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CRIMINOSO OBSESSIVO

CAPÍTULO 1

Sipnose: "Elisabeth Cooper decide deixar para trás a toxicidade de sua mãe e do agressor que é seu padrasto, mudando-se para uma vila isolada em busca de paz. No entanto, logo começa a sentir que está sendo observada, como se alguém a estivesse perseguindo. O que ela não sabe é que esse alguém é um homem frio e calculista, um criminoso assassino bilionário de Nova York, famoso por suas façanhas sombrias. Após ter um sonho perturbador com Elisabeth, ele se torna obcecado por ela e decide sequestrá-la, determinado a torná-la sua e de mais ninguém.

Escritora; espero que gostem dessa história de Edward e Elizabeth, haverá muito amor e fogo entre eles, e é lógico que traições, mentiras, segredos e muitos mais também, principalmente conteúdo adulto, que contenha imoralidade sexual, drogas e violência, então já deixo claro se você não curte histórias assim, essa de Elizabeth e Edward não é para você! Mas lembrando se gostarem; curtem, comentem e compartilhe para algum amigo seu, se aventurar lendo. E desde já me desculpem pelos erros gramaticais, espero que gostem, boa leitura!...

...Elizabeth Cooper...

Acordo, abrindo os olhos lentamente ao ouvir o barulho de uma porta batendo na cozinha da minha casa. Levanto-me da cama, afastando o cobertor de cima de mim, e olho para o relógio: 8:00 da manhã. Um resmungo de irritação escapa dos meus lábios enquanto sigo em direção ao banheiro para lavar meu rosto.

No entanto, sinto uma presença atrás de mim que faz meu coração acelerar. Viro-me rapidamente, mas não vejo ninguém. Massageio os olhos, tentando me despertar melhor, e fruncio a testa, confusa com o que poderia ser aquilo. Acabei de acordar, deve ser algum maldito pesadelo que não me deixa em paz.

Ignoro a sensação estranha e ligo a torneira da pia do banheiro. A água escorre enquanto lavo as mãos apressadamente, olhando para o espelho à minha frente. Por alguns segundos, analiso meu reflexo: cabelos bagunçados e uma cara de sono desanimadora.

De repente, faço uma expressão de espanto ao ver um vulto passar rapidamente atrás de mim no espelho. Lavo os olhos com urgência, apavorada com o que vi — não pode ser verdade. Moro sozinha nesta casa há poucos dias e tenho ouvido barulhos altos e estrondos vindo da cozinha e do sótão, o que me deixou inquieta.

Olho ao redor novamente para me certificar de que não há ninguém atrás de mim. Saio do banheiro apagando a luz e desço as escadas apressadamente em busca do meu remédio para dor de cabeça. O barulho da porta continua ecoando, aumentando minha raiva e curiosidade ao mesmo tempo.

Quem teria a audácia de bater na minha porta a essa hora? Não tenho certeza se é alguém — esse som tem se tornado quase normal agora.

Viver aqui é um desafio, estou isolada no meio do nada, cercada apenas por árvores majestosas e uma rua deserta. Sei que isso pode soar aterrorizante, mas o aluguel é incrivelmente acessível, e oportunidades como essa são raras. Não podia deixar passar.

Engulo apressadamente meu remédio com um litro de água, que alivia a secura da minha garganta.

O som na porta se torna cada vez mais insistente e estrondoso. Resmungo, perdendo a paciência. Pego uma faca da pia da cozinha, a lâmina reluzindo sob a luz suave. Caminho em direção à entrada, minha mão deslizando lentamente pela fechadura enquanto o suor escorre pela minha espinha. A ansiedade aumenta, pulsando em minhas veias enquanto me preparo para descobrir quem é o intruso.

Preciso me proteger, um objeto cortante nunca é demais quando se trata de um desconhecido.

— Amiga, abre essa porta! — ouço uma voz familiar vinda do lado de fora. Respiro aliviada ao reconhecer a voz: era Martina, minha melhor amiga.

