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SEDUZIDA PELO MILIONÁRIO

Capítulo 1

André Sorrentino Nicolo

Natasha

André Sorrentino Nicolo

Encosto-me à parede e observo a cena que se desenrola à minha frente. Sorrio com a imagem da linda garçonete circulando pela casa carregando uma bandeja de bebidas. Eu tenho a observado há bastante tempo nas festas bancadas pelo meu pai.

Meu mentor nos negócios, hoje aposentado, Enrico Sorrentino Nicolo.

Ela é a coisinha mais linda que já coloquei os olhos. A garota é uma graça. Sua pele parece de porcelana, os olhos verdes têm tons alaranjados. Os cabelos castanho-escuros naturais estão sempre erguidos num coque alto. Eles incitam minha curiosidade em querer saber o comprimento deles e dão asas à minha imaginação.

Frequentemente sou assolado pela imagem dela deitada, os cabelos soltos esparramados sobre o travesseiro, gritando meu nome em satisfação enquanto eu libero todo o meu gozo dentro dela.

Solto o ar enquanto a observo oferecer os drinks. Seu jeito tímido em se portar, de se mover entre as pessoas mexe comigo.

Linda, mas muito jovem. Dezenove anos. Natasha Willians fará vinte anos em dezembro. Quando olho para ela vejo toda uma vida pela frente para ser descoberta. Espero que no amor ela tenha mais sorte do que eu. Mas duvido. Terá que beijar muito sapos para encontrar seu príncipe.

Sim, eu sei tudo sobre ela. Contratei um cara, um detetive, para ser exato, e ele me deu sua ficha completa:

Natasha fora criada por sua mãe até nove anos. Com a morte dela, Natasha foi para um orfanato, onde ficou até completar a maioridade. Passou então por um abrigo temporário até ser integrada na sociedade.

Hoje ela vive num lugar bem modesto. Para dizer a verdade, bem deprimente e esse é o seu primeiro emprego. Observo-a de cima a baixo, me detendo em suas lindas pernas e seu bumbum arrebitado.

Dio Santo, ela realmente é uma perdição.

Mesmo focado em algo, ou eu estando virado em outra direção, eu sempre percebo sua presença. Estou sempre ciente de sua proximidade.

Seu cheiro fresco sempre a precede. Solto o ar com frustração.

Sua tenra idade tem me brecado em chamá-la para sair. Não é fácil. Ela parece ter nascido para despertar fantasias nos homens. Ela caminha em direção a um velho amigo de nossa família com a bandeja. Raul pega uma das bebida e sorri para ela de um jeito que não gosto. Ela o ignora e vai até Arthur. Vejo também como sua fisionomia se transforma ao vê-la.

Parece um lobo babão. Um sentimento ruim me toma e eu me seguro para não ir lá e acabar com aquele sorriso lascivo que ele está lhe dando agora.

Nem preciso. Minha menina sabe se virar. Com prazer assisto a linda Natasha fechar o semblante e se virar em outra direção.

Bravo ragazza! É isso aí. Coloca esses vermes cada um no seu lugar. No caminho seu olhar cruza com o meu. Minha pele inteira se arrepia e meu corpo entra em alerta sexual, despertando novamente sentimentos controversos dentro de mim.

Sou eu, como sempre, sendo nocauteado por tamanha beleza. Forço-me a encará-la impassível. Não quero olhá-la como todos eles. Ainda assim Natasha se sente inibida e desvia suas íris verdes enquanto avança na minha direção.

Faz todo seu trajeto até onde estou sem olhar para mim, mas uma coisa não me passou desapercebida. Ela está nervosa. Sei disso pela maneira que a bandeja treme em suas mãos. Acredito por saber quem sou.

Minha respiração engata com sua proximidade. Ela ergue os olhos e meu mundo sai de órbita. Sempre me sinto assim. Seus olhos são fascinantes.

Eis que tenho a imagem de um anjo. É assim que a vejo. Pura, sensível e.... nova.

Toda vez que falo com ela sinto muitas coisas, mas o que mais me chama minha atenção é a paz que ela traz para a minha alma.

