Em um dia ensolarado, a água fria da piscina refrescava, enquanto as braçadas exercitavam a musculatura do homem que nadava há quarenta minutos. Finalmente ele encostou na beirada, quando pés descalços chamaram a sua atenção, cruzando a área da piscina apressadamente para dentro da casa. Por instinto, ele sabia que a pressa naqueles passos não era comum, então saiu da piscina deixando a água escorrer pelo seu corpo. Uma toalha branca, repousava em cima de uma cadeira a frente, ele a usou para enxugar o excesso de água antes de calcar os chinelos.
Adentrando à casa, um cheiro denunciava o que pudera ter acontecido lá dentro; o cheiro de queimado. Ele caminhou lentamente até o batente da porta da cozinha, e encostou, cruzando os braços. A cena à frente, mostrava um homem de cabelos castanhos e pele clara, raspando uma frigideira debaixo da água da torneira. A fumaça branca, subia pelo exaustor.
A situação da cozinha, de repente perdeu a atenção, para quem estava de braços cruzados olhando, pois sua visão, se concentrou no shorts branco, visivelmente apertado, que exibia pernas torneadas e uma camisa azul marinho, larga e aberta. Detalhes, que o fizeram sair da porta, e entrar de uma vez naquela cozinha, caminhando lentamente até aqueles pés descalços, e o abraçar, colando seu corpo ao dele.
"Essa era uma das minhas frigideiras favoritas! Sabe que terá que pagar por ela não é?"
Leyne: E como eu deveria pagar exatamente Tez? Porque agora eu só consigo pensar em uma coisa... Não acha covardia me provocar assim?
Tez: Assim como?
Os braços musculosos, e marcados por algumas cicatrizes, envolveram a cintura de Leyne.
Leyne: Você sabe o que está fazendo. Não deveria encostar assim, você molhou a minha roupa, e o pior é que me faz sentir que...
Os lábios de Tez, percorreram o pescoço de Leyne, interrompendo sua fala, e repousaram sobre sua orelha, dando uma leve mordida.
Leyne: °Ah!° Então... Eu queria fazer o café da manhã para você.
Tez: E porque abandonou o fogão? Eu vi que você estava no jardim?
Leyne: °Sii...sim!° Só que existe um motivo. Eu vi pela janela, algo passando sobre o muro. Fiquei curioso e... °Oh!° Me pega de uma vez! Não estou aguentando isso.
O homem puxou Leyne o virando para si, e o beijou ardentemente.
Tez: Vem comigo... Aqui não.
Arrastando Leyne para uma sala com janelas e portas de vidro, onde tinha total visão para a piscina e uma estante grande, colada na mesma proporção da parede, Tez puxou a camisa de Leyne e a deixou cair no chão. Os lábios se buscavam desesperados de desejo. A mão de Leyne empurrou a sunga de Tez para baixo, antes de erguer suas pernas, ao redor da cintura dele, enquanto se apoiava na mesa do computador. Envolvidos, os beijos foram cessando, assim que os movimentos começaram. A respiração acelerada de Leyne, àquela altura, não conseguia mais ocupar seus lábios. Ele encostou o queixo no ombro de Tez, e por alguns momentos gemeu com a voz praticamente rouca. Tez o segurou firme, e o virou, colando seu peito nas costas de Leyne, o deixando apenas apoiar suas mãos na mesa. Ele acariciou os braços de Leyne, e seguiu, até repousar segurando as mãos dele, entrelaçando os dedos, que destacavam, duas alianças largas e douradas. A cada gemido, Tez intensificava os seus movimentos até ambos chegarem ao limite.
III
No chuveiro, Tez ensaboava os cabelos de Leyne.
Leyne: Você não me deixou terminar. Não contei tudo.
Tez: É verdade. Então pode contar agora.
Leyne passava a esponja delicadamente nos braços de Tez.
Leyne: Eu percebi que você foi para piscina bem cedo hoje, então desci silenciosamente, e vi que ainda não tinha providenciado nada para o café da manhã. Então, eu achei a minha oportunidade. Coloquei o pó de café na cafeteira e demorei alguns minutos para pensar no que fazer. Só omelete não teria graça nenhuma, então eu cortei algumas tiras de bacon e, mais algumas coisas e coloquei na frigideira. Eu estava mexendo...
Tez: E de repente largou tudo? Eu não cheguei a ver quando tinha ido para o jardim, mas imagino que deixou a cozinha ao menos por vinte minutos.
