Olá pessoal me chamo Ameli Maranzano, atualmente tenho 22 anos, digamos que minha vida é uma grande montanha russa, daquelas bem assustadoras e cheias de curvas, com muitos altos e baixos e com toda certeza mais baixos do que altos rsrs. Nasci no Condado de Westchester em Nova York,e essa com toda certeza é uma história que não quero contar a vocês agora, o que posso dizer é que minha vida nunca foi fácil, minha família não tenho contato desde que vim para Itália estudar, sempre tive uma imensa paixão por dança, e quando completei 18 anos ganhei uma bolsa de estudos na melhor faculdade da Itália, não pensei duas vezes e sai de casa,fui embora para seguir minha paixão, meus pais não ficaram felizes com isso e cortaram todo tipo de relação e contato comigo. Assim que cheguei a Itália conheci o Tadeu e logo de cara nos tornamos amigos, ele é um ferrado na vida como eu, expulso de casa por ser gay veio para Itália com o mesmo destino que eu, estudar. Assim que cheguei na Itália não foi fácil, precisei procurar um lugar pra morar, tinha algumas economias e o Tadeu me ajudou muito, decidimos morar juntos assim poderíamos sobreviver.
Os anos na faculdade passaram rápido, fiz muitos bicos para poder levantar grana para pagar o aluguel e comprar comida, com 7 meses que estávamos na Itália Tadeu conseguiu um emprego de ajudante de barman num club de dança muito chique, como eu não tinha muitas opções acabei indo fazer uma entrevista e consegui uma vaga de faxineira, na época o salário não era essas coisas mais pelo menos daria para pagar as contas. Com mais de um ano que estavamos lá fiz uma seleção para ser uma das dançarinas da casa, não é para me gabar mais eu danço muito bem, e logo de cara o dono do club, Gregory Dennovo me aceitou como dançarina, onde estou até hoje, o pagamento aumentou e posso dizer que foi a partir daí que as coisas começaram a caminhar.
Tadeu também mudou de cargo, de ajudante de barman passou a ser a pessoa que cuida das dançarinas, era responsável pelas roupas, horários de apresentação, ele se dizia um consierge kkk. Apesar das dificuldades a vida começou a sorri para nós, não era o emprego dos sonhos mais era o que trazia comida para dentro de casa e não poderíamos reclamar. Durante manhã e tarde estávamos na faculdade e na academia de dança, a noite no club e assim seguiu por 4 anos.
O club é um local de entretenimento onde atendemos a todos os públicos, desde mulheres a homens, homossexuais entre outros. A casa tem atrações de dança individual e também aberta, a maioria das meninas que dançam aqui gostam de fazer a apresentação individual pois permite que a dançarina esteja em um ambiente fechado e não tenha contato direto com o cliente que vem assistir, a cabine é fechada e contém uma parede inteira de vidro onde o cliente pode assistir a apresentação, isso também é um refúgio para aquelas que não querem fazer programa como eu mais precisam do emprego, e também para as mulheres que trabalham aqui e não querem que alguém descubra por conta de relacionamentos, famílias entre outros, os clientes fazem o pagamento a Tadeu antes de entrar na cabine e eles pagam por hora.
As outras que desejam ganhar mais dinheiro fazem as apresentações abertas, no palco onde tem pole dance, lá os clientes pagam o quanto querem e óbvio é uma boa para quem quer levantar uma boa grana, mais a maioria das meninas fazem programa para receber por fora, não que eu julgue quem faça, até por que quando somos contratadas o Gregory é bem direto nesse quesito, o club não tem espaço reservado para programa é mais direcionado a dança, mais quem quiser fazer não é proíbido. O pagamento é bom e de certo modo muito vantajoso, a cada apresentação devemos pagar 15% a casa, o resto é todo nosso e não nego quando digo que o pagamento é bem generoso, apesar de ser num club e ter que me expor dançando para velhos e homens nojentos que muitas das vezes se masturbam na minha frente eu finjo que não estou vendo e continuo a dançar.
Dançar na frente dos outros nunca foi um problema, nunca fiz uma apresentação aberta no club e nem penso nisso, a grana que ganho nas cabines é suficiente para viver, depois de tanto tempo tenho até guardado dinheiro no banco para compra um lugar para mim e mudar de vida, então vocês ja devem imaginar que não ganho pouco. No club sou conhecida por Mili, não digo meu nome a ninguém somente Tadeu e Gregory sabem mais mesmo assim nem eles me chamam pelo meu nome, o Tadeu me chama de Emi, ele diz que é mais especial que os outros para me chamar de Mili rsrsrs.
