NovelToon NovelToon

Nunca Serei Teu

1

Ele era diferente, normalmente eu escolhia a presa para cada noite, eu não era o escolhido,eu escolhia sempre o alvo que me atraísse mais para poder iniciar a caça.

Era um jogo interessante aquele de seduzir,levar para a cama e depois no dia seguinte saber que eles iam acordar depenados.

Eu nunca era descoberto,porque eles tinham verginha de chegar a um posto de polícia e dizerem que tinham sido roubados por um homem após uma noite de sexo. Sim, graças à nossa sociedade extremamente atrasada eu saía sempre impune.

Era assim que sempre funcionava, mas naquele dia algo mudou. Quando dei por mim estava enfiado dentro de uma casa da banho na minha discoteca favorita com as pernas à volta da cintura de um tipo que eu tinha acabado de conhecer.

O pior nem era isso, eu nem me estava a importar com isso naquele momento, só o queria sentir dentro de mim e tal estava a ser o prazer que ele me estava a proporcionar que ele tinha de me tapar a boca com a mão dele para eu não gemer muito alto.

Ele era giro. Tinha cabelo negro liso e a pele naturalmente morena, era musculado, mas não ao ponto de ser exagero e tinha olhos castanhos escuros. Sim ,devia ser isso com certeza.

Quando terminámos ele meteu-me novamente no chão,puxou as calças para cima e saiu da casa de banho deixando-me chocado com o que tinha acabado de acontecer. Eu tinha acabado de passar para a categoria de presa?

Saí da casa de banho na esperança de ainda o ver: eu não podia deixar que aquela noite terminasse sem o depenar. A parte mais fácil de o comer tinha acabado de sofrer algumas alterações com as quais eu ainda me estava a debater, mas eu ia sair dali sem o ter comigo.

Procurei por toda a discoteca e depois fui ao balcão onde Mark, o meu melhor amigo estava a trabalhar como bartender.

- Que foi? Pareces um bocado desesperado...- comentou mal me viu.

- Passou por aqui algum tipo de fato preto, cabelos pretos e pele morena?

- Novo alvo?- ele perguntou enquanto tirava um cesto de loiça de dentro da máquina de lavar loiça.

- Mark, podes por favor dizer se o viste?- a minha paciência estava a esgotar-se a passos largos e Mark não dava sinais de querer ajudar sem antes me chatear.

- Não, não vi. Mas porquê?

- Epah, não fiquei com o número dele...- disfarcei. Foi nessa altura que Mark baixou um pouco a cabeça e olhou para mim.

- Calma...ele não ficou com o teu número? Primeira vez que te oiço sequer falar nisso!

- Não entendes. O tipo saiu antes que eu o roubasse. Aquele fato era de marca, por isso ele de certeza que era algum ricaço! Não acredito que perdi um alvo assim!

Mark olhava para mim chocado: éramos amigos já à imenso tempo e ele sabia que eu não tinha por hábito deixar uma pessoa que eu tivesse marcado fugir assim daquela maneira.

- Bem, há sempre uma primeira vez para tudo. Se já procuraste aqui e ele não está é pprque ja saiu. Lamento amigo, desta vez foste tu o alvo...

2

Cheguei a casa frustrado, acabei por ficar na discoteca a ajudar Mark a limpar o local, por isso quando cheguei era já de madrugada.

Tinha poucas horas de sono pela frente, porque no dia seguinte tinha de fugir à minha senhoria: a minha renda já estava atrasada três meses e já não bastava dar o meu sorriso lindo pois ela já não estava a acreditar no meu ar de quase "santo ". Eu precisava de arranjar rapidamente um alvo que fosse rico ou algum menino riquinho para depenar. Dessa maneira ia conseguir pagar a renda à minha senhoria e ia conseguir sobreviver durante mais algum tempo.

Adormeci mal caí na cama e por azar meu o plano de fugir dela não correu como eu esperava, pois acordei com ela a bater-me a porta ainda nem as galinhas tinham acordado.

Ensonado e já resignado com a minha sorte abri a porta em tronco nú. De início ela olhou para mim com um olhar que dizia que bastava eu querer e ela seria minha, mas infelizmente eu só gostava de homens.

- Amanhã de manhã pago a renda.- disse-lhe mal ela abriu a boca para falar. Ela era uma mulherzinha baixinha, pálida e com a cabeça cheia de rolos para manter o cabelo com os seus caracóis pouco naturais. Usava óculos sempre na ponta do nariz e tinha um excesso de peso acentuado. Penso que se um dia tivesse de fugir dela a correr nem ia precisar de muito, já que ela para dar um simples passo tinha falta de ar.

