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Um Contrato com o Inimigo

Desafios e rivalidade

...Ísis Bianchi...

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Eu sempre fui considerada uma menina prodígio: falei minha primeira palavra aos 6 meses e, aos 9 meses, já andava. Com 4 anos, eu já falava inglês fluentemente e, aos 8, mais duas línguas.

Lembro que minha mãe se orgulhava muito de mim. Éramos muito pobres, e ela via em mim a esperança de uma vida melhor para nossa família.

Depois que minha mãe faleceu, quando eu tinha 12 anos, tudo o que eu fazia era estudar e passar horas em uma biblioteca da cidade, chorando enquanto me dedicava aos livros. Eu evitava ficar em casa porque não conseguia mais olhar para o meu pai após o que ele havia feito. Eu voltava para casa meia noite apenas para dormir e, para ser bem sincera, acho que meu pai nem percebia minha ausência.

Um dia, enquanto eu estava na biblioteca, a bibliotecária se aproximou e disse que eu parecia muito inteligente. Ela comentou que tinha uma prima que era diretora de uma escola super influente, onde apenas os mais ricos e inteligentes estudavam. Ela me contou que haviam aberto vagas para bolsas de estudo totalmente gratuitas e que essa era a minha chance de fazer a prova.

Resumindo, fiz a prova e passei em primeiro lugar entre os bolsistas. A escola me ofereceu a bolsa 100% e vários outros benefícios; obviamente, aceitei, pois achava que ali estaria a oportunidade de "ser alguém na vida".

Me lembro de contar ao meu pai que havia passado no teste e ele reagiu me queimando com uma bituca de cigarro e jogando fumaça na minha cara. Era difícil, muito difícil.

Em fevereiro, no primeiro dia de aula na nova escola, as professoras perceberam que eu estava muito à frente dos outros alunos. Fiz uma prova extra para avaliar até onde poderia avançar. Do oitavo ano, fui direto para o primeiro.

Estava bastante orgulhosa de mim mesma, mas também com medo. Afinal, os alunos do primeiro ano eram bem diferentes de mim. Mesmo no oitavo, não consegui fazer nenhum amigo; todos aquelas crianças ricas me olhavam com desprezo por saberem que eu era bolsista, eu não me incomodei muito, elas pareciam muito infantis. Imaginava como seria no ano dos mais velhos.

Assim que entrei na sala do primeiro ano, percebi que seria o meu maior pesadelo. Me sentei em um canto e logo um menino se aproximou acompanhado por um grupo de amigos, aqueles típicos bad boys.

— Pirralha, você é a nova bolsista né? Ísis? — ele disse em tom irônico, com um sorriso no canto dos lábios.

Ele era bonito, tinha olhos azuis e um corpo definido.

— Sim, eu sou a bolsista e não me chama de pirralha, será que você pode me deixar em paz? — respondi revirando os olhos e voltando a ler meu livro.

Eu era uma bolsista pobre e não tinha valor algum ali para eles; mas nunca aceitaria ser desrespeitada. Eu merecia respeito assim como qualquer outra pessoa. E já odiava aquele cara com todas as minhas forças.

— Tá, tá, chata. Quantos anos você tem? — ele perguntou com curiosidade enquanto ria com os amigos.

— Tenho 13. — respondi friamente, fazendo cara feia para eles. Pessoas que fazem tudo para chamar atenção me tiram do sério.

Os olhos dele e dos amigos se arregalaram.

— Você saltou 3 anos?! — Ele diz chocado e eu respondo — Na verdade foram 2, eu sou adiantada. Mas tanto faz.

— Você é tão chatinha e fica revirando os olhos como se não soubesse o seu lugar e quem eu sou, interessante.

Franzo as testas.

— Na verdade... Quem é você? — Um dos amigos dele começa a falar — Cara você vive em que mundo? O Lorenzo é herdeiro da família D'Castelli.

— Não conheço essa família e muito menos ele. Agora é sério galerinha, não me incomodem nem nada, estou aqui na paz mesmo.

— Ísis, Ísis, Ísis. Você é simplesmente insuportável— Lorenzo falou com um sorriso torto e depois saiu andando, os meninos fizeram cara de nojo e desgosto para mim antes de saírem atrás dele.

Achei que finalmente tinha me livrado daquele chato e que ele nunca mais voltaria a me incomodar.

Eu estava muito enganada.

Lorenzo D'Castelli me importunou pelos próximos 2 anos inteiros até eu me formar aos 16.

Antes de eu entrar na escola, ele era o melhor da turma e de todos os alunos: tirava as melhores notas e se destacava nos esportes também. Depois que eu cheguei, começamos a competir por tudo isso. Nas notas, eu sempre me saía melhor, nas atividades extracurriculares, eu também me destacava, mas acho que a única coisa em que não vencia e nunca conseguiria vencer era na popularidade, e sinceramente, não me importava com isso. Eu era apenas uma "ninguém", enquanto ele era o "herdeiro milionário". Insuportável.

