O vento frio, e os pingos de chuvas não param de cair.
Estou com muito frio, porém não posso dar o luxo de parar.
Estou fugindo e não tenho opção a não ser andar vagando para não ser encontrada.
Já andei por uma distância enorme, estou no meio de um trânsito caótico e tentado prosseguir.
No entanto meu corpo dói, preciso de um descanso para então continuar.
Entro e sento próximo a entrada de um estacionamento onde é localizado um grande edifício, não seria o local ideal para quem estar fugindo, mas pelo menos tem uma cobertura que impede dos pingos de chuva me acertar.
Não poderei ficar por muito tempo, pois sei que logo os seguranças do local chegaram para me expulsar.
Logo as lembranças da fatídica noite anterior me vem a mente e lamento pelo fim da minha mãe.
A minha transformação estava bem próxima, estou a completar os meus dezoito anos. Sempre desejei encontrar o meu companheiro para quem saber assim eu pudesse vim a ter um futuro melhor.
Não faço parte de nenhuma alcateia porém conheço bem toda a história dos meus ancestrais.
Minha mãe namorou um lobo, e do fruto desse namoro eu nascir. Um dia ele simplesmente sumiu nos deixando e nunca mais voltou.
Ela sempre soube de toda a história dos meus ancestrais e me passou todo o conhecimento que ela sabia, alguns eu investiguei por conta própria.
Minha mãe casou-se novamente e meu padrasto nunca gostou de mim. Ficamos com ele por não termos opções, ele vivia a ameaçar a minha mãe de morte então iamos levando como dava.
Ontem posso dizer que foi o pior dia da minha vida, perdi a única pessoa que se importava comigo.
E ainda me transformei antes do previsto, e matei pela primeira vez.
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*Pensamentos de Amber...
Mais uma noite de tortura estava acontecendo naquela casa, a violência doméstica era constante naquele lugar. Minha mãe era vítima daquele homem horrível, tudo começou após alguns anos em que estavam juntos.
Até então em mim ele não batia, entretanto ontem ele mudou de ideia e resolver me incluir. Minha mãe sempre me defendeu e muitas vezes apanhava no meu lugar, mais ontem ela já estava muito debilitada e não aguentou muito e a raiva dele não havia passado.
Quando cheguei em casa depois do dia cansativo do meu trabalho, observei minha mãe no chão e o olhar frio do meu padrasto voltou-se para mim. Corri para ver ser ela ainda estava bem e viva, e ao me aproximar notei que ela ainda estava, porém a sua respiração estava muito fraca.
De repente só sentir meu corpo pequeno ser arremessado, ele foi ao meu encontro e continuou com a sessão de agressões.
Puxões de cabelo, socos e chutes tudo era incluso.
Nisso sentir um raiva imensa crescer dentro de mim, algo que eu estava cultivando a muito tempo.
Dessa vez não conseguir controlar e então comecei a sentir o meu corpo esquentar e as dores por todo ele se intensificou, parecia que eu estava quebrando, mas eu estava me transformando.
Era a minha primeira transformação, nunca havia visto um lobisomem e minha loba é bem grande e forte.
Ela tomou todo o controle e eu apenas observava.
Aquele homem paralisou na minha frente ao ver o tamanho do minha loba, sou uma Delta sou menor apenas que um lobo Beta e um Alfa, então rosnei para ele e o ataquei numa fúria intensa e sem chance alguma dele escapar.
Ao finalizar com aquele homem voltei a minha forma humana e corri para minha mãe, ela antes de dar seu último suspiro me alertou sobre quem se tratava aquele homem.
Ele é um caçador, e a sua principal caça são os lobisomens, porém nunca desconfiou de mim. Mas ele tem uma equipe grande e por isso minha mãe mandou que eu fugisse pois certamente eles iriam me caçar.
— Foge filha, Ele é um caçador e tenho certeza que o irmão dele vai atrás de você!
—Mamãe, eu preciso te ajudar a senhora estar muito mal.
— Eu não vou sobreviver querida, seja forte e não deixe que eles te peguem. Pegue esse cordão como uma lembrança minha para que saiba que sempre estarei com você, Eu te amo minha menininha.
— Mamãe, Mamãe...
Chamei incansavelmente por ela, e Mamãe não me respondeu mais.
Apoiei sua cabeça sobre as minhas pernas e fiquei um bom tempo me despedindo de Mamãe e chorando sobre o seu corpo gelado.
Um tempo depois decidir seguir seu último conselho, levantei do chão frio. Eu estava com muita dor, e toda ensanguentada. Havia sangue de nós três em mim, o meu rosto estava machucado, e tenho certeza que fraturei algumas costelas. Vou ficar com vários hematomas pelo meu corpo, mais sou uma loba eu vou me curar.
Antes de sair de casa, rapidamente coloquei outra roupa para não sair com vestígios de sangue, contudo mancharia novamente mais optei por algo escuro e um moleton grande e escuro também para assim conseguir disfarçar.
Dei a última olhada em Mamãe, coloquei o seu cordão no meu pescoço e fui embora.
Após vagar a noite e o dia inteiro sem rumo, e com a chuva incessante me encontro aqui nesse estacionamento.
*Fim dos pensamentos de Amber.
Sou uma garota muito gentil, e sempre fui muito carinhosa com Mamãe. Tenho cabelos castanhos, olhos escuros, uma pele branca e macia, e o meu corpo é bonito. No entanto, com o tratamento dos últimos dias na casa do meu padrasto eu perdi muito peso.
