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Entre Sombras e Cristais

Cap 1 e 2

**Sinopse:**  

Lucca Moretti, um temido e respeitado capo da máfia italiana, comanda seu império com mãos firmes e olhos vigilantes. Alto, imponente, com olhos verdes que refletem sua frieza e cabelos negros como a noite, ele é um homem acostumado a dominar. Quando a jovem e delicada Anna Rossi, uma balconista humilde de 1,65m, cabelos negros e olhos azuis claros, é entregue a ele como pagamento das dívidas de seu pai, Lucca se vê diante de um novo desafio. A jovem desperta nele sentimentos que ele jamais experimentou. Ao mesmo tempo, Anna, perdida entre o medo e a atração, descobre que há muito mais em Lucca do que sua fachada implacável revela. Juntos, enfrentarão um inimigo poderoso e inúmeros obstáculos que testarão seus limites. Com a ajuda de leais subordinados e a inesperada amizade de Sofia, a irmã de Lucca, eles lutarão para sobreviver em um mundo onde amor e perigo caminham lado a lado.

 

### Capítulo 1: *O Encontro*

Anna tremia ao ser levada para a imponente mansão dos Moretti. As paredes de mármore refletiam a grandiosidade e o poder da família. "Como fui parar aqui?", pensava, seus olhos azuis examinando cada detalhe, enquanto o homem que a conduzia permanecia em silêncio. Quando finalmente chegaram ao escritório, a porta se abriu lentamente, revelando Lucca Moretti.

Ele estava de pé ao lado de uma janela, sua figura alta e imponente destacando-se na penumbra do ambiente. Os olhos verdes fixaram-se em Anna com uma intensidade que fez seu coração disparar. "Esta é a garota, senhor", anunciou o capanga.

Lucca permaneceu em silêncio por alguns instantes, avaliando a jovem. "Deixe-nos", ordenou finalmente, e o capanga saiu, fechando a porta atrás de si.

Anna se sentiu pequena diante daquele homem. "Meu pai... ele... ele..." As palavras fugiam enquanto tentava explicar sua presença ali.

"Seu pai a entregou a mim", Lucca completou, sua voz grave preenchendo o silêncio. "Em troca das dívidas que ele nunca poderia pagar."

Anna baixou os olhos, a vergonha e a humilhação invadindo-a. "Eu não escolhi isso", murmurou.

"Eu sei", respondeu ele, sua voz suavizando-se um pouco. "Mas agora você está aqui. E sob a minha proteção."

Ele se aproximou, e Anna notou como seus movimentos eram calculados, quase felinos. "Você tem medo de mim, Anna?"

Ela ergueu os olhos, surpresa por ele saber seu nome. "Eu... não sei o que esperar de você."

Lucca inclinou a cabeça, como se ponderasse suas palavras. "Não precisa temer. Nada acontecerá com você aqui. Mas também deve entender que, a partir de agora, sua vida mudou para sempre."

Anna sentiu um calafrio percorrer sua espinha. "E o que você espera de mim?", perguntou, sua voz trêmula.

"Lealdade", ele respondeu sem hesitar. "Aqui, a lealdade é tudo. Se você for leal a mim, estarei ao seu lado. Se me trair, bem..." Seus olhos brilharam com algo que ela não conseguiu decifrar. "Não quero que descubra o que acontece com quem me trai."

Anna assentiu lentamente, sentindo-se presa em uma teia que ela não conseguia escapar. Mas, ao mesmo tempo, havia algo em Lucca que a intrigava, algo que a fazia querer entender aquele homem frio e enigmático.

"Venha", disse ele, estendendo a mão. "Vou lhe mostrar seu novo lar."

Relutante, Anna aceitou a mão dele, sentindo o calor inesperado que emanava do toque de Lucca. Enquanto a conduzia pela mansão, ela não pôde deixar de pensar no que o futuro lhe reservava. 

 

### Capítulo 2: *O Início da Convivência*

Os primeiros dias na mansão dos Moretti foram um misto de confusão e adaptação para Anna. Ela mal via Lucca, que estava sempre envolvido em reuniões e negócios, mas a presença dele era palpável em todos os cantos.

Uma tarde, enquanto explorava os jardins, Anna foi abordada por uma jovem de cabelos negros e olhos verdes, a cópia feminina de Lucca. "Você deve ser a Anna", disse a jovem, com um sorriso acolhedor.

"Sim", respondeu Anna, surpresa com a gentileza da outra.

"Sou Sofia, irmã do Lucca. Fiquei sabendo sobre você e decidi vir conhecer a garota que tem feito meu irmão passar tanto tempo trancado em seu escritório."

Anna corou, sem saber o que responder. "Ele... está ocupado."

