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...A todos que estão em busca de um amor assim: suave, ardente, intenso e calmo, contraditório, mas perfeito!...
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PRÓLOGO...
Estou na boate mais badalada de Londres esperando as minhas amigas, quando vejo, do outro lado do salão, o homem mais lindo que já vi em Londres, o mais belo da Europa, talvez. Ele está me encarando tão profundamente que me sinto desnuda.
Desvio o olhar no momento em que Karen, Malu e Fanny chegam onde estou. As minhas amigas são totalmente distintas entre si; enquanto eu sou a mais baixa delas, com o meu um metro e cinquenta e dois, curvas discretas, cabelos pretos em corte Chanel e olhos verdes...
Malu, a nossa coreana, chega aos um metro e oitenta, o seu corpo, apesar da fisionomia de sua família ser de mulheres magras e baixinhas, é composto por músculos perfeitos e o cabelo está sempre preso perfeitamente num rabo de cavalo alto.
Karen, com o seu sotaque alemão, tão loira quanto se pode imaginar, tem os olhos de um azul cristalino, um corpo esguio e cheio de curvas acentuadas, é engraçada, bebe igual um Impala, mas nunca, nunca a vi de ressaca.
Já Fanny, é morena, com os seus cabelos cacheados e volumosos, corpo repleto de curvas generosas, e tudo isso compactado em um mulherão de um metro e sessenta e cinco de puro carisma, autoestima, brasilidade e formosura.
Abro um sorriso ao vê-las se sentarem na mesa que estou, recebo um abraço caloroso da Fanny, que está bem ao meu lado.
— Oi, cavaquinho — ela me chama pelo apelido que me deu, anos atrás, e ainda hoje, reviro os olhos.
— Você não se cansa mesmo...
As meninas dão risada, o que me faz rir também. Somos amigas há tantos anos, mas poucas vezes conseguimos nos reunir no mesmo lugar. Depois que deixamos a faculdade, dois anos atrás, cada uma seguiu um rumo, e agora, todas trabalhando nas áreas que sonharam, estão focadas tão completamente em obter sucesso, que tempo para diversão é um pecado.
Por sorte, as nossas férias coincidiram, e viemos justamente para a Europa, uma viagem mágica que estamos fazendo com o tão famoso Eurostar, o trem que cruza Londres, Paris, Bruxelas e Amsterdã.
— Meninas... Olhem para aquele canto ali — elas viram o rosto com cuidado, Fanny nem vira o rosto, apenas olha na direção que indiquei — estão vendo aquele cara? — elas acentem — Ele está me comendo com os olhos desde que cheguei aqui.
— Ele é gatinho... — Malu volta o olhar para a nossa mesa, e um dos garçons vem pegar o nosso pedido.
— Não é pra tanto... — Karen franze o nariz e eu solto um risinho — Não vejo graça nesses homens gigantes, eles parecem querer quebrar a gente com um "peteleco".
— No Brasil, o que muitas das mulheres mais gostam, é homem assim, porque dizem que a pgada é íncrivel. Mas eu também não vejo graça.
Não respondo mais nada, e volto a encarar a balada, há várias pessoas dançando, devido ao horário, está enchendo ainda mais de gente. Os nossos drinks chegam, e enquanto giro o pequeno guarda-sol na taça de martini, sinto olhos quentes em mim, um formigamento excitante percorre o meu colo, seguindo para a coluna.
— Aqui está quente... Vamos dançar? — levanto num pulo, puxando as meninas comigo.
Elas trocam um olhar, mas me acompanham até a pista, onde nos movimentamos bastante, Fanny, como a brasileira que é, dança até o chão, ela até nos ensinou várias vezes, mas nunca consegui aprender o bendito "quadradinho".
Ficamos dançando, pulando, nos esfregando uma na outra até sentirmos sede, vou até o balcão pedir os nossos drinks, e retorno a nossa mesa, assim que me sento, elas param de conversar e me encarando sérias.
— É o seguinte, Ava — Karen fala pegando na minha mão.
— Nós fizemos uma aposta — Malu emenda a frase.
— Não iremos revelar o que cada uma de nós ganha ou perde, mas... — Fanny fala.
— Você tem até o fim da noite para nos fazer ganhar ou perder a aposta — Karen novamente.
