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Senhor Demônio e Herói Conectados

Volume 1 — Prólogo

...CAPA...

...ContraCapa...

( ( ( ATENÇÃO ) ) )

ESTA OBRA É UMA WEB NOVEL INDEPENDENTE.

Antes de começar a leitura, gostaria de fazer algumas observações:

1º - Não sou escritor profissional; sou amador.

2º - É uma obra totalmente fictícia.

3º - É muito importante que vocês, leitores, me ajudem a corrigir os erros de ortografia.

4º - Caso não gostem da história, basta ignorar e não criem "hate" sobre ela.

5º - Apoiem meu trabalho seguindo, curtindo, compartilhando, comentando, votando e fazendo uma doação.

MINISTÉRIO DO BESTEIROL ADVERTE

Em casos de dedos nervosos:

Atenção! A história a seguir pode causar efeito colateral inesperado: dedos nervosos, vontade louca de pegar um controle ou dados para jogar RPG.

Se sentir esse efeito? Não se preocupe. É normal. Isso acontece porque a história foi inspirada nas minhas experiências como narrador de RPG.

Então, se você está com dedos nervosos, não se acanhe. Pegue seus dados ou controle, chame seus amigos e vá jogar RPG!

Agradecimentos e contribuição:

Agradeço aos meus amigos e jogadores André Drú, Felype Paulo, Pedro Nagato, Wallace e outros que colaboraram com a história, sendo meus jogadores.

Também agradeço ao meu irmão mais velho, Guillerme Gandarillas, à minha mãe, Rosilda de Souza Gandarillas, assim como a minha amiga Stefany Teffy e outros que contribuíram de diversas formas, como leitura, ideias e correções.

SUMÁRIO

1º VOLUME

ARCO 1 – SOMBRA E LUZ

Introdução — Página: 12

Prólogo — Página: 14

Capítulo: 001 — O Crepúsculo da Esperança —

Página: 20

Capítulo: 002 — Luz e Sombra —

Página: 32

Capítulo: 003 — O Eco das Sombras e Chamas —

Página: 42

Capítulo: 004 — O Amanhecer Sombrio —

Página: 52

Capítulo: 005 — O Renascimento —

Página: 64

Capítulo: 006 — Ventos da Mudança – Parte 1 —

Página: 72

Capítulo: 007 — Ventos da Mudança - Parte 2 —

Página: 83

Capítulo: 008 — Ascensão Entre Luz e Trevas —

Página: 96

Capítulo: 009 — O Preço da Salvação —

Página: 106

Capítulo: 010 — De Herói à Príncipe —

Página: 119

Capítulo: 011 — O Fardo da Esperança —

Página: 130

Capítulo: 012 — A Verdade por trás das Palavras —

Página: 140

Capítulo Bônus: 001 — O Pequeno Grande

Constrangimento de Riyon —

Página: 150

Introdução

Meu nome é Riyon Santy D’Lucifferos, mas essa é apenas a última de três vidas que vivi. Carrego memórias dessas vidas, entrelaçadas em minha mente, moldando quem sou agora.

Na minha primeira vida, eu era um garoto comum em um mundo como o seu. Após a trágica morte do meu pai e o abandono da minha mãe, cresci sozinho, lutando para sobreviver e sonhando com um futuro melhor. Então, fui arrancado da minha rotina e levado diante de uma Deusa que implorou pela minha ajuda para salvar um reino distante ameaçado por uma força maligna. Eu aceitei o chamado.

Na minha segunda vida, renasci em um mundo de magia e monstros. Orfão em uma vila pobre, treinei incansavelmente até ser reconhecido como o Herói do Reino. Derrotei o Grande Mal, mas fui mortalmente ferido. Quando pensei que finalmente descansaria, despertei novamente.

Desta vez, renasci como Riyon, filho da esposa do Lorde Demônio que eu havia derrotado. Com o tempo, percebi que o mal absoluto que eu lutava não era tão simples. Descobri que os demônios, como eram chamados, não gostavam desse nome, e seu verdadeiro nome foi esquecido há séculos. Agora, como um príncipe demoníaco, carrego as memórias de um estudante e de um herói, com a missão de entender onde o bem e o mal realmente se encontram. A verdade é mais complexa do que qualquer história que já ouvi.

