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Um Casamento por Conveniência Foi Minha Salvação

1. Descobrindo a traição

Às dez da manhã, sob um céu azul e um sol radiante, Maria Alice sentia o coração pulsar acelerado de ansiedade e felicidade. Hoje deveria ser um dos dias mais importantes da sua vida. Vestida de noiva, com o modelo escolhido cuidadosamente para esse momento especial, ela estava na loja de vestidos, esperando por sua meia-irmã.

Ela parou diante do grande espelho da sala de provas, admirando-se. O vestido abraçava sua cintura com elegância, fazendo-a se sentir a mulher mais bonita do mundo. Seus olhos brilhavam enquanto sorria para si mesma, imaginando o futuro. No entanto, o reflexo revelou algo que a fez duvidar da própria visão.

No fundo da imagem refletida, um casal trocava beijos ardentes dentro do carro dela, estacionado em frente à loja. As mãos dos dois se moviam com uma intimidade desconcertante, e o clima entre eles era de paixão proibida. Maria Alice arregalou os olhos, um calafrio gelado percorreu sua espinha. As lágrimas começaram a brotar instantaneamente, queimando-lhe a pele enquanto desciam pelo rosto.

O que seus olhos testemunhavam era inimaginável: Derek, o homem com quem ela estava prestes a se casar, beijava Fernanda, sua meia-irmã. As palavras dela ainda ecoavam na cabeça de Maria Alice – “Vou me atrasar, mas encontro você na loja.” No entanto, ali estava ela, não como a irmã que prometeu acompanhá-la, mas como a amante do noivo.

Derek parecia alheio a tudo ao redor, perdido no beijo. Fernanda, no entanto, não. Enquanto era abraçada por ele, seus olhos encontraram os de Maria Alice através do reflexo. Um sorriso cruel e vitorioso surgiu em seus lábios, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. Maria Alice sentiu-se esmagada, como se o chão tivesse sumido sob seus pés.

Paralisada, ela permaneceu ali, imóvel, encarando a cena.

Deixe-me contar um pouco sobre mim, para que vocês entendam melhor o que está acontecendo.”

(Foto retirada da internet)

Sou Maria Alice Crippa, tenho 22 anos e sou formada em Administração de Empresas e Hotelaria. Moro em Barcelona, onde trabalho na rede de hotéis do meu avô, a Saint Germain. A“h, e sou poliglota, o que facilita bastante a vida por aqui. Sou filha única por parte de mãe, mas tenho uma meia-irmã, Fernanda."

(Foto tirada da '' internet '')

“Meu pai, Richard Crippa, tem 46 anos e é um homem frio, calculista, arrogante e muito cruel. Ele trabalha no império hoteleiro do meu avô, mas depois da morte da minha mãe, nossa dinâmica familiar mudou completamente.”

(Foto tirada da ‘internet’)

“Esse é Derek Bittencourt. Ele tem 26 anos e é engenheiro de computação. Quando nos conhecemos, eu acreditava que nosso amor era genuíno. Mas, como descobri, tudo não passava de interesse. A família dele já foi muito rica, mas perdeu quase tudo.”

Claro que também tenho que apresentar a vocês a minha meia irmonstra.

(foto tirada da ‘internet’)

“Fernanda tem 24 anos, é aspirante a modelo e atriz, e mimada até o último fio de cabelo. Sempre se fez de amiga e irmã leal, mas por trás desse disfarce estava apenas esperando a chance de se apoderar do que é meu, começando pelo Derek."

Continuando..

As duas combinaram de se encontrar na loja de noivas. Inesperadamente, depois de uma longa espera, se deparou com tal cena.

Derek deu as costas para ela e beijou Fernanda, esquecendo completamente de onde estava. Fernanda respondeu com entusiasmo, mas enquanto era abraçado por Derek, ela olhou pela janela e sorriu vitoriosa para Maria Alice que observava a cena enquanto lágrimas brotavam e desciam silenciosamente pelo seu rosto. Todo o corpo de Maria Alice ficou paralisado, ela congelou em frente ao espelho observando a cena ao fundo.

Voltando ao presente, Maria Alice não conseguia se mover. Parecia que suas pernas tinham perdido a força e seu coração, a vontade de bater. Como ela pôde ser tão cega? Como não percebeu a traição se desenrolando bem debaixo de seu nariz?

