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O Delinquente e a Presidente do Conselho Se Odeiam?

Capítulo 1: Uma garota irritante.

Em um dia de Sol, eu acordei com muita pressa, afinal eu estava atrasado para escola, por algum motivo eu sempre faço isso, eu tento acordar na hora, mas eu não quero sair da cama.

Eu levantei da cama e me vesti, logo quando eu saí do meu quarto eu corri pro banheiro, sinceramente eu não gosto de tomar banho de manhã, algumas pessoas gostam, mas eu não vejo o porquê.

Eu apenas escovei os dentes e arrumei o meu cabelo, o cabelo é a parte mais importante do seu visual, ainda mais quando a sua escola tem um uniforme. Depois disso eu vesti o meu uniforme e fui tomar café com a minha família, no caso a minha irmã e o meu avô.

O café era pão com ovo, sinceramente eu não fiquei muito animado, não que eu não goste de ovo, só não é a minha comida favorita. O meu avô lia o seu jornal como sempre, toda a manhã ele lê o jornal e fica tão concentrado que nem lembra que a gente existe.

Ou talvez ele só não quisesse conversar mesmo. A minha irmã cozinha pra nós, uma comida deliciosa eu devo dizer, ela fica no celular o tempo inteiro. Pra falar a verdade, ninguém se falava durante as refeições, mas todos nós curtíamos a companhia um do outro, é o que eu acho pelo menos.

Depois de um café da manhã silencioso, eu e a minha irmã íamos para a escola, detalhe, eu sou o mais velho. Nós estudamos no mesmo horário, então sempre vamos juntos. Nosso avô apenas dá um tchau e nós vamos juntos.

Ela é uma garota de quinze anos, por causa disso ela sempre manda eu não ficar perto dela na escola, fase rebelde eu acho. Mas é exatamente nessa idade que os garotos vão começar a ir pra cima, por causa disso eu não saio do lado dela.

Eu não me importo de ela namorar, mas eu quero estar perto para garantir que não seja um idiota a pessoa que ela escolher. No caminho da escola a gente não se fala muito, nós normalmente não nos falamos na escola também.

Mesmo que a gente não se fale muito, a gente se dá bem, acho que a gente só não se fala tanto por causa dos nossos grupos de amigos. Logo quando a gente chega na escola a gente se despede e cada um segue seu caminho.

Nossos grupos de amigos são diferentes, então isso é normal, ela é uma garota meio popular, não do tipo meninas malvadas. Já eu sou um guerreiro errante, ou pelo menos é assim que eu me sinto haha.

Eu tenho meu próprio grupo de amigos, com quem eu zou todos os dias, não somos exatamente um exemplo de maturidade, não que isso importe.

Eu e meus amigos vamos até a sala de aula, eu não entendo a maior parte, mesmo que eu preste atenção de vez enquanto, a maioria das coisas entra por um ouvido e sai pelo outro. Eu tento me manter acordado nas aulas, mesmo que eu as ache uma perda de tempo.

Depois das aulas chega o intervalo/recreio, a melhor parte da escola, eu sempre espero o recreio chegar pra curtir com meus amigos. Durante o recreio a gente fica fazendo piadas e nos divertindo, como sempre.

Mas nesse ano, uma garota apareceu pra acabar com a minha alegria, chamada Alya. Ela é até bonitinha, mas é meio estranha, junto dela, entrou a irmã, a Aurora, uma menina alta, de cabelos prateados e aparentemente comportada, o sonho de qualquer garoto.

Mesmo com uma irmã quase perfeita, ela não parecia se importar com as aparências. Ela não é muito diferente da irmã, só que ela é baixinha e tem um cabelo curto, já a Aurora tem cabelo que vai até as costas.

A Aurora é a estrala do clube de teatro, já a Alya é a presidente do conselho estudantil. Normalmente a gente não se fala, acontece que a nossa escola é cheia de uns folgados, por causa disso ela tem muito trabalho.

Eu e meus amigos somos bons de briga, então quando vemos em sendo idiota a gente dá uma lição neles, eu acho que nós somos delinquentes, que sabe, né?

Deixando claro, a gente não briga na escola pra não dar problemas pros professores e nunca batemos em pessoas boas, só em idiotas que bancam os valentões, nós sempre damos a chance de eles se desculparem. Fazemos isso pra que eles não atrapalhem a nossa escola.