Leyne: Isso. Então... Foi estranho. Eu estava olhando para o lado de fora, porque me virei para pegar uma tampa no armário, para ver se àquelas coisas cozinhavam mais rápido. E então, eu vi uma coisa brilhante passando pelo muro. Foi automático para mim, eu vi e fui até lá.
Com o chuveiro já desligado, Tez enxugava Leyne.
Tez: O que era?
Leyne: Uma caneta dourada.
Tez: Você tocou nela?
Leyne: Sim, mas deixei cair novamente quando me lembrei da frigideira no fogão. A Caneta deve estar no meio das margaridas, não sei se será fácil encontrar agora.
Tez: Eu vou procurar.
Leyne: Deixa que eu vou. Você tomou banho e está cheiroso demais para se sujar.
Tez: Você também tomou banho.
Leyne: Mas eu queria pegar ela para você. E afinal de contas, fui eu quem vi ela não é?
Tez: Você não acha estranho, jogarem uma caneta por cima de um muro?
Leyne: Bem... Sim. Só que eu não tinha pensado nisso até agora. E se for uma... Bomba?
Tez: Já teria explodido. O fato é que pode realmente ter alguma coisa nessa caneta.
Leyne: Como o quê?
Tez: Um recado séria o mais cabível a se pensar.
Leyne: Tudo bem. Nesse caso, eu vou com você. Se for uma bomba eu quero explodir com você.
Leyne beijou Tez.
Tez: Só que eu não quero que se machuque, então, vá fazer alguma coisa para gente comer, enquanto eu procuro essa caneta.
Leyne não ousou questionar mais. Desceu para a cozinha, e foi iniciar a tarefa.
Tez, caminhou até as margaridas e procurou até encontrar a caneta.
Tez: É um modelo bem antigo de caneta tinteiro.
Leyne: É mesmo? E é uma caneta normal?
Leyne gritou da cozinha.
Tez abriu a caneta e um bilhete escrito em tinta preta, em um papel amarelado, enrolado como um pergaminho se soltou.
Tez: Bem, agora não tem mais perigo querido.
Tez entrou na cozinha.
Leyne curioso, veio correndo ver o que estava nas mãos de Tez.
Leyne: Nossa!? Um bilhetinho? Que legal! O que está escrito?
Tez: Calma! Você nem me deixa ver. Olha a panela no fogo de novo, Leyne! Você está bagunçando demais na minha cozinha, ultimamente, vou lhe proibir de entrar nela!
Leyne: Aí! Ai... Desculpa.Pronto, desliguei. Só coloquei o bacon de novo. Estava mais fácil.
Tez olhou para Leyne com as sobrancelhas cerradas, nitidamente irritando. Leyne, deu um breve sorriso de lado e ficou quieto.
Tez abriu o bilhete, mas as palavras estavam escritas em uma língua desconhecida.
Tez: É, Descobrir isso vai ser interessante.
Após estacionar o seu carro na vaga lateral ao prédio, Tez Sallene entrou pela porta larga de madeira. No salão de recepção, várias baias com oficiais em cada uma delas. No final, na lateral direita, ele passou pela segunda porta de madeira, que o levou a frente a sua sala, o ambiente era decorado com plantas e tinha grandes janelas de vidro. Ao lado do computador uma foto do casamento e uma outra, mostrando ele e um jovem.
Havia um homem sentado na cadeira ao lado da mesa. O homem de cabelos castanhos, barba rala. Ele estava usando moleton verde escuro e um distintivos pendurado em um cordão.
Caio Langer: Tez!!! Eu estava esperando você.
Tez Sallene: Problemas?
Caio Langer: Sim. E é nosso.Temos que resolver o mais rápido possível.
Tez Sallene: Porque não me ligou?
Caio Langer: Porque sabia que você já ia vir. Temos que resolver rapidinho, mas isso não significa que tenho que o obrigar a largar a sua refeição em família.
Tez sentou no seu lugar, e ficou de frente ao homem.
Tez Sallene: Vamos, explique-me.
Caio Langer: O Reginaldo Jenin, conseguiu de alguma forma se liberar da pulseira. A última vez que o vimos, ele roubou salgadinhos de uma loja no quarteirão da casa dele.
Tez Sallene: Certo...
Tez pegou uma pasta preta ao lado, e começou a folhear.
Tez Sallene: Eu peço para eles fazerem relatórios diários...
Caio Langer: Ham? Relatórios?