Prólogo:

Nas profundezas de Vila Esperança, uma pequena comunidade escondida nos recantos do Brasil, a vida seguia seu curso com uma simplicidade que só a humildade podia proporcionar. A poeira das ruas de terra batida se misturava aos risos das crianças que, descalças, corriam livres, alheias às dificuldades que os adultos enfrentavam. Entre essas crianças estava Lucas Ferreira de Santos, um garoto de sorriso fácil e olhos brilhantes, cujo mundo girava em torno das pequenas alegrias de sua infância.

Lucas era o tipo de menino que carregava no peito a esperança e o amor que seus pais lhe ofereciam. Seu pai, um homem de princípios inabaláveis, ensinou-lhe desde cedo que a verdadeira riqueza não estava no dinheiro, mas na honestidade e no trabalho árduo. Cada palavra, cada gesto de carinho, eram lições de vida que moldavam o caráter do garoto. Sua mãe, com a doçura que só uma mãe pode ter, o cercava de proteção e afeto, criando um refúgio seguro onde Lucas podia ser apenas uma criança.

Mas a vida, com sua imprevisibilidade cruel, tem o hábito de mudar os rumos mais inesperadamente. Naquela noite fatídica, quando as estrelas pareciam brilhar com menos intensidade, o pai de Lucas saiu para mais um dia de trabalho, sem saber que seria o último. A notícia chegou como um trovão, rasgando o coração da pequena família. Assassinado durante um assalto, o pai de Lucas se foi deixando para trás um vazio que nunca poderia ser preenchido.

Aos oito anos, Lucas encarou a dor de uma perda que nem os adultos podiam compreender por completo. O sorriso, antes tão fácil, deu lugar ao silêncio de uma alma machucada. E o que restava de sua infância começou a desmoronar lentamente.

Dois anos se passaram, e o destino, impiedoso, decidiu testar ainda mais o jovem Lucas. Sua mãe, afundada em uma tristeza que parecia não ter fim, tomou uma decisão que mudaria para sempre a vida do menino. Incapaz de suportar a solidão e o luto, ela fugiu com um amante, abandonando Lucas para enfrentar o mundo sozinho.

Agora, aos dez anos, Lucas estava entregue ao cuidado de sua avó, uma mulher forte, mas envelhecida pelo tempo e pelas adversidades. Com as lágrimas secas no rosto e o coração endurecido pela dor, Lucas começava a entender que a vida, muitas vezes, era mais dura e sombria do que qualquer pesadelo que ele pudesse imaginar.

A casa de sua avó era simples, mas acolhedora, um refúgio em meio às adversidades que a vida insistia em jogar no caminho de Lucas. Dona Marina, sua avó, era uma mulher de idade avançada, com cabelos brancos como a neve e mãos calejadas pelo trabalho duro. Apesar de suas limitações físicas, seu espírito era inquebrável. Ela acolheu Lucas como se ele fosse a última chama de esperança que ainda queimava em seu coração.

“Você é forte, meu neto,” dizia ela, sua voz carregada de sabedoria e ternura. “O mundo pode ser cruel, mas a gente não pode deixar que ele nos derrube. Vamos seguir em frente, juntos.”

Lucas, com olhos ainda cheios de inocência, assentia em silêncio, absorvendo cada palavra. Ele sabia que sua avó estava fazendo o melhor que podia, mas a realidade era dura. A vida na comunidade exigia muito, e Lucas logo percebeu que teria que amadurecer rápido. Não havia tempo para lamentos; o trabalho esperava.

Os dias se misturavam em uma rotina implacável. Enquanto as outras crianças corriam livres pelas ruas, suas risadas ecoando pelos becos de Vila Esperança, Lucas estava sempre ocupado. Suas manhãs eram dedicadas à escola, onde ele se esforçava ao máximo, sabendo que o conhecimento era a chave para abrir as portas de um futuro melhor. À tarde, trocava os cadernos por ferramentas, fazendo pequenos serviços para ajudar a pagar as contas e garantir que ele e sua avó tivessem o necessário para viver.

