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ASLAN: Mafioso e Impiedoso

00 – Sinopse e aviso de conteúdo.

AVISO DE CONTEÚDO

É um dark romance com Pitch Black.

Peço que leiam com cuidado, o livro não é muito pesado, porém há alguns cenas difíceis de digerir.

O livro se trata sobre o medo do amor, o medo do sentir e principalmente o medo de amar alguém realmente bom e machucá-la. Pegue apenas o que você acha importante e leve para si.

Em nenhum momento no livro as ações de Aslan são romantizaras e tudo está explícito para que entendam a atitude de cada um e principalmente as dele.

É um livro Slow Burn então não espero que ele caia de amores nos primeiros capítulos, tudo tem um contexto, não tem pontas soltas e tudo há uma explicação.

ESTE LIVRO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS.

Esse livro não é realmente recomendando para menores de 18 anos, a não ser que você tenha senso.

Este livro contém:

ALÉM DE TAMBÉM SER DO GÊNERO PITCH BLACK! se não sabe o que é, recomendo pesquisar antes de começar a ler.

– Linguagem impropria.

– Violência física e emocional.

– Masoquismo e Sadismo.

– Consentimento duvidoso.

– Relacionamento tóxico.

– Submissão.

Se não conhece nada das coisas listadas acima, sugiro dar uma pesquisada, para evitar possíveis decepções fazendo com que você, filho da puta, queira fazer algum comentário negativo.

Já para meus leitores e sabem o que vem por aí: aproveitem.

"Não se deixem enganar por um homem com cara de "mal" e sabor de perigo, o seu passado traumático não faz dele um homem bom. Não deixem ele sair dos Dark Romance, e principalmente da imaginação, não confundam a idealização e ficção com a realidade"

A S L A N

Aslan cresceu nas sombras do crime no Brasil, mas aos 18 anos tentou deixar essa vida para trás. Mas após a morte de seu pai, ele herda não apenas o império criminoso, mas também a missão de expandi-lo internacionalmente e salvar sua mãe dos perigos do Brasil. Decidido a lavar dinheiro nos Estados Unidos, ele encontra uma oportunidade irresistível ao descobrir que a empresa do pai de Selina, uma figura glamorosa, maldosa e ambiciosa, está à beira da falência e também alvo da sua obsessão.

Obsessivamente atraído por Selina, cuja vida pública está repleta de escândalos e luxo, Aslan propõe um arriscado acordo de negócios: salvar a empresa em troca de se tornar sócio majoritário e se casar com Selina. No entanto, o pai de Selina, temendo pelos perigos do mundo de Aslan, decide proteger sua filha favorita, trocando as identidades das irmãs gêmeas.

Selen, a irmã quieta e reservada de Selina, criada longe dos holofotes com sua avó, vê seus planos de uma vida tranquila e uma bolsa de estudos no Canadá desmoronarem quando é forçada a assumir o papel de Selina no casamento com Aslan. Agora, Selen está presa em um jogo perigoso de identidades, onde cada movimento pode revelar não apenas sua verdadeira identidade, mas também desencadear consequências imprevisíveis em seu coração e nas ações de Aslan.

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01 – Comparação.

S E L E N

Silêncio, isso, apenas o... silêncio. Era tudo o que eu pensava e desejava estar apreciando, invés da voz estridente da minha irmã.

Levanto minha cabeça que estava entre meus braços em cima da mesa, e olho incrivelmente entediada para a morena falsa que falava incansavelmente mais uma marca de seguidores no Instagram. Quantos eram mesmo?

– 750 mil seguidores! – Selina exclama com um sorriso maior que a cara, ela era insuportável, jamais irei entender o porque meus pais sempre amaram mais ela que a mim. Mas algo me dizia que era porque ela era um reflexo fiel a ambição do meu pai e a maldade da minha mãe. E eu? Eu não sei nem quem eu sou. Mas eu me questionava a cada fim de semana que eu era obrigada a ficar aqui, em cada um deles minha irmã esfregava na minha cara que eu não tinha nada em comum com ela.

