem de cabelos escuros e pele levemente escurecida foi jogado para fora daquela vila. Sendo negada a volta, ele se aventurou pela floresta e acabou achando a casa da pequena criança que estava a observar a vila.
O menino, por sua vez, foi delicado e gentil, e a garota aceitou com gratidão, convidando-o para dentro de sua casa. Eles viveram juntos por um tempo.
Um mês, no fim do outono, muitos dos moradores da vila descobriram onde aquela criança de pele escura havia ido. Com raiva, por pensar que pessoas de pele escura traiam azar, foram até a floresta, acharam a casa e atearam fogo nela. O que eles não sabiam era que a garota que vivia lá estava dentro da casa.
(surgindo dos destroços da casa queimada) "Todos vocês que vieram aqui para queimar uma pequena criança que só precisava de amor e atenção de vocês serão amaldiçoados. Nessas terras, que sempre houve paz e tranquilidade, agora serão apenas tristeza, angústia e dor."
Com as palavras da garota e a energia mágica fluindo de seu corpo, o pequeno vilarejo foi coberto por neve. As plantações morreram e os animais adoeceram em uma velocidade gigantesca. O povo do vilarejo não sabia o que fazer, mas, enquanto isso, em outro lugar, de volta à cabana, o menino que não estava no momento do acidente retornou e viu o caos que ali tinha nascido.
(lamentando-se) "Foi essa dor..." (dando ao garoto uma pequena profecia) "Meu pequeno e dócil garoto, eu peço desculpas pelo que eu fiz à sua vila. Mas, como você é uma pessoa doce, farei de você um profeta. Daqui a 200 anos, quando o seu... tá, tá, tá, né? Tu nascer, ele será o salvador dessa vida ou do que essa vila se tornar. Quando esse dia acontecer, tudo voltará a ser como era antes. Então, por favor, me perdoe, pois agora, por ter usado muito a magia, vou ser forçada a dormir até que essa profecia se cumpra. E essa criança é como que o amor verdadeiro e esse gelo de renda."
Com o fim dessas palavras, a grande garota que tinha nascido para trazer a vida a esse mundo adormeceu e desapareceu em meio ao ar, deixando apenas uma clareira de flores onde ela estava. Como prova de sua profecia, o garoto que ali estava, chorando pela perda de sua amiga, teve os cabelos pintados de branco e os olhos ficaram avermelhados.
Ele, assim mesmo, decidiu que faria de tudo para que essa promessa se tornasse realidade e todo esse sofrimento sumisse de uma vez por todas. E assim se passaram 200 anos, e a nossa história começa com um jovem príncipe, Félix, no seu aniversário de 15 anos e sua comemoração de maioridade.
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Mais uma vez apresentando este mundo, após dois séculos do que aconteceu, estamos agora no reino da neve, fundado por um garoto de cabelos brancos e olhos avermelhados como sangue, há 200 anos. Neste dia, todos os outros três reinos que rodeiam este mundo – o reino do outono, o reino da primavera e o reino do verão – se reúnem para comemorar a maioridade do jovem príncipe Félix.
Neste exato momento, Félix tenta pular pela janela, mas não consegue colocar o pé para fora. Alguém bate na porta.
— Jovem mestre, ande logo! Como estão suas preparações de roupas para o grande baile? É um dia muito importante para o senhor! É a sua véspera de maioridade e o dia em que você se apresentará na Academia das Quatro Estações!
A batida na porta se intensifica, mas Félix já havia pulado da janela. Correndo pelos muros, ele começa a movimentar as mãos, fazendo um pouco de magia de gelo para criar um caminho e conseguir escapar pelas portas do castelo. Assim que pousa na torre principal, uma forte parede de gelo aparece à sua frente.
— Onde você pensa que vai? — grita uma voz alta e grossa.
Um homem de barba longa e uma grande coroa feita de gelo na cabeça pergunta.