"Lucca sempre está ocupado", riu Sofia, balançando a cabeça. "Mas não se preocupe. Ele é duro, mas justo. E, se precisar de alguma coisa, estarei por perto."

Essa amizade inesperada trouxe um pouco de luz aos dias de Anna, mas, ao mesmo tempo, fez crescer sua curiosidade sobre Lucca. Ela queria entendê-lo, queria descobrir o que havia por trás daquela fachada impenetrável. E, com o passar do tempo, percebeu que Lucca também começava a olhar para ela de forma diferente.

O inimigo que se escondia nas sombras, entretanto, estava prestes a se revelar, trazendo com ele perigos que testariam a confiança e a lealdade de todos.

Primeiras Descobertas

Anna caminhava pelos corredores da mansão, tentando se familiarizar com aquele novo mundo. Cada detalhe era luxuoso, mas também carregava um peso, como se a opulência fosse um lembrete constante do poder e da ameaça que cercavam a família Moretti.

Ela parou em frente a uma porta entreaberta, de onde vinha o som de vozes abafadas. Reconheceu imediatamente a voz de Lucca, grave e autoritária. Por um instante, hesitou em escutar, mas a curiosidade foi mais forte. Aproximou-se silenciosamente.

"Ele está se aproximando", dizia Lucca. "O inimigo sabe que estamos vulneráveis agora."

"Mas ele não esperava que você trouxesse Anna para cá", respondeu um homem que Anna não reconheceu. "Isso pode mudar o jogo."

Anna sentiu um frio na espinha ao perceber que estavam falando dela. O que ela poderia ter a ver com o inimigo de Lucca?

"A presença dela é um risco," Lucca continuou. "Mas é um risco calculado. Eu vou protegê-la, não importa o custo."

Anna deu um passo para trás, o coração batendo acelerado. Antes que pudesse se afastar, a porta se abriu completamente e ela se viu cara a cara com Lucca. Seus olhos verdes, antes duros, suavizaram por um breve momento ao vê-la.

"Anna," ele disse, a voz agora mais baixa, mas ainda carregada de autoridade. "Venha aqui."

Ela hesitou, mas finalmente obedeceu, entrando no escritório. O homem que estava com Lucca a observou por um instante antes de se retirar discretamente, deixando os dois a sós.

"Eu... desculpe, não queria ouvir...", começou Anna, sentindo o rosto corar.

Lucca levantou uma sobrancelha, dando um leve sorriso de canto. "Mas você ouviu."

"Sim," admitiu, olhando para o chão.

Ele caminhou até ela, parando a poucos centímetros. "Sabe, Anna, neste mundo, a informação é poder. E às vezes, ouvir as coisas certas na hora certa pode salvar sua vida."

Ela ergueu os olhos para ele, surpresa com a proximidade. "Mas eu... eu não entendo. Por que minha presença aqui é importante?"

Lucca a observou por um longo momento antes de responder. "Porque você é diferente de todos que conheço. Você é inocente, não faz parte desse mundo. E isso é algo que meu inimigo não pode prever ou controlar."

"Então eu sou uma peça em seu jogo?", perguntou Anna, um pouco mais corajosa.

Lucca deu um pequeno sorriso, mas não respondeu diretamente. "Você é mais do que isso, Anna. Mas também é verdade que sua presença aqui complicou as coisas. Agora, preciso garantir que você esteja segura."

Anna sentiu-se ainda mais confusa. "E por que se importa? Por que não simplesmente me manda embora?"

Lucca suspirou, como se lutasse contra seus próprios pensamentos. "Porque algo em você me faz querer lutar para proteger o que é bom... o que ainda é puro neste mundo sombrio."

O silêncio entre os dois se prolongou. Anna sentiu uma estranha mistura de medo e curiosidade crescendo dentro dela. "E quanto ao inimigo?", perguntou suavemente.

"Ele vai tentar nos atingir através de qualquer fraqueza que encontrar", disse Lucca, com os olhos fixos nos dela. "E você, Anna, é minha maior fraqueza agora."

Ela ofegou, surpresa com a confissão. "Eu... não sabia."

"Mas agora sabe", ele respondeu, a mão deslizando para o queixo dela, levantando-o suavemente para que seus olhos se encontrassem de novo. "E por isso, você precisa confiar em mim. Eu vou te proteger, mas você deve prometer que nunca tentará fugir ou se colocar em perigo. Pode fazer isso?"

Anna sentiu o calor da mão de Lucca e, por um momento, esqueceu-se de onde estava. "Sim", respondeu, quase em um sussurro. "Eu prometo."

Ele sorriu levemente, um sorriso que, embora pequeno, iluminou o rosto que ela costumava achar tão frio. "Boa menina," ele disse, soltando seu queixo lentamente. "Agora, vá descansar. Tenho algumas coisas para resolver."

