Personagens…

Michelle Martinez…

Meu nome é Michelle Martinez, 33 anos, nascida e criada numa cidadezinha no interior da Carolina do Norte, com cerca de 12 mil habitantes. Educada por meus pais e escolas públicas da pequena cidade.

Me formei em agronomia, mas nunca pude exercer a minha profissão, devido aos acontecimentos da vida. Sou poliglota e minha atividade de lazer preferida é andar a cavalo.

Tenho 1,70 de altura, cabelos longos e castanhos, levemente ondulados. Olhos castanhos expressivos que demonstram a minha garra, lábios carnudos, um sorriso gentil nos lábios e magra com curvas marcantes.

Sou uma mulher reservada, confiante e misteriosa (pelo menos, é o que todos dizem por aqui).

Crescemos com nossos pais na fazenda, herança de duas gerações consecutivas.

Eu e a minha irmã, crescemos no campo e presenciamos, nossos pais trabalhando com as plantações e criações. Nunca imaginei fazer algo da minha vida que não seja trabalhar nessa terra.

Amo a vida no campo…

Cada canto desse chão, tem uma história e nosso pai nos contou todas elas. Aos finais de tarde, me pego sentada na escada da varanda, de olhos fechados, me recordando de suas palavras, de suas histórias. A vida passa tão rápido, que não nos damos contas, de tudo o que perdemos.

Quando fecho os olhos, me vejo correndo por esse campo com a minha irmã Abby e meus melhores amigos, Marta e Héctor.

O tempo passou, minha irmã se casou e foi morar em outra cidade com seu esposo. Marta também foi embora, saiu em busca de seus sonhos, para trazer uma vida melhor a sua família. Héctor, continua aqui na fazenda e assumiu o lugar de seu pai como capataz.

Fui apenas uma vez visitar Martinha e nunca mais pude voltar.

Pouco tempo, após completar dezoito anos, fui obrigada a me casar.

Eu e Jimmy sempre nos demos bem, ele foi o meu primeiro namorado. Tive dois filhos, Yuri de 15 anos e Mariah de 12 anos.

Fomos felizes por anos juntos, até o acidente de carro que o levou de nós. Sua morte, foi algo que chocou toda a cidade e nos destruiu.

Também perdi a minha mãe, quando foi acometida por uma enfermidade nos pulmões, vi meu pai cuidar dela até o seu último suspiro. Com a chegada da idade, meu paizinho desenvolveu uma triste doença chamada Alzheimer.

Ele tem frequentes perdas de memória e, a maioria das vezes, fala como se estivesse no passado. Muitas das vezes, chama por seu pai, ou às vezes pela minha mãe. Mesmo passando por momentos difíceis com ele, não tive coragem de colocá-lo no asilo, cuidamos dele como podemos.

Após a morte de Jimmy, também vieram as dívidas que ele fez e empréstimos que fez, colocando a fazenda como garantia. Ele se aproveitou da memória fraca do meu pai e o fez assinar documentos de empréstimo.

…O que ele fez com esse dinheiro? Eu não sei, porque a única coisa que deixou, foram as dívidas!...

Acordo todos os dias, decidida a lutar para salvar, o lugar que meus pais lutaram tanto para manter.

No meio disso tudo, continuo numa briga com a minha irmã, que exige a sua parte da herança, sendo que o nosso pai continua vivo. Ela é uma mulher gananciosa e não se importa com a família, apenas com ela mesmo.

Eu Michelle Martinez, guardo um segredo que apenas Jimmy conhecia e levou com ele para o tumulo.

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Anderson Harris...

Meu nome é Anderson Harris, 35 anos, nasci em Nova York e, é onde resido atualmente.

Tenho 1,90 de altura, olhos e cabelos castanhos, barba feita, corpo atlético e tenho várias tatuagens no peito e braços.

Sou um homem forte, ousado, perspicaz, atento e determinado.

