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Lobo de Floresta

I

O índio esperou alguns segundos e saltou para o lado direito desviando do ataque de Léo que estava em sua forma de Lobo.

Girando novamente agora era o índio quem saltou na direção de Léo, em pelo ar o seu corpo crescia e suas roupas se rasgaram. O lobo Léo foi derrubado e sobre ele estava outro lobo.

O lobo tinha pelos brancos com algumas manchas pretas pelo corpo que o fazia parecer mais um dálmata do que um lobo. Seus olhos eram azuis e a ponta de sua calda era cinza.

O lobo rosnava e mostrava suas presas que estavam a centímetros do rosto de Léo.

Léo não se deixou intimidar e com um movimento rápido atingiu o lobo com sua pata dianteira esquerda, o lobo branco virou e quando se preparava para morder Léo, mas ele foi mais rápido e rolou para o lado se afastando e ficando de pé.

Os dois lobos se encaravam e rosnavam um para o outro. Eles se encaram por mais ou menos um minuto e então novamente partiram para o ataque.

O lobo branco mordeu Léo bem na jugular. Léo soltou um gemido feroz e ao mesmo tempo de dor, virando o rosto e mordendo na orelha do lobo branco.

Agora era o lobo quem soltava um gemido de dor, virando o corpo para o lado oposto ao de Léo que jogou com tudo sobre ele. O corpo de Léo caiu e novamente o lobo branco estava sobre ele. Léo tentou virar o corpo como da vez anteriormente, mas dessa vez o lobo branco estava atento e impediu que Léo girasse o corpo e novamente mordeu Léo na jugular.

- NÃO! — Gritou Rebeka ao ouvir novamente o gemido de dor de Léo e ver o seu pelo marrom ficar vermelho com o seu sangue. O lobo se preparava novamente para morder Léo, ele conseguiu novamente se levantar e ao ficar em pé rapidamente se jogou sobre o lobo branco. O corpo do lobo foi jogado e parou ao se chocar contra uma grande pedra. Léo estava agora sobre o corpo do lobo branco e com um rápido movimento o mordeu na jugular e virando a cabeça o som de ossos quebrando puderam ser ouvido.

Léo se afastou e o corpo do lobo branco ficou imóvel e em segundos ele voltou a forma humana. Léo se aproximou de Rebeka e as demais, seu sangue banhava todo o seu pelo na lateral de seu corpo e algumas gotas a pingavam no chão.

Rosnando o lobo encarava os demais índios que agora estava próximo ao corpo do Índio que Léo acabara de matar.

Eram cinco índios contando com os gêmeos que Léo havia matado. Da floresta outros Índios e lobos se aproximaram e encaravam Léo. Abrindo caminho um lobo apareceu.

Ele tinha pelos negros com algumas manchas brancas que se pareciam com listras, e seus olhos eram azuis. O lobo parou ficando frente a frente com Léo que continuava rosnando.

O corpo de lobo mudou começou a tremer e em segundos no lugar do lobo havia uma pessoa. Ele tinha o corpo musculoso e pele morena, olhos verdes e cabelos negros com alguns fios grisalhos. O rapaz estava apenas usando uma calça jeans marrom surrada e suas mãos estavam fechadas.

- Você...matou os meus filhos! — Disse o índio com a voz grave. Léo novamente rosnou para ele e se preparava para atacar. — Vocês invadiram nossas terras!

Rebeka percebeu algo curioso. Após Léo ter rosnado o índio respondeu em seguida como se entendesse o que Léo estava dizendo mesmo em sua forma de lobo.

- Vocês invadiram, e por ser um lobo sabe do que acontece quando o território de um lobo é invadido! — Léo novamente rosnou, mas agora recuou um passo e o índio se aproximou. — Todos vocês iram morrer principalmente você lobo!

Ao escutar essas palavras Léo correu em direção ao índio que mesmo na forma humana partiu na direção de Léo. Rebeka pensou que assim como os gêmeos o índio iria mudar para a forma de lobo para assim poder lutar contra Léo, mas algo completamente a surpreendeu. O índio continuou na forma humana e desviando o corpo para a esquerda atingiu o rosto de Léo com um o soco.