Tez Sallene: Sim. Para os infratores que controlarmos em condicional, precisamos saber tudo sobre eles. O que fizerem, quem visitaram, onde fizeram comprar e qualquer evento aleatório. Com isso, teremos uma noção de como eles estão levando a liberdade. Alguns, infelizmente, só pensam em vingança. Uma amigo que dedurou, uma namorada que resolveu seguir em frente com outro, um pai que não deu compreensão e nenhum suporte durante esse período. A única coisa que eles querem, é ver essas pessoas pagarem.
Caio Langer: Então... Acontece com frequência?
Tez Sallene: Não aqui na nossa cidade. Ainda mais com a implantação nova. Mas, é o nosso dever ficar de olho... E veja aqui, achei uma coisa interessante. Ele comprou um buquê de rosas vermelhas no dia oito.
Caio Langer: Isso foi antes de ontem.
Tez Sallene: Correto. Talvez seja constrangedor um encontro, com uma pulseira eletrônica no pé. Pode ser uma boa ideia para criar um incentivo.
Caio Langer: Certo, e agora?
Tez Sallene: Vamos procurar as últimas imagens de câmeras, para poder ver alguém a quem poderia se destinar àquelas flores. Depois podemos relatar tudo, e pedir autorização para ir atrás dele.
Tez começou a digitar no seu computador.
Caio Langer: O senhor não sente falta de ser o Chefe geral? Sabe, o xerife ou algo assim?
Tez Sallene: Não.
Caio Langer: Não!? Assim curto e grosso?
Tez Sallene: Não sinto Caio. Antes eu tinha uma responsabilidade muito grande. Claro que eu dava tudo de mim para fazer o meu melhor. Mas, eu tenho um esposo em casa, ele mais novo, exige muita atenção. Gosto de ter tempo para ele.
Caio Langer: Sim eu sei. O Leyne. Ele é muito legal, me deu um suster no natal. Mas como vocês tem tempo juntos? Ele trabalha também né? Na emissora West e...
Tez parou de teclar e baixou a cabeça.
Caio Langer: Céus!! Me perdoe Tez. Eu falei sem pensar. Esqueci completamente do que houve.
Tez Sallene: Tudo bem Caio. Essa é uma coisa que eu também queria esquecer. É doloroso, e eu ainda não me conformei com isso.
Caio Langer: Os peritos confirmaram que foi falha mecânica no avião.
Tez Sallene: Eu sei... Mas é difícil de acreditar de qualquer maneira. Ainda espero ele me ligar com àquele humor único. Foi um ótimo amigo.
Caio Langer: Tenho pena da esposa do menininho.
Tez Sallene: Eu também. Ela parece que morreu com ele. Pobre Rayssa... Encontrei as últimas imagens! Acho que sei onde ele está, vamos?
Caio Langer: Vamos lá agora?
Tez Sallene: Sim, não podemos perder tempo. Ele pode fazer alguma coisa errada. Vou pedir autorização no caminho.
Os homens saíram da sala rapidamente.
...----------------...
No centro da cidade, Leyne acompanhado de um grupo de funcionários, entraram num restaurante de massas. As mesas se juntaram para atender onze pessoas. Alguns deles, seguravam pranchetas, outros tablets.
Márcio Erineu: Senhor Salene, eu queria agradecer por ter levando em conta a minha ideia na semana passada. A Diana substitui muito bem a garota do tempo fixa.
Leyne: Você tem toda a razão. Ela fez um ótimo trabalho. E o quadro do clima não sofreu cortes. Mas a ausência da Gabriela, no bloco dela ainda é um problema para nós. Prestem atenção em mim.
Os presentes pararam de conversar e olharam para Leyne.
Leyne: Quero que saibam que estamos cientes dos comentários espalhados. A administração não escolhe bem os protagonistas? Não dá oportunidades? Favorecem os que puxam o saco? É isso mesmo que vocês acham?
Todos: Não.
Leyne: Ótimo. Porque não é o que acontece. Mesmo se a dona, Rayane quisesse escolher a dedos quem ela gostaria de ter em sua empresa, coisa que poderia sim fazer. Nós valorizamos o esforço, o trabalho duro e a dedicação. Sei que esse comentário foi espalhado para afetar alguns. E nesse caso, como todos aqui são porta voz dos seus setores, eu vou dizer uma coisa para repassarem; Àqueles que estiverem descontentes, eu os convido a visitarem o Rh. Os que tiverem assuntos para esclarecer, podem me procurar. O restante mantenha o foco! Bons profissionais não precisam expor ou desmotivar outros, porque eles sabem o quanto são bons!