Ok, que susto!

Achei que fosse um sequestrador ou um psicopata. Já tive essa sensação de estar sendo perseguida várias vezes.

Massageio meu coração aliviada e, sem nem esperar, abro a porta. Ela logo me vê, arqueando a sobrancelha com uma expressão de espanto.

— Que droga, Elizabeth! Quando você ia abrir a porta para mim? Faz quase duas horas que estou aqui batendo, e meu braço já está dolorido! — Ela brinca, rindo.

— Foi mal, achei que seria outra coisa.

Ela sorri de forma sínica. — O que foi? Não vai me convidar para entrar nessa sua casa no meio do mato?

— É claro que sim, pode entrar. — Respondo enquanto ela entra, examinando o lugar. Fecho a porta e olho para fora, só para ter certeza de que não há mais ninguém.

Ela sorri, mas agora com um olhar nada feliz ao ver a casa que aluguei. Sei que é estranha e tem decorações nada agradáveis, mas eu gosto.

Reparo no seu look gótico: vestido preto, jaqueta preta por cima e um salto alto arrasador.

— Você está linda assim, Martina, mas parece que está de luto — brinco, rindo ao vê-la sorrir.

— Me explica agora: que casa é essa, Elizabeth? Está parecendo mais um filme de terror! O que foi? Estava sem dinheiro para alugar uma casa melhor?

Reviro os olhos com o que ela disse, eu gosto dessa casa e não pretendo me mudar tão cedo.

— Eu gosto daqui — afirmo, vendo-a revirar os olhos.

— Essa casa é horrível — ela diz, mas logo continua. — E por que você está segurando uma faca? Amor, eu não vou te matar!

Olho para o objeto cortante em minhas mãos e percebo: Eu tinha esquecido desse detalhe. Sem pensar duas vezes, solto a faca sobre a mesa e vejo Martina me observar com curiosidade.

— O que há de errado com você, Elizabeth?

— Nada, estou ótima — respondo com um sorriso amarelo que não parece convencê-la.

— Não parece... Esses traumas ainda te perseguem? — pergunta ela, fixando o olhar em mim.

Martina me conhece mais do que qualquer um, sabe tudo sobre mim e das inúmeras vezes em que fui ao psicólogo tratar meus traumas aterrorizantes.

Franzo a testa, não querendo tocar nesse assunto. Ela acende um cigarro com o isqueiro e fuma enquanto me observa, esperando uma resposta. Decido mudar de assunto.

— E o que trouxe você aqui nesse horário? Logo quando acordei?

— Nossa! Achei que estava com saudades da sua velha amiga... Mas percebi que não! — Ela faz drama.

— Claro que estava, Martina! Para de drama! Fiquei até mais feliz ao ver você — confesso, lembrando-me do alívio ao perceber que não era outra coisa... tipo um monstro.

— Que bom! Fico feliz. Enfim, vim te convidar para sair comigo hoje à noite.

— Aonde? — Franzi o cenho curiosa enquanto pego uma taça no armário e encho com vinho branco da mesa. Levo à boca e sinto a bebida doce e quente deslizar pela garganta, precisava mesmo de algo assim.

– Naquele mesmo cassino que mencionei, o The Edw...

— Sério? Mas não sei se estou a fim de ir, Martina.

— Ah, você está sim! — Ela insiste, fumando e agora bebendo comigo da taça.

Sorrio com seu jeito animado e insistente. — Não sei, é sério. Que horas começa?

— Dez da noite e vai até as cinco da manhã. — Ela diz, me fazendo pensar. Mas ainda estou hesitante, não posso ficar tanto tempo fora de casa, além do mais, moro longe da cidade.

— Por favor, Elizabeth, aceita! — Ela faz uma pausa dramática antes de continuar. — Você precisa desencalhar! Já está na hora de conhecer alguns homens ricos, como eu. E quem sabe um gostoso, não acha?