Léo ficou um pouco atordoado e novamente o índio atingiu sua face o fazendo recuar. Levando a mão no bolso o índio retirou uma estranha planta, planta tinha o caule é reto, as folhas eram arredondadas e de cor roxa. Apertando com força a flor um liquido meio amarelado podia ser visto escorrendo pela mão do índio que novamente socou o rosto de Léo, o mesmo recuou um passo, mas agora novamente voltou a gemer de dor.

- Léo não! — Rebeka se preparava para correr na direção de Léo, mas foi impedida.

Alguns dos índios estavam ao seu redor e haviam cercado Elisangela e Mirela que seguravam de maneira protetora os bebes.

Ao ver as meninas cercadas Léo ignorou o índio e tentou correr na direção de Rebeka, mas isso foi um grande erro. O índio atirou a planta que havia esmagado com as mãos na direção de Léo que atingiu o seu rosto com um pouco de seu sangue.

Ao atingir o seu rosto Léo novamente gemeu de dor. Ele voltou imediatamente a forma humana, seu pescoço sangrava com as mãos no rosto gritava mais ainda de dor.

- AAAAAHHHHH! — Léo caiu no chão e se debatia de dor. O índio se aproximo e afastando suas mãos de seu rosto parou com pé próximo de sua garganta.

Elisangela e Mirela estavam chocadas com a cena que estavam vendo. Rebeka caiu de joelhos mostrando estar mais chocada ainda que as amigas.

O rosto de Léo estava em carne viva, sangue e pus escorriam por sua face. Seu olho direito estava inchado e completamente fechado e o esquerdo Léo mal conseguia abri-lo.

- Sua morte será lenta e dolorosa lobo! — Disse o índio com a voz grave e autoritária. — Mas não será aqui...você morrer na frente do meu povo, vai pagar por ter matado os meus filhos!

Tirando o pé da garganta de Léo o índio se aproximou novamente socou o rosto de Léo, o impacto foi tão forte que ao receber o golpe Léo desmaiou imediatamente. O índio se levantou e ordenou para levarem Léo e os demais.

Ao sentir as mãos dos índios segurando com firmeza o seu braço Rebeka começou a gritar e a se debater.

- Me soltem! Léo! Eu tenho que ajudar o Léo me soltem, ME SOLTEEEEEEEM!

                                                                                         ***

Todos foram levados pela floresta. Léo era carregado por dois índios e quatro lobos os cercavam. Rebeka, Elisangela e Mirela que carregavam os bebes no coloco caminharam em silêncio no meio dos lobos.

No meio da floresta uma grande caverna foi avistada e na entrada dois lobos de pelos cinzas podiam ser vistos, os lobos tinham os olhos amarelos, um deles tinha o focinho e as pontas das orelhas de cor branca, o outro tinha manchas nos mesmos lugares eram de cor preta. Os lobos se afastaram e grupo adentrou a caverna. O lugar estava um pouco escuro, mas sem dificuldade Rebeka e as demais podiam caminhar pelo local. Todos caminharam dentro da caverna por mais ou menos quinze minutos e ao saírem da caverna Rebeka e as demais ficaram surpresos com que estavam vendo.

Uma pequena cidade podia ser vista, rodeada pela floresta a cidade possuía casas de madeiras. As casas eram parecidas umas pequenas de cor brancas, outras amarelas e azul, apenas duas eram diferentes percebeu Rebeka, a primeira ao norte era maior tanto em altura como ele largura, a casa era de cor amarela e imagem do rosto de um rosto lobo pintado em branco podia ser visto. A outra casa era parecida com a casa ao norte a diferença eram a cor da casa, ela era branca e a imagem de um crânio pintado de vermelho estavam gravados sobre ela.

Rebeka e as demais caminharam junto com os lobos até a casa com a caveira, o local estava empoeirado e algumas celas podiam ser vistas. As celas possuíam barras de metal e nas paredes algumas rachaduras podiam ser vistas.

- Uma cadeia? — Perguntou Mirela observando o local.

Dois lobos um homem e uma mulher abriram uma das celas que ficava do lado esquerdo, o local possuía dois colchões de casais percebeu Rebeka. Ela e as amigas foram obrigadas a entrarem na cela.

Ao entrarem a mulher fechou a porta e as trancou. Em seguida caminhou na direção da cela que ficava à direita, abrindo a porta na cela apenas um colchão de solteiro era visível no local. Os outros índios entraram ainda carregando Léo que estava desacordado e o jogaram na cela.