– Ah, e você? Filha? Alguma novidade que queira nos contar? – A voz fina da minha mãe me chama a atenção, olho para ela que tem uma expressão de puro e genuíno desinteresse em saber seja lá o que for da minha vida. Meus pais eram obrigados pela vovó a fingirem que se importam comigo, pelo menos sexta, sábado e domingo.

Eu tinha sim algumas, mas não era com eles que eu gostaria de compartilhar. Balanço a cabeça que não, voltando a atenção para as minhas mãos agora em cima da mesa. Só queria ir logo para casa, longe deles.

Olho novamente para minha irmã que estava super empolgada falando sobre as suas parceiras e etc. Observo seus longos cabelos pretos escorridos e a maquiagem destacando seus olhos. Éramos idênticas mas diferentes ao mesmo tempo, claro, ela possuía veneno na ponta da língua, o mesmo escorre no canto direito da sua boca. Como se ela pudesse ler meus pensamentos, ela limpa a boca com o guardanapo e eu rio-me internamente.

Ela odeia a ideia de que existe alguém idêntica a ela na aparência, acho que seu narcisismo beira á loucura. Então desde que me lembro ela tenta ao máximo me afastar da vida dela e consequentemente da dos meus pais.

Lembro-me quando ela convenceu meus pais a me entregarem a minha avó. E eu sinceramente mesmo... nunca estive tão grata, fui criada longe de toda a toxidade dessa casa, arrisco a dizer até que sinto uma queimação nas minhas narinas quando tento respirar.

– Deveria voltar a ser loira, não é? Irmãzinha? – A voz nojenta ecoa, ai, eu odeio quando ela me chama de "irmãzinha". Sorrio falsamente.

– Não, eu gosto dessa cor – Mantenho o sorriso e ela desfaz o dela, revirando os olhos. Meus pais como sempre nada percebem ou fingem não perceber.

Meus cabelos estavam um castanho escuro e eram mais curtos que o da cobra. Não estávamos nada parecidas.

– Se pintar de preto e emagrecer uns 20 quilos, talvez fique parecida comigo, nem ao menos parecemos gêmeas – Ela diz séria, forçando um tom preocupado. Olho para minha mãe que rir.

– Bem que um dieta não te faria mal algum, Selen – Minha mãe completa. Sinto minhas bochechas pegarem fogo. Eu as odeio e odeio estar aqui.

– Ah, e também pôr um mega-hair, quem sabe, qual shampoo barato você usa para eles estarem assim com as pontas ralas? – Decido ignorar.

Meu pai permanece em silêncio. Ele não fede e nem cheira.

Logo depois, elas duas voltam a conversar animadamente. O que a minha irmã via em mim para tentar me deixar mal? Parece que está competindo comigo. Que horror.

Balanço minha cabeça e foco minha atenção em terminar o café da manhã, eu já havia chegado a algumas boas horas. Nosso aniversário de 19 anos é amanhã e eu estava pensando em como pedirei a meu pai para que pudesse ir para casa.

– Estou tão ansioso para a minha festa de aniversário! O que vai me dar de presente, paizinho? – Ela se inclina aos ombros do papai, com um sorriso branco que podia até me cegar. Ele olha para ela abrindo um sorriso e em seguida para mim como se não quisesse que eu visse essa cena. Tarde demais.

– O que querem ganhar? – Ele pergunta agora alternando o olhar entre nós duas, ela desfaz o sorriso branco rapidamente. Agora iremos ver o próximo ataque de drama.

– Querem? Foi eu quem perguntei! E pode ver que ela não precisa de nada – Engulo em seco diante seu olhar de nojo. Balanço minha cabeça, já estava para lá de acostumada a isso, já nem doía mais. um– Eu quero aquela Ferrari rosa que te pedi no aniversário passado, por favor! – Ela volta a sorrir. Já meu pai desfaz o dele.

– Por que quer outra? Já te dei aquela preta a alguns anos – Olha desconfiado para mim. Enquanto eu, só tenho uma bicicleta e ela constantemente quebra a corrente. Antes eu tentava entender o porquê de ser excluída, mas hoje já estou até cansada de pensar sobre. Não tenho mais energia.

– Não tem mesmo nenhuma novidade, querida? – Agora minha mãe se dirige a mim, claro que era para que a minha atenção não tivesse na minha irmã e no papai.