Sou uma das dançarinas mais bem pagas da casa, minha formação e experiência me dão uma grande vantagem nesse quesito, atendo mais clientes do que as outras meninas o que causa um certo desconforto e até às vezes brigas, mais depois de tanto tempo já não me importo mais, muitas me conhecem e me tratam bem, outras por educação e outras nem se quer olham na minha cara, ja me importei muito no começo hoje em dia só penso em fazer o meu trabalho, receber meu dinheiro e ir pra casa dormi. Como disse só estou no club por conta do pagamento, mais meu sonho é me apresentar em uma grande companhia de dança, e tenho certeza que um dia chego lá.
Fora do club sou uma pessoa totalmente anônima, montei uma turma de dança de rua, sou professora e também me apresento com os meus alunos, atualmente o grupo tem 10 pessoas contando comigo, e durante o dia é assim que estou, dançando e fazendo minha arte nas ruas com minha turma, muitos são pessoas que não tem condições de pagar uma faculdade e não tiveram a chance de conseguir uma bolsa de estudos como eu,não cobro nada pelas aulas e apresentações e o que ganhamos na rua eu divido entre eles, acredito que é uma forma de me sentir mais normal no meio disso tudo e também de não achar que todo meu esforço e minha faculdade não serviram para nada.
E ai gente me chamo Matteo Barker, formado em direito, já atuei como advogado criminal e hoje sou delegado de policial da Itália, nasci e me criei aqui, minha mãe é Italiana meu pai era brasileiro, eles se conheceram quando minha mãe fez uma viagem para o Brasil com suas amigas, eles eram jovens e se apaixonaram de cara, ficaram juntos por 16 anos quando meu pai morreu em um acidente de moto, assim como eu ele era advogado, minha mãe uma belíssima pianista, mais trocou sua paixão para se dedicar ao meu pai e eu. Tenho muito orgulho dela, afinal ela foi meu suporte quando perdi o meu pai e mesmo despedaçada ela se manteve forte por mim.
Atualmente tenho 29 anos, sou divorciado, acredito que o amor não é pra mim. Conheci a Cecília na faculdade, éramos grandes amigos e logo nos apaixonamos, com um ano de relacionamento nos casamos eu estava feliz, vivendo o nosso amor com muita intensidade, ela era a minha vida, logo depois ela ficou grávida e tudo começou a mudar depois disso. Cecília estava mais fechada, não queria meus toques e até rejeitou a gravidez por um tempo, tentei de todas as formas ajuda-la, afinal ela era uma mulher cheia de vida, alegre, contagiava a todos com sua alegria, mais depois da gravidez tudo mudou, eu já não sabia mais o que fazer me dividia entre a faculdade, trabalhar e cuidar dela, por vezes presenciei ela tentando tirar a própria vida e eu me sentia sufocado com isso, em ponto de explodir.
Logo nas primeiras consultas ela mal fazia perguntas sobre como estava o bebê e até ela mesma, não queria se alimentar e eu ficava puto de raiva com isso, mais tentava ajudar como eu podia. Eu estava em êxtase por ser pai e ao mesmo tempo vivendo um inferno, a escolha do nome da minha filha veio muito antes de saber que era uma menina, me lembro bem que em uma das primeiras consultas o médico disse que ela estava do tamanho de uma amora, eu fiquei encantando ao ver a ultrassom com sua imagem, minha amorinha. As semanas se passavam e tudo só piorava,Cecília estava cada vez mais arredia, já não tentava mais contra sua vida e da nossa filha o que era um alívio, mais não queria que eu me aproximasse dizia que eu não era pai da Amora, e até ameaçou ir embora e levar minha filha, nessa época eu preferia ficar fora do que em casa, minha mãe ainda tentou se aproximar para tentar entender o que estava acontecendo mais ela como sempre só dava patadas e expulsava quem chegasse perto.
Amora nasceu com 7 meses depois de uma complicação, Cecília teve uma parada cardíaca e quase morreu, Amora ficou na UTI neonatal, e Cecília também, eu já não tinha mais vida, não tinha forças pra lutar, eu rezava pra Deus salvar a minha filha, porém me sentia culpado por não conseguir fazer o mesmo pela Cecília, quase um mês na UTI Cecília já estava recuperada,e ali foi o pior momento da minha vida, ela me contou que me traia a um bom tempo e que não tinha certeza se Amora era de fato minha filha, que eu acabei com a vida e a juventude dela,que eu nunca seria ninguém na vida. Eu estava terminando minha faculdade e trabalhava meio período em um escritório de advocacia de um professor, o salário não era muita coisa mais dava pra gente se virar, eu fazia de tudo para nada faltar a ela, e saber que naquele momento tudo que vivi foi uma grande ilusão só me destruiu ainda mais.