“Eu não tenho medo do trabalho, vó,” Lucas dizia, enxugando o suor da testa após mais um dia de labuta. “Só quero que a gente fique bem.”

Dona Marina sorria, orgulhosa. “Você vai longe, meu menino. Com esse coração, não há obstáculo que você não possa superar.”

O sacrifício era grande, mas Lucas estava determinado. Ele sabia que o tempo para brincar e descansar era um luxo que não podia se permitir. Cada página virada nos livros da escola, cada tarefa concluída, era um passo em direção a um futuro que ele sonhava em alcançar.

Um dia, ao final de uma longa e exaustiva jornada de trabalho, Lucas retornava para casa, o corpo cansado, mas o espírito firme. O sol já havia se posto, e as ruas da comunidade eram mal iluminadas, com sombras que pareciam se estender indefinidamente. O cansaço pesava em seus ombros, mas ele continuava a caminhar, seus pensamentos vagando entre as responsabilidades e os sonhos de um amanhã melhor.

De repente, o som de um motor ecoou na rua deserta. Um caminhão vinha em sua direção, suas luzes brilhando intensamente na escuridão. O motorista, exausto de tantas horas ao volante, lutava para manter os olhos abertos. Mas o sono era um inimigo traiçoeiro. Em um instante de fraqueza, suas pálpebras se fecharam, e o veículo, agora sem controle, rumava diretamente para Lucas.

O garoto parou, congelado pelo medo, enquanto o farol do caminhão crescia diante de seus olhos. Tudo aconteceu em uma fração de segundo, mas para Lucas, parecia uma eternidade.

Volume 1 — Capítulo: 001 — O Crepúsculo da Esperança

Quando abriu os olhos novamente, não estava mais na rua escura e fria onde havia morrido. Em vez disso, encontrou-se em um vasto plano branco, um lugar sereno e silencioso, mas ao mesmo tempo profundamente estranho. A tranquilidade ao redor trazia certa paz, mas o medo do desconhecido o envolvia. Ele estava confuso, sem saber se ainda estava vivo ou morto.

Enquanto tentava compreender a situação, uma figura surgiu diante dele, emanando uma luz suave e acolhedora. Era uma mulher de beleza transcendente, com longos cabelos dourados que pareciam feitos de luz e um manto branco que refletia o brilho das estrelas. Seus olhos, repletos de compaixão, pousaram sobre Lucas com uma ternura que ele jamais havia sentido.

"Lucas," disse a mulher, sua voz suave e melodiosa rompendo o silêncio como uma brisa leve. "Eu sou Althea, a Deusa da Reencarnação."

Lucas ficou paralisado, sem palavras, enquanto tentava processar o que estava acontecendo. Encontrar uma deusa após a morte era algo além de sua compreensão. Ele a ouviu continuar:

"Eu observei sua vida e tudo o que você enfrentou. Mesmo nos momentos mais sombrios, você manteve seu coração puro e cheio de bondade. Agora, preciso de sua ajuda."

"Minha ajuda?" murmurou Lucas, ainda tentando entender.

Althea assentiu. "Sim, Lucas. Há um mundo distante, assolado por forças malignas, que precisa de um herói. Alguém que traga esperança e restaure o equilíbrio. Quero que você, Lucas, seja esse herói. Você renascerá nesse novo mundo, com a missão de salvá-lo."

As palavras da deusa ecoaram em sua mente. Ele sentiu um turbilhão de emoções. A ideia de ser escolhido para uma missão tão grandiosa parecia surreal, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de si acreditava que havia um propósito maior em sua existência.

"Mas... por que eu?" ele perguntou, incerto. "Eu sou apenas uma pessoa comum. O que me faz digno dessa responsabilidade?"

Althea sorriu gentilmente, como se pudesse ler seus pensamentos. "Não é a força física que faz um herói, mas a força do coração. E o seu coração é puro, cheio de compaixão e justiça. Esse mundo precisa de alguém como você."

Lucas respirou fundo. Embora tivesse muitas perguntas, uma coisa era certa: ele sempre quis fazer o bem. Se pudesse ajudar outras pessoas, mesmo em um mundo diferente, não haveria razão para recusar.