Eu e meus amigos no recreio, nós ficamos de bobeira nos degraus da escada todos os dias, no nosso canto. Mas um dia, em uma segunda feira de verão, eu estava na escola durante o recreio, eu tive que ir ao banheiro, eu sozinho obviamente, no caminho até lá eu vi que os membros do conselho pareciam estar procurando alguém, mas eu não dei impotência.

Depois que eu fui lá e fiz o que tinha que fazer, eu ia voltar até os meus amigos, mas do nada uma voz feminina me chamou:

- Ei! Finn da turma 2°B.

Eu me viro e vejo que quem me chamou é a presidente do conselho, é bem fácil reconhecer ela, uma garota baixinha com um cabelo prateado, ela tá sempre usando a braçadeira do conselho.

Continua...

Capítulo 2: Ficar depois da aula.

Lembrando que essa é a primeira interação entre mim e a presidente do conselho:

- Ah, tá falando comigo?

- Se não fosse com você, por que eu chamaria seu nome?

Eu já comecei a ficar irritado:

- Hum, ok, o que você quer comigo?

- Eu fiquei sabendo da briga entre os seus amigos e o pessoal do terceiro ano no último sábado.

- Tá, E daí?

Ela me entrega um papel:

- Aqui está sua advertência, como punição, vai ficar depois da aula para limpar a sala de aula.

- Hã? Isso não é justo, nós só brigamos com aqueles caras porque eles estavam tirando o dinheiro das pessoas no intervalo das aulas, sem falar que isso nem foi na escola.

Eu não entendo por que isso acontece, nós só demos uma lição em um bando de valentões folgados que roubavam o dinheiro dos mais novos, eu e meus amigos temos a política de dar uma lição em todos os folgados e desde que a gente começou com isso o número de valentões caiu muito na escola.

Sem dizer nada, ela se aproximou e ficou bem perto do meu rosto, ela me olhou bem nos olhos, sem nem ficar tímida, ela é uma garota estranha. Então ela disse:

- Eu já ouvi histórias sobre você e seus amigos, por mais que eu respeite sua intenção, saiba que comigo aqui essa escola, não precisamos mais de justiceiros baratos.

Ela disse isso e foi embora, me deixando lá, quase explodindo de raiva. Eu fiquei esbravejando por uns cinco minutos antes de voltar para os meus amigos, eles estavam sentados nos degraus da escada.

Quando eu voltei, devia estar obvio que eu estava bravo, por que na hora eles me zoaram, perguntando se alguém tinha passado a mão em mim no banheiro pra eu estar tão irritado. Como eu não tava a fim de conversa ninguém falou mais nada.

No meu grupo de amigos, contando comigo tem cinco caras, Jonny é o briguento, Luke é o calmo, Ethan é o idiota, sem ofensa, o Mike, o mais alto do grupo e também o meu melhor amigo. Tirando o Jonny e o Ethan, todos ali são meus amigos de infância.

Na hora que eles perceberam que eu não tava no clima pra brincadeiras eles perceberam que tô meio chateado, afinal eles sabem que tem vezes que eu fico estressado, então eles tentam não piorar as coisas:

- Aconteceu alguma coisa Finn? - perguntou o Luke, ele é tão carinhoso.

- Nada não, eu só acabei de levar uma advertência e vou ser obrigado a ficar depois da aula para limpar a sala por causa da nossa briga sábado passado.

- Por causa da briga com os idiotas do terceirão? Qual é? A gente nem tava na escola nesse dia – disse o Jonny.

- Isso é coisa da nova presidente, a Alya – disse o Mike.

- É, desde que ela entrou ela tem sido um porre, ela é muito certinha e quer isso de todo mundo, tomem cuidado, talvez ela de uma advertência pra vocês também – eu disse.

- Se ela fosse mais parecida com a irmã, a Aurora, ela é a mais gata da escola, ela refinada, educada... – disse o Mike, toda vez que ele fala da Aurora ele começa a sonhar acordado, nem preciso dizer que ele gosta dela.

Na hora já começaram a zoar ele, o Ethan como sempre é o primeiro:

- Não viaja Mike, você tem tanta chance com a Aurora quanto eu tenho com Taylor Swift.

- Não enche o saco gordão! Pelo menos eu sou bonito, diferente de você.

- Você bonito? Bateu a cabeça hoje de manhã? E quem você chamou gordão em o poste?!