— Não sei se é uma boa ideia.

— Claro que é! Você ainda tem dúvidas? O que custa transar uma noite com um gostosão, no cassino? Faz tempo que você não se relaciona com ninguém desde aquele Henry fedorento que nem era gato. — Ela ri, me fazendo soltar uma risada também.

Henry foi meu ex-namorado no colegial, o típico garoto loiro e popular que jogava basquete. Confesso que achava ele bonito na época, mas tudo desmoronou quando descobri sua traição — uma traição enorme. Eu realmente o amava e isso me decepcionou profundamente.

— Você sabe que não consigo ser como você, Martina. Você sai com vários caras nas boates de Nova York e se entrega ao primeiro que aparece.

Reviro os olhos e pego o isqueiro da mão dela para acender meu cigarro, fumando também enquanto ela me observa indignada.

— E eu também não sou como você, que sofre por um amor enterrado há séculos no cemitério! — Ela diz com ironia, enquanto eu solto a fumaça pela boca e tomo um gole do meu vinho.

— Tudo bem... — digo finalmente. Depois de tanta insistência sobre esse cassino de milionários desde a semana passada, acabei aceitando.

Ouço ela soltar um grito de animação e não consigo deixar de sorrir pela sua felicidade, mesmo resmungando sem estar muito a fim de ir.

— Isso aí, gata! Vai ser incrível, amiga. Lá vai ter vários homens lindos para você escolher, você vai até ficar em dúvida sobre em qual deles investir primeiro. - Ela sorri, e eu balanço a cabeça em negação.

— Vem dançar comigo! - disse ela, animada, rebolando o corpo e me fazendo rir. Logo ela liga o auto-falante e coloca uma música internacional que ecoa pela cozinha. As gargalhadas saem soltas, como se fizesse séculos que não saíamos juntas.

CAPÍTULO 2

— Vem, doida! - Ela me puxa pelo braço enquanto eu ainda ria. Dançamos juntas como duas loucas, rebolando nossos bumbuns e nos mexendo de um lado para o outro. Em um momento de descuido, caio no chão, já bêbada de tanto vinho e exausta de dançar tanto. Sinto meu corpo todo suado ao olhar para Martina ao meu lado no chão, rindo como uma maluca. Só poderia ser ela! Sorrio, Martina sempre foi divertida e alegre, sempre tentando arrancar um sorriso do meu rosto.

Ela logo se levanta cambaleando e eu a observo.

— Vamos fazer um brinde à nossa amizade e ao fato de que agora podemos ficar milionárias! - Ela sorri, olhando para mim caída no chão.

— Vem! - insiste ela, puxando-me pelo braço para me ajudar a levantar. Logo estou em pé, rindo da sua ajuda.

— Um brinde!

— Um brinde! - repito, rindo enquanto batemos nossas taças uma na outra. Em seguida, a abraço, ela retribui meio tonta e quase caímos novamente no chão, mas conseguimos nos segurar no balcão.

— Eu te amo, amiga! - ela diz, e eu sorrio.

— Eu também! - respondo.

— Quando você vai se mudar dessa casa e morar comigo em Queens em Nova York? - pergunta ela, com um olhar curioso.

— Eu não sei... já te disse que gosto daqui.

Ela faz uma cara feia. — Tá brincando?

Sorrio. — É sério.

— Muda de ideia, por favor! Essa sua casa parece mais assombrada, você precisa viver comigo em Queens. Lá é bem melhor!

Eu sorrio pela sua gentileza.

— Obrigada, amiga! Mas está tudo bem, estou ótima morando aqui.

Ela sorri com as bochechas rosadas por conta da bebida e do calor que sente.

— Espero mesmo que sim! Não minta pra mim, Elizabeth. Agora preciso ir, tenho que trabalhar na boate como garçonete. Te busco hoje às dez? - Ela diz enquanto pega sua bolsa sobre minha mesa.