"Eu aceito," disse ele, com uma firmeza que o surpreendeu. "Estou pronto para ser esse herói."

Enquanto Lucas absorvia a grandiosidade da proposta, Althea continuou, antecipando suas dúvidas. "O mundo para o qual você irá se chama Eldoria. Ele lembra a Europa medieval do seu mundo, com castelos imponentes, cidades fortificadas e cavaleiros em armaduras brilhantes. Reinos lutam por poder e paz. Contudo, há uma diferença: Eldoria é permeada pela magia."

Os olhos de Lucas se arregalaram de curiosidade. "Magia?"

Althea sorriu, vendo o interesse dele despertar. "Sim, magia. Um poder que torna o impossível real. Seres que manipulam os elementos, curam com o toque de suas mãos, e até movem montanhas com uma palavra. A magia é tanto uma ferramenta quanto uma arte, e as raças de Eldoria a dominam de formas únicas."

"Raças?" Lucas questionou, intrigado.

"Exatamente," respondeu Althea. "Você não encontrará apenas humanos em Eldoria. Há elfos, seres graciosos e antigos, mestres na magia natural. Anões, forjadores de armas incomparáveis. Homens-fera, com sentidos aguçados e grande agilidade. Hobbits, pequenos e humildes, mas com uma coragem imensa. E os humanos, como você, com uma incrível capacidade de adaptação."

A diversidade desse novo mundo fascinava Lucas. Ele sempre imaginou cenários fantásticos, mas nunca pensou que poderia realmente viver entre seres tão extraordinários.

"Isso é... incrível," sussurrou Lucas, quase para si mesmo, deixando-se levar pela empolgação.

Althea, vendo o brilho de entusiasmo em seus olhos, continuou. "Em Eldoria, a tecnologia é rudimentar comparada ao que você conheceu. Não existem carros, eletricidade ou internet. Mas a magia compensa essa lacuna. Cristais iluminam cidades inteiras, portais mágicos conectam regiões distantes, e artefatos antigos protegem exércitos ou alimentam vilarejos."

Lucas mal podia conter a excitação. A simplicidade da vida medieval, somada à presença da magia, criava um mundo que ele mal podia esperar para explorar. "Então... sem celulares ou carros?" ele perguntou, não decepcionado, mas ansioso.

Althea riu suavemente. "Não, Lucas. Mas existem magos que se comunicam por espelhos mágicos, e cavalos que correm mais rápido que qualquer carro que você já viu. Não há internet, mas bibliotecas ancestrais guardam segredos milenares, acessíveis apenas para aqueles que dominam a magia."

Lucas respirou fundo, imaginando as aventuras que o aguardavam. Eldoria parecia o tipo de lugar onde seus sonhos mais impossíveis poderiam se realizar. Era um mundo onde magia e mistério reinavam, e ele teria a chance de viver tudo aquilo.

"Eu nunca pensei que pudesse existir um lugar assim," ele disse, sorrindo. "Parece um conto de fadas... só que real."

Althea assentiu, satisfeita com sua aceitação. "Eldoria é um mundo de beleza, mas também de perigos. Forças das trevas estão se erguendo, ameaçando a paz entre as raças. Por isso, sua presença é crucial. Sua força de vontade e sua bondade são exatamente o que esse mundo precisa para sobreviver."

O peso da responsabilidade caiu sobre Lucas, mas, junto dele, veio um imenso senso de propósito. Ele teria a chance de não apenas viver em um mundo fascinante, mas também de fazer a diferença.

"Eu farei tudo o que puder, Althea," ele disse, com determinação. "Estou pronto para enfrentar o que vier e ajudar esse mundo... meu novo mundo."

A deusa sorriu e colocou sua mão sobre o coração de Lucas, em um gesto carregado de poder e bênção. "Então vá, Lucas. Agora, Grand. Renasça em Eldoria e deixe seu nome ser lembrado como o de um grande herói."

Com essas palavras, a luz ao redor de Lucas brilhou intensamente. Quando abriu os olhos novamente, sentiu o chão sob seus pés e uma nova brisa no rosto. O plano branco havia desaparecido. Ele estava no limiar de um novo começo — e de um novo mundo.