Essas brigas deles acontecem quase todo dia, eu, o Luke e Ethan só ficamos de fora rindo, toda essa festa deles tirou a minha raiva, mesmo comigo ainda estando meio irritado.

Mas logo agora que eu estava começando a me acalmar, um cara enorme entra no meio da nossa roda, a gente não conhece ele, mas eu percebo que ele está usando uma braçadeira do conselho estudantil. Vindo de trás de nós, no topo da escada uma voz que eu já tinha ouvido hoje disse:

- Vocês estão atrapalhando as pessoas que passam pela escada sentados nos degraus desse jeito, podem sair – é a presidente do conselho, de novo.

- Como assim? A gente tá aqui no canto da escada, não estamos atrapalhando ninguém - disse, ou melhor, quase gritou o Jonny.

- Sentar na escada já é errado por si só, se levantem e vão pra outro lugar.

Ela disse isso sem nem mudar a cara de paisagem dela, o Jonny, sendo o mais briguento do grupo, quase ficou espumando pela boca de raiva, mas ao mesmo tempo a gente sabia que ela não estava errada. É contra nossa política brigar quando nós que estamos errados.

Então sem dizer nada a gente se levantou e foi embora, na hora que nós passamos do lado da presidente ela disse:

- E Finn, lembrando que você tem que ficar depois da aula pra limpar a sala.

Não é possível! Ela disse isso só pra me irritar, eu engoli a minha raiva e nós fomos procurar uma mesa vaga no refeitório pra gente ficar, mas o sinal tocou, como uma trombeta do apocalipse, indicando que nós tínhamos que voltar para a sala.

A contragosto, nós voltamos para as nossas salas de aula, eu e o Mike somos da mesma sala, a 2°B, o Jonny e o Luke são da turma 2°C, já o Edson é mais velho, ele é do 3°B.

Junto com o Mike, voltei pra sala de aula, nós ficamos lá atrás no canto da sala, sentamos um do lado do outro, agora é a aula de história, o professor é o Liam, é um cara legal, por isso eu faço um esforço pra prestar a atenção na aula dele.

A aula continua normalmente, o professor sabe que a matéria dele não é tão divertida, então ele sempre dá a aula de um jeito divertido e sempre faz alguma pergunta pra alguém aleatório durante a aula, tentando deixar ela mais interativa.

Enquanto eu tentava prestar atenção na aula, o Mike ficava encarando a Aurora, ela é da mesma sala que a gente, mas do lado dela fica a irmã dela, a presidente. Eu tava tentando não pensar nela, porque se pensasse eu ia ficar irritado de novo.

As aulas continuaram até dar as 16 horas, hora de ir embora, normalmente o som do sinal é libertador, mas hoje ele só serviu pra me lembrar que eu tenho que limpara a sala hoje, saco.

A minha irmã, a Helen, fica me esperando no portão, pra gente ir pra casa junto, mesmo que não pareça, eu sei que ela me ama haha. Mas como hoje eu vou ter que ficar depois da aula, eu fui até a saída pra avisar que hoje ela vai ter que ir sozinha.

Quando eu cheguei lá, ela já estava no portão me esperando, junto dela estavam umas duas garotas, as amigas dela, a Mai e Mia, elas são gêmeas idênticas, eu acho os nomes delas engraçados:

- Ei, Helen.

- Irmão? Você foi rápido hoje, normalmente você demora mais.

- Oi irmão da Helen – disse a Mia.

- Qual é? Me chama pelo nome, você me conhece faz tempo.

- Desculpa irmão da Helen, eu esqueci o seu nome haha.

- Mia, não seja mal-educada – disse a Mai.

- De boa Mai, eu levo na esportiva.

- Então vamos pra casa irmão, elas vão vir junto tá.

- Sobre isso, hoje não vai dar, eu levei uma advertência e vou ter que ficar depois da aula, foi mal.

Eu tiro do bolço a advertência e mostro pra ela, automaticamente ela fica com uma cara de brava e olha pra mim, eu gelo na hora:

- Tudo isso porque você tava brigando de novo, se você se comportasse não estaria nessa.

- Ahhh, não fica brava comigo, eu não suporto quando você tá brava comigo.

- Hum, já que é assim eu e as meninas vamos pra casa, não se preocupe em voltar.

- Ok irmãzinha, snif, snif.

