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Entre Dois Mafiosos

Apenas um ano...

OLÁ MENINAS E MENINOS, ESTOU DE VOLTA, COM UM NOVO LIVRO!

Mas antes de começarmos, quero pedir paciência a todos, o livro está em andamento, por isso, vai ser atualizado, diariamente. 

Se por um acaso, você não gosta de livros que estão em andamento, e não foram concluídos  ainda, peço com total respeito que guarde ele na sua biblioteca e espere que eu conclua, para ter uma leitura melhor. 

Outra coisa, que venho pedir, é que curtam a historia, sei bem que as vezes estamos lendo e a historia está tão boa que esquecemos de curtir ou comentar, mas isso é importante para nós escritoras, e pro engajamento da historia. 

Se quiserem acompanhar meus trabalhos, me sigam no Insta @EscritoraNami

Capítulo Um

Yulia

...Três anos atrás...

— Por Guadalupe Andrei, não posso assumir nada agora. — Me afasto, frustrada.

— Yulia, sabe que esse é seu destino, foi um dos pedidos mais sérios que seu pai fez a mim. — Ele diz, me olhando com tristeza. Sei o quanto é difícil falar sobre meu pai, ele era uma pessoa incrível para todos ao seu redor, perder ele a oito anos atrás, foi a maior dor da minha vida, ele era a única pessoa para mim. — Ele queria que você assumisse seu lugar.

— Só me dá mais um tempo Andrei, eu vou assumir, mas preciso só de mais um tempo, por favor. — Olho para ele com lágrimas nos olhos.

— Yulia, você terá até seus 24 anos, depois disso, não conversaremos mais sobre isso. — Ele passa as mãos pela cabeça e me encara sério.

— Tudo bem. — Abro um sorriso e corro para abraçá-lo.

Andrei era melhor amigo do meu pai, quase um irmão. Ele prometeu me proteger no leito de morte do meu pai, e cumpria bem essa tarefa. Eu o amava como um tio, como um familiar.

...Atualmente...

Tenho apenas mais um ano para assumir os negócios do meu pai, e até o momento me sinto muito realizada de tudo o que fiz até agora. Estudei, conheci muitos lugares novos, voltei a minha cidade natal — Morélia — conheci parentes da minha falecida mãe, e me aprofundei mais na cultura no México. Por mais que tenha vivido lá com meu pai até os doze anos, tinha muitas coisas que queria descobrir.

Minha mãe morreu no dia em que eu nasci, mesmo assim, a conheço bem demais. Meu pai sempre me falou dela, me mostrou fotos, e eu via em seu olhar o amor que sentia por ela. Tenho certeza que foi bem doloroso para ele perder a mulher que amava.

Meus pais se conheceram no México, quando meu pai foi lá para tirar férias, na época minha mãe trabalhava em restaurante e quando se viram, foi amor à primeira vista.

Eu me pareço muito com minha mãe e isso me deixa feliz, sempre que me olho no espelho, me lembro das histórias contadas pelo meu pai e as fotos, que estão espalhadas pela casa.

Quando meu pai faleceu, descobri coisas sobre a vida dele, que me impactaram muito, mas tive que aceitar tudo, foi nessa época que Andrei surgiu em minha vida, e me ajudou com tudo, me mudei de pais, e conheci a rússia, mais específica a linda Krasnodar, a cidade onde papai nasceu e mantinha todos seus negócios.

Foi um choque quando tive que me mudar, mas por sorte, percebi que meu pai já me preparava para isso antes mesmo de morrer, tive aulas de idiomas desde os meus seis anos, e falava fluentemente cinco línguas. Com nove anos, fazia diversos cursos, de todos os tipos, sempre fui uma garota muito inteligente e de QI alto. E ele sempre falava o quanto se sentia orgulhoso de mim.