— Essa não! — responde Félix, com uma expressão assustada. — Papai, eu estava apenas indo dar uma volta.
— No seu dia de maioridade, nem pensar! — diz o pai de Félix, com olhar sério, começando a balançar as mãos e fazendo um feitiço de aprisionamento de gelo que traz Félix até ele.
— Papai, não precisa ser tão agressivo, não é mesmo? E o que tem de bom nesse dia? Logo, logo eu vou ter que ir para a grande academia! — Félix coça a cabeça nervosamente.
Mas a situação não melhora. Ele é jogado de volta para o quarto para se arrumar e vestir as roupas da maioridade, usadas pelo terceiro príncipe deste reino. Desde aquele dia, a roupa virou um símbolo desse grande evento.
Algumas horas mais tarde, no grande salão, a decoração impressiona com vários lustres de gelo e um palco gigantesco. Dançarinas profissionais fazem uma grande patinação, mostrando sua beleza diante dos outros. O salão está cheio de nobres e representantes das outras três estações, mas os reis e rainhas estão ausentes. Os dois príncipes e a princesa dos outros três reinos ficam sob a luz acesa, que se estende por todos.
— Olá a todos que aqui vieram! Fico grato por terem aceitado este humilde convite para a grande celebração de maioridade do meu pequeno filho, o futuro rei deste reino. Agora, chamo para se apresentar na frente de todos, Félix Arthur Neves Primeiro!
Quando as palavras do rei terminam, uma luz se direciona para as escadas, onde Félix está. Com uma postura neutra, o cabelo branco cobrindo um pouco do rosto, ele veste um terno branco com azul, com detalhes de gelo minuciosamente calculados ao redor do tecido. Ao descer as escadas, ele chama a atenção de todos. Ao chegar ao fim da escada, onde está o trono do rei e da rainha, ele se curva para todos.
— É um prazer ter todos vocês aqui no meu aniversário de maioridade. Espero que gostem da comida, das músicas e da dança! — diz Félix, gentil e cortês.
O grande baile começa. Todos comem e dançam alegremente, mas o que Félix menos queria acontece: todos os nobres começam a se aproximar dele, cumprimentando e se apresentando. Os três príncipes de outros reinos se aproximam. O primeiro a se apresentar é Arte, o príncipe do reino do verão, vestindo uma roupa brilhante e colorida, com cores fortes em amarelo e verde.
— É um prazer enorme finalmente conhecê-lo, príncipe Félix!
— Eu digo o mesmo, príncipe Arte.
O próximo a se apresentar é o príncipe do outono, com roupas em tons de marrom e toques de laranja. Sua aparência chama a atenção, com cabelos pretos e olhos castanhos, sua pele não é tão diferente da de Félix.
— Que grande honra conhecê-lo! Fiquei sabendo muito sobre você! — diz ele, com um longo sorriso no rosto, demonstrando curiosidade.
— Não há muito o que dizer. Sou apenas um príncipe comum, como qualquer outro do reino do outono.
— Vi que você é conhecido como a lâmina de gelo, o que nasceu com o mais belo poder de gelo que já vi no reino do inverno!
— Posso dizer o mesmo sobre o senhor, já que tem uma habilidade incrível com o vento!
— Nossa, como você é astuto, Félix! Vai ser um prazer ter você como parceiro na academia! — diz o príncipe Ort, com felicidade na voz.
A próxima e última a se apresentar é a pequena princesa e a mais bela do reino da primavera, princesa Beli.
— Dou meus cumprimentos, príncipe Félix.
— Ah, não é para que tanta delicadeza, querida! Somos amigos há tanto tempo, Beli.