Ela vira as costas pra mim e começa ir embora, mesmo parecendo tão calminha, ela pode ser muito emotiva as vezes, ela ficou brava mais por eu ter brigado do que por não acompanhar ela:

- Quem sabe agora que a Alya virou presidente, você para com esse negócio de brigar – disse a Helen enquanto se distânciava de mim, mal sabe ela que eu só tô de castigo por culpa da Alya.

- Tchau irmão da Helen.

- Ok, ok, tchau irmã da Mai.

Elas se foram embora e eu fiquei lá olhando elas antes de voltar pra sala de aula, vindo por trás de mim, alguém se aproximou e colocou a mão no meu ombro, é o Luke:

- E aí Finn, se despedindo da sua irmã?

- É né, fazer o que? Eu tô de castigo.

- Se quiser eu posso acompanhar ela até em casa por você.

- Nem pense nisso.

- Oxi, qual foi? Não confia em mim?

- Eu confio os meus games a você, minha irmã já é outra coisa.

- Tsk.

Sem dizer mais nada, ele vai embora, me deixando sozinho novamente, eu tenho uma forte intuição na minha mente de que o Luke tem uma queda pela minha irmã. Não é que eu ache ele um cara ruim, mas tenho que proteger a minha irmã.

Quando eu já ia voltar pra sala, o Mike apareceu pra se despedir de mim, ele tava no banheiro. A gente se despediu e então eu fui voltar pra sala de aula. Eu entrei no prédio e fui até a sala, na frente dela tinha o zelador me esperando, provavelmente ele veio checar o meu trabalho.

Ele é o zelador da escola, o John, mas ele insiste em ser chamado senhor John, eu acho ele um cara chato. Eu o cumprimento, ele me entrega a chave da sala e do armário de vassouras, ele diz pra eu devolver pra ele depois que acabar:

- Aproposito Finn, tem uma garota aí dentro te esperando.

- Garota?

- Eu não sei o que há entre vocês, mas se quiserem fazer alguma coisa, façam fora da escola.

- Ok, ok.

Ele vai embora e eu fico tentando imaginar quem está dentro da sala me esperando, como o zelador disse que é uma garota eu pensei que talvez fosse alguém que quisesse se confessar pra mim.

A ideia me deixou animado, mas na hora eu percebi que provavelmente não era isso, até porque só tinha uma garota que sabia que eu ia ficar depois da aula nesse dia.

Continua...

Capítulo 3: A presidente.

Logo eu abro a porta e lá está ela, a presidente, ela está em pé, na frente da sala com os braços cruzados. Infelizmente, eu acertei no palpite. Sem dizer nada, eu vou até o armário de vassouras que fica fora da sala, pego o que vou precisar pra limpar a sala e volta pra lá.

Quando volto a presidente ainda está na mesma pose de quando eu saí, eu começo a limpar a sala e ela fica lá, que nem uma estátua me encarando, por um tempo eu pensei que ela tinha vindo me ajudar, mas aparentemente ela veio pra em assistir limpar.

Depois de mais ou menos uma hora, eu já tinha acabado e a presidente ainda estava me encarando na frente da sala. Como ela não dizia nada, eu decidi perguntar:

- Ei, por que você tá aí que nem uma estátua me encarando? Tá começando a dar medo.

Ela franziu um pouco as sobrancelhas e me encarou:

- Eu só queria me certificar que você limparia a sala direito, afinal você parece achar que está acima das leis da escola.

- Isso ainda é por causa da briga.

- Mais ou menos, acontece que eu quero que você saiba que suas ações não serão mais toleradas com tanta conivência.

- Você está usando palavras difíceis pra tentar me fazer parecer burro, só pra constar, nós nunca brigamos na escola, sempre que brigamos temos um motivo, fazemos com que os idiotas saibam o seu lugar, não somos justiceiros barartos, somos pessoas normais que fazem o que tem que ser feito.

Ela me encara, ainda com uma cara de paisagem, ela vai até a janela e se senta nela, eu acho que ela tava tentando fazer pose:

- Escuta aqui o rebelde sem causa, as pessoas toleravam as suas ações porque você era a única alternativa que elas tinham, ou elas deixavam você fazer o que quiser ou os valentões as atacavam, mas agora elas têm outra opção, eu.

- Hum, palavras muito grandes pra uma pessoa tão pequena.