─── ❖ ── ✦ ── ❖ ───

Em um instante, o plano branco desapareceu, e Lucas sentiu-se sendo puxado para outra vida. Quando despertou, estava em um novo corpo, o de um bebê, abandonado à porta de um orfanato em um mundo completamente diferente, um mundo de espada e magia.

Apesar do novo corpo e do ambiente diferente, Lucas manteve todas as suas memórias da vida anterior. Agora chamado "Grand" pelos cuidadores, ele cresceu com a lembrança constante de quem era e do que viveu. Ele recordava a promessa feita à Deusa e a responsabilidade que agora carregava. Mesmo em um corpo infantil, Lucas—agora Grand—sabia que estava destinado a algo maior.

Os primeiros anos de sua nova vida foram difíceis. O orfanato era um lugar austero, mas Grand, impulsionado pelas memórias de sua vida passada, cresceu com uma determinação inabalável. A sensação de perda e a vontade de proteger aqueles ao seu redor estavam gravadas em sua alma.

Aos dez anos, algo extraordinário aconteceu. Em uma noite de lua cheia, Grand acordou com uma sensação estranha nas costas. Quando os cuidadores do orfanato examinaram, descobriram uma marca que não estava lá antes: uma intricada tatuagem que brilhava com um leve brilho dourado. Era uma crista, um símbolo que representava a bênção dos deuses.

“Isso é uma crista,” sussurrou uma das cuidadoras, visivelmente espantada. “Só os abençoados pelos Deuses recebem uma.”

As cristas eram relativamente comuns, manifestando-se em cerca de 1 a cada 1000 crianças. Porém, entender o verdadeiro significado e propósito dessas marcas era algo que só podia ser feito nas igrejas ou templos, onde se realizavam rituais específicos para essa revelação. O problema era o custo elevado dessas cerimônias, tornando-as inacessíveis para a maioria das pessoas. Como resultado, apenas as famílias nobres, com recursos suficientes, podiam levar seus filhos para descobrir o que a crista representava e qual destino estava reservado a eles.

Quando Grand recebeu a crista, uma espécie de holograma apareceu diante de seus olhos, onde só ele podia ver. No holograma, estavam escritas as seguintes informações:

• Nome: Grand

• Idade: 10 anos

• Raça: Humano

• Afiliação: (nome a ser definido)

• Título: Estudante do Ensino Médio, Trabalhador, Reencarnado, Grande Herói

• Classe: Herói (Nível: 1)

• Habilidades: Sem habilidades ou magias aprendidas ainda

• Status:

• Força: 9

• Destreza: 9

• Inteligência: 9

• Vitalidade: 9

• Agilidade: 9

• Sorte: 9

• Dominância: 1

A notícia se espalhou rapidamente pelo orfanato e pela pequena vila onde estava localizado. Grand passou a ser visto como alguém destinado a grandes feitos, e sua vida tomou um novo rumo. Grand sabia que a crista era especial e, surpreendentemente, sabia sobre sua vocação sem precisar recorrer a uma igreja. Afinal era a benção e a promessa com a Deusa da reencarnação. Determinado, começou a treinar em segredo, praticando com espadas de madeira e estudando livros antigos escondidos no orfanato.

Com o tempo, percebeu que o mundo era repleto de criaturas mágicas, cavaleiros e feiticeiros poderosos. A crista lhe concedia poderes únicos, e Grand sentia seu destino entrelaçado ao futuro daquele mundo. Fez amigos de diversas raças e treinou incansavelmente para dominar suas habilidades.

Agora, conhecido como o Herói do Reino, Grand liderava batalhas e inspirava outros a lutar por justiça. Lucas—agora Grand—renasceu como um herói, decidido a proteger o novo mundo que a Deusa lhe confiou, enfrentando qualquer desafio com o coração puro que sempre teve.

Volume 1 — Capítulo: 002 — Luz e Sombra

Grand mal podia acreditar nas mudanças drásticas que sua vida havia tomado desde que renasceu neste novo mundo. Em um tempo que parecia simultaneamente breve e eterno, ele havia crescido, aprendido e feito amigos que se tornaram tão importantes quanto a missão que lhe fora confiada. Agora, ao lado desses companheiros, estava prestes a enfrentar o maior desafio de sua jornada: a batalha final contra o Lorde Demônio, Seraphiel Santy D'Lucifferos.