Por fim ela disse que não queria a criança, que não tinha certeza de quem era o pai, que se eu quisesse poderia ficar com a menina mais ela queria o divórcio e iria embora. Eu não pensei duas vezes em assinar aquele divórcio, a muito tempo eu não era feliz, quase um ano de sofrimento e no final ser feito de palhaço pela mulher que mais amei na vida, mesmo com a incerteza de saber se Amora era minha filha eu já tinha certeza de que amava aquele pequeno ser que tanto lutava pela vida,eu acompanhava cada desenvolvimento seu não a abandonei, quando completou 2 meses que ela estava internada finalmente ela recebeu alta, já tinha ganhado peso e tinha se desenvolvido bem, eu agradeci aos céus por ter minha filha nos meus braços, porém as palavras da Cecília não saiam da minha cabeça e apesar de tudo eu registrei a Amora, logo depois solicitei um exame de DNA,o resultado eu já sabia, meu coração não poderia me enganar, Amora era minha filha com 99,99% positivo, e mesmo que não fosse filha de sangue ela seria minha da mesma forma.
Terminei a faculdade e continuei trabalhando com meu antigo professor, agora em tempo integral, ajudava com os casos e até tinha meus próprios clientes, um belo dia me apareceu uma grande oportunidade uma seleção para polícia da Itália e eu não pensei duas vezes,o pagamento era bom, eu teria uma vida estável e com toda certeza priorizava o bem estar da Amora, e por ela eu fiz a prova e com todo esforço passei me tornando um delegado.Depois da minha experiência com a Cecília nunca mais me envolvi sério com alguém, tenho meus casos de uma noite mais não passa disso, eu entendi que nenhuma mulher além da minha mãe e da minha filha merecem a minha atenção e meu amor, não adianta se doar por inteiro a uma pessoa que no final vai te trair e te descartar.
Hoje Amora tem 6 anos, é a minha cara e tem minha personalidade, ela não puxou nada da Cecília e agradeço a Deus por isso, mesmo sabendo quem é sua mãe eu não queria que minha filha tivesse nada de alguém que tanto a rejeitou. Infelizmente por minha vida ser corrida Amora passa mais tempo com minha mãe, eu tenho minha casa e ela a dela, minha mãe nunca quis morar comigo, e até gosto assim tenho minha privacidade, vejo minha filha todos os dias e os finais de semana ela passa comigo, dou total assistência a Amora, desde escola, roupas, remédios, comida tudo que ela precisa, nas minhas férias viajamos juntos e fazemos programação de pai e filha, Amora nunca se importou com a falta da mãe até por que minha mãe supriu toda essa necessidade, e espero que continue assim pois eu não pretendo me relacionar com ninguém tão cedo.
*Ameli
Minha rotina é cansativa e as vezes mal consigo dormir, saiu do club por volta das 02:00 da manhã todos os dias, eu não costumo passar desse horário tanto para tentar descansar como também para consegui dar aula no outro dia, o Tadeu trabalha apenas no club ele disse que o que ele recebe já dá pra suprir suas necessidades e pagar suas contas. Hoje é mais um dia daqueles, a casa tá cheia e como sempre a maioria dos clientes das cabines são pra mim,chego no club por volta das 18:30 e Tadeu corre em minha direção quando me ver.
Tadeu- Emi que demora achei que não ia chegar nunca.
Tadeu Stuart - 26 anos
Ameli - Desculpa Ted eu fui organizar umas coisas em casa acabei não vendo o horário.
Tadeu- A casa tá cheia, mais como sempre a maioria nas cabines querem você, eu até consegui enrolar um pouco mais eles estão ansiosos.
Ameli- Vou me arrumar rapidinho, já vim maquiada então vou só colocar uma roupa.
Tadeu vai em direção as cabines e eu sigo para o camarim,aqui não temos camarins separados, é um grande espaço com várias bancadas de espelhos e bancos com tudo que a gente precisa para fazer maquiagem, cabelo e trocar de roupa, sempre trazemos nossos materiais mais Gregory faz questão de sempre abastecer as maquiagens e tudo que precisamos para nos arrumar e tudo isso é responsabilidade de Tadeu, aqui também temos figurinos, uns mais ousados e outros mais compostos, eu tenho meus próprios figurinos e poucas vezes utilizo os daqui, não por não querer pois sei que tudo é higienizado e organizado afinal Tadeu faz questão de manter tudo nos trinques,mais gosto de ter meu próprio material, já acho que abuso por sempre levar a maioria dos clientes nas cabines, então acredito que ter meu próprio material é o mínimo, sento no banco de frente ao espelho no meu espaço e vejo mais a frente Jéssica e Kaline uma das dançarinas da casa que me odeiam, começo a tirar minha roupa da bolsa e sei que elas estão falando de mim, simplesmente finjo não ligar me troco alí mesmo, uma coisa que precisamos fazer com frequência é trocar de roupa na frente umas das outras afinal aqui só tem mulher, e o Tadeu que vem verificar se estamos prontas pra começar as apresentações, visto minha roupa e guardo a que eu estava na bolsa,retoco meu batom e passo perfume me olho no espelho e gosto do que vejo.