Ela apertou as mãos com tanta força que as unhas perfuraram as palmas, mas a dor física não era nada comparada à dor emocional que rasgava seu peito. Ela queria gritar, correr, confrontar os dois, mas tudo que conseguiu fazer foi deixar as lágrimas correrem em silêncio.

No espelho, via não apenas a imagem de uma noiva traída, mas a de uma mulher despedaçada, cuja confiança havia sido destruída. Derek e Fernanda estavam tão absorvidos um no outro que nem perceberam sua presença. E o pior? Aquele sorriso debochado de Fernanda não saía de sua cabeça, como uma lâmina afiada que a feria repetidamente.

Maria Alice respirou fundo, tentando se recompor. “Você não pode desmoronar aqui”, pensou. Com a mão trêmula, puxou o véu sobre o rosto, na tentativa inútil de esconder as lágrimas que continuavam a escorrer.

Ela sabia que aquele momento mudaria sua vida para sempre. E, por mais doloroso que fosse, talvez fosse o empurrão que precisava para se libertar das pessoas que nunca mereceram.

Com isso, o capítulo ganha mais profundidade emocional, além de apresentar os personagens de forma fluida e clara. Acrescentei detalhes para reforçar as emoções de Maria Alice e ampliar a narrativa.

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A decepção de Maria Alice

Lágrimas escorriam pelo rosto de Maria Alice, que se sentia traída, decepcionada e tomada por uma raiva avassaladora.

"Como sou estúpida", pensou, "como pude ser tão ridícula?"

Derek havia lhe enviado uma mensagem carinhosa naquela manhã, dizendo que mal podia esperar para vê-la vestida de noiva. Ingênua, ela acreditou. Desceu as escadas apressada, cheia de expectativas, e o esperou em frente ao espelho da loja. Só agora, depois de vê-los juntos, tudo fazia sentido. Não era Derek quem havia mandado aquela mensagem; foi Fernanda. Claro, foi ela quem insistiu que Maria Alice descesse, aproveitando-se da confiança inocente que Maria Alice depositou nela.

"Será que não basta ocupar todo o tempo do meu pai?" pensou, sentindo o estômago revirar. "Agora também precisa roubar meu noivo?"

A traição de Derek abriu uma ferida profunda em seu coração. Ainda assim, quando se obrigou a analisar os sinais que antes ignorava, percebeu que tudo estava ali, nas entrelinhas. O comportamento distante dele nas últimas semanas, as desculpas esfarrapadas e, principalmente, a proximidade cada vez maior entre Derek e Fernanda, que ela preferiu enxergar como fruto de uma amizade inocente.

Sem conseguir processar tudo, Maria Alice recuou para evitar uma explosão emocional ali mesmo. "Se eu não sair daqui agora, vou fazer uma loucura," pensou, e saiu antes que Derek percebesse sua presença.

Minutos depois, o telefone tocou. Era ele, como se nada tivesse acontecido.

— Minha querida, acabei de estacionar o carro e estou subindo para te ver. Não comece sem mim! — disse ele, a voz carregada de um cinismo que fazia o sangue dela ferver.

Por um momento, Maria Alice ficou em silêncio, engolindo o choro e a raiva que queimava em seu peito. Quando finalmente respondeu, sua voz saiu firme e amarga:

— NOIVA ERRADA, QUERIDO. CHAME A FERNANDA PARA EXPERIMENTAR O VESTIDO.

Do outro lado da linha, Derek emudeceu. Por um instante, ele percebeu que havia sido pego. Será que ela nos viu? A dúvida o paralisou.

Maria Alice desligou antes que ele pudesse responder. Ainda vestida de noiva, ela saiu da loja, sem rumo. Caminhou pelas ruas de Madrid enquanto lágrimas desciam de seus olhos inchados e vermelhos. Não se importava com os olhares curiosos dos transeuntes — alguns preocupados, outros achando graça. Ela caminhava como se carregasse o peso de todas as dores do mundo.

Ao passar por um bar, entrou sem hesitar e pediu uma dose de whisky. Uma dose virou duas, depois três, até que ela simplesmente pediu que deixassem a garrafa.

