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Uma Noite, 40 Semanas

Querido leitor

Olá, queridos leitores!

É com muito entusiasmo que convido vocês a embarcar comigo em uma nova jornada literária. Minha próxima história, Uma Noite, 40 Semanas, não será tão doce quanto os romances que vocês estão acostumados, nem tão engraçada como as minhas outras obras. No entanto, ela será repleta de emoções intensas, com uma trama cheia de desencontros e reencontros que prometem tocar o coração de cada um.

A protagonista, Raquel, tem 36 anos e, após 15 anos de casamento, vê sua vida completamente transformada. Mãe de uma filha adolescente, ela precisa aprender a lidar com os desafios e reviravoltas da vida.

O lançamento oficial será no dia 06 de outubro de 2024, e estou muito ansiosa para compartilhar essa história com vocês!

Beijos e até breve!

Cap 01 : Esquentando a Relação

Miami, Flórida, Estados Unidos .

Depois dos quinze anos de casados, as coisas por aqui mudaram: sexo uma vez no mês e olhe lá ,se eu me arrumo, ele não me elogia, são várias horas extras no trabalho, ele sai de mau-humor e volta de mau-humor.

Me pergunto: quando foi que chegamos a esse ponto? Éramos tão felizes, ele era um príncipe comigo. Quando a nossa Emma nasceu, foi tão lindo, ele é um pai perfeito, sempre esteve presente em tudo na vida dela, ela é a única que faz ele abrir um largo sorriso, mas assim que ela sai, o rosto sério volta a dar lugar.

Raquel

— Mãe! — Ela esbraveja na porta do meu quarto.

— Emma, minha querida, não grita!

— Eu não estou achando o meu short branco…

— Na segunda gaveta. — Falo, abrindo a porta e ela me abraça.

— Bom dia, mãe!

— Bom dia, meu amor.

— A tia Beca já está vindo me buscar..

— Eu só vou tomar um banho e já desço.

Vou direto para o banheiro e tomo um merecido banho, lavo os meus cabelos. Após toda minha higiene matinal, escolho um vestido longo com flores amarelas com um fundo branco.

— Mamãe, a senhora é tão linda!

— Obrigada, meu amor. Você também é muito linda.

— Já terminou de arrumar sua mala?

— Sim.

— Se comporta, viu, qual é a nossa regra?

— Não sair sozinha, não ficar no celular até tarde, a casa da tia Beca não é minha casa, por isso devo respeitar as regras da casa dela.

— E...

— Ligar imediatamente para você se surgir alguma emergência. — Ela fala, revirando os olhos.

— Não revire os olhos. — Falo num tom de repreensão.

— Ai, mamãe, é que todo verão você me faz falar as regras.

— É para você não esquecer. — Falo apertando o nariz dela.

A campainha toca…

— É a tia Beca! — Ela dá um salto da cadeira e corre para abrir a porta.

Ela pula em cima da tia, que a enche de beijos e depois abraça a Sofia.

— Bom dia, tia Raquel! — Sofia me abraça.

— Bom dia, princesa!— Dou um beijo em sua bochecha.

— Vem Sofia. — Emma a pega pela mão e as duas saem correndo subindo as escadas.

Rebecca é minha irmã mais velha, temos uma ligação muito forte, perdemos nossos pais ainda muito pequenas e desde então sempre fomos tudo uma para outra.

— Raquel, minha mana querida. — Ela fala, me abraçando.

— Como vai, mana?

— Estou uma fera! — Ela fala, se servindo de café.

— Mais, por que está uma fera?

— Acredita que o Victor está namorando uma mulher muito mais jovem? Da para dizer que ela é a sobrinha dele, um homem de quarenta e cinco anos com uma garota de vinte. — Ela fala enfurecida.

— Esquece o Victor, já fez um ano que vocês dois se divorciaram.

— Eu não consigo, e não entendo onde foi que errei para o nosso casamento chegar ao fim.

— Rebecca, minha irmã, você sempre foi uma mulher incrível, o Victor que não soube valorizar isso, o único erro que cometeu foi ter se esquecido de você e ter vivido só para agradar e fazer as vontades do Victor. — Falo e ela me abraça chorando.