Dirigi-me em direção à porta, pronta para abri-la para Martina, que estava prestes a sair.

— Tchau, amiga! Me busca às dez, estarei te esperando.

— Tá bom, beijos, minha gata! — Ela respondeu, despedindo-se com um beijo na bochecha. Eu retribuí o gesto, envolvendo-a em um abraço caloroso.

— Só toma cuidado para não bater o carro. Cuide-se para chegar a Queens em segurança! — Falei, segurando a porta enquanto a observava caminhar cambaleando em direção ao automóvel.

— Pode deixar! Não vou bater meu carro, eu prometo... Droga... Mas cadê a maçaneta? Ah, aqui está! — Escutei ela dizer de longe, tentando abrir a porta do carro de maneira atrapalhada. Não consegui conter o riso diante de seu jeito desastrado.

Martina trabalha em uma boate muito famosa em Queens de Nova York e está sempre rodeada de homens ricos. Ela adora os milionários que fazem com que sua vida seja cheia de aventuras e um dinheiro extra quando se entrega a eles. Eu sou completamente diferente, não me vejo nesse nível. Namorei apenas uma vez com Henry e tive alguns encontros esporádicos, mas desde o ensino médio não me relacionei com mais ninguém. Isso parece estranho para mim.

Acenei para ela com um "tchauzinho" enquanto ela buzinava ao se afastar. Assim que desapareceu do meu campo de visão, fechei a porta da minha casa, respirando aliviada por não ter encontrado um sequestrador ou algo do tipo. Apoiei-me na porta e fui fazer algo útil da minha vida.

Amo ser escritora, sempre gostei de ler e tive uma imaginação muito fértil. Espero concluir minha faculdade ainda este ano, se tudo correr bem e nada de ruim acontecer.

Martina sempre foi minha melhor amiga desde o colegial, ela me conhece praticamente por completo. Quase nascemos juntas. Ela foi como uma mãe e uma irmã que eu nunca tive, sempre me apoiando em tudo, especialmente quando meus pais me abandonaram e ignoraram minha existência.

Morei com minha mãe por um tempo, mas a situação com meu padrasto era insustentável. Ele era agressor e abusador, e suas ações comigo e com ela eram horríveis. Isso me deixou traumatizada. Minha mãe nunca quis deixá-lo por medo do que ele poderia fazer conosco.

Minha mãe, Natália Miller, é uma mulher forte e determinada. Seus cabelos, que têm mechas loiras, são bem diferentes dos meus, e seus olhos azuis transmitem uma intensidade única. Atualmente, ela vive em Orlando na Flórida com Jacob, meu padrasto. Desde a infância, sempre senti que ela não nutria carinho por mim, seu comportamento era peculiar, como se eu não fosse realmente sua filha. Nenhuma mãe deveria tratar seus filhos dessa maneira, o que me deixou cheia de curiosidade e inquietude. Eu acreditava que ela deveria ser uma mãe mais presente e amorosa, especialmente considerando as ameaças de agressão que Jacob fazia a nós.

Eu sempre me colocava entre minha mãe e Jacob, um homem alto, de corpo robusto, não muito magro, com olhos verdes claros e cabelos castanhos bagunçados. Ele sempre foi agressivo, envolvido com drogas, e quando chegava em casa embriagado, descontava sua raiva em nós. Eu sempre defendi minha mãe, mas parecia que isso não era suficiente para que ela me aceitasse como sua filha.

Meu pai nos abandonou quando eu era apenas uma criança, o que gerou em mim um profundo ressentimento. Lembro-me claramente do dia em que ele pegou suas malas e deixou nosso lar sem explicar nada. Até hoje busco entender essa decisão, mas não consigo. Só de pensar na dor que ele nos causou, sinto um aperto no coração. Chorei tanto ao vê-lo partir sem sequer olhar para mim, eu o amava. Recordo com carinho como ele me fazia rir e como me defendia nas discussões com minha mãe.