Durante suas aventuras, Grand conheceu Mira, uma jovem maga prodígio da renomada Academia de Arcania, situada no poderoso Reino de Valoria. Embora ainda jovem, Mira possuía uma habilidade mágica que rivalizava com a dos feiticeiros mais experientes. Sua mente ágil e sede por conhecimento eram acompanhadas por um poder devastador, que se tornara uma arma essencial contra as forças sombrias. Mira não era apenas uma estudiosa dedicada, mas também uma amiga leal, cujo intelecto e poder eram fundamentais para desvendar os segredos sombrios e enfrentar as ameaças que surgiam em seu caminho.

“Grand,” disse Mira, certa vez, enquanto folheava um grimório antigo e repleto de poeira, “o poder que enfrentamos é mais antigo do que qualquer coisa que eu já li. Mas, com o conhecimento certo e a nossa determinação, encontraremos uma maneira de superá-lo.”

Grand sorriu, impressionado pela convicção da amiga. “Eu confio em você, Mira. Juntos, nada poderá nos deter.”

Ao lado de Mira, Grand encontrou Baltazard, o imponente Cavaleiro Pesado de Valoria. Baltazard era um homem de poucas palavras, mas de ação intensa e coração firme. Ele lutava com a força de um exército, sempre à frente de seus companheiros, protegendo-os de qualquer ameaça que ousasse se aproximar. Sua lealdade era inabalável, e seu desejo de proteger seus amigos, um pilar sobre o qual todos se apoiavam.

“Você me deu algo em que acreditar novamente, Grand,” Baltazard disse certa vez, enquanto afiava sua espada com mãos firmes. “Antes de te conhecer, eu lutava por obrigação. Agora, luto por um futuro que vale a pena.”

Grand colocou a mão sobre o ombro do amigo, seus olhos refletindo a camaradagem nascida nas batalhas. “Você é mais do que um cavaleiro para mim, Baltazard. É um irmão. Vamos lutar juntos até o fim.”

A jornada de Grand também o levou a conhecer a Princesa Sophia, uma Sacerdotisa do Reino Santo de Illysia. Sophia era a personificação da luz e da compaixão, usando suas habilidades de cura e proteção para salvar vidas ao longo do caminho. No entanto, carregava uma crença enraizada que a afastava das outras raças, especialmente dos semi-humanos. Ela via os Elferianos (Elfos), Dwonerianos (Anões), Selgerianos (Homens-Fera), Metadillianos (Hobbits) e, acima de tudo, os Deminianos (Demônios) como criaturas inferiores, indignas de confiança. Grand, em contrapartida, insistia em desafiar essa perspectiva, criando laços de amizade com várias dessas raças, mesmo sob o olhar crítico de Sophia.

“Esses seres não são confiáveis, Grand,” Sophia o advertiu severamente. “Eles podem parecer aliados, mas no fundo, são traiçoeiros. Só podemos confiar nos nossos.”

Grand, no entanto, permaneceu firme em sua resposta. “Eu discordo, Sophia. Eles são tão dignos de respeito quanto qualquer um de nós. A verdadeira força reside na união, não na segregação.”

Sophia permaneceu em silêncio, seus olhos expressando uma mistura de conflito e dúvida. Ela não podia negar o impacto que Grand estava tendo sobre suas crenças, mas ainda lutava para aceitar suas palavras.

Ao longo da jornada, Grand construiu amizades com cerca de dezesseis companheiros de várias raças. Cada um, seja Elferiano, Dwoneriano, Selgeriano ou Metadilliano, desempenhou um papel essencial em sua missão. Essas alianças mostraram a Grand que a verdadeira força estava na diversidade e no respeito mútuo, independentemente das diferenças raciais ou culturais.

