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Uma Delegada em Minha Vida

Capítulo 1: Laços que Crescem

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"Esse vai ser o maior conjunto residencial de todo o país!" comemorou Erick animado.

"Estou muito ansiosa para começar a tirar essa construção do papel. Vai ficar tão lindo!" disse Raquel, sorrindo enquanto olha para as plantas do projeto.

"Também estou feliz, mas podemos ir almoçar?" reclamou Fernanda, e um ronco se faz ouvir de seu estômago.

"Melhor irmos logo, ou ela vai desmaiar," brincou Benjamin rindo.

"Então vamos, não quero perder minha amiga dessa forma," Raquel ri ainda mais.

Reclamando que os amigos ainda estão rindo dela, todos saem da sala de reunião para irem até o restaurante de Marcos. Não demora muito e os quatro entram no elevador, indo até o estacionamento da empresa e Erick leva todos para almoçarem. Durante todo o caminho, eles conversam animados sobre o novo projeto e o quanto estavam ansiosos.

Recapitulando...

7 anos se passaram desde que Raquel se casara com Erick, a felicidade reinava nessa pequena família de quatro pessoas. Leonard, agora com 11 anos, era um filho amado e um irmão protetor. Na escola, ele tinha feito vários amigos e se destacava como ótimo aluno. Tendo ganhado vários prêmios nas feiras de ciências que participava, suas criações robóticas fascinavam a todos por serem criativas e eficientes. O que mais fascinava era sua inteligência para a pouca idade.

Isabela, sua irmãzinha, agora com um pouco mais de 6 anos, parecia a união perfeita dos pais: os olhos verdes de Raquel, os cabelos pretos do pai. Uma menina criativa e espontânea que vivia pintando as paredes da mansão e deixando os empregados à beira da loucura com suas peripécias. Por vezes aparecia com um ou outro arranhão, o que fez Erick contratar uma babá exclusivamente para cuidar dela e evitar possíveis acidentes.

Por mais que ela fosse advertida, sempre fazia uma carinha manhosa que derretia o coração dos pais, e eles acabavam cedendo. Apesar da preocupação, eles não queriam restringir seu espírito aventureiro e criativo. Leonard, que passava muito tempo com ela, estava sempre sendo puxado de um lado para o outro e, sendo um menino mais comportado, fazia de tudo para evitar que sua irmã se machucasse. Porém, sua animação o contagiava e ele acabava embarcando em algumas aventuras.

Quanto à antiga casa de Raquel, logo após se casar com Erick, ela ainda não tinha dado um destino para ela. Após os dois conversarem, resolveu dar a casa de presente para Rosa. Esta, por sua vez, recusou, mas ao ver os olhos brilhantes de Raquel, acabou cedendo e aceitando o presente. Rosa, que era como uma avó para os pequenos, sempre os recebia, às vezes para finais de semana, datas comemorativas ou até mesmo algumas visitas aleatórias, pois os dois eram muito apegados a ela.

Com muito esforço, Raquel convenceu Fernanda e Benjamin a trabalharem com eles na LION, e os quatro sempre estavam fazendo vários projetos em conjunto. Bianca e Benjamin se casaram um ano depois de Raquel e Erick e, com o aumento no salário, compraram uma casa perto da mansão dos amigos.

Quatro anos depois de casados, tiveram uma menina, Emanuelle, uma doce menina de olhos amendoados castanhos e cabelos cacheados. Como tinham uma situação estável, deixavam-na com a babá enquanto trabalhavam. Os filhos de ambos os amigos criaram um vínculo profundo de amizade, e por mais que Emanuelle ainda não entendesse muito das brincadeiras, eles sempre faziam questão de incluí-la.

Os nossos não tão queridos vilões continuavam presos. Henrique, que já se mostrava arrependido desde o julgamento, mantinha um bom comportamento e ficava longe de confusão. Já Bruno e Vitória, apesar de tentarem manter as aparências, estavam sempre armando, articulando e formando alianças para um dia fugir. Em segredo, tramavam um plano de vingança, onde sequestrariam os filhos de Erick em troca de um bom resgate.