Todo santo dia, nós trocávamos olhares desconfiados um para o outro. Além disso, nos provocávamos constantemente. A única coisa pela qual sou grata a ele é por ter me apresentado ao teatro. Um dia, ele chegou para mim e disse: "Eu vou ser o ator principal da peça, já você nem para figurante serve." Naquele momento, decidi que queria participar da peça de teatro também, afinal, quem ele pensava que era para falar assim?

Nós dois acabamos sendo os atores principais da peça de "Romeu e Julieta", mas a produção quase decidiu nos retirar dos papéis. Isso porque estávamos brigando toda hora.

Foi assim que conheci a minha maior paixão: o teatro, a atuação e o mundo cinematográfico.

Apesar de ser grata por isso, ainda o odeio. Então, obviamente estou totalmente desnorteada e brava por acabar de ver ele entrando pelas portas do evento que eu estou.

Passando dos limites

O salão está lotado. É uma festa de imprensa, cheia de famosos e pessoas da mais alta classe; eles riem, conversam e brindam, mas eu só consigo pensar em uma coisa: Lorenzo D'Castelli. Maldito Lorenzo. Por que ele tem que aparecer justo ali, justo agora?

Agora eu sou quase famosa. Eu consigo frequentar os mesmos lugares que ele, eu deveria esperar que isso acontecesse, mas não esperava que seria tão rápido. Afinal, faz apenas um ano que a minha carreira realmente acabou dando alguma coisa.

Me sento no bar, pedindo ao barman um copo de uísque duplo. Preciso de algo forte para lidar com o choque. Não nos vemos há quase oito anos, e estou perfeitamente bem com isso. Tudo o que eu quero é continuar fingindo que ele não existe, que ele não foi uma parte tão intensa da minha adolescência.

Antes que o barman possa me entregar o copo, ouço uma voz familiar. Aquela voz que eu tanto odeio, mas que, de alguma forma, parece sempre encontrar um jeito de me perseguir.

— Então, Ísis. Parece que as crianças crescem, não é?

Lorenzo se aproxima, sorrindo daquele jeito arrogante que me dá vontade de socá-lo.

— Lorenzo — respondo, pegando meu copo e virando o uísque de uma vez. O calor do álcool desce queimando minha garganta, mas não o suficiente para tirar a irritação que sua presença causa. — Achei que tinha sumido do mapa. Estava tão feliz sem você por perto.

Ele ri, aquela risada provocadora que eu conheço tão bem.

— Ah, Ísis, você nunca foi boa em esconder suas emoções. Sempre tão fácil de ler. Quem diria que você acabaria num evento de quinta como este?

Reviro os olhos e peço mais uma dose ao barman.

— Pois é, as coisas mudam. Quem diria que eu me tornaria uma atriz e acabaria frequentando os lugares do príncipezinho herdeiro insuportável da minha sala do ensino médio...

Ele se inclina no balcão, ficando perigosamente perto de mim. O cheiro de seu perfume caro invade meus sentidos. Lembranças de todos os confrontos que temos no passado vêm à tona.

— É mesmo? Quem diria que eu me encontraria com a menininha bolsista prodígio que parecia não ser humana de verdade? — Ele faz uma pausa, me avaliando com aquele olhar azul intenso que quase me faz perder o fôlego. — Você é um desafio pra mim.

Ignoro o arrepio que percorre minha espinha e me concentro em não perder a calma.

— Um desafio? Eu? — Sorrio, um sorriso que espero ser tão falso quanto o dele. — Lorenzo, o que você não entende em "vá se ferrar"? Porque, honestamente, estou cansada desse joguinho infantil.

Ele sorri de novo, inclinando-se ainda mais. Nossos rostos estão a apenas alguns centímetros de distância. Posso sentir o calor que emana de seu corpo.

— Ah, Ísis, mas e se eu não quiser parar de jogar? Afinal, você sempre foi tão boa nisso quanto eu. Talvez até melhor.

Tomo mais um gole de uísque, desta vez sentindo a cabeça começar a girar levemente.

— Talvez, Lorenzo. Mas não estou aqui para brincar de "quem é o mais insuportável". Agora, se você me der licença, vou procurar algo mais interessante para fazer, sei lá, qualquer coisa que não envolva falar com você.

Quando tento me levantar, ele segura meu braço suavemente, mas com firmeza.

— Não vai fugir de novo, vai? — Seus olhos brilham de diversão, mas há algo mais ali; algo que eu não consigo decifrar.

— Fugir? Eu? — Puxo meu braço sem sucesso. — Não estou fugindo. Só estou cansada dessa sua necessidade patética de atenção.