— Eu queria ser forte igual a você. — Ela fala.

— Eu não sou forte, e também não saberia como seria minha reação se tivesse passando por tudo que você está vivendo agora.

— Que você e Otávio vivam até o fim da vida de vocês. — Ela fala secando as lágrimas.

— Espero que sim. — Falo desanimada.

— Por que falou assim?

— Aqui está tudo do mesmo jeito que te contei meses atrás , e não sei não, cada vez mais o Otávio está ficando estranho.

— Ele deve estar com algum problema na empresa, e hoje que vocês vão ficar sozinhos, deviam aproveitar para reacender a chama do amor — Ela fala de um jeito engraçado e rimos.

— Estou pronta! — Emma fala, aparecendo toda maquiada.

— Esse batom está muito escuro, garota — Falo.

— Mamãe… — Ela replica, fazendo cara feia.

— Você só tem treze anos e esse batom é muito escuro para você — Falo pegando um guardanapo e tirando o excesso de batom da boca dela.

— Agora, assim, está bem melhor.

Ela revira os olhos, essa fase da adolescência vai me deixar louca. Há um tempo era só uma criancinha de seis anos, e agora é uma adolescente, com peitos crescendo, gírias e bochechas corando quando vê o filho da vizinha.

Agora era só eu e o silêncio, e vários pensamentos me vinham à cabeça, perguntas sem respostas, queria entender o porquê dessa mudança do Otávio? Onde estava meu marido carinhoso? Que me trazia flores, que me levava para jantar e sempre me dizia o quanto eu era importante para ele.

Preciso mudar essa situação e, pensando nisso, pesquisei no Google como apimentar a relação e, entre tantas informações, anotei as mais fáceis, sendo:

• Comprar uma fantasia.

• Fazer um jantar romântico.

• Mandar um, nudes.

Eu estava decidida a lutar pelo meu casamento, afinal são quinze anos, temos uma história, e não pode acabar assim. Não quero viver a árdua luta de uma separação, casei para viver até que a morte nos separe!

Após terminar minha pesquisa, coloquei o meu plano, esquentando a relação em prática, peguei minha bolsa e dei partida no meu carro rumo ao sexy shopping.

Eu estava morrendo de vergonha, aos trinta e seis anos nunca havia entrado em um lugar como esse, e eu estava corada vendo tantas formas e cores de membros de borrachas, rosa, preto, branco e etc.

— Bom dia, senhorita, posso ajudá-la? — Uma atendente bem simpática se aproxima.

— É... Eu… Quero uma fantasia. — Falo quase não saindo a voz.

— Qual estilo a senhorita vai querer? Coelhinha, aluna, professora, enfermeira, policial, diabinha?

— Ai, meu Deus, tem tudo isso? — Pergunto perdida.

— E tem muitas outras.

— Quero uma de cada. — Falo.

— A senhora deseja mais alguma coisa? Temos óleos massageadores de vários sabores.

Já que estou aqui e essa atendente me deixou bem à vontade, verei esses óleos.

— Vou querer ver os óleos.

Ela me mostra vários óleos e me fala o efeito que cada um causa. Estou há tanto tempo sem sexo, que só dela falar como se usa já me deixa bem animada.

— Ai, tem esses que dão uma sensação de estar gelado e esses esquentam.

Já que quero esquentar a relação, levarei todos que esquentarem.

— Quero todos esses que esquentam.

Enquanto comprava, já me imaginava em casa com o Otávio, pensando em como ele reagiria à noite de hoje. Será que ele vai gostar? Será que este é o passo certo para mudar a situação do meu casamento? Quero mesmo que dê certo; não quero viver num casamento de aparências, de forma alguma. Desejo a nossa química de antes, quero reviver o amor que tínhamos há algum tempo, que ele volte a olhar para mim com aquele olhar carregado de desejo, que me abrace de surpresa enquanto estou lavando a louça na pia. Quero de volta o meu marido apaixonado.

Cap 02 : Traição

Após voltar das compras, adiantei todo o jantar e depois fui me preparar para esperar o Otávio, tomei um delicioso e demorado banho de espuma, estava com minha pele limpa, hidratada e perfumada.