Passei oito anos na Rússia, me preparando para o que teria que enfrentar o restante da minha vida. Foram anos difíceis, não foi nada fácil, pensei em desistir diversas vezes, mas Andrei me fez ser forte, então não recuei. Depois que tudo terminou, eu me sentia bem, e agradeci por ter passado por tudo aquilo, mas ainda sim, eu sabia que não era a hora de mudar totalmente para aquele mundo novo, precisava de um tempo para mim, para me divertir, para conhecer lugares e pessoas, sem me preocupar com nada.

Infelizmente, meu tempo estava acabando, por isso decidi vir para os Estados Unidos, morar com meu Tio Papi, irmão da minha mãe, ele mora aqui há vinte anos, e tem uma danceteria mexicana, bem conhecida na região. Já faz um tempo que não venho para cá, a última vez foi quando me enfiei em uma competição de salsa com meu primo Javier, depois disso fui para o México de novo. Rever eles, ia ser maravilhoso, queria também arrumar um emprego comum por um tempo, conhecer pessoas novas. Aqui seria minha última estadia, até voltar para a Rússia.

Caminhei até a pequena casa do meu tio, o jardim perfeitamente montado, com flores lindas e várias decorações que se destacavam. Subi os quatro degraus da casa e parei em frente à porta branca, com a tinta desgastada pelo tempo.

Toquei a campainha e estava ansiosa para ver ele, eu não avisei que viria. Queria fazer uma surpresa para eles.

Alguns minutos se passam e logo um senhor de 50 anos abre a porta e abre um sorriso enorme para mim. — Yulia, minha sobrinha. — Ele me abraçou de imediato e já sei que está chorando, pela voz embargada.

— Papi, que saudades. — Abraço ele e as lágrimas escapam dos meus olhos.

Ele se afasta e segura meus ombros e me olha com carinho. — Você está linda, minha menina.

Papi me pede para entrar e me ajuda com as malas. — Papi, vim morar com você por um tempo, mas se não der, eu alugo um apartamento. — Digo, e ele logo revira os olhos.

— É claro que pode ficar, só vai ter que aguentar Javier te enchendo o saco. — Ele deu risada e eu também. — Aquele menino, só me dá problemas.

Meu primo Javier, era totalmente doido, mas eu o amava, ele era a própria alegria em pessoa. Da última vez que vim aqui, ele tinha acabado de se assumir para Papi, e como já imaginava, meu tio foi super tranquilo com o filho.

Papi me ajudou a ir até o quarto e ficamos conversando por um bom tempo, sobre o México. Ele sentia faltas da sua terra natal, mas sabia que voltar para lá, não seria a mesma coisa. Vários mexicanos vinham para os Estados Unidos, buscando uma vida melhor, mas não era fácil, e graças a Guadalupe, meu tio conseguiu.

A noite chegou e meu tio foi para o Rosa Blanca, seu bar. Decidi ficar em casa e aproveitei para descansar, amanhã tentarei arrumar um emprego, queria trabalhar em uma área nova e diferente das que já tinha me arriscado tentar.

Podem me achar louca por tudo isso, mas depois que esse ano acabar, coisas simples como essas, vão ser totalmente diferentes para mim, não terei mais a liberdade que tenho agora, poderei sim, viajar e desfrutar das melhores coisas, mas ainda sim, tem coisas, que o dinheiro não compra, e são essas que eu procurei em todos esses anos, antes de assumir meu papel.

Me arrumei e deitei na cama confortável, peguei meu notebook e comecei a dar uma olhada em algumas vagas de emprego, fui passando por várias, até que uma de empregada me chamou atenção, era para uma cobertura de dois ricaços, seria interessante.

Peguei meu telefone e pedi para Andrei, criar uma nova identidade para mim e também um currículo com alguma experiência na área. Mandei mensagem pelo numero do anuncio e fui dormir. Espero que dê tudo certo, vou amar toda essa experiência.

Empregada ?