Léo caiu próximo ao colchão e continuou desacordado, a mulher fechou a cela de Léo o trancado e todos os lobos se retiraram, uma grande porta de Metal foi fechada e em seguida trancada e apenas a luz do sol iluminava o local.

- A Léo... — Disse Mirela olhando aflita para ele. — Temos que ajudá-lo.

- Quando pretendiam em contar? — Disse Elisangela atraindo a atenção das duas.

- Eli olha... — Mirela não sabia o que dizer, ela olhou para Rebeka na busca de alguma orientação, mas Rebeka apenas olhava aflita para Léo ignorando as amigas. — Re... o que iremos fazer?

Respirando fundo Rebeka olhou para Mirela e em seguida para o bebe em seu colo. Mirela carregava o pequeno Denis que dormia tranquilamente no colo da mãe, virando o rosto o seu olhar se encontrou com a pequena Meliane que assim como o irmão dormia tranquilamente no colo de Elisangela. Que inveja desses pequenos pensou Rebeka. Eles dormem tranquilamente como se nada estive acontecido.

Ao olhar para Elisangela Rebeka respirou fundo. A amiga a olhava atentamente, mas em seu olhar o medo e a confusão podiam ser vistos. Respirando fundo Rebeka se aproximou e sentou-se ao lado da amiga.

Mirela sentou-se ao lado de Rebeka e a mesma começou a falar. Rebeka explicou sobre o que Léo realmente era, ela contou que ele era um lobisomem e não apenas ele, mas sua família também era. Contou que aprendeu sobre lobos ao conhecer Jonathan que também era um lobo, contou sobre a cidade de Lincaon e que a senhora Matilde também era uma loba e agora era a alfa da alcateia da cidade. Ela contou também que a senhorita Matilde foi quem pediu para que Léo ficasse junto com Rebeka para protege-la, ela explicou sobre os caçadores que foram eles quem mataram Jonathan, seu pai e seu avô. Explicou sobre a mãe de Léo que ela era uma bruxa e que havia morrido ao dar à luz a Léo e que Jonathan não gostava de Léo, ele o culpava pela morte da mãe na qual era muito apegado, e por fim contou sobre o seu sequestro, que o culpado era um lobisomem chamado Casemiro a havia sequestrado e que Léo a havia salvado e revelou também sobre os outros lobos que haviam na cidade além de Léo.

Elisangela ficou quieta ouvindo toda a explicação atentamente. Agora era Mirela quem falava, ela contou que desconfiava que Léo não era uma pessoa normal depois da ajuda ao descobrir sobre o pai de seus filhos, contou que depois que passou a morar com eles ambos revelaram o segredo de Léo, contou que o viu em uma noite de lua cheia e que a verdade sobre Léo ser um lobisomens não pode ser dito para qualquer um.

- Eu entendo... e agora entendo o porquê não me contaram nada. — Finalmente disse Elisangela após ficar um bom tempo em silêncio. — A Lary sabe disso?

- Não ainda não. — Respondeu Rebeka.

- E ela irá saber?

- Saberá quando Léo resolver contar Eli.

- Vocês iriam me contar?

- Sim iríamos quando Léo achasse que poderíamos contar, a final o segredo é dele.

- Está certo...ainda estou surpresa e me acostumando com a ideia, mas saibam que podem contar comigo não contarei a ninguém sobre o segredo!

- Que..bom... — Disse uma voz que atraiu a atenção de todas. — Não aguentava mais ter que esconder isso de você Eli...

- Léo! — Rebeka se levantou e correu até a grade. — Léo você está bem?

-Não muito Re, mas vou ficar.

- Léo o seu rosto... — O rosto de Léo ainda estava desfigurado, mas diferente da última vez os ferimentos começavam a cicatrizar percebeu Rebeka. — O que foi aquilo que aquele índio jogou em você?

- É uma planta especial, ela tem vário nomes Monk' s Hood, Acônito, Wolfsbane ou no popular Lycoctonum "Mata Lobo! "

- Mata lobo?

- Sim é uma planta especial, ela solta esporos que assim como a prata pode ferir um lobo, alguns Alfas para punirem outros lobos usam esse tipo de planta no lugar da prata.

- Que horror. — Disse Mirela.

- É horrível mesmo Mih.

- E agora o que faremos Léo? — Perguntou Elisangela atraindo a atenção de todos.

- Bom...primeiramente teremos que nos manter vivos!

II

Como iremos sobreviver a isso? – Perguntou Elisangela olhando para Léo.