As minhas palavras parecem pegar em um ponto sensível, talvez ela tenha algum complexo com a altura. Ela desse da janela e vai até mim, ficando de frente comigo:

- Você disse que é uma pessoa normal que faz o que tem que ser feito, acontece que nessa escola, eu é que faço o que tem que ser feito.

Que baixinha atrevida. Eu a encaro por um tempo e então ela pega a mochila dela e vai embora da sala, tive que usar toda a minha força pra não xingar ela. Não é a primeira vez que alguém vai contra o que eu faço, é normal que as pessoas não vejam com bons, mas a presidente é a primeira pessoa que bate de frente comigo assim.

Depois de me acalmar um pouco eu pego a minha mochila e vou atrás do zelador pra devolver as chaves dele. Ele tava do lado de trás da escola fumando, já que não é permitido fumar dentro da escola.

Eu só devolvo as chaves pra ele e vou embora, no cominho até a saída eu fico revendo na minha cabeça tudo que aconteceu com a presidente até agora.

Uma vez me disseram que quando uma garota implica muito com você, significa que ela gosta de você, mas eu duvido esse seja o caso. Ela é uma garota antissocial, mesmo que ela seja bonita, normalmente as pessoas não se aproximam dela, com razão.

Quando eu chego na parte da frente da escola, eu vejo um guarda-chuva no chão, um daqueles portáteis que dobram. Eu o pego e vejo que nele está escrito “Alya Yuki”.

Droga, é da presidente, deve ter caído da mochila dela sem ela perceber, mesmo não gostando dela, eu decido devolver. Não faz muito tempo que ela foi embora, então não deve estar longe, eu já vi ela e a irmã indo pra casa, então tenho uma vaga ideia de pra onde ela foi.

Como não quero perder muito tempo, eu corro pra ver se alcanço ela, eu corro até final da rua e faço uma curva perto de uma padaria, a partir daqui eu já não faço ideia de pra onde ela pode ter ido.

Eu ando até o final da rua, acaba dando em um parque que fica perto da escola, ele tem quadras de esportes e umas rampas pra skate, é um lugar bem legal. Quando eu olho em volta pra ver se ela está por ali, eu consigo ver ela ao longe com alguns caras altos, acho que são outros membros do conselho, o conselho estudantil é cheio de caras altos.

Eu disparo pra alcançar ela, eles acabam não me vendo chegando, quando eu já estava a mais ou menos uns vinte metros deles e eu ia gritar o nome dela:

- Você se acha grande coisa, né nanica?

Esse comentário vem do cara mais parrudo do grupo, são uns cinco caras ao todo. Na hora eu travei de surpresa, eu fiquei quietinho pra eles não me perceberem e me escondi atrás de um arbusto, afinal eu queria ver o que ia acontecer, pra saber se eu ia ter que intervir ou não:

- Você fica lá na escola se achando só porque é a presidente, você nos deu uma advertência por nada.

- Eu não diria que ameaçar os alunos do primeiro ano não é nada.

A presidente não parece estar com medo deles, mantendo a postura dela com os braços cruzados, corajosa, tenho que admitir.

Quando eu olho com mais atenção, eu consigno reconhecer eles, são um grupo de idiotas do terceiro ano que ficam intimidando os calouros e obrigando eles a comprar coisas pra eles, uns bostas pra resumir:

- Quem liga? Na escola você fica se achando, mas aqui fora você está sozinha.

Parece que eles querem bater nela, eu sabia que eles eram baixos, mas não nesse nível. Eu serro os meus punhos, me preparando pra ir ali dar uma surra neles, posso estar em menor número, mas duvido que eu vá perder:

- Tem razão, eu estou sozinha, mas isso não faz diferença.

- A é? O seu anão de jardim.

O grandão coloca a mão na cabeça dela, mas na hora que ele faz isso, ela dá um soco super-rápido na garganta dele. O cara caí no chão agonizando e segurando a garganta, a presidente nem mexeu os pés, ela disse enquanto olhava pra ele no chão com um ar de superioridade:

- Não toque no meu cabelo.

Muito foda, eu fiquei em choque, uma garota daquele tamanho fez um gigante cair no chão com um golpe.

Os outros lixos se assustaram, mas foram pra cima mesmo assim. O primeiro tentou dar um soco nela, mas ela se esquivou e deu um chute na cara dele, mais especificamente no queixo, ele desmaiou na hora.