Eu sei, sou mau para as pessoas. Já me disseram imensas vezes, mas não é isso que me faz mudar. É isso que me faz sobreviver diariamente.

- Tens até amanhã para pagar, senão meto as tuas coisas na rua!- ela tentou gritar num tom esganiçado. Encolhi os ombros quando ela gritou, e foi quando a vi olhar para o meu corpo novamente.

- Mas já sabes que sempre tens outra maneira de pagar a renda...

- Querida lamento, mas jogamos na mesma equipa, mesmo que eu quisesse ele não ia levantar...

Ela ficou irritada, mas tão irritada que corou até ás orelhas, ela não esperava aquela resposta e eu confesso que áquela hora o meu ténue filtro para aquele tipo de situações ainda não tinha sido posto em vigor. A mulherzinha virou costas indignada descendo as escadas do prédio a resmungar, penso que metade das coisas eram pragas que ela me estava a rogar, mas a minha preocupação não era essa, era como eu ia arranjar um alvo em tão pouco tempo...

Peguei no telemóvel e vi uma mensagem de Mark.

- Amanhã vou estar a fazer um biscate a entregar comida, queres vir? Sempre ganhas algum.

Não era com um dia a faser buscates a entregar comida que eu conseguir o dinheiro dos três meses, mas pelo menos se eu conseguisse de um já ela ficava mais calada e eu tinha depois tempo para arranjar mais uma vítima, afinal sexta feira estava a chegar e era nesse dia que eu pescava os peixes grandes.

3

Durmi mais um pouco e acordei novamente com Mark a bater-me à porta.

- Pensei que já estavas acordado.- ele disse quando me vou ainda a esfregar os olhos quando lhe abri a porta.

- A gordinha esteve aí de madrugada, foi aquele acordar que não lembra a um santo.

- Dinheiro da renda?

- Sim. Achas que hoje consigo tirar o de uma renda pelo menos?

- Duvido. Mesmo se te derem gorjetas nem deve chegar a meia renda.

- Obrigado por me animares.

- Epah vamos ver, eu posso dar-te o que ganhar hoje, depois pagas de volta, dessa maneira deves conseguir uma boa quantia para a conseguires calar durante uns dias.

- Depois pago, sexta já está quase a chegar.

- Hoje vai haver lá na discoteca uma festa de despedida de solteiro. Porque não vais? Ficas a ajudar-me e pode ser que arranjes " companhia".

- Sim eu vou. Preciso de arranjar um alvo que seja rico, ou algum que tenha nem que seja um relógio de valor. O Karim consegue dar sempre bom dinheiro a essas coisas.

O dia foi bastante mexido, a meio do dia já eu me perguntava se eu conseguir ir para a despedida de solteiro estando assim tão cansado, mas a minha renda naquele momento era a minha prioridade.

- Okay, falta-te menos de metade para teres uma renda completa.- disse Mark juntando o dinheiro que ele tinha faturado ao meu.

- Okay, com sorte arranjo o resto hoje.

Voltei para casa ao final do dia, mas antes que eu tivesse alguma ideia de génio e mexesse no dinheiro passei pelo andar da minha senhoria.

- Aqui tem algum dinheiro.- disse mal ela abriu a porta ainda com os rolos na cabeça.- Amanhã dou mais.

Ela olhou para o dinheiro e ficou a olhar para mim durante alguns segundos parecia que estava à procura de alguma defeito para pôr, mas não achava nada. Por fim dobrou as notas e meteu o dinheiro dentro do soutien.

- Lá se vai o dinheiro, depiois vai dizer que o perdeu...- resmunguei virando costas a ela para subir para o meu quarto.

Eu estava cansado, tão cansado eu sabia que se me sentasse sequer ia dormir. Por isso tomei um banho, troquei de roupa e saí.

Ao chegar á discoteca os riquinhos estavam já todos sentados a beberem. Passei para trás do balcão e fui ter com Mark que não tinha mãos a medir.

- Muito trabalho?

- Os meus dois colegas estão presos no trânsito, até eles chegarem estou no lodo.

- Eu ajudo. Assim consigo ver os potenciais alvos mais de perto.

- Okay. leva para a mesa deles estas bebidas.

Despi o meu casaco e Mark meteu do outro lado do balcão a bandeja com as bebidas. Peguei nela e fui até á mesa, mas ao lá chegar quase a deixei cair ao ver quem lá estava: o moreno com quem me tinha envolvido na noite passada estava ali junto com o noivo que estava já mais do que bêbado. Eu olhei para ele e ele de início não se lembrou de mim, só depois é que vi na cara dele o reconhecimento.

- Voltamos a ver-nos...- eu disse satisfeito por ter achado a minha vítima.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!