Sorrio para ela.

– Na verdade eu tenho uma – Tomo um gole do café agora gelado. – Consegui uma bolsa de estudos para estudar no Canadá. – Vejo a surpresa em seus olhos assim que termino de falar. Apenas minha avó e Victor sabiam disso.

– Jura? – Pergunta como se não conseguisse acreditar. Era tão incrível assim eu ter conseguido algo que eles com certeza pagariam para que a minha irmã tivesse ganho?

– Do que estão falando? – Meu pai pergunta e eu então repito a novidade para ele, já ele, nada diz e olha para minha irmã que está vermelha de raiva.

– Esqueci de dizer a vocês que estou sendo perseguida por um homem! – Exclama e do nada a vejo começar a chorar. Logo a atenção de todos está nela novamente.

– O que? Como assim, meu amor? – Minha mãe que estava ao meu lado afasta sua cadeira para mais perto da minha irmã.

– Sim, mamãe, faz quase um ano, ele vive me mandando mensagens nojentas! – Continua, reviro os olhos. Ela odeia quando a atenção não está totalmente nela.

Ela pega o celular que estava com a tela virada para baixo na mesa e parece procurar algo.

– Olhem as últimas que ele me mandou! – Ela entrega o celular para a mamãe, permaneço sem esboçar alguma reação. Ela percebendo, manda mamãe me entregar o celular.

Sem ter opção, eu o pego e tento entender o que vejo. Meus olhos se arregalam com a última mensagem escrita em letras maiúsculas:

"VOCÊ ME DEIXA QUENTE FEITO O INFERNO E UM DIA A FAREI QUEIMAR JUNTO Á MIM"

02 – Família Vallence.

A S L A N

Embora eu procurasse uma solução incansavelmente, nenhuma ideia parecia boa o suficiente.

Assim completados meus 18 anos, escolhi viver longe de toda a responsabilidade da organização e também da minha família. Saí do Brasil dedicado a continuar mantendo tudo assim: longe de mim.

Mas o muro que criei ao meu redor, não me salvou da responsabilidade que eu acreditei ter conseguido escapar. Sendo filho de Benjamin Belvoir, eu já deveria saber que é impossível fugir do próprio sangue e do destino já traçado antes mesmo de dar meus primeiros passos, pronunciar a primeira sílaba ou a primeira palavra pronunciada corretamente.

Agora eu estava no avião, voltando para o Brasil, ainda sem saber o que faria depois que visse os olhos angustiados da minha mãe. Ela teve que enterrar o próprio marido sozinha, sem direito a abrir o caixão ou velar o corpo. Sem nada e também sem mim.

Minha mãe é italiana, meu pai a conheceu em uma das viagens a Itália. Lembro-me das várias histórias e aventuras que me contaram até eu achar o amor uma grande perca de tempo e as histórias fictícias demais. Como um homem gritando perigo, iria atrair uma mulher doce como a minha mãe?

Criei diversas teorias ao longo dos anos e cheguei a conclusão que meu pai com certeza a sequestrou. Mas é claro que jamais iriei perguntar isso em voz alta e muito menos para a minha doce mãe. Que sempre defendia meu pai com unhas e dentes. Se ela tivesse com ele no dia do seu assassinato, com certeza se colocaria á frente dele para que ele não se machucasse. Olívia Belvoir realmente não era nada fraca quando se tratava da família.

Com toda a certeza ela está decepcionada comigo igual o dia em que fui embora. Abandonar a família, para ela era o pior dos pecados. Mas eu não aguentava viver sob as regras intermináveis do meu pai, sempre me comparando ao extremo para que eu fosse a versão idêntica á ele. Mas agora que sou seu herdeiro, entendo o porque de toda a insistência.

A alguns dias atrás eu descobri que na verdade a viagem que meu pai fez para a Itália, naquele ano em que conheceu minha mãe, foi completamente planejada. Ele pretendia começar a lavar o dinheiro para a Itália para que ele conseguisse sair do Brasil e levar o dinheiro sem que fosse rastreado por inimigos e a justiça.

