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Os Segredos da Matilha

Face Claim

Dessa vez vamos ver a carinha de cada um antes de ler o livro, mas não se preocupe, você pode imaginá-los como quiser. Isso aqui é só para você ter uma ideia de como foi para mim, imaginar cada personagem ❤️

Alfa Christophe

Luna Dian**a**

Curandeira Suma

Dimitry

Heyde

Alícia

George

Loren

Domingos

Thiago

Sebastian

Maya

Prólogo

A lua cheia iluminava a pequena casa em meio a vila, lançava sombras dançantes sobre as árvores e a arquitetura da cidade. O ar estava cercado por uma tensão gritante, enquanto os três anciãos da matilha se reuniam em um círculo diante do berço no segundo andar daquela morada. As suas expressões marcadas pelo tempo refletiam a seriedade da noite e da notícia que traziam nos seus corações.

No lado oposto aos homens, a mulher observava com os braços cruzados enquanto os três cantavam algo que os antigos faziam para identificar o lado lupino do novo integrante da matilha. Alícia aguardou ansiosamente com seu coração batendo acelerado e um pequeno colar de dente de lobo entre seus dedos.

O ancião mais velho do grupo, com olhos amarelos que pareciam ver através das almas, deu um passo à frente com aquele semblante temeroso que muitos não queriam ver.

— Eu sinto muito, Alícia — ele começou com sua voz cansada que ressonou pelo pequeno cômodo. — Temos notícias difíceis sobre a criança.

Alícia sentiu um frio percorrer a sua espinha.

— Não pode ser. Tem certeza? — perguntou, pois sabia que só havia duas notícias que poderiam ser anunciadas e uma delas ela terrível.

— São muitos testes e observações, minha querida. É impossível errarmos. Sinto dizer que Maya não possui um lobo interior — disse o ancião e as suas palavras pesaram como chumbo para a mãe.

— E sem um lobo, ela não pode viver entre nós em Sombria. É perigoso para ela e para a matilha. — Outro dos anciãos se aproximou dizendo fazendo os olhos da mãe se encherem de lágrimas.

— De todas as maldições que Juan poderia me deixar, essa foi a mais cruel. — Alícia soltou, sentindo o chão desaparecer sob seus pés. — Como posso enviá-la para viver entre os humanos? Ela é apenas uma bebê!

— Entendemos a sua dor, — disse o mais velho, suavizando o tom de voz. — Mas é a única maneira de mantê-la segura. Entre os humanos, ela poderá viver uma vida normal, longe dos perigos que enfrentaria aqui.

— Aqui ela é uma peça de vidro em meio a uma casa cheia de crianças arteiras. — O último homem falou por fim.

As lágrimas escorriam pelo rosto de Alícia enquanto ela lutava para aceitar a realidade. — Prometam-me que ela será protegida, — implorou. — Prometam-me que ela encontrará seu caminho.

— Eu prometo isso — a voz da Luna cortou o ambiente quando ela entrou pelas portas, a mulher de longos cabelos castanhos e cacheados pousou uma mão reconfortante no ombro de Alícia. — Maya é sua filha e tenho certeza que é tão forte quanto a mãe. Ela encontrará seu lugar no mundo, mesmo que seja longe de nós.

Com o coração pesado, mas aceitando as consequências da traição que o seu marido deixou, Alícia assentiu. Sabia que essa era a única escolha, mas isso não tornava a decisão menos dolorosa. Enquanto a lua continuava a brilhar sobre a cidade, Alícia fez uma promessa silenciosa a si mesma: um dia, Maya entenderia o sacrifício que a sua mãe fez por amor.

Contra o tempo

Maya

Acordo com o som estridente do despertador e as batidas ritmadas em desespero são um contraste com o horror no meu coração já acelerado antes mesmo de abrir os meus olhos.

— Cacete! — murmuro, percebendo que estou mais atrasada do que deveria. Hoje é o dia do teste para um papel importante, e eu não posso perder essa chance.

Pulo da cama e corro para o banheiro, deveria tomar um banho, mas não vou conseguir ser tão rápida, então escovo os dentes enquanto tento domar o meu cabelo rebelde. Minha franja teima em ficar espigada e eu quase choro de raiva por ter que tacar reparador de pontas nela.

O frio de São Paulo ainda me surpreende, mesmo depois de tantos anos sofrendo com a mudança climáticas. Visto um dos meus casacos mais quentes e pego minha mochila, saindo de casa como um trem bala.

As ruas estão movimentadas, como é de se esperar. Pessoas em desespero, carros buzinando, e eu tentando me espremer entre a multidão. A cidade toda tenta caber no mesmo vagão de metrô e eu ainda nem cheguei no Tatuapé onde o caos realmente começa.