CAPÍTULO 2

André Sorrentino Nicolo

É bom saber que ainda existe no mundo mulheres como ela. No meu meio está muito difícil de encontrar...

Fúteis, apegadas ao material, ao que posso oferecer. Atraídas pelo meu nome, pelo meu status. E as que tem cérebros não fazem meu tipo.

—Uma bebida senhor Nicolo?

Ela nunca me viu beber álcool nas festas, mas sempre oferece um copo para mim por puro profissionalismo...

Bem, assim eu penso. Mantenho minha respiração normal, embora meu coração bata violentamente no peito. Incrível como perco o controle sobre ele.

Um sorriso frio cruza meu rosto. Sinto meus músculos se contraírem e mais uma vez me recuso a não me comover por esse lindo rosto, nem por esses olhos maravilhosos, nem por esse majestoso sorriso.

Uma bellezza delicata...

Dio, pena que Natasha é muito nova para mim...

Com meus trinta e cinco anos me sinto um velho perto dela. Aceno um não com a cabeça e lhe dou um sorriso amistoso.

—Obrigada Natasha. Mas hoje não vou beber. Não resisti em chamá-la pelo nome. Queria que ela soubesse que não é invisível para mim.

Ela não esconde sua surpresa abrindo sua boquinha linda. Com certeza por eu ser um dos homens mais ricos segundo a revista Forbes e ainda saber o nome dela.

A história do meu sucesso está em toda parte. Todos conhecem minha reputação como tubarão dos negócios. Em poucos anos multipliquei a riqueza da família.

A simples construtora que herdei, hoje é apenas uma das minhas máquinas de fazer dinheiro.

Com um sorriso tímido Natasha dá um aceno de cabeça e se afasta de mim e eu me controlo para não chamá-la para dizer algo.

Não sei....

Uma coisa eu coloquei no coração, ela estará sempre no meu radar. Sempre a ajudarei de alguma forma, mesmo que ela não saiba. Ainda que no anonimato.

Uma questão sempre me assola. Até quando vou me manter assim, firme, nadando contra a maré, sem me envolver?

As festas de meu pai são um porre. Tenho participado de todas elas para vê-la. O que me move é o anseio de saber como Natasha está, os relatórios que tenho tido não parecem ser o suficiente. Sempre preciso vê-la com meus próprios olhos. Ver pessoalmente se ela está realmente bem.

Um alerta soa na minha cabeça e me desperta para uma coisa. Preciso dar um tempo sem vê-la. Estou me envolvendo demais. Meus pensamentos não são nada bons para ela. Sou uma cobra criada, muito vivido e muito amargo também.

Ela pode te curar...Uma voz sopra no meu ouvido.

Balanço minha cabeça em negativa. Não! Depois de tudo que vivi não sei se alguma coisa boa sobrou dentro de mim.

Levei tanto tempo para me casar e me decidir por uma pessoa e quando finalmente achei que encontrei a mulher certa, tomei na cara para não dizer em outro lugar.

Ninguém se casa sem amor e eu amava Rebecca com todas as forças do meu coração. Ela era uma mulher linda, sensual, vibrante.

CAPÍTULO 3

André Sorrentino Nicolo

Entrei de corpo e alma na relação, mas com zero habilidade em lidar com uma mulher drogada. Cocaína era sua praia.

A merda toda que eu não sabia disso. Foi eu deslizar o anel em seu dedo esquerdo que esse seu lado se revelou. E minha vida perfeita se tornou um inferno.

Aprendi cedo que a imagem que vemos em uma pessoa pode não ser a verdadeira, ela pode transparecer tantas coisas boas e tudo pode ser uma grande mentira.

Dio mio, fico imaginando se nosso filho tivesse vingado. Com certeza teria nascido com algum problema pelo tanto que ela se drogava, mesmo sabendo que estava grávida.

Tentei ajudá-la. Fiz de tudo que estava em minhas mãos. Não desisti dela. Fiquei ao seu lado como uma fortaleza, mesmo que o pesadelo que eu vivia me matasse aos poucos por dentro.