Depois, fui escolher dentre todas aquelas fantasias uma que ficasse perfeita em mim, e hoje eu seria uma policial bem safada!

Nem estava acreditando no que eu estava fazendo. Já se passava das oito da noite e nada dele chegar, mandou uma mensagem que chegaria um pouco tarde, pois a reunião havia se prolongado.

Enquanto ele não chegava, resolve testar alguns dos brinquedos que comprei no sexy shopping. Acho que vou escolher esse aqui, é pequeno e não assusta tanto.

— Minha nossa! Isso é demais!— Falo em voz alta, surpresa por todas as sensações maravilhosas que aquele negócio pequeno estava fazendo em mim.

Mas é melhor parar por aqui, só um aquecimento para a noite de hoje.

Era por volta das nove, quando meu celular tocou. Era a secretaria do Otávio.

— Oi, Kátia!

— Senhora Raquel, graças a Deus, a senhora atendeu, desculpe, está atrapalhando o jantar de vocês, mas é que dei o número do quarto errado, o número da suíte de vocês é o, trezentos e doze.

Fico sem entender, suíte? Jantar?

— Suíte?

— Sim, o senhor Otávio pediu que eu reservasse uma mesa no restaurante Louie Bossie a suíte no hotel Novotel Brickell para vocês hoje.

Fico em silêncio assimilando o que eu estava ouvindo.

— Ai, meu Deus, era surpresa e eu estraguei.— Ela fala preocupada.

— Não se preocupe, querida, agora entendi por que ele me mandou que vestisse meu melhor vestido, fica tranquila, resolverei tudo.— Falo.

— Obrigada, senhora Raquel.

Após ela desligar, minha ficha começa a cair e pensamentos que estava lutando contra agora tomam lugar. O Otávio estava me traindo? Por isso estava tão diferente?

Eu tentei não pensar nessas coisas, mas agora com essas informações, era impossível não pensar.

Sem mais perda de tempo, visto um sobretudo por cima da fantasia, pego meu celular e minha bolsa, dou partida no carro e vou direto para o restaurante. E quando estou me aproximando, avisto-o saindo com uma mulher, muito sorridente, minhas mãos estão tremendo tanto que mal consigo segurar o volante do carro. Respiro fundo e decido segui-lo, bem provável que agora ele vá para o hotel.

E foi como havia pensado, ele entrou no hotel de mãos dadas com aquela melhor, meu coração agora bate tão forte, sinto um aperto na garganta, mas se eu quisesse comprar que todas as minhas perguntas tinham respostas, precisava ser fria.

Enquanto eles fazem o check-in, fico a uma distância que dá para ouvir eles conversarem.

— Senhor Otávio, está aqui o cartão do seu quarto, é o, trezentos e doze.— Fala a atendente.

— Deve haver um engano, minha secretária me disse que era o, trezentos e vinte.

— Ela deve ter se enganado, deixamos reservado o, trezentos e doze.— A atendente fala.

— Ai, amor, deixe, vamos para esse mesmo.— A lambisgoia chamou ele de amor?

— Está com pressa, né, danadinha. — Ele fala e aperta a bunda dela, depois morde a orelha dela, que fica toda saliente.

Meu sangue ferve, quero ver até onde esse maldito cafajeste vai.

Eles pegam o cartão e entram no elevador. Assim que a porta fecha, pego o elevador ao lado. Eu não posso chorar agora.

— Mantenha a calma, Raquel, mantenha calma.

— Esta tudo bem, bela dama? — Um homem com sua voz grave pergunta, estou tão desnorteada que nem percebi esse homem entrar comigo no elevador.

— Esta tudo bem.

— Também está passando férias aqui?

— Não.— Falo impaciente. Esse elevador que parece não chegar nunca.

A porta finalmente se abre e os vejo entrando no quarto. Dou tempo para esse homem entrar no quarto dele, que, é ao lado do quarto onde está o miserável do Otávio.

Assim que o homem entrar, eu coloco o ouvido na porta para escutá-lo, e era uma tortura ouvir os gritinhos dela, porque o imbecil está latindo como um cachorro.

Maldito! Miserável! Então, esse é o motivo de chegar tarde em casa!

Logo após os gritinhos viram gemidos, meu estômago revira.