— Do que vocês estão falando? — pergunto ainda sem entender.
— O gatinho ali do canto continua com os olhos em você, e isso só aumentou a intensidade, quando você passou a rebolar pesado lá na pista — Malu tenta explicar.
— Se ele te chamar para dançar, te der um beijo, ou te levar para uma das salas vips até irmos embora, uma de nós ganha algo — Fanny finaliza.
— Tá... E o que EU, ganharia?
— Nos conte amanhã quando estivermos embarcando no Eurostar, com destino a Paris — Karen encerra a conversa.
Olho por cima dos ombros da Malu, e vejo quando o homem misterioso muda o olhar de um dos homens da sua mesa, para mim, os seus olhos são tão penetrantes, intensos, que é como um ímã que me prende.
— O que eu estaria colocando em jogo?
— Nada. Na melhor da hipóteses você ganharia uma noite regrada a muitos orgasmos, ficaria assada de tanto sentar nele. Na pior... — Malu tenta colocar na balança.
— Você sairia de coração partido ao saber que ele é um babaca que só pensa no próprio prazer, e nem se deu o trabalho de vir até aqui te chamar para dançar, ficou só te encarando feito um psicopata.
Fanny fala de uma única vez e eu nem sinto o peso das palavras, já que estou vendo aquele homem, enorme, atraente, vindo na nossa direção, cada um dos seus passos, em meio ao mar de gente que dança, balança e rebola para todos os lados.
— Podemos curtir uma música juntos? — a sua voz, rouca e carregada de um sotaque forte, arrepiante, calma e ao mesmo tempo, cheia de coisas não ditas.
— Claro.
Pego na sua mão, a minha voz não passando de um fio; o seu toque é firme, mas exala delicadeza. Me levanto, e a minha altura, comparada a sua, é como piada, pois, mesmo com meus saltos extremamente altos, alcanço apenas o seu peito, diria que ele tem cerca de um metro e noventa, no mínimo.
E é com o coração sambando no peito, a adrenalina a mil, que mergulho nessa aposta que pode ou não, definir as linhas do meu destino.
Ava...
Ouço o timer do microondas apitar, e saio do meu transe, estou quase atrasada para o trabalho, e ainda tenho que deixar as meninas na escola.
— Filhas, estão prontas? — grito por cima do barulho da tv.
— Sim, mamãe.
Olho na direção do corredor, e vejo as minhas princesas correrem em minha direção, os uniformes todos corretos, e o cabelo ainda bagunçado, pego o pente de suas mãos e alinho os fios. Elas são a cópia do pai...
— Estão lindas, meus amores. Agora sentem aqui e tomem o café enquanto eu faço a minha maquiagem, tudo bem? — elas concordam balançando a cabeça.
Ajudo elas a sentarem na banqueta da minha bancada da cozinha, e vou finalizar a minha maquiagem, ponho os meus scarpans nos pés, e pego a minha bolsa, quando volto a cozinha, elas estão terminando a última mordida nos waffles que preparei.
Bebo o meu café durante o tempo que Holy e Hope levam para escovar os dentes, e assim que elas aparecem com as suas respectivas mochilas, as ajudo para poder descermos os vários degraus que nos separam da garagem do prédio que moramos.
Assim que deixo as minhas bebês na sala, arranco com o carro em direção a empresa onde trabalho há mais de seis anos, as meninas têm cinco... Cumprimento a todos por onde passo, e vou até a sala que divido com uma das amigas que fiz aqui, Rachel.
— Bom dia, Rach...
— Bom dia, Ava. Está lembrada da reunião que temos hoje?
— Impossível esquecer, ela quem vai nos levar ao topo.
— Espero que tudo ocorra bem, como está a princesa? Luke disse que ela teve febre no fim de semana.
Luke, meu... "Ficante", que por ironia, é irmão da Rachel. Estamos saindo há um tempo, mas não sinto o meu coração disparar como quando estive com o pai da Holy e Hope, nunca senti uma única faísca do que vivi naquela única noite em Londres. Mas como não sou mais a de seis anos atrás, que amava curtir, saía com o homem que eu queria aos fins de semana... Mantenho esse rolo com o Luke.