Um dos caras tentou dar um mata-leão nela por trás, mas na hora ela se abaixou e chutou a lateral no joelho dele, jogando ele no chão. Os outros dois foram pra cima dela juntos, os dois foram dar um soco nela pela frente, mas ela deu pulo pra cima e chutou a cara deles.

No final todos eles estavam no chão e ela de pé, parecendo a própria Joana d’Arc. Eu tava lá no fundo com o queixo no chão, não dava pra acreditar no quão forte aquela menina era.

O Líder do grupinho, o primeiro cara que ela derrubou, ele levantou e foi atacar ela por trás, ela não viu isso, o cara foi pra cima dela com tudo. Na hora o meu corpo reagiu, eu corri até eles e cheguei dando uma voadora nele.

Ele caiu com tudo no chão, sorte a dele que tem grama pra amortecer a queda, a presidente me olhou com uma cara de surpresa, eu achei engraçado. A surpresa dela durou pouco, ela voltou a olhar pros caras caídos, os que não estavam desmaiados se levantaram e começaram a encarar a gente:

- Ainda querem continuar? – disse a presidente, essa baixinha é fogo.

Os caras ficaram com uma cara de taxo, eles não tinham mais coragem de ir pra cima, ainda mais agora que cheguei, eu sou bem conhecido na região por bater em valentões.

Os três que se levantaram pegaram os dois que estavam desmaiados, o que a presidente deu um chute no queixo e o líder que eu dei uma voadora. Eles pagaram os dois e foram embora, me deixando sozinho com a presidente, na hora ela me encarou, eu pensei que ela ia me agradecer, mas aí ela disse:

- O que eu te falei sobre brigar?

- Hã?

- O que eu te falei sobre brigar?

- Sério isso? Eu só quis te ajudar, ele ia te bater!

- Você deve ter visto a briga toda, então me responde, parece mesmo que eu preciso da sua ajuda?

Baixinha mal-agradecida, eu fui ajudar ela e acabo levando um sermão:

- Mas enfim, por que veio atrás de mim Finn?

- Ah, verdade.

Eu tiro o guarda-chuva da bolça:

- Isso aqui é seu, tava na entrada da escola, deve ter caído da sua bolça quando você foi embora.

Estranhamente ela arregala os olhos quando vê o guarda-chuva, ela pega rápido e olha pra ele com uma cara meio esquisita, tipo um misto de tristeza e carinho, eu nunca tinha visto ela sem a expressão de general do exército, então eu fiquei bem surpreso.

Devo admitir que com aquela cara normal, ela ficou muito bonita. Quando ela se recompôs, ela olhou pra mim, com aquela mesma cara de general no exército, então ela disse:

- Obrigada... por me devolver isso, é algo importante pra mim.

- Disponha.

No final ela me agradeceu, eu diria que fui um cavalheiro nessa situação toda, sem falar que eu pude dar uma lição em alguns idiotas, então podemos dizer que eu fiquei bem satisfeito com tudo isso. Ela se despediu e deu meia volta, mas aí eu pensei que talvez aqueles caras pudessem estar na espreita, esperando ela ficar sozinha:

- Ei! Presidente!

Ela se vira e olha pra mim:

- O que acha de eu te acompanhar até em casa, pro caso daqueles caras acabarem voltando.

- Não se preocupe com isso, eu posso me cuidar, mas obrigada mesmo assim.

A resposta dela foi decisiva e educada, por causa disso eu não insisti, mas devo admitir, nem perecia a mesma garota chata de antes. Eu me despedi e me virei para poder ir embora:

- Mas só uma coisa Finn.

- Ah, o que?

- Sobre a briga que você teve agora pouco, eu vou pensar se te dou uma advertência ou não.

- O que?!

- Adeus.

Ela foi embora e eu fique lá com cara taxo, dá pra acreditar? Eu acabei de ajudar ela, mesmo assim ela quer me ferrar. Foi tão chocante que eu nem respondi nada, não dá pra acreditar na cara de pau dela, retiro o que eu disse, no fim eu não fiquei satisfeito com nada.

Depois que eu me recompus eu me apressei em voltar pra casa, depois desse dia, tudo que eu quero fazer é me jogar no sofá e assistir televisão, mas se aquela baixinha me der outra advertência, eu vou pirar.

Continua...

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