Após as palavras de Leyne, o pedido de comida veio e o grupo começou a comer e beber, aliviando o clima tenso. Quando a reunião acabou, todos se dispersaram na frente do restaurante. Leyne, ficou parado na porta, quando percebeu que começou a chover.
Leyne: {Melhor eu aguardar, não estou querendo me molhar. Acabei de me recuperar de uma gripe forte.}
Erick Sinter: Leyne?
Leyne: Oi?
Erick Sinter: Quero agradecer por aquelas palavras. Sei que queria me defender, obrigada.
Leyne: Não foi só por você. A Rayane o promoveu porque confia no seu trabalho. Comigo também foi assim. O Antônio me ofereceu emprego porque me conhecia, e confiava em mim. Eu cheguei aqui, passando na frente de uns, e por cima de outros, e foi difícil me adaptar. Se eu desse ouvido aos comentários, não teria dado o meu melhor, à eles. O casal que me apoiou.
Erick Sinter: Soube que depois da morte do Senhor West ela não voltou para a empresa. Teve depressão é isso?
Leyne: Sim. Imagine você ficar sem o amor da sua vida, e ainda ter um bebê para cuidar sozinho? Fazem três anos, e ela só voltou para empresa à pouco tempo.
Erick Sinter: Agora eu entendo porque me chamaram de "sortudo".
Leyne: Ignore.
Erick Sinter: Obrigada... Quer uma carona?
Leyne: Não precisa, eu vim de carro. Só não quero me molhar muito até chegar nele. Eu não tenho uma saúde muito boa.
Erick Sinter: Beleza, então... Até amanhã.
Erick Sinter tinha trinta e dois anos, e cabelos bem cortados. A sua postura um tanto oficial, demonstravam seriedade. Antes de entrar no carro, ele chamou a atenção de Leyne, ao bater os pés no chão.
Leyne Salene: {Esse pelo visto deve ter vício de limpeza}
Distraído por alguns instantes, Leyne se assustou ao sentir a mão de alguém em tocando o seu ombro. Ao se virar para ver quem era, o semblante de Leyne não pareceu confortável. Ele deu um passo para trás, e encarou o homem.
Leyne: Nilson... O que você quer?
Nilson: Quero te levar pra casa hoje. Por favor, será que só hoje você aceita?
•••
Em frente ao prédio alto, do lado de dentro, Leyne aguardava a chuva passar, ao lado dele, um homem se aproximou há alguns minutos. Seu nome era Nilson, um dos encarregados de setores da empresa. Um homem de trinta anos, bem vestido, e sempre usando o mesmo penteado, lambuzado de gel, e perfeitamente separado ao meio.
Leyne se demonstrou perplexo com a pergunta que o homem acabará de fazer.
Leyne: Me levar para casa? Você está pensando bem? Não tem motivo algum para eu querer pegar uma carona com você. Se coloque no seu lugar, e vá para sua casa de uma vez!
Nilson: Receio que tenha o ofendido de verdade dessa vez. Pelo seu tom de voz. Me perdoe. Eu entendi. O senhor tem que manter a sua imagem, e o que pensariam não é mesmo?
Leyne: Não tem nada a ver com a imagem! Tem a ver com o que poderiam ser as suas intenções!
Nilson se aproximou.
Nilson: É simples, você é muito atraente, se eu trabalho bem aqui nessa empresa, é unicamente por você. Eu penso em você todo o tempo. Eu penso em você no banho, somente enrolado em um roupão. Penso em você sentado á mesa do escritório... Você me inspira. E com isso, talvez entenda quais são as minhas intenções. Eu vou embora agora, porque me ordenou, mas não desistirei tão facilmente.
O homem saiu deixando Leyne irritado.
Leyne: Que babaca sem noção! Ridículo! Eu deveria mandar esse otário embora!
Esquecendo a chuva, devido a sua irritação, Leyne atravessou se molhando, até entrar no carro.
Leyne: Agora eu entendi tudo! Como posso ser tão burro... Depois de tudo o que eu passei? Esse cara está fazendo de propósito! O dia que invadiu a minha sala quando eu estava trocando a blusa. Quando ele encostou em mim no elevador... Esse olhar e essas risadas, e como pode dizer aquilo tudo para mim? Que horrível! E que nojento! Estou sendo assediado!!. Preciso contar tudo para o Tez...
Três batidas no vidro, mostraram uma silhueta do lado de fora, que não se podia observar bem, por causa das gotas de chuva que caiam. Leyne baixou o vidro, e se assustou.