— Ela melhorou bastante. Ainda ontem estava saltitante pela casa. Deixei elas na escola antes de vir, estavam morrendo de saudade dos amigos.
Organizo tudo para a reunião com o nosso novo cliente, a solicitação dele, é para que entremos com a nossa empresa, em parceria, para construirmos um hospital ao sul da cidade, o intuito é algo totalmente comunitário, para pessoas em situação de rua, que não podem nem mesmo frequentar um hospital público.
Entro na sala de reunião do meu andar, acompanhada da Rachel e mais dois dos nossos colaboradores que irão fazer parte da obra. Além de nós quatro, e do "dono" do projeto, teremos mais uma dupla de arquitetos e advogados.
Entro na sala, e no mesmo instante sinto um perfume que me arrepia completamente, me fazendo apertar o meu blazer com mais força, sacudo os meus ombros, tentando afastar a sensação, e os meus cabelos, agora de volta ao meu amado Chanel, um pouco mais compridos, balançam com o movimento.
— Essa sala está fria... — falo baixinho, mas o olhar confuso e a sobrancelha arqueada da Rachel me dizem que apenas eu estou sentindo isso, percorro o olhar ao redor da sala, no momento em que abro a boca para cumprimentar quem quer que esteja na sala, mas o meu sorriso, que antes estava confiante, congela — Você...
Os seus olhos encontram os meus, castanhos como os das minhas princesas, os cabelos castanhos e longos, agora parecem um pouco mais curtos, mas posso jurar que ainda tem a meesma textura de antes. O seu maxilar quadrado, tão bem desenhado que mais parece um quadro bem desenhado, do que realmente um homem.
Ele está me encarando da mesma forma que fez naquela noite na boate, intensa e profundamente. Engulo um pouco de saliva, tentando molhar a garganta, mas só piora a minha situação, quando a Rachel me conduz até os nossos lugares, que por uma brincadeira do destino, o meu é ao seu lado.
— Que surpresa te encontrar aqui... — ele diz e a sua voz é tão familiar, sussurrada só para mim, que enviou uma corrente elétrica para dentro de minhas pernas.
— Digo o mesmo...
O restante dos colaboradores entraram na sala, o que não nos permitiu continuar os sussurros. Como sou a engenheira principal, fui citada inúmeras vezes durante toda a conversa, e a cada coisa que eu falava, podia sentir o olhar quente do homem ao meu lado.
— Ficamos então, esperando pela próxima reunião. Vou pedir que a minha secretária cuide da marcação para todos nós.
Assentimos e eu me levanto, mas assim que dou o primeiro passo, sinto o toque contido e delicado do vicking que dominou o meu corpo nas últimas três horas.
— Podemos conversar um instante?
Olho para a mão que ele tem em meu braço e noto algo brilhar, uma aliança, parte do meu coração se aperta, ele segue o meu olhar e fecha os olhos bom força.
— Posso explicar isso também... Mas... Só quero cinco minutos com você, amazona...
Assinto, sabendo que ele não vai me deixar em paz. Seguimos até a cafeteria, e por algum milagre concedido por Deus, está vazia, pego uma xícara de café e me sento numa das mesas, acompanhada dele.
— Está com alguém? — ele pergunta diretamente, sem rodeios.
— Uma pergunta um pouco inadequada, vindo de um homem casado...
— Certo... Eu disse que explicaria... Me casei alguns meses depois da nossa noite em Londres, e não, eu não era comprometido quando ficamos. A minha "esposa", é uma pilantra, e estou com os papéis do divórcio encaminhados há meses. Ela forjou uma gravidez na época, e fui obrigado a me casar com ela. Descobri há quase um ano que a criança é filha do segurança do hospital onde trabalho, e não minha. Ela falsificou até mesmo um exame de DNA que fizemos para comprovar a minha paternidade, o divórcio só não foi concluído ainda, porque envolve uma criança, e... Por mais que eu não seja o pai biológico dele, ele é muito apegado a mim, assim como eu, a ele.
— As...
— Nunca amei a minha esposa, se me casei foi por conta da criança, que agora... Sei que nem minha, não é. A nossa noite não significou nada para você, Ava?
Fecho os olhos, lembrando das minhas filhas. Se ele soubesse que aquela noite nunca saiu de minha mente, como poderia? Carregarei para sempre, as consequências daquela aposta.