Agora, após anos de aventuras e desafios, a batalha final estava prestes a começar. Grand, acompanhado por seus amigos e um exército liderado pelo General Aric de Valoria, marchava em direção ao castelo sombrio de Seraphiel Santy D'Lucifferos. O General Aric, um líder veterano e estrategista excepcional, conduzia suas tropas com confiança, pronto para o embate que definiria o futuro do mundo.

“Hoje, lutamos não apenas por Valoria, mas pelo destino de todas as raças!” bradou Aric, sua voz ecoando pelo campo de batalha. “Esta será a batalha que decidirá o futuro de tudo o que conhecemos. Lutem com coragem!”

O exército avançou, suas armaduras refletindo os últimos raios de luz sob o céu tempestuoso, enquanto os tambores de guerra e o clamor das espadas anunciavam o início do confronto. Quando chegaram ao castelo, a guerra irrompeu com uma ferocidade indescritível. As forças do Lorde Demônio, compostas por criaturas das trevas, lançaram-se contra os defensores com uma fúria selvagem.

Em meio ao caos, Grand e seus companheiros avançaram, esquivando-se das batalhas ao redor, focados em alcançar o coração do castelo, onde sabiam que Seraphiel os aguardava. Eles lutaram bravamente contra as hordas de monstros que surgiam nos corredores, guiados por uma determinação inabalável.

“Não temos tempo a perder!” exclamou Mira, lançando feitiços para abrir caminho entre os inimigos. “Cada segundo conta!”

Baltazard liderava a carga, usando seu escudo como uma muralha impenetrável. “Vamos! Não deixaremos que ele escape!” gritou ele, sua voz ressoando com determinação.

Finalmente, eles chegaram ao salão principal, onde Seraphiel os aguardava.

Seraphiel Santy D'Lucifferos, o temido Lorde Demônio, era uma figura assustadoramente bela, com uma aparência humana distorcida por traços demoníacos. Ele era alto e esguio, seus longos cabelos negros caindo suavemente sobre seus ombros pálidos. Seus olhos, de um vermelho ardente, pareciam perfurar a alma dos que o encaravam. O que mais impressionava eram seus chifres — dois pares majestosos e sombrios, curvados para trás, que lhe conferiam uma aura de poder ancestral. Uma cauda espessa e poderosa balançava preguiçosamente atrás dele, terminando em uma ponta que lembrava um tridente.

Apesar de sua aparência monstruosa, havia uma beleza estranha e perturbadora nele, como uma escuridão que atraía e repelía ao mesmo tempo.

“Então, vocês finalmente chegaram,” disse Seraphiel, sua voz suave e perigosa como um sussurro venenoso. “Quanta presunção acreditar que podem me derrotar.”

Porém, para a surpresa dos heróis, Seraphiel não estava sozinho. Atrás dele, protegidos por uma barreira de sombras, estavam mulheres e servos aterrorizados. Seraphiel os protegia com ferocidade, mantendo-os longe da batalha.

“Se quiserem me destruir,” ele disse friamente, “terão que passar por mim. Eu não permitirei que vocês toquem nos inocentes.”

Os heróis hesitaram, confusos. Seraphiel, o Lorde Demônio que eles vieram destruir, estava protegendo aqueles que aparentavam ser seus servos. Mira, intrigada, sussurrou:

“Ele... está realmente protegendo-os?”

Sophia, no entanto, não se deixou enganar. “Não podemos nos iludir!” ela gritou, levantando seu cajado com firmeza. “Ele é o mal encarnado. Não pode haver redenção para alguém como ele.”

Grand, no entanto, notou a determinação de Seraphiel em salvar os servos, mesmo sendo o inimigo. “Ele está dando a eles uma chance de fugir, meu dever e só em derrotar o Lorde Demônio,” Grand refletiu em voz alta.

Enquanto a batalha continuava, Seraphiel lutava não apenas contra os heróis, mas também para garantir a fuga dos aterrorizados. Seus golpes eram precisos, sempre interpondo-se entre os heróis e os indefesos.

Sophia, gritou: “Você e um ser que tem que morrer, pelo bem da humanidade!”

A batalha, que deveria ser apenas entre o bem e o mal, havia se transformado em um embate moral e emocional. A cada golpe trocado, Grand percebeu que o conflito não era sobre destruir o mal, mas compreender as camadas de complexidade que envolviam aquela luta. O choque de suas espadas ressoava pelo salão sombrio, mas o verdadeiro duelo se desenrolava muito além das lâminas.