Essa sou Eu Amber Kirt..
De volta a realidade e com minha audição ficando muito boa ao longe ouço uma mulher reclamar para um homem sobre futilidades, ele não falar nada para ela e ficar só a ouvir.
No entanto sinto um cheiro muito forte e muito gostoso de Carvalho vindo de onde eles estão e pergunto para mim mesma se não estou ficando louca, pois se não, eu encontrei o meu companheiro.
Mamãe me falou do cheiro que era a forma da gente se reconhecer pois é diferente dos demais.
Sei que eu não estou apresentável, mas eu não teria outra oportunidade de encontrá-lo se não agora, e pensei comigo mesma estou salva ele ira me ajudar. Reunir minhas últimas forças e fui até o grupo de pessoas que estavam próximos a dois carros.
— Estão deixando qualquer coisa entrar aqui em!
A mulher que estava com ele falou enquanto me olhava, dois seguranças vieram ao meu encontro certamente para me impedir de ir até ele o meu companheiro.
Eu posso sentir ainda mais forte o cheiro dele assim tão perto.
Ouvir outro homem próximo dele falar.
— É uma loba, pois seu cheiro estar ainda mais forte por estar encharcada da chuva.
Meu companheiro assentiu.
— Va até ela para saber o que estar acontecendo e o que ela quer.
Quando ouvir isso apressei o meu passo e passei pelos os outros dois seguranças com dificuldade, quando estava proxima dele o outro com quem ele conversava me segurou.
Levantei meu o meu olhar procurando o dele e imediatamente um pronome de posse saiu pelos os meus lábios sem eu conseguir conter..
— Companheiro.
Percebir ele me analisando e aquela mulher com uma olhar surpreso também me observando, ele não me reconheceu como sua companheira. Será que eu entendi errado, fiquei com algumas perguntas na minha mente contudo eu só sentir meu corpo desfalecendo e tudo apagou.
O meu lobo estava inquieto a tarde inteira e não entendia o que ele tinha, perguntei para ele o que havia e nem mesmo ele sabia explicar.
A tarde recebemos a visita da minha companheira, pensavamos que poderia ser saudades dela. Mas não, não era isso.
— Oi, vim fazer uma visitinha!
— Fico feliz com a sua presença aqui, minha Luna. No entanto não deveria estar na alcateia auxiliando os demais?
— Sim, porém a saudade estava maior e a necessidade de fazer umas comprinhas também.
— Tudo bem! Eu já estava de saida, com essa chuva o transito ficar pior.
— Então cheguei na hora exata, vou com você!
— Ok!
Peguei o meu blazer vestir e saímos da minha sala em direção ao elevador, apertei o botão que dar acesso direto ao estacionamento para irmos direto para casa.
Sou Derek e sou um lobisomem e sim, existimos e vivemos entre os humanos, um fato que é totalmente desconhecido por alguns deles.
Sabemos nos disfarçar e andamos em nossas formas humanas, e aprendemos os mesmo comportamentos deles.
Sou CEO de uma grande empresa de cosméticos naturais muito famosa, principalmente por termos muita visibilidade e lucro no ramo, e além disso somos número um por termos adotado o empreendedorismo verde na empresa.
Maioria dos membros da minha alcateia trabalham aqui na empresa, como somos muito discretos ninguém percebe.
Tenho trinta e dois anos, tenho um corpo de porte fisico atlético. Sou sempre assediado por humanas e por outras lobas, porém encontrei minha companheira há um ano atrás e agora sou fiel a ela. Não sei o que aconteceu que me sinto estranho com ela, mas meu lobo a reconheceu como nossa companheira então a aceitei.
Sou o Alfa da alcateia moon red, onde lidero com muita ordem e disciplina. Moramos bem próximo a grande cidade M, porém temos um condomínio fechado apenas para os membros da alcateia pois, assim temos como nos manter seguros e organizados.
Possuímos uma grande área de mata preservada para que possamos deixar nossos lobos em liberdade.
Ao chegarmos no estacionamento o meu lobo ficou ainda mais agitado me deixando um pouco também, ainda assim me mantive o mais calmo possível e o perguntei o havia com ele, enquanto Ruby não parava de conversar sobre coisas fúteis.
— O que estar acontecendo com você Apollo?
— Eu também não faço a mínima ideia Derek, só estou com um sentimento esquisito.
— Ok, até descobrir o que estar acontecendo dar para parar um pouco.
— Vou tentar.
Finalizei minha ligação com o meu lobo, e parei para ouvir o meu Beta Caio informando sobre a presença de uma Loba no estacionamento.
Eu também sentir o cheiro dela, era diferente.
Quando ela se aproximou e aqueles olhos amarelos olharam para mim falando um termo posse usado por nós lobos algo estranho aconteceu comigo, porém não a reconhecir como Minha e nem meu lobo. Mesmo com aquele sentimento de inquietude, e o coração acelerado dizendo outra coisa.
Caio segurava ela enquanto os seus olhos amarelos não desviava dos meus, porém ela desmaiou no braços do meu Beta.
— Que maluca com assim sua companheira, eu já sou a sua companheira.
— Eu também não entendi!
— Alfa se me permite, eu gostaria muito de cuidar dela.
Não conseguir compreender o interesse do meu Beta em ajudar-la, meu lobo estava irritado com isso. Mas eu assentir e deixei.
— Tudo bem! Leve-a para a enfermeira e peça para alguém ficar vigiando-a.
— Farei isso Alfa.
Ele a colocou nos braços e levou no segundo carro com os seguranças.
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