Narração da Autora

Maria Alice nasceu e cresceu em Madrid, uma cidade vibrante e aconchegante.

Sua mãe, Lídia G. Crippa, era a fonte de sua herança. Lídia havia sido Diretora-Executiva da rede de hotéis Saint Germain, onde o pai de Maria Alice, Richard Crippa, trabalhava como funcionário. Quando se apaixonaram, o pai de Lídia deixou claro: toda a fortuna seria destinada à neta que ele ainda não conhecia. Richard, apesar de apaixonado por Lídia, aceitou essa condição e foi promovido a gerente do hotel em Madrid.

Casaram-se e tiveram Maria Alice. Mas a felicidade durou pouco. Logo após o nascimento da filha, Lídia descobre um tumor. Lutou contra a doença por dez anos, mas sem sucesso. Ela faleceu quando Maria Alice tinha apenas 12 anos, deixando um vazio irreparável na vida da menina.

Richard ficou devastado. Contudo, menos de um ano depois, ele conheceu Paula, uma mulher encantadora que tinha uma filha chamada Fernanda. Paula e Fernanda rapidamente se aproximaram dele, e em seis meses, eles estavam casados.

Apesar das promessas de cuidar de Maria Alice, Paula mostrou-se manipuladora desde o início. Ela sabia que o verdadeiro poder e conforto vinham da herança que Maria Alice um dia receberia. Com o tempo, Paula tentou várias manobras para colocar as mãos nos bens da enteada, mas o avô de Maria Alice nunca permitiu que Richard ou Paula administrassem a fortuna da neta.

Maria Alice cresceu sob a constante pressão de Paula e Fernanda. Quando o pai estava por perto, elas fingiam ser amáveis. Mas, quando ele se ausentava, a tortura psicológica era insuportável.

Aos 18 anos, Maria Alice decidiu deixar a casa do pai para escapar da toxicidade. Mudou-se para Barcelona, onde começou a trabalhar e estudar administração e hotelaria. Seu avô apoiava todas as suas decisões, preparando-a para um dia assumir a liderança da rede de hotéis da família. Enquanto isso, Paula e Fernanda continuavam na casa que, ironicamente, pertencia a Maria Alice — um privilégio que usavam, mas que as enchia de ressentimento.

Agora, com 22 anos, Maria Alice estava pronta para assumir seu lugar no império da família, para o desespero de Paula e Fernanda. No entanto, o golpe mais cruel que recebeu não foi apenas financeiro — foi emocional. Ao descobrir a traição do noivo com sua meia-irmã, Maria Alice viu seu mundo desmoronar mais uma vez.

Depois de várias doses de whisky, Maria Alice sentiu a cabeça girar, mas a dor no peito não diminuía. Ela encarou o reflexo no espelho do bar, vendo uma mulher em frangalhos. "Isso não é o fim," pensou, com uma determinação recém-descoberta. "Ainda vou mostrar a eles do que sou capaz."

Aquela noite marcaria o fim de sua ingenuidade e o início de uma nova fase. A fase em que Maria Alice Crippa deixaria de ser vítima e se tornaria dona do próprio destino.

A proposta de casamento

Ao entardecer, Maria Alice já estava completamente embriagada, perdendo a noção do tempo. Acabou adormecida no balcão do bar que funcionava 24 horas. Nunca havia bebido álcool antes, e agora permanecia ali, esquecida, vestida de noiva. Curiosamente, ninguém a incomodou ou tentou ajudá-la.

Horas depois, ela foi despertada pelo toque insistente do celular. Atendeu ainda atordoada e ouviu a voz de Derek, seu ex-noivo traidor:

— Maria Alice, onde você está? Precisamos conversar. Seu pai está preocupado e...

Ela ficou em silêncio por alguns instantes. Aquela preocupação repentina de seu pai, um homem que nunca demonstrava afeto, soava estranha. Mas a irritação cresceu em seu peito ao ouvir a voz de Derek, que agia como se nada tivesse acontecido.

Com uma frieza que ela mesma não sabia possuir, respondeu:

— Não há mais nada para conversar. Vá pedir ajuda à Fernanda.

E desligou sem ouvir mais nada.