Conselhos não faltaram.

Nem a clínica de reabilitação que paguei ajudou. Quando ela voltava para casa e o inferno recomeçava.

Ela amava mais as drogas que eu.

Um dia o inevitável aconteceu. No nosso quarto, que deveria ser o nosso ninho de amor, foi um palco de horror. Eu a encontrei na cama gelada. Demorou para eu entender que ela estava morta. Que a overdose a levou.

Sofri.

Acredite! Eu sofri!

Fiz de tudo para que isso não acontecesse, usei todos os recursos disponíveis que eu tinha para tirá-la do vício, ainda assim quando ela morreu me senti culpado.

Na verdade ainda me sinto assim. Tenho sempre a sensação que fiz pouco por ela.

Afasto meus pensamentos que ainda me machucam e caminho lentamente até meus pais.

Hoje vou sair. Espero encontrar um mulherão para passar algumas horas sem neuras, quero apenas sexo intenso.

Eu me despeço dele.

—Dì a mamma che me ne sto andando. (Diga a mamãe que estou indo embora.)

—É presto. (É cedo)

—Padre!

—Non mi piace il tipo di vita che conduci a mio figlio. Pensi che non sappia dove stai andando adesso? (Não gosto do tipo de vida que está levando meu filho. Pensa que não sei para onde está inda agora?)

—Padre. Per favore.

Meu pai me segura pelo braço.

—A vida é cheia de infortúnios. Seu casamento foi um deles, mas não quer dizer que não deva confiar novamente em alguém — meu pai me diz em seu inglês precário.

Apenas aceno com a cabeça, sem nada dizer e tomo meu rumo.

E a garota possessiva que me relacionei? Que arrebentou com meu carro quando terminei com ela?

E aquela vagabunda que pegou a camisinha e enfiou meu sêmen na sua vagina? Por sorte eu a peguei no flagra. Eu lavei tudo como se lavasse o joelho sujo de uma criança e lhe dei um chute na bunda e quase fiz isso de um jeito literal.

Dio! Não sei se consigo confiar meus sentimentos à alguém.

Hoje prefiro caçar do que ser caçado.

Horas depois entro na minha cobertura e encaro minha confortável cama, mas não o suficiente para me livrar dos pesadelos. Sou muito assolado por eles. São tão reais que acordo assustado. Às vezes até gritando no meio da noite. A imagem de Rebeca vestida com sua camisola de cetim branca surge morta ao meu lado. Então ela se senta na cama e chora me pedindo ajuda.

Solto o ar. Dio! Ando tão cansado.

Desde que ela morreu, há dois anos, tenho trabalhado direto. Eu preciso de noites tranquilas de sono para acordar bem e disposto. Mas não é isso que eu tenho tido.

Dois anos já não era para esse tormento de sonhar com ela ter me deixado?

Dio! Já pensei em fazer terapia. Mas nãos sei se ajudaria.

Talvez a psiquiatria.

Sim, pois meu caso é psiquiátrico. Sinto que estou doente.

Muito doente.

Fungo.

Espero que essa noite eu não encontre as trevas que habitam dentro de mim. Tomo um banho demorado, retirando todo cheiro de sexo, perfume, das garotas que comi. Depois de me enxugar vigorosamente, visto minha cueca box e me deito na minha cama confortável.

Do nada a imagem de Natasha surge, sem que eu possa evitar. Ela é um pensamento incessante em minha cabeça e uma ferroada no meu maldito peito.

Não tem jeito. Ela continua sendo a última coisa que vejo antes de cair no sono.

Respiro fundo, e viro meu corpo para o outro lado da cama. Preciso mudar isso. Meus pensamentos não podem ficar refém de uma mulher.

Preciso evitá-la.

Abro a boca. Dio! O que menos posso é ficar pensando nessa mulher.

Amanhã tenho um dia cheio. Minha agenda está lotada.

Cansado, com a cabeça um pouco pesada pelo uísque, que tomei agora pouco para relaxar, aos poucos vou sentindo meus olhos pesando e finalmente caio num sono profundo.

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