Capítulo Dois

Yulia

Acordei cedo com meu celular tocando, peguei ele em cima da mesinha ao meu lado e abri meu olho com dificuldades. Na tela havia um número desconhecido e achei estranho. Me sentei na cama e atendi, ainda sonolenta.

— Bom dia, senhorita Yulia Torres? — A voz de uma senhora ecoa do outro lado.

— Bom dia, sou eu, quem gostaria? — Falo com a voz um pouco arrastada.

— Acredito que tenha te acordado, peço desculpas, me chamo Rosa Davis, ontem você se candidatou para uma vaga de empregada, e gostaria de conversar com você. — Ela fala, e pulei da cama.

— Claro… Claro, quando podemos nos encontrar?

— Pode ser hoje? Daqui duas horas, vou mandar o endereço por mensagem.

— Tudo bem, até daqui duas horas e muito obrigada. — Falo, animada.

Rosa desliga e fiquei pulando pelo quarto, pego celular de novo e fico boquiaberta pelo endereço, é onde ficam diversos prédios de luxo, os mais caros de Nova York.

Corro para o banheiro e tomo um banho rápido, me visto com uma calça social, salto alto e uma blusa soltinha e pego minha bolsa. Desci as escadas e o cheirinho de café, invadiu meu nariz.

O'Que eu sentia mais falta na minha vida, era dos cafés da manhã em família com meu pai, todas as manhãs eram as mesmas. E agora estar aqui com o Papi, que é uma pessoa super importante na minha vida, é a melhor coisa que poderia ter.

Respirei fundo, tentando esconder toda a tristeza e a saudade que me tomou, apenas por lembranças boas.

Sou guiada pelo cheiro maravilhoso e vejo Papi comendo na mesa junto com Javier. — Buenos Días, família. — Me aproximo da mesa.

Javier se vira rapidamente pra mim, e com um pulo levanta e corre em minha direção, me prendendo em um abraço gostoso. — Yulia, que saudades eu estava.

–- Também senti sua falta, Javier. — Abraço ele com carinho.

Javier me solta e dou um beijo na testa de Papi. — Bom dia sobrinha.

Me sento ao lado de Javier e começamos a conversar animados, falando sobre minha viagem. — Por Guadalupe, vou me atrasar. — Olho para o relógio e me levanto rapidamente.

— Para onde vai Yu? — Javier arqueia a sobrancelha.

— Para uma entrevista em Wall Street. — Falei, correndo para escovar os dentes.

Não ouço o que eles falam, e entro no banheiro para fazer minha higiene, olho e ainda tenho meia hora para chegar lá, chamei um uber e corri para fora, sem nem dar tchau para o Papi e Javier.

Entro no Uber e sinto a ansiedade bater, odeio me atrasar para compromissos, ainda mais uma entrevista, espero conseguir chegar lá a tempo.

O caminho até o prédio era tranquilo, e muito lindo, fiquei observando tudo ao meu redor, as pessoas, os lugares, era diferente de onde estava morando.

O táxi parou na frente de um prédio enorme, olhei no relógio e tinha chegado na hora. Paguei o motorista e corri pra dentro. Verifiquei a mensagem de rosa novamente, fui até a recepção e falei meu nome, me liberaram e eu fui subindo o elevador.

Assim que as portas se abriram, saí dando de cara com um pequeno espaço, apenas com o elevador e uma porta enorme linda, observei bem os detalhes esculpidos na madeira e fiquei sem fôlego. Passei meus dedos pelas leves elevações e nem me dei conta quando a porta abriu. Levei um susto e arrumei minha postura.

Uma senhora apareceu toda sorridente, ela olhou para mim e depois para a porta. — Eu amo essa porta, também fico admirando ela às vezes. — Ela abre um sorriso enorme. — Bom dia Yulia, vamos entrar.

— Bom dia, Senhora Rosa. — Passo por ela e aguardo.

— Vamos conversar na cozinha, e por favor, apenas Rosa. — Ela fala sorridente e vai andando para outro cômodo.