Maria Alice levantou-se cambaleante e foi até o banheiro. Lavou o rosto, ajeitou o cabelo da melhor forma possível e tentou recuperar alguma dignidade. Ao sair, pediu a conta. Quando se dirigia ao caixa, esbarrou em um homem alto e elegante, que parecia não notar sua presença.

O impacto não foi apenas físico. Os olhos verdes daquele desconhecido captaram a atenção de Maria Alice. Ele era dono de um porte impecável, vestindo um terno perfeitamente alinhado, como se tivesse saído diretamente de uma revista. O ar sério e imponente que emanava dele era intimidante, mas fascinante.

Enquanto ele seguia em direção ao balcão, Maria Alice, curiosa, continuou a observá-lo. Ela o viu ser abordado por um rapaz, que se dirigia a ele com formalidade:

— Senhor, seu pai pediu que vá ao cartório às 11 horas para se casar com a senhorita Nádia. Depois haverá o almoço de comemoração com a família.

O homem não esboçou nenhuma emoção ao responder:

— Não vou me casar com ela. Mesmo por contrato, não terei sossego. Quero paz.

— Mas seu pai disse que, se não se casar, o senhor perderá a presidência do Grupo Walton Mars. O senhor sabe que é uma condição: precisa estar casado e ter um filho.

Com visível desdém, ele deu ordens ao assistente:

— Encontre alguém disposto a se casar comigo por um ano. Faremos um contrato sem envolvimento emocional. Em público seremos carinhosos, mas fora disso, não haverá nada entre nós. E mantenha tudo em segredo.

O assistente pareceu frustrado, mas assentiu. Enquanto isso, o homem lançou um olhar distraído no bar e notou Maria Alice sentada junto à janela, ainda com o vestido de noiva. Algo nela o intrigou.

Maria Alice, por sua vez, também teve uma ideia. Ela foi traída, humilhada, e agora precisava mostrar que poderia seguir em frente, até mesmo com alguém muito melhor que Derek. Sem pensar muito, levantou-se e caminhou até o homem. O assistente e ele a encararam com surpresa.

— Com licença... — começou Maria Alice, com a voz um pouco hesitante, mas firme. — Eu ouvi a conversa de vocês. Gostaria de me casar com você. Posso?

O homem arqueou uma sobrancelha, intrigado com a ousadia daquela jovem que parecia frágil, mas trazia um brilho de determinação nos olhos.

— Onde está o seu noivo? — ele perguntou, com uma voz baixa e carregada de magnetismo.

Maria Alice abaixou o olhar por um instante e respondeu:

— Fugiu com outra. E quando ouvi você falando sobre casamento por conveniência, pensei que poderia ser uma boa candidata. Sou graduada, falo várias línguas, sou independente. Posso cumprir meu papel de esposa, desde que você faça o mesmo.

O assistente olhou para ela com desdém:

— Senhor, isso é ridículo. Não podemos aceitar essa proposta sem saber mais sobre ela.

O homem, no entanto, a observou por alguns segundos, avaliando-a com atenção. Então, para surpresa de todos, disse:

— Sim. Vou me casar com você.

Maria Alice ficou atônita. Não apenas ela, mas o assistente também, que tentou protestar:

— Mas senhor, precisamos investigar...

— Não há necessidade — cortou o homem, sem tirar os olhos de Maria Alice. — Eu a conheço. Isso basta.

Voltando-se para ela, ele acrescentou:

— Uma vez casada comigo, não haverá volta. Está pronta para isso?

Maria Alice respirou fundo, sentindo o coração acelerar, mas, sem hesitar, respondeu:

— Sim. Não vou me arrepender.

Com um sorriso quase imperceptível, ele perguntou:

— Tem seus documentos?

Maria Alice abriu a bolsa e mostrou:

— Tenho tudo aqui. Podemos ir ao cartório agora.

O homem deu um leve aceno ao assistente, que, resignado, começou a fazer as ligações necessárias. Enquanto isso, ele estendeu a mão para Maria Alice, ajudando-a a se levantar.

— Meu nome é Armando Walton — disse ele, com uma intensidade que fez o coração dela disparar.

Maria Alice apertou sua mão, sentindo que acabara de selar um destino inesperado.

— Eu sou Maria Alice Crippa.

E assim, sem olhar para trás, os dois seguiram para o cartório, dando início a uma história que nenhum dos dois imaginava onde os levaria.

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