Bruno, apesar de estar preso, conhecia muitos policiais que lhe deviam favores. Por meio desses policiais e até mesmo alguns detentos, conseguiu informações, articulou todo o plano e comunicou-se com Vitória durante todos esses anos, esperando apenas o momento certo para colocá-lo em prática.

Dias atuais...

No restaurante de Marcos, os quatro amigos conversavam animadamente sobre o trabalho, outras vezes sobre os filhos. Marcos veio cumprimentá-los, seu semblante de felicidade por Erick ter encontrado amigos tão bons era notável.

"E aí, meus amigos? Meu chefe está testando uma nova receita... O que vocês acham de serem nossas cobaias?" brincou ele animado.

"Desde que não tenha amendoim, pois o Benjamin é alérgico, a gente topa tudo. Confiamos no seu chefe," respondeu Fernanda sorrindo.

"Sem amendoins, eu prometo," respondeu Marcos levantando a mão.

Os outros três concordaram prontamente, dizendo estarem ansiosos para experimentar o novo prato. Marcos agradeceu e saiu rapidamente, enquanto o garçom entregava o cardápio para que eles fizessem o restante dos pedidos.

"Você acredita que a Isabela quase caiu da casinha da árvore neste final de semana?" questionou Raquel para Fernanda.

"Mentira! Mas o que aconteceu? Você não disse que tinham ido para a casa de campo" disse Fernanda preocupada.

"O Erick decidiu de última hora e o que aconteceu foi o de sempre: ela jogou um aviãozinho de papel que ficou preso em um dos galhos. Aí ela teve a brilhante ideia de tentar pegar. Quando olhamos, lá estava ela se esgueirando nos galhos," explicou Raquel, demonstrando o nervosismo que sentiu na hora.

"Se eu não tivesse chegado lá em cima na hora, teria sido uma tragédia. Quase não deu tempo de segurar quando ela escorregou do galho," completou Erick.

"Ela tá impossível!" disse Raquel, com a mão na testa. "Com o Leonard era bem mais fácil."

"Mas vocês bem que sempre passam a mão na cabeça dela toda vez que ela apronta, não é?" Benjamin brinca, fazendo todos rirem.

"Estou tentando ser mais dura com ela, mas o Erick..." defendeu-se Raquel, olhando para Erick e estreitando os olhos. Ele levanta as mãos como se estivesse se rendendo.

"O que eu posso dizer? Não tenho culpa dela ser tão fofa quanto você. Isso quebra toda a minha pose de durão," disse Erick sorrindo, e todos riram sabendo que era verdade.

Nota: Curtam e comentem bastante! A interação dos leitores é fundamental para o crescimento do livro e me motiva a escrever e publicar mais histórias completas. Muito obrigada! Saibam que leio todos os comentários!

Capítulo 2: Amor entre Família e Amigos

Após terminarem o almoço, os quatro amigos voltaram ao trabalho. Conversavam distraidamente, o que causava certa inveja em alguns funcionários, principalmente em alguns arquitetos que sonhavam em ganhar favores do chefe, mas não haviam conseguido.

"Da para acreditar no quão delicioso estava aquele prato novo?" questionava Fernanda enquanto esperavam o elevador chegar.

"Ele foi muito esperto em recriar receitas regionais, vai fazer muito sucesso com seu novo cardápio", concordou Erick.

"Eu mal posso esperar para comer de novo, e já quero conhecer os próximos pratos", disse Raquel lambendo os lábios.

"Do que vocês estão falando?" questionou Gustavo, surgindo atrás deles. Nesse momento, o elevador já tinha chegado e os cinco entraram.

"O chefe do restaurante do Marcos, Alessandro, está recriando várias comidas regionais. Ele nos usou de cobaias para testá-las", respondeu Benjamin.

"Eu queria ter ido, deve ter ficado muito bom", reclamou Gustavo.

"Não é nossa culpa se você nunca almoça com a gente", defendeu-se Erick.

"Tenho que voltar para casa para almoçar com a esposinha, ou já sabe, né? Durmo no sofá", disse Gustavo. Todos saíram do elevador, rindo da forma dramática como ele falava.