O apartamento é enorme, parece ter dois andares, a decoração é bem básica, apenas preto, cinza e alguns detalhes em madeira escura. Não seria minha principal escolha, mas gosto também de uma decoração mais escura.

Acompanhei Rosa até a cozinha e logo ela indicou que eu me sentasse em um banco ao lado da ilha.

Observei bem a cozinha e não era muito grande, mas confortável, havia a área da pia com o fogão embutido, logo ao lado uma grande geladeira e no meio uma ilha enorme de mármore preto.

— Yulia, estamos precisando de uma empregada, para fazer alguns serviços básicos do dia a dia. — Ela senta e me olha — Apenas eu trabalho aqui todos os dias, eu faço a comida e organizo a cozinha, você ficaria por conta de limpar e organizar os quartos e banheiros, também a sala e o escritório. Recebemos uma vez na semana uma equipe de limpeza mais pesada, por isso, só precisamos manter. Você também vai me ajudar na cozinha quando tiver tempo. Sabe cozinhar?

— Sei sim, fiz um curso de gastronomia, mas também meu pai era muito bom na cozinha e aprendi a cozinhar alguns pratos típicos do país dele e de onde eu nasci também. — Sorri ao me lembrar do meu pai.

— Sério? Que ótimo, mas agora me conta, qual país? — ela fala, animada.

— Nasci no México, e meu pai é Russo, e minha mãe mexicana, sei fazer pratos típicos dos dois países.

— Que maravilha, já quero que faça guacamole pra mim. — Rosa bate palmas e se levanta. — Você começa segunda, vai morar aqui no apartamento, e terá folga no final de semana, se caso for necessário que trabalhe no final de semana, nós entramos em um acordo. O salário é de dois mil dólares por mês, todas as refeições serão feitas aqui, então não precisa se preocupar. Tudo bem pra você? — Arregalo os olhos e abro um sorriso enorme ao ouvir o que ela falou.

— Sim, claro. — digo, animada.

— Ótimo, bem vinda então, nos vemos segunda. — Ela me dá um abraço, e eu dou risada.

Rosa é muito animada, gosto do jeito dela. Vai ser muito bom trabalhar com ela. A única coisa que estranhei é não ser entrevistada pelos donos, mas também não me importa, consegui o emprego e me sinto bem com isso.

Rosa me levou até a porta e logo estava no elevador. Quando saí do prédio, meu telefone tocou.

— Empregada ? Sério isso, Yulia? — A voz de Andrei ecoa no telefone.

— Para de ser chato, só tenho mais um ano quero fazer várias coisas diferentes. — Falei, animada.

— Achei que era viajar, curtir, mas você tá indo trabalhar como empregada, sabe que não precisa disso, você tem uma fortuna gigantesca, que só cresce mais a cada dia. — Andrei fala, e eu reviro os olhos.

— Andrei, é diferente, só quero ser normal, quero experimentar dos dois lados, isso vai até me fazer bem, quando me mudar de vez para a Rússia.

— Só uma coisinha, seus dois novos patrões, são filhos de mafiosos da Itália. Fiz uma boa limpa na sua vida antes de eles investigarem, e não acharem nada sobre quem realmente é, independente disso, cuidado, vou ficar de olho, até você desistir dessa ideia maluca.

Droga!

— Fica tranquilo Andrei, sei bem me cuidar, e nem vou ficar perto deles, então vai ficar tudo bem.

— Eu espero que sim Yulia, te amo, e boa sorte.

— Te amo Andrei, até loguinho.

Dou risada e ouvi ele rindo também.

Andrei se tornou um tio pra mim nesses últimos anos, o amava muito e tinha ele quase como uma figura paterna, nos damos muito bem, tirando quando eu tento fazer essas coisas loucas e ele não gosta.

Volto para casa contente, preciso comemorar e dançar muito com Javier essa noite.

Novo emprego...