- Ainda não sei como responder a essa pergunta, mas é o que temos que fazer.

- O que acha que eles iram fazer conosco?

- Nos matar!

Todas olharam surpresas para Léo. O lobo suspirou e seus ferimentos estavam quase totalmente curados.

- Você...está brincando não é? – Disse Mirela tentando se manter firme.

- Infelizmente não Mih...por minha causa eles farão isso!

- Por sua causa? Mas você não fez nada de errado Léo! – Disse Rebeka mostrando estar revoltada.

- Para eles eu fiz Re... eu invadi o território deles.

- Mas você não sabia, nós não sabíamos!

- Eles não veem dessa maneira. E para piorar eu sou um lobo urbano e matei um deles!

- Eu ainda não entendi isso de lobo urbano e lobo de floresta! – Disse Elisangela e todas concordaram com ela.

- Bom... – Disse Léo procurando uma maneira de explicar. - Eu não sei de todos os detalhes, lobos como eles são ainda um mistério para mim. A quem diga que esses lobos sabem mais sobre nós lobos urbanos do que sabemos sobre eles.

Mas como eu disse esses lobos nos veem como animais domesticados. Um exemplo é cão doméstico e o cão selvagem. Mesmo sendo cães eles têm uma rixa feia, e são capazes de matar um ao outro. Na cidade por exemplo quando um cão ao ver outro começa a latir, eles brigam e após um tempo é capaz de eles não brigarem por causa do convívio. Já se envolver um cão selvagem não é a mesma coisa.

As meninas ficaram em silêncio mostrando estar absorvendo toda a informação dita por Léo.

- Mas quem o que começou essa rixa entre esses lobos?

- Ai que está Eli eu não sei dizer exatamente alias ninguém sabe! Os lobos de floresta eles não nos veem como lobos, mas como cães domesticados. De início não existia isso de lobo urbano ou de floresta. A humanidade morava nas cavernas depois e então começaram com vilarejos, aldeias, cidades etc... Os lobos antes da criação das cidades vivam mais com a natureza, igual a esses lobos aqui. Depois da criação das cidades alguns lobos começaram a conter muito o seu lado lobo vivendo mais como humanos e raramente mudando para a sua forma verdadeira. Dizem que o motivo principal dos lobos começarem a agir dessa forma eram as mulheres!

- As mulheres? Por que? – Não só Elisangela mas agora todas olhavam curiosas para Léo.

- Alguns desses lobos se apaixonaram por mulheres que moravam na cidade e vice – versa, e por causa delas deixaram a vida de lobo e se mudaram para as cidades. Por isso eles nos chamam de cães domesticados, as mulheres dominaram os lobos. Não sei se isso é verdade, mas é o que dizem.

- Se bem que isso faz muito sentido!

- Realmente faz Eli. – Disse Rebeka concordando.

- Mas Léo fora essa diferença idiota um lobo como você por exemplo tem algo mais que os difere ou é só isso?

- Tem só uma coisinha... – Léo mordeu os lábios e a dor era visível em sua face.

- E o que seria? – Léo respirou fundo e a dor era mais visível.

- Léo? – Agora Rebeka estava preocupada com o jovem lobo.

- A lua cheia! – Fechando os olhos ele cobriu sua face com as mãos.

- A lua cheia? – Repetiu Elisangela confusa.

- Oh não... – Mirela olhava para Léo com a mesma expressão de dor.

- O que tem a lua cheia gente?

- Eli... – Disse Rebeka atraindo a atenção da amiga. – A história sobre lobisomens pensa bem, o que a lua tem em comum nessas histórias?

Elisangela demorou uns segundos para entender.

- A sim é verdade é quando eles se tornam lobos, mas não posso acreditar que isso seja verdade.

- Depois de tudo que viu ainda acha que não é verdade Eli?

- Não é isso Re é só que... – Ela olhou para Léo. O lobo ainda estava com as mãos cobrindo sua face e seu corpo estava tenso. – Léo não é como os lobos das histórias. – Ao escutar Léo tirou as mãos do rosto e voltou a olhar para a jovem. – Não é?

- Depende do que quer dizer exatamente sobre os lobos das histórias!