Seu nome é Charles Cooper, e não faço ideia de onde ele esteja agora ou se ainda está vivo. Contudo, anseio reencontrá-lo para questioná-lo sobre aquele dia e sobre o motivo de nos abandonar sem explicações. Talvez haja uma razão que eu desconheça, mas quero muito descobrir.

Ele nos deixou desamparadas, as contas começaram a se acumular e minha mãe teve que enfrentar tudo sozinha. Sempre que eu tocava nesse assunto, ela mudava de expressão ou ficava irritada, nunca quis compartilhar nada sobre meu pai.

Enquanto olho para uma foto antiga em que estou no colo dele, sorrindo durante a infância, sinto uma mistura de saudade e tristeza. Ele tinha olhos castanhos cor de mel iguais aos meus e cabelos castanhos escuros lisos. Seu sorriso na imagem é radiante, assim como o meu. Lembro-me dos dias em que ele acordava cedo para trabalhar e me levava à escola. Ele costumava fazer exercícios todas as manhãs, correndo com uma roupa cinza de moletom, nunca aparentou ser um homem envolvido com drogas como Jacob. Sempre pareceu calmo e trabalhador. Até hoje não entendo por que nos deixou. Uma onda de nostalgia me invade, acompanhada de tristeza e angústia.

A foto está guardada em cima da escrivaninha, ao lado de um abajur que ilumina minhas memórias. A saudade dele é imensa, eu só queria vê-lo novamente. Talvez ele ainda esteja morando na Flórida em algum lugar... só preciso reencontrá-lo, pois ele é a única família verdadeira que tenho — minha mãe parece não se importar comigo.

••••

"Já estou a caminho de te buscar, amiga! Me espera no portão, gata."

Recebo a mensagem de Martina no meu celular. Já me arrumei para o tão aguardado cassino, aquele lugar que ela tanto insistiu para que eu fosse. Não sei por quê, mas uma sensação estranha me invadia, algo ruim parecia prestes a acontecer.

Estou vestindo um vestido preto curto e decotado, que realça as curvas do meu corpo. Não sou fã de roupas tão curtas, definitivamente não é o meu estilo. Apesar de não ter uma autoestima baixa, vejo meu corpo como mediano — nem muito magra, nem muito acima do peso — apenas dentro dos padrões normais de uma mulher.

Sempre ouvi comentários e sussurros sobre mim, principalmente na escola, onde alguns garotos me olhavam com malícia e curiosidade, assobiando como se desejassem algo mais. Isso sempre me deixou desconfortável e constrangida. Sempre fui tímida e reservada, mantendo-me à parte na escola, sem muitas amizades. Meus olhos são da cor do mel e meus cabelos castanhos lisos, sou morena, diferente da minha amiga Martina, que é branca. Ela foi minha primeira amiga na escola e com quem compartilhei todos os meus segredos.

Martina é completamente oposta a mim: extrovertida e cheia de energia, adora se divertir em grupos grandes, ir a festas e bailes. Graças a ela, conheci Jack e Emily, que também se tornaram meus amigos mais próximos. Infelizmente, acabamos nos afastando por conta da distância e até hoje não sei muito sobre eles, soube apenas que estão namorando através da Martina.

CAPÍTULO 3

Mudei-me para Nova York, no Brooklyn, em um bairro tranquilo longe do centro. Embora não haja muitas casas por aqui, amo a privacidade de morar sozinha; sempre gostei de ter meu espaço e evitar barulho excessivo. A leitura sempre foi minha paixão; me perco em mundos imaginários através das páginas dos livros. Olhando-me no espelho antes de sair, admiro meu rosto com a maquiagem bem feita — meu nariz é empinado e nada mal para alguém com apenas 19 anos. Nunca tive problemas com autoestima; sempre me considerei bonita e meu rosto possui os traços certos. Como hoje é uma ocasião mais sofisticada no cassino, optei por este vestido curto; confesso que não sou fã de chamar atenção, mas também não tinha muitas outras opções no armário. Solto um suspiro aliviado enquanto pego minha bolsa com documentos e celular, fechando a porta atrás de mim.