Ponho as mãos no rosto, respirando frustrado, porque se eu soubesse, teria conseguido lavar o dinheiro antes da sua morte e trazer minha mãe com segurança para os Estados Unidos. E agora, essa responsabilidade não estaria em minhas mãos.

– Senhor, achamos um laranja que o senhor pode gostar – Um dos meus homens aparece em minha frente e me entrega um tablet. Espero que seja a solução finalmente, estou cansado de andar em círculos.

Me tornei empresário no ramo de imobiliárias, investindo capital em casas e as revendendo por um valor alto, era uma boa oportunidade de lavar dinheiro, mas não posso fazer isso com as empresas que já sou sócio, preciso achar uma especificamente para isso e de preferência que o dono esteja á beira da falência para não ter onde correr e aceitar minha oferta

Imobiliária Vallence. Vallence, um sobrenome forte. Rolo a tela, lendo atentamente as informações da empresa. O dono Thomás Vallence está falido, graças a um investimento arriscado que ele fez no último ano. Casado e pai...

Meus olhos brilham quando vejo o nome da filha: Selina Vallence. Minha obsessão. Tudo começou com um story publicado a um ano por minha secretária em um jantar de negócios, Selina estava acompanhada do namorado, que graças a mim, virou ex poucos dias depois. E desde então, estou obcecado por aquele olhar significativo, um lobo em pele de cordeiro. Sempre envolvida em polêmicas que deveriam estragar sua imagem na mídia, mas que acontecia o inverso, ela ficava cada vez mais conhecida por sua maldade e preconceitos. E isso me fascinava. Preciso de uma mulher forte como ela ao meu lado.

Pego meu celular, abrindo o aplicativo do Instagram, vendo seus últimos storys, os olhos azuis se destacavam enquanto ela virava o corpo levando o celular consigo ao mesmo tempo em que segura um chapéu, ela parecia estar em uma praia, o sol refletia em sua pele agora bronzeada. Passo a língua nos lábios e respondo seu curto vídeo:

"VOCÊ ME DEIXA QUENTE FEITO O INFERNO E UM DIA A FAREI QUEIMAR JUNTO Á MIM"

Em seguida, volto a ver o que mais ela postou hoje. Ela brigava com uma amiga que estava ao seu lado enquanto bebia algum drink, provavelmente uma de suas birras, ela parecia extremamente mimada e eu não podia deixar de achá-la ainda mais interessante.

– Gostou? – Meu amigo senta ao meu lado, apontando para o tablet que pousei em cima da minha coxa. Bloqueio o celular e olho para ele que me pisca os olhos com um sorriso ladino.

– Sabia que iria gostar – Ele pisca novamente, o que me rende uma gargalhada. O desgraçado me conhecia bem.

– Você quem achou? – Pergunto, me referindo á empresa dos Vallence.

– Sim, mas admito que foi uma coincidência o homem ser pai da sua futura esposa – Brinca. – Tenho uma ideia que talvez você goste.

– Estou ouvindo – Agora guardo o celular, esperando que ele dê continuidade. Ele solta uma gargalhada antes de continuar.

– Você pode tentar negociar com o homem para que se case com ela, não apenas pela sua obsessão, mas que isso poderá servir para que você não seja alvo de uma hipotética investigação, já que você mora nos Estados Unidos a muitos anos, um casamento iria consolidar muita coisa. – Ele termina, novamente me piscando o olho. Abro um sorriso para ele.

– Você é um gênio. – Afirmo. – Além de que posso usar isso como pretexto para trazer minha mãe.

Ele assente.

– Sei que não pensou no futuro quando decidiu se afastar da organização, mas o que você fez, vai te deixar limpo para o que precisa fazer agora, graças a seu afastamento a 14 anos, talvez você não seja uma preocupação, mas esse casamento vira á calhar – Ele termina, levantando-se e passando seus dedos por entre os cachos dos cabelos. Assinto, pensativo. Jonas além de ser meu faz tudo, também é um ótimo conselheiro e amigo. Trabalha para mim faz um pouco mais de 6 anos.

Também brasileiro, isso fez com que nós déssemos bem logo de primeira, o que era estranho para mim, simplesmente em um dia qualquer ele se tornou digno da minha confiança e lealdade e isso é recíproco.

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