- Léo nas histórias os lobos eles... só se transformam nas noites de lua cheia, você e aqueles lobos se transformaram em plena luz do dia. E também eles andam sobre duas pernas e não quarto como vocês, eles ficam com partes das roupas que estavam vestindo ainda cobrindo seus corpos, e ainda lembra um pouco de sua parte humana. Por isso não acredito que a lua seja a diferença entre vocês, que ela possa te deixar daquele jeito, violento se sanguinário.

Léo assentiu ao escutar as palavras ditas por Eli e não apenas ele, Rebeka e Mirela também concordaram e olhavam para Léo.

- Existe um motivo pelo qual a humanidade ao abordar o assunto lobisomem nos cinemas ou seriados mostram os lobos dessa forma.

- E qual seria?

- Esses lobos com essas características existiam no passado!

- Existam no passado? – Perguntou Mirela ficando mais confusa ainda.

- Os lobisomens citados pela Eli eram os "Lycans"!

- Lycans?

- Isso mesmo, eram lobos exatamente como ela descreveu, enormes, só apareciam na lua cheia e atacavam sempre uma aldeia vizinha. Eles tinham esse nome em homenagem ao primeiro Lobisomem Lincaon!

- Igual a sua cidade! – Disse Rebeka e Léo assentiu.

- Isso mesmo Re a nossa cidade recebeu o seu nome em homenagem a ele. Nossa alcateia não nasceu lá, dizem que eles tomaram a cidade após acabarem com os Lycans, antes a cidade pertenciam a eles e após eles serem extintos nossa alcateia a tomou para si.

- Então esses lobos de cinemas existiam no passado? – Perguntou Elisangela e Léo assentiu confirmando.

- Eles são os primeiros que existiam Eli, como eu disse eles descendem de Lincaon o primeiro lobo que era grego!

- Grego?

- Sim dizem que ele era um rei de uma cidade chamada Alcatéia! Ele era muito cruel e abusava do título de rei! Ele tinha mais de cinquenta filhos e isso com mulheres diferentes!

- Que horror e que safado! – Disse Mirela e suas amigas assentiram.

- Também concordo Mih, mas então a história diz que certa vez Zeus o deus do Olimpo ao ouvir sobre Lincaon desceu a terra e foi até o seu reino. Os sacerdotes da época informaram ao rei que aquele era Zeus o deus do Olimpo e ele fez a grande besteira de desafia-lo para confirmar se aquele era Zeus mesmo.   

- E o que ele fez?

- Bom Mih vai parecer estranho de início, mas...ele o convidou para um jantar e lhe ofereceu carne!

- Carne?

- Isso mesmo.

- Quer dizer que Zeus era vegetariano?

- Não, eu imaginei que fosse perguntar isso e agora vai motivo real. A carne que ele mandou prepara para Zeus era carne humana!

A repulsa e o nojo eram visíveis nas faces das jovens.

- Que horror ai que nojo Léo!

- Eu sei Mih e por isso Zeus se revoltou e como punição usou os seus raios e matou todos os filhos de Lincaon e o amaldiçoou o transformando em um lobo. Lincaon e o seu nome original grego que e é mais conhecido por Lycan o nome popular estrangeiro.

- Mas Léo agora tenho outra dúvida.

- Qual seria?

- E os lobos como você? De quarto patas? Você disse que esses lobos os Lycans foram extintos certo?

- Sim.

- E se as histórias dizem como o Rei Lincaon foi criado então como os lobos da sua espécie foram criados e lutaram contra eles?

- Entendo...isso é graças a Lupa!

- Lupa?

- Isso mesmo a Loba Imortal que amamentou Rômulo e Remo criadores de Roma!

III

A Loba Imortal que amamentou Rômulo e Remo? – Disseram as três em uníssono.

- Isso mesmo! – Disse Léo confirmando. – Dizem que Lycan se encontrou com ela anos após ter se tornando lobo. Uns dizem Mil anos, outros séculos, não sabem dizer qual a data certa, mas dizem que ele a encontrou. De início os dois tiveram uma luta horrível, lobos quando se veem a primeira reação é uma luta, mas depois os dois misteriosamente se envolveram e tiveram filhos, e os filhos que tiveram nasciam na forma humana parte herdade de Lycan, e após um tempo o seu lado lupino se manifestava e eles se transformavam em lobos completos parte herdada da mãe Lupa.

Lupa não era capaz de transformar um humano em lobo como sua mordida ou arranhando, apenas Lycan podia fazer isso, mas os seus filhos herdaram as habilidades de ambos. E até podiam criar outros lobos engravidando mulheres humanas, ou as lobas podiam engravidar dos homens, e o mesmo eram com os humanos transformados diretamente após serem feridos por Lycan e seus filhos. A diferença entre eles eram duas o controle, e as transformações!