Gustavo voltou para sua sala, enquanto os outros quatro iam para a sala de reuniões ajustar os últimos detalhes do projeto. No dia seguinte, iam apresentá-lo ao cliente, e ele precisava estar perfeito. Após horas de trabalho exaustivo, Erick, de vez em quando, tinha que resolver algum probleminha da empresa, afinal ainda era o chefe, mas soube gerir a situação com maestria.

Gustavo havia se casado com uma mulher da alta sociedade chamada Shenya, que tinha um ateliê de moda. Por mais que ele falasse de forma dramática, os dois eram muito apaixonados e ele fazia questão de passar o máximo de tempo possível ao lado da esposa.

Terminaram o expediente cansados, mas felizes com o resultado. Como pais babões que eram, tudo que queriam era chegar em casa para abraçarem seus filhos. Ao entrar em casa, encontraram os pais de Erick brincando com as crianças. Leonard mostrava seu novo projeto para Jackson, enquanto Isabella, usando uma saia de bailarina, rodopiava mostrando o novo passo de dança para Mary.

"Se eu soubesse que vocês estariam aqui, teríamos voltado mais cedo", disse Erick chamando a atenção de todos.

"Papai!!!" gritou Isabella, parando de rodopiar e correndo para abraçá-lo. Ele correspondeu calorosamente e depois fez cosquinhas em sua barriga.

"Não se preocupem, estávamos perto e resolvemos passar, mas já estamos voltando para casa", disse Mary, caminhando até eles.

"Ah, não, por favor, fiquem para o jantar, eu insisto", disse Raquel enquanto abraçava Isabella.

"Se insistem, então aceitamos, mas só porque gostei muito do projeto do meu amigão", brincou Jackson.

Leonard, que estava guardando o pequeno robô, veio cumprimentar seus pais. Ele mantinha-se carinhoso, mas diferente de Isabella, apenas cumprimentou-os com um sorriso. Erick, não satisfeito, puxou-o para um abraço enquanto bagunçava seus cabelos. Com Raquel não era diferente; queria sempre que ele soubesse que era amado, então o encheu de beijos.

"Tá bom, já podem parar", reclamou ele enquanto ria, tentando se soltar do abraço dos pais.

"Então vamos comer. Crianças, não se esqueçam de lavar as mãos", disse Erick soltando Leonard, e os dois obedeceram.

Depois de alguns minutos, todos tinham lavado as mãos e estavam sentados à mesa, apreciando o jantar enquanto conversavam sobre a vida.

"Pelo visto, não teremos mais médicos ou advogados na família", reclamou Jackson em tom de brincadeira.

"Quem sabe os netos dos seus irmãos não sigam a profissão, ou talvez esses dois mesmos, se mudarem de ideia", respondeu Erick.

"Eu vou ser um cientista", respondeu Leonard.

"Eu vou ser uma astronauta bailarina", respondeu Isabella.

"Você não pode ser as duas, tem que escolher", disse Leonard, dando um tapinha na testa em desaprovação.

"É claro que eu posso, não posso, papai?" reclamou Isabella, fazendo biquinho.

"Você pode ser o que quiser, desde que se esforce bastante", disse Erick, fazendo carinho em sua cabeça.

"Viu, eu posso sim", disse Isabella, mostrando a língua para Leonard, que apenas riu.

Suas personalidades se diferiam em muitos aspectos, o que gerava alguns pequenos conflitos, mas Leonard sentia que deveria ser mais sábio por ser mais velho. Por mais que ele não concordasse com tudo que sua irmã fazia ou gostasse, ele sempre a apoiava, embora às vezes a provocasse apenas para vê-la irritada, e depois ria, irritando-a ainda mais.

"Menina! Onde você aprendeu isso?" questionou Raquel, tentando parecer durona, mas rindo logo em seguida.

"Deixa ela, é só uma brincadeira de irmãos", disse Mary, achando a cena engraçada.

Eles continuaram conversando mais um pouco e, ao terminarem o jantar, despediram-se de Jackson e Mary, que voltaram para sua casa. Leonard já não queria mais ouvir histórias para dormir, então apenas deu boa noite para os pais e correu para seu quarto. No entanto, Isabella estava animada para que eles continuassem a história que estavam contando na noite anterior.