Seraphiel, com sua postura imponente, mantinha-se intocado, seus olhos rubros brilhando com uma mistura de desdém e frieza calculada. Ao falar, sua voz era ao mesmo tempo suave e cruel, carregada de sarcasmo sutil.

“Grand, a sua ingenuidade chega a ser exasperante,” começou Seraphiel, seu tom como um punhal disfarçado de palavras refinadas. “Vocês se agarram a essas noções ridículas de virtude e pureza, como se fossem escudos que pudessem protegê-los da verdade. Não vê? A luz que tanto exalta é uma mentira reconfortante, uma fachada conveniente para esconder a podridão que está por baixo. Vocês se autodenominam heróis, mas não passam de tolos brincando com princípios quebradiços.”

Seraphiel deu uma pausa, deixando suas palavras cortantes pairarem no ar, como lâminas de um veneno bem preparado. Ele olhou para Grand com uma mistura de desprezo e uma leve curiosidade sombria.

“Vocês pensam que esperança e fé os tornarão invencíveis? O que são essas ideias, senão ilusões fracas? Vocês são frágeis. Acreditam que lutar pela luz os redime, mas o mundo sempre pertenceu às sombras. Não há glória no que fazem — apenas negação patética de uma verdade inevitável. Eu não sou o monstro que vocês pintam. Eu sou a revelação... o espelho que reflete o que vocês temem ver.”

Grand sentiu o peso das palavras de Seraphiel como uma tempestade sombria tentando apagar sua chama interior. Mas, ao invés de hesitar, aquilo inflamou ainda mais sua determinação. O olhar de Grand endureceu, e suas mãos apertaram firmemente a espada. Suas palavras saíram com a força de sua convicção inabalável, um contraste direto à escuridão que Seraphiel evocava.

“Você está errado, Seraphiel. A luz não é uma fachada, e a esperança não é uma ilusão. Sim, o mundo é cruel, e talvez nós sejamos fracos. Mas essa fraqueza... essa fé que você despreza... é exatamente o que nos torna humanos. É o que nos faz levantar a espada, mesmo sabendo que podemos cair. Nós não lutamos porque acreditamos que somos invencíveis. Lutamos porque sabemos que há algo maior que a escuridão. Algo que você jamais compreenderá.”

Seraphiel arqueou uma sobrancelha, seu olhar afiado, mas silencioso, revelava que as palavras de Grand, embora desprezadas, não haviam sido descartadas. O Lorde Demônio deu um passo adiante, as sombras ao seu redor se contorcendo como serpentes prontas para atacar.

“Grand...” sua voz suavizou, mas seu tom ainda era cortante. “É isso que os mantém presos à mediocridade. Achar que sua pequena centelha de bondade pode iluminar o abismo... é risível.”

Grand não recuou. Com cada palavra, ele fortalecia sua resolução. “Essa pequena centelha que você despreza, Seraphiel, é tudo o que precisamos. Não é tolice... é coragem. Não é fuga... é luta. E é o que nos faz continuar, mesmo quando o abismo nos encara de volta. A escuridão pode ser vasta, mas nunca será maior que a nossa vontade de superá-la.”

O salão parecia vibrar com a tensão entre os dois. Cada palavra trocada não era apenas uma questão de vencer ou perder, mas de defender filosofias de vida opostas. Enquanto Seraphiel representava a aceitação da inevitável escuridão, Grand simbolizava a resistência inabalável da luz.

Com um sorriso frio e perturbador, Seraphiel recuou, preparando-se para o próximo movimento. “Então mostre-me, Grand. Mostre-me até onde essa ‘coragem’ pode levá-lo. Mas lembre-se... todo brilho é apagado pela escuridão, no final.”

E com essas palavras, a batalha recomeçou com uma ferocidade renovada. Mas agora, para Grand, não era apenas sobre derrotar Seraphiel. Era sobre provar que, apesar da escuridão que os cercava, a luz — por menor que fosse — sempre valeria a pena ser defendida.

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