Ele ri de novo e aquela risada combinada com o álcool já começando a fazer efeito me faz sentir um misto de raiva e algo que eu não quero admitir.

— Atenção? Ísis, você deveria saber melhor do que ninguém que se eu quisesse atenção poderia consegui-la de qualquer um aqui. Você é um caso à parte... podemos dizer assim.

Eu sei que deveria sair dali, deveria simplesmente ignorá-lo, mas as palavras dele me prendem. Ele sempre soube exatamente como me provocar; como me manter naquele jogo ridículo que nós dois jogamos desde a adolescência.

— Um caso à parte? — Repito com minha voz carregada de sarcasmo. — Que elogio, Lorenzo. Vou guardar isso no fundo do coração.

— Você não mudou nada, sabia? — Ele diz finalmente soltando meu braço. — Sempre tão dura; tão... teimosa.

— E você sempre o mesmo idiota presunçoso — respondo sem perder a oportunidade de provocá-lo. Ele me olha por um longo momento; o sorriso finalmente desaparecendo de seus lábios.

— Talvez eu tenha mudado mais do que você imagina, pirralha. — Sua voz agora é baixa, quase um sussurro, e pela primeira vez naquela noite, sinto algo diferente em seu tom. Algo que me faz hesitar.

Mas antes que eu possa responder, ele pede ao barman duas doses de tequila.

— Vamos fazer uma aposta? — Ele diz, sua voz voltando ao tom brincalhão de antes.

— E qual seria? — Pergunto, desconfiada.

— Quem cair primeiro paga a conta da noite. — Ele empurra um dos copos de tequila na minha direção. — Ou está com medo?

— Medo? — Eu rio, pegando o copo e virando-o de uma vez. — Lorenzo, você ainda tem muito o que aprender.

E assim, começamos uma maratona insana de bebidas. Cada dose de tequila, cada gole de uísque, nos aproxima mais e mais. Nossas provocações ficam mais afiadas, nossas risadas mais altas. Em algum momento, começo a sentir que o chão está se movendo debaixo dos meus pés, mas me recuso a ser a primeira a ceder.

Horas depois, o salão começa a esvaziar, e eu sei que estou bêbada. Muito bêbada. Lorenzo também, mas ele ainda mantém aquele ar de autoconfiança irritante.

— Sabe... — Eu digo, as palavras saindo meio emboladas. — Você tá bem bonito agora, até melhor do que na época da escola.

Ele sorri, um sorriso que, dessa vez, parece sincero.

— Você, Ísis... É indescritível.

Depois disso não lembro mais de nada. Não me lembro de como cheguei em casa; acho que acabamos saindo do evento juntos...

Malditas fotos

Acordo com minha cabeça latejando como se tivesse sido atingida por um martelo, e o gosto amargo na boca insuportável. A luz do sol que atravessa as cortinas só pioram as coisas, quando finalmente abro os olhos, o mundo gira por um momento antes de se estabilizar. Me sento lentamente, tento reunir minhas memórias da noite anterior, mas tudo está embaçado, como uma pintura borrada que eu não consigo decifrar.

A primeira coisa que noto é que eu ainda estava com a roupa da noite anterior — um vestido preto justo que agora parece desconfortavelmente apertado. A segunda coisa é o som insistente do meu celular vibrando na mesa da cabeceira. Eu o alcanço, sentindo cada movimento ecoar dolorosamente na minha cabeça.

É uma chamada da minha assessora, Clara. Deslizo o dedo na tela para atender, o que é um erro, já que sua voz ansiosa e estridente praticamente perfura meus tímpanos.

— Ísis! Finalmente! Onde você estava? Já viu o que está acontecendo? — Clara fala tão rápido que preciso de alguns segundos para processar suas palavras.

— Clara, pelo amor de Deus, fala mais devagar... minha cabeça está prestes a explodir. — Esfrego minhas têmporas, tentando acalmar a dor.

— Eu sei que você está de ressaca, Ísis, mas isso é sério. MUITO sério! — Ela parece estar à beira de um colapso. — Estão todos falando de vocês! A internet está uma loucura!

— Falando de quem? Do que você está falando? — Pergunto, confusa, tentando juntar as peças.

Há uma pausa antes que ela responda, e a hesitação na voz dela faz meu estômago afundar.

— De você e do Lorenzo, Ísis. — Clara diz lentamente, como se eu já devesse saber do que ela estava falando. — As fotos de vocês dois... se beijando... estão em todos os lugares!

Minha mente congela por um instante. Fotos? Beijando Lorenzo? O que ela está dizendo? A ressaca parece diminuir por um momento, substituída por uma onda de pânico.

— Que fotos, Clara? — Pergunto, minha voz agora seca.

Ela suspira antes de continuar, percebendo que eu realmente não fazia ideia.