Jéssica - Não sei pra que perfume se vai estar atrás de um vidro.
Escuto elas começarem e rir, não respondo afinal não dou ousadia, estou aqui para fazer meu trabalho, se os clientes sempre querem ver minha apresentação isso já não é problema meu, Gregory que é dono do lugar nunca reclamou então por que vou me importar com elas, finalizo tudo e saiu em direção as cabines, sinalizo para Tadeu que me ver quando passo e ele sabe que pode mandar o primeiro cliente, entro na cabine e ajusto a luz, deixo um ambiente sexy é assim que gosto pois eles mal conseguem ver meu rosto devido a iluminação baixa, ajusto minha playlist e me preparo, escuto bater na porta e Tadeu entra.
Tadeu - São mais de 30 hoje espero que esteja com disposição.
Suspiro pesado.
Ameli- Tudo pelas contas, tudo pelas contas.
Repito pra mim de olhos fechados, Tadeu anota meu horário na prancheta pra indicar que horas vou iniciar minha apresentação, como o cliente paga por hora ele precisa anotar o horário de entrada e saída do cliente da cabine.
Tadeu - Arrasa minha deusa.
Ele pisca pra mim e sai, logo a porta do outro lado do vidro é aberta e o cliente entra e já senta na cadeira, dou play e logo o som preenche os dois ambientes.
🎶(The Weeknd - Earned It)🎶
Começo a dançar conforme a batida lenta e sensual da música, minha playlist aqui é sempre com músicas desse estilo, os clientes gostam, músicas com pegada mais lenta ou batidas eletrônicas que fazem toda diferença na hora da dança, o homem a minha frente começa a da um sorriso de lado e passar a mão por cima da calça, reviro os olhos por que sei que ele não pode ver, a cada nota da música eu me mexo mais, passo as mãos no meu corpo e ele continua a apertar seu membro pela calça, isso é nojento mais o que não precisamos fazer para sobreviver, fecho os olhos e continuo dançando até que a primeira apresentação acaba e ele sai mandando um beijo para mim, dou um sorriso falso e já me preparo para o próximo e assim passa a minha noite.
Me sento no chão da cabine quando a luz do outro lado do vidro apaga sinal que acabou por hoje, encosto a cabeça na parede e fechando os olhos aproveitando os momentos de silêncio e tranquilidade,Tadeu entra e senta ao meu lado.
Tadeu- Você recebeu muitos elogios tem cliente já marcando horário para o resto da semana inteira.
Suspiro e abro os olhos o encarando.
Ameli- Só me importo com o pagamento sabe disso.
Tadeu - Sobre isso você hoje lucrou bem, teve muito cliente que pagou extra.
Ameli- Pelo menos isso vale a pena o esforço, só quero ir pra casa dormi.
Tadeu- Vem hoje vou pra casa com você.
Tadeu levanta e me ajuda a levantar vamos até o camarim e assim como na minha chegada minha saída é ainda mais caótica é o momento que elas sabem quantos clientes atenderam e o valor que recebe, e o meu sempre é motivo para piada e discussão, porém quando vêem Tadeu elas se calam.
Kaline- Tadeu quero fazer um extra no palco hoje.
Tadeu- Meu bem eu já fechei os horários de hoje, você poderia ter dito mais cedo.
Kaline- Eu não sabia que iam roubar mais da metade dos clientes hoje.
Ela me encara com deboche.
Ameli- Isso foi pra mim Kaline?
Kaline- Se a carapuça serviu.
Ela cruza os braços e continua me encarando, dou um sorriso debochado e a olho na mesma medida.
Ameli- Não tenho culpa se os clientes preferem algo de qualidade, ao invés de gastar o dinheiro deles com qualquer dancinha de beira de esquina.
Ela me olha com cara de raiva e vejo algumas meninas rindo dela.
Ameli- Se você não teve muitos clientes deveria começar a rever suas apresentações, tem gente aqui que se dedica pra isso ensaia e treina, não é só um rosto ou corpo bonito, tem que saber o que faz e como faz, então a culpa não é minha querida se você não oferece uma apresentação de qualidade.
Termino de falar e ela vem pra cima de mim.
Kaline- Sua vadia.
Quando vai se aproximando Gregory segura sua mão e ela o encara espantada.
Gregory - Acho bom você não tocar em nenhum fio de cabelo de ninguém aqui dentro Kaline, caso contrário teremos sérios problemas.
Todos observam em silêncio ela puxa seu braço e sai do camarim.
Jessica Sulivan- 25 anos
Kaline Bishop - 23 anos
Gregory Dennovo - 28 anos
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