Ela acenou com a cabeça e se afastou, sentindo o olhar dele em suas costas enquanto saía do escritório. Com o coração ainda acelerado, Anna subiu as escadas em direção ao quarto que agora era seu, pensando em tudo o que tinha ouvido. Algo profundo dentro dela estava mudando, e, pela primeira vez desde que chegara àquela mansão, Anna se perguntou se aquela nova vida poderia ser mais do que uma prisão dourada.

Um Jantar Inesquecível

Naquela noite, Sofia insistiu para que Anna jantasse com ela e Lucca. Embora relutante, Anna não queria ofender Sofia, que tinha sido tão gentil com ela desde sua chegada. Quando entrou na sala de jantar, ficou impressionada com a elegância do lugar, mas foi o olhar de Lucca que mais a perturbou.

"Anna, venha se sentar aqui", disse Sofia, apontando para a cadeira ao lado dela, bem em frente a Lucca.

Lucca ergueu os olhos do prato e olhou diretamente para Anna, seu olhar penetrante, mas não ameaçador. Ela sentiu as bochechas corarem e tentou desviar o olhar, mas era como se algo a obrigasse a encará-lo.

"Como foi seu dia, Anna?" Sofia perguntou, cortando o silêncio que ameaçava se instalar.

"Foi... foi bom, obrigada," respondeu Anna, com um sorriso tímido. "Explorei um pouco a casa."

"Espero que tenha encontrado algo que goste," disse Lucca, sua voz suave, mas com um tom de interesse genuíno.

"É tudo tão... diferente do que estou acostumada," admitiu Anna, sem saber se deveria ser tão honesta.

"Com o tempo, você vai se adaptar," Sofia assegurou. "E, se precisar de algo, eu estarei aqui para ajudar."

"Obrigada, Sofia," Anna respondeu, sentindo-se grata pela presença dela.

O jantar continuou, e Anna começou a relaxar. A conversa fluiu entre Sofia e Lucca, mas sempre que ela dizia algo, Lucca prestava atenção completa, o que a deixava nervosa e, ao mesmo tempo, lisonjeada.

Depois do jantar, Sofia sugeriu que fossem para o jardim. "A noite está linda, e as flores estão especialmente perfumadas."

Anna concordou, sentindo que um pouco de ar fresco faria bem. Lucca, por outro lado, olhou para ela com um brilho nos olhos que a fez estremecer. "Eu vou me juntar a vocês em breve," disse ele, sem tirar os olhos de Anna.

No jardim, sob o céu estrelado, Sofia e Anna conversaram sobre coisas triviais, mas Anna não conseguia deixar de pensar em Lucca. Havia algo nele que a atraía de uma maneira que ela não conseguia explicar, algo mais profundo do que apenas medo ou respeito.

"Lucca parece gostar de você," comentou Sofia de repente, com um sorriso travesso.

Anna se assustou, corando instantaneamente. "O quê? Não... ele é apenas..."

"Meu irmão não é fácil de entender," interrompeu Sofia. "Ele construiu muros ao seu redor, mas você... de alguma forma, você está conseguindo derrubá-los."

"Eu não sei o que pensar," Anna confessou, olhando para o céu estrelado. "Tudo isso é tão novo para mim."

"Eu sei," disse Sofia, colocando uma mão gentil no ombro de Anna. "Mas, se há alguém em quem você pode confiar, esse alguém é Lucca. Ele pode parecer frio, mas é leal até o fim. E se ele decidiu proteger você, ele fará isso, não importa o que aconteça."

Anna assentiu, mas uma parte dela ainda se sentia insegura. O que Sofia disse era reconfortante, mas também perturbador. Ela sentia que algo grande estava para acontecer, algo que mudaria sua vida para sempre.

Quando Lucca finalmente se juntou a elas, o silêncio caiu entre os três. Ele se posicionou ao lado de Anna, tão próximo que ela podia sentir o calor do corpo dele. "Sofia," disse ele, "acho que está na hora de Anna descansar. Ela teve um longo dia."

"Claro, Lucca," respondeu Sofia com um sorriso compreensivo. "Vamos, Anna, eu a acompanharei até seu quarto."

Enquanto caminhavam de volta para a casa, Anna sentiu que os olhos de Lucca não a deixaram por um segundo. E, quando chegou ao quarto e se preparava para dormir, uma sensação estranha tomou conta dela. Pela primeira vez desde que chegou à mansão, ela não se sentia mais uma prisioneira. Sentia-se... protegida.

 

**Próximo Capítulo:** O inimigo começa a se revelar, trazendo perigos inesperados que testarão a confiança e o vínculo crescente entre Anna e Lucca.

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