Capítulo Três

Yulia

A noite com Javier foi maravilhosa, conheci seu namorado, o Arturo, e me dei super bem com ele. Eu e Javier dançamos a noite toda, e como praxe, chamamos a atenção de todos. Nós dançávamos bem demais, e quando juntos éramos melhores ainda.

Assim que o bar fechou, fui para casa ao lado apenas do Papi, Javier decidiu ir para a casa do namorado. — Gostou das mudanças na Rosa Branca? — Papi perguntou, mantendo a vista na estrada.

— Amei tio. — Digo, orgulhosa, o lugar estava perfeito, assim que adentrei, era como se eu estivesse entrando em um bar no méxico. As decorações, a pintura, me levaram direto para casa.

Sentia falta do México, mesmo tendo estado lá, a dias atrás, lá era onde passei a maior parte da minha vida, onde minha mãe viveu, e cada pedaço da história dela que eu conheço, se passou lá. Era meu refúgio, minha casa.

— Não sei se percebeu, mas coloquei algumas fotos lá, da nossa família, inclusive da Paulina. — Ele fala o nome de minha mãe de forma triste.

Meu tio sentia uma grande falta da irmã, sempre me contou coisas maravilhosas sobre ela, e como eles eram grudados um no outro. Ele ajudou muito meu pai, antes de se mudar para os Estados Unidos.

— Eu vi sim, Papi, ficou lindo. — Sinto meus olhos encherem de lágrima e sei que Papi também está na mesma. Um clima triste pairou o carro.

— Você a cada dia parece mais sua mãe, não só na aparência, mas nas atitudes, na personalidade. — Ele funga. — Queria tanto que você tivesse conhecido ela, vocês duas seriam maravilhosas juntas. — Ele dá uma risada.

Dei risada também, pensando sobre suas palavras, isso eram coisas que meu pai também falava muito. Sentia uma grande dor por não ter conhecido ela, às vezes até me sentia culpada por sua morte, já que foi por causa do meu nascimento. Era difícil.

O restante da viagem foi em silêncio, eu chorei e Papi também, quando chegamos a sua casa, ele me abraçou com carinho e sussurrou que me amava. Depois apenas me soltou, e foi para seu quarto.

Fiz o mesmo e me sentei na cama ainda chorosa, peguei minha bolsa e procurei por minha carteira, onde havia uma foto antiga da minha mãe. Observei ela e sorri, ao imaginar como teria sido minha vida ao lado dela.

Fiquei um bom tempo sentada, até que o cansaço bateu e fui dormir, ia passar esse final de semana visitando alguns lugares, e me preparar para mudar para o apartamento que vou trabalhar.

Não vou negar que estou nervosa, ainda mais por saber quem realmente são meus patrões, mas eu gosto de uma aventura, e outra, não tem nem como eles saberem exatamente quem eu sou. Vou fazer meu trabalho, e evitar qualquer contato. Quero ficar lá por, pelo menos, seis meses.

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O final de semana passou voando e logo já era segunda-feira. Acordei com meu despertador tocando, tateei a mesinha ao lado e desliguei o barulho irritante. Fiquei uns cinco minutos ainda deitada tentando realmente acordar. Assim que consegui voltar ao meu estado normal, após uma boa noite de sono, me sentei na cama animada.

Olhei a hora e fiquei tranquila ao saber que acordei duas horas antes de ir para o apartamento. Se estava ansiosa, claro! Mas estava tentando me manter tranquila e calma.

Me levantei e fui direto tomar um banho, no chuveiro fiquei pensando como iria ser trabalhar para pessoas tão ricas e mafiosas. Certo, que eles ainda não eram de fato mafiosos, mas eram quase.

Eu realmente não estava com medo deles, sei bem que já devem ter me investigado, mas Andrei é bom, e praticamente criou uma nova pessoa. Sempre peço para ele apenas mudar meu sobrenome, porque amo meu nome, foi minha mãe que escolheu ele pra mim, e me sentiria péssima ao usar outro.