— Ísis, ontem à noite, você e Lorenzo D'Castelli foram fotografados se beijando do lado de fora do evento. E... — Ela hesita novamente, como se considerasse a melhor forma de me dar a próxima notícia. — As pessoas estão dizendo que vocês dois são o novo casal do momento.

Me levanto da cama, a cabeça gira novamente, mas o meu pânico é mais forte que qualquer dor. Corro até o meu computador, abro ele com as mãos trêmulas. Em segundos, estou nas redes sociais, e lá estão elas. As fotos.

Em alta definição, para quem quiser ver. Eu, nos braços de Lorenzo, em uma pose que deixava pouca dúvida sobre o que estava acontecendo. A expressão no meu rosto era de total entrega, e o beijo... meu Deus, o beijo. Parecia que estávamos juntos há anos, e não como duas pessoas que se odeiam desde a adolescência.

— Não pode ser... — Sussurro para mim mesma, enquanto as imagens passam diante dos meus olhos. Mas é. Ali está a prova, espalhada por toda a internet.

— Ísis, você ainda está aí? — Clara pergunta, sua voz me puxa de volta à realidade.

— Sim, mas... como isso aconteceu? Eu não me lembro de nada, Clara. Nada! — Minha voz sai mais aguda do que eu pretendo, eu estou desesperada.

— Acho que você e Lorenzo beberam demais e... bem, o resto é história. — Ela parece mais calma agora, como se já estivesse pensando em como lidar com a situação. — Mas, Ísis, ouça bem o que vou te dizer. Isso pode ser uma oportunidade de ouro para você.

— Oportunidade? Clara, estamos falando de uma catástrofe! — Explodo, ainda olhando para as fotos. Os comentários, as contas de fãs shippando nós dois... todo mundo parecia estar se divertindo à custa da minha vida.

— Não, não. Você está vendo tudo errado. Pensa comigo: sua carreira ainda é muito pequena . Esse escândalo pode ser exatamente o que você precisa para ir ainda mais aos holofotes, e de um jeito que ninguém esperava.

Eu não consigo acreditar no que estou ouvindo. Mas antes que eu pudesse protestar, Clara continua.

— Ouça, Ísis. As pessoas adoram um bom romance. E se você fingisse que vocês dois estão juntos? Imagine a atenção da mídia, os contratos que poderiam surgir, as portas que poderiam se abrir para você! — Ela soa quase empolgada agora, como se já visse todo o plano se desenrolando.

— Fingir um relacionamento? — Repito, atordoada. A ideia parece absurda, insana até.

— Sim! Lorenzo também ganha com isso. A família dele pode aproveitar a imagem de um casal poderoso, uma distração dos últimos escândalos empresariais. E você... bem, você pode usar isso para alavancar ainda mais a sua carreira. Afinal, todo mundo ama um casal improvável, não é? — Clara está praticamente implorando.

Eu me sento sobre a cama novamente, o peso da situação cai sobre mim. A ideia de fingir estar com Lorenzo, o homem que eu odeio a tanto tempo, é absurda. Mas, ao mesmo tempo, a perspectiva de transformar essa catástrofe em algo positivo, em algo que poderia me ajudar, é tentadora. Muito tentadora.

— E o que Lorenzo acha disso? — Pergunto, tentando ganhar tempo para processar tudo.

— Ele ainda não sabe, mas tenho certeza de que ele vai concordar. Você sabe como esses caras funcionam. Ele vai ver os benefícios para ele também. — Clara responde, confiante.

Há um silêncio, enquanto eu olho para as fotos na tela novamente. Talvez Clara tenha razão. Talvez, se eu jogar bem as cartas, posso transformar essa situação em algo bom. Algo que me ajude a seguir em frente, a ganhar mais papéis, como eu sempre quis.

— Tudo bem, Clara. — Suspiro, sentindo a dor de cabeça voltando com força total. — Vamos em frente com isso. Mas se Lorenzo não concordar...

— Deixa ele comigo, Ísis. Vou cuidar disso. — Clara interrompe, sua voz carregada de determinação. — Agora descanse um pouco. Vamos precisar de você em plena forma para o que vem a seguir.

Desligo o telefone, jogando-o ao meu lado. Não sei o que esperar dos próximos dias, mas uma coisa é certa: minha vida acabou de dar uma guinada que eu jamais teria previsto.

Olho uma última vez para as fotos antes de fechar o computador.

Mal posso acreditar no que estava prestes a fazer. Fingir estar apaixonada por Lorenzo D'Castelli. O garoto que eu sempre odiei. O homem que agora, de repente, estava no centro de um plano maluco para alavancar ainda mais minha carreira.

— Que diabos você fez, Ísis? — Pergunto para mim mesma, antes de cair de volta na cama e cobrir o rosto com as mãos, tento, sem sucesso, afastar o medo crescente do que viria a seguir.

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