Do lado de fora, espero pelo carro dela no portão de grade. As árvores balançam ao vento gelado que percorre minha pele, fazendo-me cruzar os braços para me aquecer.

Já passa das dez horas e nada dela ainda; a preocupação começa a me consumir. Olho em volta com receio de que algo possa acontecer — o escuro da noite só é iluminado pela lua cheia.

Um som estranho ressoa no meio da estrada vazia: um pássaro morto? O que é isso? Sinto um arrepio ao perceber uma presença ao meu redor; estou completamente sozinha ali esperando por minha amiga que parece nunca chegar.

Novamente olho para o céu onde os pássaros voam apressados; um frio na espinha me invade.

Fecho os olhos com medo e ao abri-los novamente vejo um carro passar em alta velocidade — cada fio do meu cabelo castanho se ergue com o susto.

Num primeiro momento pensei que fosse Martina, mas ela jamais passaria tão rápido assim. Uma série de pensamentos bizarros invade minha mente; nesta rua onde moro é raro ver carros à noite, especialmente nesse horário. Essa ideia só aumenta minha paranoia.

– Achei que você nunca ia chegar! – brinquei, observando Martina estacionar seu carro. Ela desembarcou com um sorriso radiante no rosto.

– Houve um pequeno atraso, mas jamais te deixaria esperando, amor. – Ela selou o cumprimento com um beijo suave na minha bochecha, e o aroma do seu perfume invadiu minhas narinas.

Olhei para o seu look: um vestido vermelho deslumbrante que acentuava sua beleza, com uma maquiagem vibrante que destacava seus lábios vermelhos, perfeitamente coordenados com a roupa.

– Você está maravilhosa! – exclamei.

– Não, você é quem está incrível! Esse vestido ficou perfeito em você; tenho certeza de que vários homens vão ficar sem fôlego ao te ver. – Ela riu enquanto caminhava em direção ao carro, e eu a segui.

Logo entrei no banco do carona, bati a porta e coloquei o cinto de segurança às pressas. Estávamos prestes a nos dirigir ao tão sonhado cassino.

– Na próxima vez, alugue uma casa mais perto! Amiga, tive que andar quase dez quilômetros para chegar aqui. – Ela sorriu de maneira irônica.

– Não exagera, Martina. Eu gosto daqui e da privacidade de morar sozinha. – Respondi, vendo-a revirar os olhos.

– Privacidade? Sua casa é tão assombrada que você não está sozinha; tem espíritos por toda parte! – Ela soltou uma risada após fazer a afirmação.

– Espíritos? Você só pode estar brincando! – retruquei.

– É sério! Você não tem vizinhos e mora no meio do nada, literalmente!

O silêncio tomou conta do carro enquanto eu a observava dirigir calmamente. A paisagem se desenrolava pela janela: apenas árvores se erguendo na escuridão da noite.

Meu olhar foi atraído para o retrovisor, onde vi o mesmo carro de antes passando em alta velocidade. Um arrepio percorreu minha nuca. Não pode ser... Repeti para mim mesma em pensamento. Que droga é essa?

Aquele homem deve estar nos seguindo. Como vou explicar para Martina que vi aquele carro minutos atrás?

– Martina... – resmunguei seu nome quase em um sussurro, tamanha era a fraqueza da minha voz.

Observei o carro se movendo lentamente atrás de nós, como se estivesse atrás de algo. Faltava quase uma hora e meia até a cidade; isso iria demorar demais. Isso não pode estar acontecendo.

– O que foi? – ela perguntou calmamente enquanto dirigia, sem perceber a presença ameaçadora atrás de nós.