— Então, gosta de ouvir atrás da porta?— A voz máscula atrás de mim me assusta.

Me viro tentando enxugar as lágrimas, que agora vêm como uma tempestade difícil de controlar e esconder. Mas já me sinto tão humilhada que pouco me importo de que esse estranho me veja chorando como uma criança.

— Perdão, eu não vi que estava chorando, posso ajudá-la? — Ele pergunta.

— É um assassino de aluguel? — Pergunto.

— Não, por que da pergunta?

— É que se fosse, te contrataria para matar o desgraçado do meu marido e a vagabunda da amante dele, que estão nesse maldito quarto.— Falo chorando, então ele se aproxima.

— Sei que sou um estranho, mas se quiser pode entrar no meu quarto, tomar uma água e se acalmar e depois ver o que vai fazer.— Ele fala, talvez se fosse em outra situação jamais aceitaria, mas eu estou descontrolada demais para dirigir, e não quero que mais ninguém me veja chorando.

— Eu aceito.— Falo entre soluços.

Ele abre a porta do quarto e então entro, me acomodo em uma poltrona.

— Aqui, tome uma água.

— Tem alguma coisa mais forte, tequila, uísque, qualquer coisa que me deixe bêbada o suficiente para não conseguir voltar para casa sozinha?

— Eu até tenho, mas não aconselharia que a senhorita ficasse bêbada passando por essa situação. Ainda mais estando na companhia de um estranho.

— Tem razão, me dá a água então.

Dou um gole na água e desabo no choro, choro tanto principalmente quando escuto os gemidos escandalosos da vadia!

— Ele... Nunca me fez gemer assim... Maldito! Desgraçado! Comigo era menos de um minuto, e com essa vagabunda já faz, mas de dez que ele está aí... E eu, feito uma idiota querendo esquentar nossa relação, comprei fantasias e aqueles vibradores que me deram muito mais prazer do que ele! Eu quero que ele morra!

Desabafo entre choro, raiva e ódio, falo coisas que nunca pensei em dizer nem mesmo para Rebecca.

— Uau! — Ele fala.

— Me desculpa, nem nos conhecemos e eu pareço uma louca. Eu costumo ser uma mulher controlada, mas hoje não está dando para manter a postura.

— Sem problemas, para começar, eu não moro aqui, estou apenas de passagem, então a chance de nos vermos de novo é bem pequena, então pode jogar fora tudo que está sentindo, sou um ótimo ouvinte.

— Obrigada! Mas acho melhor eu ir para casa, encher a cara e dormir completamente bêbada. Antes, vou atender o pedido de quarto desse vagabundo!

— Tudo bem, mas se mudar de ideia, sabe onde me encontrar — ele disse.

Agradeci e saí do quarto do estranho. Respirei fundo antes de bater na porta do quarto, então tomei coragem e bati. Quem abriu a porta foi ela, com um sorriso no rosto.

— Onde está a nossa champanhe? — perguntou, toda melosa.

— Diga ao meu marido que quero o divórcio — declarei com firmeza.

— Você é a Raquel? — ela perguntou com cara de quem viu um fantasma.

— Eu mesma! — Respondo. E a vagabunda bateu a porta na minha cara.

Começo a esmurrar a porta, mas nada. O covarde do Otávio nem aparece, e me sinto tão humilhada.

— Eu sei que você está aí, Otávio! — esbravejo.

— Vai para casa, eu já te encontro lá e aí conversamos — ele diz do outro lado da porta.

É tão miserável que nem sequer tem coragem de me enfrentar.

— Ei, não vale a pena. Vem, eu posso levá-la para casa — diz o estranho.

— Tem razão, não vale a pena. Eu não mereço isso — respondo, percebendo que algumas pessoas saíram de seus quartos e estavam me encarando.

— Posso entrar no seu quarto? — pergunto, envergonhada pela cena que acabei de criar.

— Sim, entre.

Entramos, e então peço a ele uma bebida forte.

— Tem certeza?

— Sim, tenho.

— Então, vou acompanhá-la — ele diz, enchendo dois copos de uísque.

— Cristhian — ele diz, entregando o copo para mim. É um homem bonito, ruivo de olhos azuis.

— Hanna — minto sobre o meu nome.

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