- O controle e as transformações? – Perguntou Rebeka e Léo assentiu.

- Os filhos de Lupa nas noites de Lua Cheia eram instáveis como qualquer lobo outra herança de Lycan, mas diferente dos filhos de Lycan eles após anos conseguiam se controlar nas noites de lua cheia, e a lua não era mais um problema para eles. Já os filhos direto de Lycan não tinham esse controle, eles eram dominados sempre pela lua. E as transformações como viram os filhos de Lupa não precisavam da lua cheia para se transformarem, eles poderiam se transformar no momento em que quisessem enquanto os de Lycan só durante as noites de lua ou seja... uma vez por mês.

E os filhos de Lupa conseguiram outra proeza que foram a chave a para vitória e o extermínio dos filhos de Lycan. – As meninas olhavam atentamente para Léo curiosas para ouvirem a resposta. – A Alcateia!

- Alcateia?

- Sim Re, os filhos de Lycan eram violentos e sedentos por sangue e morte. Eles não podiam conviver uns com os outros, mesmo sendo da mesma espécie quando eles se encontravam lutavam até a morte. É claro que todo lobo ao se ver a primeira reação é lutar, e o mesmo aconteciam com os filhos de Lupa, mas quando aprendiam a se controlar eles dialogavam uns com os outros e assim as alcateias foram criadas, seguindo os exemplos dos lobos comuns. Com um líder o Alfa, o segundo em comando o Beta, e seus subordinados. Como eu disse a criação das alcateias foram a chave para a vitória dos filhos de lupa, um grupo de lobos contra apena um é uma vantagem e assim eles conseguiram erradicar os Lycan e os filhos de Lupa prosperam até hoje. Segundo o que dizem.

As meninas assentiram e ficaram um tempo em silêncio pensando em tudo que Léo havia dito. O lobo percebeu várias reações enquanto cada uma refletiam sobre suas palavras. Surpresa, descrença, medo, alegria eram as reações que se passavam pelo rosto das meninas.

- Mas é claro gente não esqueçam é o que dizem, isso tudo pode ser verdade ou não. Pode haver outros motivos e nenhum lobo sabe de tudo!

- Obrigada mais uma vez pela aula sobre lobos Léo! – Disse Rebeka sorrindo e ele sorrio em seguida.

- É minha função te ensinar sobre lobos lembra Re? – Ela assentiu e continuou sorrindo, mas o momento de felicidade durou pouco.

Três pessoas adentraram no local, dois homens e uma mulher. Os homens tinham pele parda e eram musculosos, estavam usando calças surradas percebeu Rebeka. Um deles usava uma calça marrom desbotada e estava descalço, tinha longos cabelos negros e lisos que caiam em suas costas e olhos negros como a noite. O outro usava uma calça jeans azul e Rebeka percebeu que era nova, assim como o seu colega estava descalço e era careca, e seus olhos eram verdes. Um verde tão intenso que Rebeka ficou hipnotizada.

Já a mulher aparentava ser uma pessoa idosa, tinha a pele parda e algumas rugas eram visíveis em seu rosto. Olhos castanhos escuros e cabelos negros e alguns fios grisalhos eram visíveis, ela usava um vestido marrom que ia até a sua a atura de seus joelhos e estava descalça. Ela carregava algo nas mãos, roupas percebeu Rebeca. A mulher olhou brevemente na cela onde estavam as jovens, ao olhar para a cela de Léo o olhou com curiosidade. Seu olhar desceu lentamente pelo seu corpo e o jovem ficou meio sem jeito por ser olhado daquela maneira. Rebeka sentiu uma pontada de ciúmes ao ver como a mulher olhava para Léo. Ela se aproximou da cela e Léo recuou um passo, a mulher jogou as roupas que estava segurando. As roupas atravessaram perfeitamente as grades e acertaram o rosto de Léo que as segurou.

- Vista-se! – Disse a mulher com a voz um pouco rouca mas autoritária. Léo obedeceu e começou a se vestir.

A mulher havia trazido uma calça moletom azul com uma camiseta branca que serviam perfeitamente em Léo.

- Agora tirem ele da cela e o levem até o Marrok!