— Esse cara atrás... - murmuro, mal conseguindo articular as palavras. - Ele... Ele está nos seguindo.

— O quê? Como assim...? - Martina responde, sua atenção dividida entre o volante e a estrada à frente.

— Isso mesmo! Eu vi esse carro passar em alta velocidade. - Afirmo, o medo pulsando em mim, enquanto observo Martina suar e suas mãos tremendo no volante.

— Você só pode estar brincando! É sério mesmo? - Ela grita, o terror evidente em sua voz, fazendo o arrepio percorrer minha espinha.

— Sim, é verdade. Não estou mentindo; nunca diria algo assim se não fosse real... - Digo, encostando-me no vidro do carro e mantendo o olhar fixo em Martina. A única luz que se via era a do farol do carro iluminando a rua deserta.

— Porra! Você quer me matar do susto? Isso deve ser coisa da sua cabeça, Elisabeth! - Ela tenta negar o que digo, mas sei que não é loucura; ele está atrás de nós, avançando lentamente. Mais cedo, estava rápido demais, como se estivesse nos perseguindo de verdade.

— Eu já disse que não estou mentindo! Merda! Apenas acredita em mim e vamos manter a calma. - Falo, tentando acalmá-la naquele momento crítico.

— Não pode ser... O que ele quer de nós? Nos sequestrar? Nos abusar? - Ela exclama, os olhos cheios de medo. Eu também gostaria de saber. Meu corpo todo tremia; só queria que chegássemos logo a um lugar seguro, mas parecia que levaria uma eternidade.

— E agora? O que fazemos? - Pergunto, na esperança de encontrarmos uma saída.

— Tenta ligar para alguém; eu não sei... - Ela responde nervosa, refletindo meu próprio estado de ansiedade.

Tento discar um número ou até mesmo encontrar um sinal, mas sem sucesso. Estamos isoladas em uma rua deserta, apenas com um louco atrás de nós.

— E se ele quiser nos matar? - Martina pergunta com voz trêmula.

— Só mantenha a calma e dirija sem olhar para trás. - Tento acalmá-la. Ela respira fundo e faz o que peço.

Mas o homem começa a buziná-la repetidamente com seu veículo, aumentando nosso pânico.

— O que ele quer? - Martina grita desesperada.

— Eu também não sei... - Respondo nervosa, sentindo as lágrimas ameaçarem escorregar pelo meu rosto. Não posso chorar agora!

Mas as lágrimas descem como se tivessem vontade própria, inundando meu rosto rosado.

Vejo Martina tremendo e apavorada como eu. Imaginar estar à mercê de um psicopata é aterrorizante; eu não queria mais passar por isso nunca mais.

A única coisa que desejo é abrir a porta do carro e correr para longe de tudo e todos, gritar e chorar até me sentir livre novamente.

A tristeza invade meu coração, preenchendo cada parte com lembranças sombrias do meu passado.

Olho para frente e vejo um animal atravessando a rua calmamente; parece ser um gambá. Em vez de frear, Martina continua olhando para trás, focada em algo que não deveria.

— Martina! CUIDADO! Você vai atropelar o animal! - Berro, meus olhos arregalados com o pânico.

— Droga! - Ela grita ao perceber tarde demais. Tentou frear, mas foi inútil. O carro quase capotou ao colidir com um tronco de árvore e saiu da pista. O animal... bem, não quero nem pensar no que aconteceu com ele.

••••

Acordo, atordoada. Acaricio minha cabeça, sentindo a dor pulsar, e quando olho para minha mão, vejo manchas de sangue. Percebo que meu rosto colidiu com o vidro do carro, deixando um leve ferimento.

Ainda confusa, esforço-me para recordar o que aconteceu. As memórias vêm à tona: Martina distraída ao volante, o carro colidindo com um tronco de árvore e o pobre animal que não tinha culpa alguma perdendo a vida.

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