Para os mafiosos, eu era apenas uma garota de vinte e três anos, que morou no México até os vinte anos, se mudou para morar com o tio. Ela está buscando uma vida melhor.

Essa era a casca que iria usar a partir de hoje, para poder passar por uma ótima experiência.

Terminei meu banho e coloquei uma roupa simples, peguei minha mala e desci as escadas da casa do Papi. Ninguém havia acordado ainda, eram apenas seis da manhã. Corri para a cozinha e preparei meu café da manhã, comi tudo rápido.

Já havia me despedido do Javier e do Papi ontem. Eles não sabiam quem meu pai era, e também nem imaginavam o tamanho da fortuna que eu tinha em meu nome. Não queria que eles soubessem, não por ser egoísta, mas pela segurança deles.

Desde que eu fiz dezoito anos, me associei ao meu tio Papi e ajudo ele até hoje com a danceteria, mas ele não sabe que sou eu, quem conversa e vai às reuniões é meu querido e maravilhoso braço esquerdo — porque o direito é o Andrei —, Marcel, a segunda pessoa que mais confio nesse mundo, ele junto com Andrei, me levaram para Rússia. Andrei disse que ele foi designado para ser meu segurança. E ele fazia bem o serviço dele, raramente dava de cara com ele, o cara parecia se camuflar nos lugares, e sim ele estava o tempo todo comigo. Inclusive me avisou no final de semana que já havia alugado um apartamento no mesmo prédio que trabalharia, me passou todas as informações e disse que ia ficar de olho em tudo.

Marcel é dez anos mais velho que eu, e nessa loucura toda, nos tornamos grandes amigos, o vejo como o irmão mais velho que nunca tive.

Chamei um táxi e fiquei aguardando ao lado de fora da casa, em poucos minutos ele chegou e me ajudou a colocar as coisas no porta malas. Mandei uma mensagem para Rosa, avisando que logo estaria lá. O caminho foi tranquilo e logo estava no prédio, subindo pelo elevador, ansiosa pelo meu primeiro dia.

A porta do elevador abriu e Rosa já me aguardava. Vi em seu rosto a animação. Acho que ela devia ficar muito tempo sozinha e por isso estava feliz com minha companhia.

— Bom dia, Yulia, estava animada com sua chegada. — Ela me abraça com carinho, como se fôssemos amigas de longa data.

Sorri com o pensamento, ela realmente é uma pessoa muito boa. Será que sabe oque os seus patrões fazem?

— Bom dia Rosa, eu tô aqui morrendo de ansiedade. — Dou risada e ela me acompanha.

Entramos no apartamento e segui Rosa até a cozinha, andamos até a outra ponta e entramos em um corredor, no final visualizei uma lavanderia, no corredor havia duas portas.

— A primeira é seu quarto e a segunda porta e onde mantemos um estoque, para casa inteira. — Ela aponta para as portas.

Sigo até meu quarto e fico feliz ao ver tudo organizado e bem limpinho. Uma cama de casal com lençois brancos, está no meio do quarto, em cima tem três travesseiros e no meio uma roupa dobrada perfeitamente.

Na frente da cama tem uma TV grande, também vejo uma porta do outro lado que creio que seja o banheiro. Ao lado da porta tem um armário para guardar as roupas. Eu estava encantada com tudo e muito ansiosa.

— Aquele é seu uniforme, pode se trocar e me encontra na cozinha. — Rosa fala.

— Obrigada Rosa, logo estarei lá. — Abro um enorme sorriso.

Andei pelo quarto, observando tudo, e deixei minhas malas de lado. Peguei o uniforme e me troquei rapidinho, era uma calça leggin confortável, um sapato próprio para o trabalho e uma blusa de botões branca, com meu nome escrito em bordado.

Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e dei mais uma olhada no espelho. Pego meu telefone e vejo que Andrei está me ligando.