— Com licença, desculpe, — digo repetidamente, enquanto tento abrir caminho pela multidão. Meu coração está em alerta, não só pela corrida, mas pela ansiedade do teste.

Chego a estação finalmente e ainda tenho que pegar um ônibus até o estúdio, mas o número 573H-10 acabou de sair. Claro que ele fez isso comigo.

— Ótimo, — resmungo, olhando para o relógio e em seguida para a fila enorme que se forma para a próxima lotação. — Não vai dar tempo.

Decido chamar um uber, mesmo sabendo que vai custar caro devido ao horário de pico. Tiro o celular da mochila e procuro o aplicativo que preciso, coloco o endereço da escola de artes e chamo o carro.

O aplicativo leva três longos minutos para encontrar um carro enquanto eu bato o pé com agilidade e quando ele finalmente encontra alguém eu comemoro pelo carro estar próximo.

— Estou com muita pressa. Você consegue cortar o trânsito? — pergunto ao motorista assim que entro no Civic, ele apenas assente e acelera.

Tento me acalmar durante o trajeto, respirando fundo e repetindo mentalmente minhas falas. Este papel pode ser minha grande chance, a oportunidade de finalmente mostrar meu talento.

Enquanto o uber serpenteia pelo trânsito, eu leio os papéis que tirei da mochila. Tento manter meu foco no que vou recitar na hora da minha apresentação e imploro para os céus me abençoarem com essa chance.

Finalmente, chegamos ao estúdio. Pago o motorista e corro para a entrada, quase esbarrando em algumas pessoas no caminho. O lugar é enorme, com paredes de vidro refletindo a luz cinzenta do dia nublado. A pressa me faz tropeçar nos meus próprios pés, e antes que eu possa me recompor, sinto mãos firmes me segurando, impedindo minha queda

— Moça! Vai com calma — diz uma voz masculina, enquanto me coloca de volta no chão. Olho para cima e encontro um par de olhos azuis acinzentados que me observam com uma mistura de preocupação e diversão.

— Eu sinto muito, realmente preciso me atentar, estava muito desesperada — respondo, tentando recuperar o fôlego e a compostura. Meu coração ainda está fora de si, mas agora acho que por um motivo diferente.

Ele abre um meio sorriso, e o vento balança os seus cabelos escuros, que caem sobre os seus ombros de maneira quase melódica. Mesmo sem sol, suas madeixas brilham como se tivessem vida própria, refletindo a pouca luz disponível.

— Só tome cuidado para não se machucar — ele fala com uma voz doce, embora o seu timbre seja grave, ressoa de maneira reconfortante. Há algo na sua presença que me acalma, mesmo em meio à minha pressa e nervosismo.

— Maya, eu vou matar você! — ouço a voz de Heyde e fecho os olhos quase deixando um palavrão sair. Quando os abro novamente, o rapaz ainda está ali com um sorriso muito charmoso observando-me.

— Obrigada por me salvar — digo antes de me virar para a garota de longos dreads. Ainda escuto o moço bonito rir, mas o olhar furioso da minha agente me desestabiliza.

— Você está atrasada! — ela exclama, puxando-me pelo braço. — Vamos, eles estão esperando por você.

— Desculpe, Heyde, o trânsito estava horrível — tento me justificar, mas ela apenas balança a cabeça, claramente irritada, depois bufa parecendo que está tentando se acalmar.

— Não importa, você precisa estar pronta para o teste. Este é o seu momento, Maya. Não podemos perder essa oportunidade — ela diz, enquanto me guia rapidamente pelos corredores do estúdio.

Olho para trás uma última vez e vejo o rapaz ainda parado na entrada, observando-me com aquele sorriso intrigante. Algo nele me faz sentir que aquele encontro deveria acontecer exatamente daquela forma. O que é estranho, mas não ruim, porque ele é um gostoso.

Entramos na sala de espera e Heyde entrega-me o roteiro com as suas marcações, as suas mãos ainda tão firmes nos meus ombros. Apertando fortemente e sei que ela está tão nervosa quanto eu.

— Respire fundo, concentre-se e dê o seu melhor. Você consegue.

Assinto, tentando acalmar os meus nervos. Sei que este é o meu momento. Respiro fundo e preparo-me para dar o melhor de mim.

— Desculpe, estou atrasada para um teste, — explico rapidamente, enquanto me dirijo à recepcionista.

Ela olha para nós duas com simpatia e indica-me a porta no final de um longo corredor.

— Chegou bem a tempo. É sua vez — diz ela ao ler meu nome no papel que lhe entreguei, e eu solto um suspiro de alívio.

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