Erick pegou-a no colo e os três subiram. Depois de a fazerem escovar os dentes, eles contaram a história, e ela rapidamente dormiu. Raquel apagou a luz e os dois saíram, encantados em ver como ela era fofa enquanto dormia.

"Olhando assim, nem parece que pinta e borda durante o dia", disse Raquel, fechando a porta e fazendo Erick rir.

"Não sei o que é pior: gostar desse lado maluquinho dela ou saber que tudo vai passar tão rápido e eles não vão mais ser crianças", reclamou Erick.

"Verdade, parece que foi ontem que nos conhecemos e olha para a gente, dois filhos já grandinhos", concordou Raquel.

"E eu ainda te amo tanto quanto naquele tempo", disse Erick, dando um tapinha na bunda de Raquel, fazendo-a corar. "E amo ainda mais você ficar assim nesses momentos", completou ele.

Raquel estava prestes a dizer algo, mas Eric a interrompeu beijando-a e levantando-a no ar sem parar o beijo. Em resposta, ela envolveu as pernas em volta da cintura de Eric e retribuiu o beijo apaixonadamente enquanto ele a levava para seu quarto.

Nota: Curtam e comentem bastante! A interação dos leitores é fundamental para o crescimento do livro e me motiva a escrever e publicar mais histórias completas. Muito obrigada! Saibam que leio todos os comentários!

Capítulo 3: Cicatrizes Invisíveis

Durante o tempo em que Henrique esteve na prisão, seus dias favoritos eram os chuvosos. Nesses dias, ele não precisava sair para o banho de sol e evitar encontrar Bruno no pátio da penitenciária. Embora detestasse obedecê-lo, frequentemente não tinha escolha. Bruno convocava seus aliados, subornados com propinas e favores, para "lhe ensinar uma lição" sempre que Henrique tentava resistir. Isso lhe causou muitos traumas.

Por ter conseguido uma cela exclusiva, Henrique passava muito tempo lendo livros que lhe entregavam. Ele nunca soube quem enviava esses livros, mas os achava fantásticos e frequentemente imaginava quem poderia ser o benfeitor secreto.

Infelizmente, naquele dia, o sol brilhava intensamente. Os agentes penitenciários passaram por todas as celas e levaram os detentos para o pátio. Lá, Henrique se dirigiu para a área com equipamentos de exercícios físicos, sua segunda estratégia para não sucumbir à tristeza e à depressão em dias solitários e intermináveis.

"Henrique, preciso falar com você algo importante," disse Bruno, chamando-o.

"O que você quer?" perguntou Henrique, largando o equipamento.

"Vamos sentar ali para conversar," pediu Bruno, apontando para um banco. "Tenho certeza de que o que vou te dizer vai te interessar muito."

"Tudo bem," respondeu Henrique após respirar fundo.

Olhando ao redor, viu os aliados de Bruno olhando ameaçadoramente para ele e sabia que não tinha escolha. Após sentarem no banco, Bruno contou seu plano de fuga da penitenciária, revelando que vinha se comunicando com Vitória e que tudo já estava organizado. Contou como eles iriam executar o plano lá fora. Queriam incluir Henrique no plano, pois pretendiam sequestrar os filhos de Erick para conseguir dinheiro, e acreditavam que seria mais fácil com a ajuda dele, o melhor amigo de Erick. Henrique ficou atônito com o pedido de Bruno, olhando incrédulo para ele. Custava a acreditar que ainda insistiam nesse assunto.

"Desculpa, Bruno, mas não posso te ajudar nisso. Só quero pagar pelo que fiz e sair daqui com a consciência tranquila," disse Henrique com firmeza.

"Consciência tranquila? Não foi você que organizou aquele acidente sem nem me avisar? Sua consciência vai ficar tranquila? Você ainda é um criminoso tão sórdido quanto eu, não se finja de inocente," esbravejou Bruno, apertando a garganta de Henrique e soltando logo depois ao perceber que ele não conseguia mais respirar. "Estou te dando uma segunda chance. Vamos esquecer o que aconteceu aqui e trabalhar juntos nisso, ok? Sei que não fui muito bondoso com você esses anos, mas podemos colocar as mãos em uma grande quantia de dinheiro e fugir para bem longe."