- O Marrok aqui? – Disse Léo chocado com a revelação.

- Não Léo! – Rebeka segurou as grades e inutilmente as forçava tentando quebra-las.

Os homens entraram na cela de Léo, o careca lhe deu um soco no rosto e o jovem caiu no chão.

- Não! – Gritou Rebeka e os bebes começaram a chorar com os gritos. Ela continuava forçando as grades enquanto os homens espancavam Léo em sua cela. Eles encolheram o seu corpo enquanto os golpes eram desferidos.

Mirela e Elisangela tentavam em vão acalmar os bebes, mas o choque com a cena era visível em seus rostos.

A mulher estava quietava olhando fixamente para frente com a expressão neutra. Lutando para não olhar na direção das jovens e nem para a cela de Léo.

Após uns minutos a pancadaria cessou e os lobos pegaram o corpo de Léo e arrastaram até o tirarem da cela. Os joelhos de Rebeka cederam e ela lentamente deslizou até o chão ainda segurando a grade.

Seu olhar estava fixo em Léo, as lágrimas escorriam pelo seu rosto e assim como a mulher a expressão de Rebeka era neutra. As roupas que Léo havia recebido estavam sujas, seu rosto estava inchado, em seus braços horríveis hematomas podiam ser vistos. Os rapazes o levaram o arrastando para fora da cela. A mulher ficou mais uns segundos no local e seu olhar passou por cada uma das jovens.

Ao se encontrar com o de Rebeka expressão neutra havia abandonado o seu rosto e agora a tristeza era visível em sua face. Respirando fundo a mulher fecho os olhos e ao abri-los caminhou saindo da cela.

                                                                                                   ***

Algum tempo depois a mulher retornou. Rebeka e as amigas se levantaram na esperança de verem Léo, mas apenas a mulher havia entrado na cela.

- Léo? Aonde está ele? – Perguntou Rebeka. A mulher carregava uma grande bandeja com frutas variadas, uma jarra de barro e três copos também de barro. – AONDE ESTÁ LÉO? – Disse Rebeka coma voz firme!

A mulher rosnou para ela e seus olhos mudaram de cor se tornando amarelos. Rebeka e as amigas se afastam, a mulher abriu a cela das meninas com calma e colocou a bandeja no chão. Com a mesma calma ela se afastou e fechou a cela e em seguida saiu deixando as jovens.

Rebeka e as amigas embora estivessem preocupadas com Léo perceberam o quanto estavam morrendo de fome, elas devoraram em minutos as frutas e deixaram a maior parte para Mirela.

A jovem no início recusou, mas as amigas a convenceram que ela precisava comer mais pelo fato de estar ainda amamentado os bebes. Mirela relutante aceitou e comeu suas frutas. A jarra trazida estava cheia de água, e as jovens também perceberam o quanto estavam sedentas de sede.

Após um tempo a mulher retornou, e dessa vez ela não estava sozinha. Os mesmos rapazes que havia capturados Léo retornaram e o arrastavam novamente. O coração de Rebeka quase parou. Ele estava pior do que quando foi levado, usas roupas estavam totalmente rasgas e o seu corpo todo ferido e sujo de lama e sangue e com ferimentos horríveis por todo o corpo.

A mulher se aproximou da cela, Rebeka mesmo chocada estava com medo de se aproximar da mulher. Ela entrou e retirou a bandeja que havia deixando para as jovens. Ao se retirar os rapazes jogaram Léo na cela onde estavam as jovens e todas se aproximaram de Léo.

- Léo você está bem? – Disseram todas em uníssono.

- Léo fala comigo, Léo! – Dizia Rebeka estava desesperada.

- Argh... – Disse o lobo e ela respirou um pouco aliviada.

A mulher entrou novamente na cela, Rebeka e as demais estavam tão preocupas com Léo que nem se importaram com a presença da mulher que logo se afasto com a bandeja. Alguns minutos depois ela retornou e agora trazia outra bandeja com roupas e alguns panos, os rapazes um deles trouxe uma enorme bacia de barro, e o outro uma bandeja com mais frutos e dois jarros com água.

Ao colocarem os objetos nas celas os rapazes se afastaram e a trancaram novamente.

A mulher olhava atentamente para as jovens, após uns minutos olhando ela voltou a falar.

- Cuidem do menino!

E após dizer essas palavras ela se afastou junto com os rapazes e deixou Léo aos cuidados das jovens!

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