— Bom dia Andrei. — Falei, animada.

— Não desistiu ainda dessa loucura, Yulia? — Juro que posso ver ele revirando os olhos agora e passando os dedos pelas têmporas. Dei uma risadinha e ele bufou.

— Não desisti, e para de ser assim, deveria estar me desejando boa sorte. — Digo, fingindo tristeza.

— Boa Sorte Yulia, com suas loucuras, ainda bem que em menos de um ano você está aqui, assim vou ter mais paz e não infartar a cada minuto com suas loucuras.

Dou uma gargalhada. — Tá bom Andrei, obrigada, e te amo muito viu, mesmo você sendo assim… Ranzinza.

— Yuliaaa…

Nem deixo ele terminar e desligo, certeza que assim que falar comigo vai me dar um belo sermão.

Ajeitei minha roupa e saio do quarto, Rosa está me esperando na cozinha. — Você ficou linda com uniforme. — Ela diz, animada.

— Obrigada, Rosa. — Abro um sorriso.

— Bom, vou te mostrar toda a cobertura, e depois você vai limpar o quarto dos dois patrões, eles foram embora um pouco antes de você chegar, mas vão demorar a voltar. — Rosa fala andando na minha frente, e eu a sigo.

Rosa me mostra a casa inteira e fico até admirada com tudo que tem, ela me leva para o corredor da parte de cima e tem apenas três portas, pelo que ela falou só posso entrar em duas delas, a outra fica trancada. Observei por toda casa câmeras bem escondidas, tenho que tomar cuidado, e depois dar uma olhada se tem algo no meu quarto, e se tiver, eu mato os dois tarados.

— Bom menina, pode ir lá, aqui está tudo o que você precisa para limpar, assim que terminar tudo, pode descer para cozinha, vou fazer nosso almoço. — Ela fala e apenas concordo.

Hoje eu teria de arrumar os quarto dos dois, depois dar uma organizada na sala e ajudar a Rosa. Coloquei meu fone de ouvido e entrei no primeiro quarto. No mesmo instante o cheiro mais gostoso invadiu minhas narinas, me deixando até embriagada. Por deus, que homem cheiroso é esse. Observei o quarto bem e era simples, tudo preto e cinza, a cama estava desarrumada, notei algumas roupas jogadas no chão e também algumas coisas desorganizadas.

Aumentei o volume da música no meu ouvido e comecei a arrumar tudo, limpei o chão de madeira, arrumei a cama, organizei as coisas jogadas, limpei o banheiro e coloquei um raminho de lavanda em cima da cama, para ficar o cheiro. Abri as janelas e deixei arejar um pouco e fui para o outro quarto, e novamente mais um homem cheiroso, por Deus.

Termino de arrumar tudo e já passa do meio dia, desci para sala e foi bem rápido arrumar, terminei e fui direto para a cozinha. O cheiro da comida invadiu todo meu ser, sentei no balcão e Rosa me olhou e deu uma risada. — Está com fome menina? — Ela diz.

— Muitaaaa… — Dou risada.

Espero um tempo e logo ela serve nós duas, como tudo e vou limpar a cozinha para ela. Depois que termino, Rosa senta comigo para conversar.

— Bom, como os meninos não vão vir para cá, vou ficar fora uns dias, mas você vai ficar, terá comida no congelador para a semana toda, deixei uma longa lista de tarefas, faça tudo direitinho e separei até o final de semana. — Ela fala me entregando tudo.

— Vou sentir sua falta, nessa cobertura enorme. — Digo, fazendo biquinho.

— Fique tranquila, quando terminar as tarefas do dia, pode sair e fazer suas coisas. — Ela segura minha mão — Gostei muito de você Yulia, espero que se dê bem nesse trabalho.

— Eu também espero, Rosa, e gostei muito de você também. — Abro um sorriso.

Levanto e abraço ela com carinho.

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