Após as apresentações, o baile continua normalmente, e tudo ocorre como deveria até mais tarde, quando tudo já está praticamente preparado. O príncipe Félix precisa se despedir de todos para começar sua viagem até a grande academia das Quatro Estações, que fica bem longe, praticamente no centro dos quatro reinos. Dizem que lá é uma terra onde o clima sempre muda, não importa o mês, o dia ou a semana. É um clima estranho, pois pode ter calor em um dia e, no outro, flores desabrochando em uma horta. O quinto reino, o reino misto, é comandado pela grande Academia das Quatro Estações.
Com o início da viagem, o caminho foi tranquilo e acolhedor, passando por várias vilas e cidades pequenas no meio do Reino do Inverno. A carruagem passava por uma montanha alta e bem perigosa, por ter um alto nível de derramamento de neve. Pelo menos na noção possível, nosso querido Félix estava em sua carruagem, admirando-se com um livro que conta a lenda do Reino da Neve e como ele surgiu. Porém, seu curto tempo de leitura foi interrompido por um barulho alto e um estandarte do lado de fora.
Ao abrir a porta e sair, todos os seus guardas estavam de guarda alta, olhando para todos os lados, procurando a fonte daquele barulho. Félix pensou rápido e analisou:
— Barulho alto! O vento está completamente fosco e a neve não se mexeu. O que está lá nessa montanha, que normalmente é muito fácil de a neve cair com um simples barulho? — pensou.
Com o pensamento rápido e percebendo a situação, olhou para cima e gritou o mais alto possível para todos ouvirem:
— Tudo em posição! Olhem para cima!
E lá de cima, com o vento forte atingindo o colchete, a figura gigantesca e aterrorizante de um dragão de gelo apareceu na frente deles, mostrando suas garras e dentes. O animal soltou um grande rugido e foi em direção aos cavaleiros e à carruagem. Félix, sem perder tempo, levantou as mãos, fazendo um feitiço gigantesco, uma lâmina de gelo que ia na direção do dragão. Mas o dragão, sem nenhum esforço, agarrou a lâmina com suas patas e a mandou de volta na direção da carruagem.
Com uma reação rápida, Félix começou a encantar o encantamento:
— Ventos do Sul, brilhem na minha mão e tragam a espada congelante do inverno! — disse Félix, com símbolos aparecendo em volta de seus pés e mãos.
E a grande espada apareceu. Ele correu em direção àquela lâmina de gelo que estava vindo e, após pular na direção da lâmina, invocou um pilar de gelo para se posicionar e se preparar para um grande ataque. Com um movimento simples, balançou a espada e várias lâminas de gelo foram atiradas na direção do dragão, cortando-o por inteiro, sobrando apenas uma pequena parte de sua garra. Como já era de se esperar, era feita de um burro e um diamante raro, quase inquebrável a lâminas comuns.
Após um tempo de calmaria e verificação se não havia nada quebrado ou faltando após essa grande batalha, eles voltaram a sua caminhada até a academia. Quanto mais se aproximavam da cidade, era possível ver o continente da primavera e o continente do outono. O continente da primavera estava coberto de flores e uma flora gigantesca, com montanhas brilhantes e riachos, sendo possível vê-los a uma distância incrível. Enquanto isso, no Reino do Outono, era possível ver árvores com folhas laranjas e marrons, cada uma dando vida e cor àquela floresta brilhante.
Após algumas horas, eles já conseguiam ver a capital da academia. Lá estavam os grandes portões do Reino do Inverno em direção à capital da academia. Com muita demora, passaram pela fronteira, indo em direção à escola. Chegando lá, era possível notar como o espaço era gigantesco e lindo, com sua arquitetura completamente diferente, unindo os quatro reinos em um só. Dava para ver como o prédio da escola tinha a mistura de plantas, neve e uma flora de flores gigantescas.
Félix, por sua vez, apenas desceu da carruagem e foi para o salão principal da escola, pois todos os novos alunos — príncipes, camponeses e cavaleiros — estavam esperando a grande chegada da escola. Madame Play, uma mulher conhecida por ser capaz de usar todas as quatro habilidades dos quatro reinos, estava à sua espera.
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