— Iremos nos ver várias vezes agora, Ava. Mesmo que não queira, iremos precisar conviver.
Estou pronta para responder ele, mas o meu celular acende com uma notificação, os seus olhos vão diretamente para o papel de parede que uso: uma foto das gêmeas. Pego o celular o mais rápido que posso, mas isso não o impede de ver o que tento esconder.
— Você tem gêmeas?
Aslan...
Estou encarando a mulher que me proporcionou o melhor sexo da minha vida, e que não vejo há anos. Os seus olhos estão expondo a sua surpresa e nervosismo com a minha pergunta.
Não pude ver direito a foto em seu celular, mas posso jurar que as duas meninas em sua tela, são idênticas a minha irmã.
— Aslan...
— Quantos anos elas tem?
— Quatro... Completam cinco na próxima semana.
Congelo, e mentalmente, faço uma conta relacionada a quanto tempo tem, exatamente, que ficamos naquele hotel em Londres.
— Posso ouvir as engrenagens do seu cérebro girando, calculando e surtando...
A sua voz me desperta, pisco os olhos, e volto o meu olhar para o seu rosto.
— Posso ver a foto? Por favor...
Ela baixa o olhar, mas desbloqueia o celular, me entregando numa pasta repleta de fotos com duas garotinhas loiras, lindas e sorridentes, os olhos azuis como os dela.
— Não sabíamos o nome um do outro... Muito menos como nos comunicaríamos depois disso, afinal... Combinamos de não procurarmos um ao outro depois daquela noite. Então...
— Como elas se chamam?
— Holy e Hope.
Analiso as fotos com cuidado, sem desviar o olhar de nenhum dos detalhes das crianças que, sem dúvidas alguma, são minhas filhas. Olho todas as fotos, até que chego em uma da Ava, grávida... Parece ter sido feito num estúdio de ensaio fotográfico.
Na primeira foto que vi, ela estava de lado, cobrindo os seios. A barriga está tão linda, redondinha, que fico encantado. As próximas são ainda mais lindas, ela com um vestido longo, vermelho, que deixa evidente a sua barriga, as suas mãos segurando a casa temporária das nossas filhas.
— Você foi uma grávida linda...
— Obrigada...
Devolvo o celular quando chego a última foto. Não tenho dúvidas de que ultrapassei limites, ao ver todas aquelas imagens, mas ela não parece se incomodar tanto.
— Elas são tudo na minha vida, desde que descobri que seria mãe. Não me imagino mais sem elas...
O seu celular acende outra vez, várias vezes seguidas, agora. Vejo ela franzir o cenho, e no mesmo instante pegar o celular rápido, com um certo desespero no olhar.
— Ai meu Deus... Me desculpe, Aslan, mas eu preciso ir.
Ela sai correndo, não me dando uma oportunidade para perguntar o que houve, ou se posso ajudar ela. Respiro fundo, lembrando de todas as imagens que vi, guardando elas na minha mente.
Levanto de onde estou, e assim que chego ao hall do prédio, encontro com o meu advogado, reviro os olhos mentalmente, pois, imaginei que ele já tivesse ido embora.
— Pensei que já tinha ido — arqueio uma sobrancelha.
— Preferi te esperar para conversarmos a sós.
— Sobre?
— O projeto. Imagino que o senhor queira fazer algumas mudanças no acordo...
— Não. Não quero. Agora se me dá licença, preciso ir.
Sigo com o meu carro até o hospital dos meus pais onde a partir de hoje, irei trabalhar. Tenho o meu próprio hospital, assim como a rede que administro há alguns anos com a minha irmã, e para ser sincero, nem precisaria estar num consultório médico, depois da imensa fortuna que eu e minha irmã recebemos como herança, e todo o dinheiro que tem nos rendido ainda mais, ano após ano, mas faço isso por amor.
Chego ao Hospital Sant Louis, e pego a minha maleta e jaleco, no banco carona, assim que cruzo a ala dos médicos, sou recebido por uma enfermeira repleta de silicone, e com um sorriso mais falso que uma nota de 15 dólares.
— Bom dia! Doutor Aslan Yaman?
— Bom dia, sou eu mesmo.