Leyne: VOCÊ!?
O carro deu partida, e acelerou. Assim que passou o cruzamento, o veículo atingiu um poste.
°°°
No hospital o som dos sapatos de Tez Sallene ecoou enquanto ele entrava correndo. Seu olhar, alcançou um médico conhecido, então ele parou.
Tez: Ruan! Como ele está? O que aconteceu com ele?
No crachá do médico, podia se ler: Doutor Ruan Pontes.
Ruan: Calma Tez, não foi grave.
Tez: Não foi? Que alívio. Posso ver ele?
Ruan: Pode sim. Mas, depois fala com o Rodrigo. Ele estava em um bar investigando uma coisa do caso que ele pegou, na mesma rua. Escutou a batida, e reconheceu o carro do Leyne... Tez, o Leyne atravessou o cruzamento e não virou o volante. Estava em alta velocidade. E ele não está alcoolizado. Isso é muito estranho. O Rodrigo vai saber explicar melhor que eu. Então depois fale com ele.
Tez: Entendi, Obrigada.
Tez entrou no quarto, e já sentiu alívio ao ver Leyne olhando para ele.
Tez: Querido? O que houve?
Tez tocou o rosto de Leyne com cuidado, haviam alguns arranhões e pequenos cortes.
Leyne: Tez! Foi assustador! Eu achei que ia morrer. Mas eu ia morrer pensando em você. Porque queria muito te contar uma coisa, eu estava atormentado com isso sabe...
Tez: Leyne fica calmo. Você está muito acelerado. Tenha calma.
Leyne: Mas eu preciso te cobrar isso, é um absurdo!
Tez beijou a testa de Leyne.
Tez: Está falante como sempre, então não foi nada sério.
Leyne: Foi sim. Eu estou dolorido. Me dá atenção por favor. Me escuta, é um assunto sério.
Tez puxou a cadeira e se aproximou de Leyne.
Tez: Me perdoe querido, pode falar.
Leyne: Estou sendo assediado. Mas até então, eu não percebi. Tem um encarregado na empresa, o nome dele é Nilson. Um dia, eu derrubei café quente na blusa e fui para minha sala me trocar, sempre levo uma camisa extra, você sabe né? Esse homem entrou na minha sala e ficou me olhando. Bem, ele deu uma desculpa qualquer e foi embora. Uma outra fez no elevador, ele encostou as "Partes" em mim. Ele disfarçou e se afastou. O elevador estava cheio, mas até isso não era um acidente. Ele...
Leyne colocou a mão na cabeça de repente.
Tez: O que foi? Meu amor o que está sentindo?
Leyne: Um mal estar, e uma tontura. Mas já vai passar.
Tez: Eu sei que é muito difícil, mas você tem que ficar quietinho agora tá bom? Vou ver se posso levar você para casa. Só espera um pouco.
Leyne: Tá bom.
A expressão de Leyne foi como a de um cachorro abandonado. Tez foi para o corredor procurar Ruan, e o encontrou perto da recepção.
Tez: Ele está sentindo tontura. Isso é normal?
Ruan: Sim. Ele teve muita sorte Tez. O tranco do cinto de segurança o ajudou a não voar para fora do capô. E o poste amassou o lado do passageiro.
Tez: Então posso levar ele para casa?
Ruan: Pode sim. Qualquer coisa você me liga, eu saio daqui a três horas. Aqui, assinei a alta dele, entrega para o enfermeiro.
Tez: Obrigada.
Enquanto Tez voltava para o quarto de Leyne, notou uma moça no final do corredor olhando para ele. Ela tinha cabelos negros e bagunçados, e usava roupas rasgadas. A moça o encarou por alguns segundos, em seguida caminhou para longe da vista.
Tez: {Quem será essa menina? Com certeza queria alguma coisa.}
Leyne: Posso ir?
Tez: Sim.
Leyne: Você vai me escutar em casa?
Tez: Vou sim. Mas você tem que falar devagar ok? Respire, descanse, e depois fale.
Leyne: Eu vou tentar.
Tez beijou Leyne
Tez: Se não conseguir, vou ter que fazer alguma coisa, certo?
Leyne sorriu
Leyne: Certo. Desculpa por assustar você.
Tez: Está tudo bem.
Leyne: Quando você entrou, sua expressão era de muita procuração.
Tez: Imagino. Isso é porque eu não consigo nem imaginar viver sem você.
Leyne: E eu também não consigo, sem você.
Tez: Vem querido, devagar. Vamos para casa.
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