"Olha, vocês não precisam de mim para isso. Apenas esqueçam o que me propuseram e eu farei o mesmo. Deixem-me seguir minha vida," pediu Henrique, recuperando o fôlego.

"É bom mesmo você não contar isso para ninguém. Não se esqueça que, mesmo depois que eu sair, ainda saberei tudo o que acontece e você não vai gostar do que eu farei se falar o que não deve," ameaçou Bruno, arrependido de ter aceitado o pedido de Vitória.

Ele olhou para Henrique novamente com um olhar ameaçador e saiu, cerrando os punhos de raiva. Henrique apenas passou a mão pelo pescoço, tentando aliviar a dor, enquanto observava Bruno se aproximar dos outros homens. Por mais que quisesse reagir, sabia que teria que aguentar as consequências; todos aqueles homens haviam cometido crimes terríveis e não hesitariam em machucá-lo da pior forma possível.

Henrique sabia o que precisava fazer, mas tinha que ser esperto. Se fosse descoberto, provavelmente não conseguiria completar seu plano. Pensando nisso, voltou à sua sessão de treinamento e aguardou até a hora de retornar à sua cela. Quando finalmente encontrou uma brecha na vigilância, procurou um dos agentes penitenciários em quem confiava, um homem honesto que não aceitava ser corrompido por Bruno, e pediu que ele tentasse falar com Erick e pedisse para visitá-lo. Seu tempo era limitado, então isso era o máximo que poderia fazer.

Mas o pior ainda estava por vir naquela noite. Mesmo sendo discreto, Bruno queria deixar um aviso nada amigável. Quando Henrique estava quase dormindo, ouviu passos e o barulho de chaves, abrindo as grades de sua cela. Ao levantar-se, viu Elias, um dos comparsas de Bruno, acompanhado de outros presidiários aliados. Ele temeu ter sido descoberto.

Porém, antes de começarem a bater nele, disseram que era apenas uma lição, para que ele não pensasse nem por um segundo em delatar os planos. Pensou em fugir, mas sabia que era impossível. Tudo o que podia fazer era aguentar e rezar para sobreviver mais um dia naquele inferno.

Quando recobrou a consciência, estava na enfermaria do presídio. Olhando para seus hematomas, demorou a acreditar que ainda estava vivo. Perguntava-se se valia a pena arriscar-se para fazer o que era certo, mas também se questionava se sua vida valia tanto a pena. A resposta era óbvia: ninguém sentiria sua falta.

Josué, o agente penitenciário a quem ele pedira ajuda, sussurrou em seu ouvido que Erick havia recusado seu pedido. Não surpreso, ele apenas agradeceu e voltou a deitar-se. A quem mais poderia recorrer para impedir o que estava acontecendo? Por mais que o agente o tivesse ajudado, ele fazia questão de dizer que não faria muito mais do que isso. Henrique ficou com medo de contar e Bruno descobrir.

Fechando os olhos, uma lágrima silenciosa surgiu. Lembrando de seu passado, adormeceu novamente, sob o efeito de anestésicos. Por causa dos ferimentos no corpo, teve que passar algumas semanas na enfermaria. Ao sair da enfermaria, ele pediu novamente para o agente penitenciário lhe ajudar.

"Não sou seu empregado, rapaz! Se quer isso, você sabe muito bem onde pedir," reclamou Josué.

"Por favor, só mais uma vez, eu não posso ir lá, seria muito arriscado," insistiu Henrique.

"Tudo bem, mas não me perturbe mais," disse o homem de forma ríspida.

Henrique, que ficou esperando novamente uma resposta, foi novamente ignorado. Tentou não se abalar, mas estava com medo do que iria acontecer. Bruno fugiu de lá, no dia seguinte, não sem antes lhe fazer uma visita, para lembrá-lo de não tentar interferir em seus planos. Perguntava-se quando ele iria colocar seus planos em ação e se alguém iria descobrir.

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