— Sou a enfermeira Julie Cooper. O diretor do hospital me pediu que viesse lhe receber.
— Muito obrigado.
A moça sai rebolando na minha frente, e eu reviro os olhos, essa vai dar trabalho. Caminho até a ala onde irei chefiar, mas antes que eu me apresente, ouvimos um chamado. Um acidente grave envolvendo um caminhão e um carro pequeno há poucos quarteirões.
Corro em direção a ala emergencial, quando vejo retirarem a maca, os meus olhos custam acreditar, é a Ava, os paramédicos passam todas as informações sobre os feridos, ela foi a única... O motorista do caminhão não teve nenhum ferimento.
Ela está muito ferida, inúmeras escoriações, um corte grande na testa. Um dos paramédicos disseram que ela teve uma parada cardíaca, mas que conseguiram reanima-la.
Levamos ela direto para examinar, precisamos dar pontos em vários lugares por conta dos cacos de vidro que cortaram por todo o seu corpo, um desses vidros estavam no seu rim direito, a cirurgia foi um pouco delicada, mas consegui recuperar.
O seu coração acabou precisando repor um vaso que rompeu, que foi o que deu origem a parada, depois de muitas horas no controle cirúrgico, pontos, e um sentimento incômodo no meu peito... Pude respirar, ao ver que ela estava fora de perigo.
— Enfermeira — chamo a loira que me recebeu — por favor, verifique se há algum familiar da paciente esperando. Irei me trocar.
Ela assente e sai da minha vista, alguns minutos depois, quando já estou com o meu jaleco novamente, e não com o pijama do centro cirúrgico, a enfermeira Cooper me informa que a sala de espera está repleta de gente esperando por notícias da mulher que operamos.
— Sério?
— Aham... E tem um cara lá que parece pronto para derrubar o hospital se um médico — ela aponta para mim — não aparecer lá para dar uma informação útil.
Pego o prontuário onde anotei tudo sobre a Ava, todas as suas informações estavam lá, mas só de saber que ela está fora de perigo, já me sinto mais que bem. Vou até a sala que Júlia me indicou, e vejo quatro mulheres, dois homens, e as minhas filhas.
— Familiares de Ava Lincoln?
— Sou o irmão dela. Fala logo como a minha irmã está, doutor, ela tá fora de perigo, podemos ver ela?
— Ela está bem, agora. Precisamos fazer duas cirurgias nela, por isso a demora. Uma foi a recuperação do rim direito, por conta de um pedaço de vidro que estava alojado no local, e a outra, foi a restauração de um vazo cardíaco... Que infelizmente causou uma pequena parada cardíaca a caminho do hospital.
— Ela ainda corre algum risco, doutor? — uma das mulheres, a mais alta, fala.
— Não. Ela nesse momento permanece sedada, mas é apenas efeito das anestesias.
— A minha mamãe tá bem? — uma das garotinhas vem até mim, e pega na minha mão, me abaixo até ficar da sua altura, olhando diretamente nos seus olhinhos azuis.
— Está sim, princesa. Qual o seu nome?
— Hope. Aquela ali é a Holy, ela tá dodói.
— É mesmo? E o que ela tem?
— A mamãe disse que ela tá quente... Mas eu pego nela e não queima... — seguro o riso — E também ela vomitou.
— Que pena. Você quer ir ver a sua mamãe? — ela sorri e segura na minha mão.
— Minha irmã também pode?
— Claro — ela me puxa até a irmã dela e eu seguro o riso com a empolgação dela.
— Vem Holy, o titio do dodói vai levar a gente pra ver a mamãe.
A irmãzinha dela, que estava deitada no ombro do outro homem que até agora não disse uma única palavra, abre um sorriso e estende os braços para mim, eu olho para o irmão da Ava, já que ele é o tio das meninas, e ele apenas assente, eu pego a pequena Holy no colo, e ela deita a cabeça em meu ombro.
Hope segura firme em minha mão, eu volto a atenção a todos que estão na sala, e peço que me sigam até o quarto da Ava. Não é uma das melhores sensações do mundo, ver a mulher por quem já senti a maior atração física, numa cama, cheia de pontos e curativos, mas saber que as duas meninas que estou segurando, são filhas de vocês dois... É uma sensação incrível.
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