Sou o CEO de uma das maiores construtoras do país. Na qual eu, minha noiva e sócia construímos com muito trabalho e esforço.

Foram anos de muito trabalho para chegar onde chegamos, contamos com uma vasta equipe de profissionais qualificados e desenvolvemos todo o projeto de residência, hotel, pousada e estabelecimento comercial a ser construído.

Sou formado em engenharia, administração, ciência da computação e economia.

Sou noivo da bela Lilian, nos conhecemos desde criança e estamos juntos há seis anos. Além de minha sócia na empresa, é a vice. Estou totalmente apaixonado por ela e, atualmente, moramos juntos. Ficamos noivos há cerca de seis meses e ela já está o agindo o mais rápido possível com os preparativos do nosso casamento.

Eu nunca fui homem de permanecer muito tempo com a mesma mulher, mas da nossa grande amizade, nos apaixonamos e sempre nos demos bem. Sou um homem fiel, mesmo viajando muito, nunca olhei para outra mulher, pois tenho uma a minha espera em casa.

Eu viajo muito com a minha assistente executiva, Marta, a qual é uma mulher linda, mas sempre fomos muito profissionais.

Lilian, compreende que tenho que viajar muito para conseguir mais sociedade e clientes para a nossa empresa.

Meus pais são exemplos de amor, respeito, companheirismo e amizade. Meu pai se chama Arthur e minha mãe, Luisa, os dois são separados desde que minha mãe engravidou. Tenho minha mãedrasta Lavínia e meu paidrasto Felipe como pais, sempre dando amor, carinho, amizade e atenção. No total, tenho tres irmãs por parte de pai e um irmão por parte de mãe.

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Marta Justine...

Sou Marta Justine, 33 anos, nascida no interior da Carolina do Norte, mas resido atualmente em Nova York. Tenho 1,73 de altura, cabelo preto longo crespo, olhos castanhos, corpo delineado.

Tenho graduação em secretariado executivo e trabalho na construtora H&L. A construtora está em segundo lugar do ranking.

Sou uma mulher forte, determinada, focada e extrovertida.

Trabalho de assistente executiva, ao lado do CEO Arthur Harris, viajamos muito a trabalho e nem sei mais o que é ter um lar de verdade.

Deixei na Carolina do Norte, meus pais amados e queridos Sebastião e Joana. Eles trabalham na fazenda da minha melhor amiga Michelle.

Quando optei por vir embora, deixei o homem que eu amava para trás, pois não tínhamos as mesmas expectativas de vida. Meu sonho sempre foi me formar, trabalhar numa das melhores empresas do país, viajar o mundo e trazer os meus pais para morar comigo. Os três primeiros sonhos eu realizei, o último está longe de acontecer, pois os meus pais amam a vida no campo.

Nunca mais voltei para a minha cidade de origem, o tempo é curto e não quero me encontrar com aquele bruto do Héctor. Tudo o que tem de lindo, tem de bruto, rústico e sistemático. Ocasionalmente, falo com Michelle e os meus pais por videochamada, mas a saudade chega a doer.

Héctor, nunca compreendeu os verdadeiros motivos de eu ter ido embora.

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Héctor Daniels...

Sou Héctor Daniels, 34 anos, nascido e criado por meus pais, no interior da Carolina do Norte.

Sou veterinário e capataz da Fazenda Última Esperança, assumi o lugar do meu pai, quando faleceu, acometido por um infarto. Ele sempre amou a fazenda e deu a vida para ajudar o senhor Francisco a tornar a melhor fazenda produtora de toda a região.

Tenho 1,90 de altura, cabelos longos castanho-claro, olhos verdes, corpo definido e musculoso e tenho várias tatuagens nos braços e peitoral.

Sou um homem impulsivo, rústico, bruto e sistemático.

Sou filho único e moro com a minha mãe aqui na fazenda.

Solteiro, mas fico ocasionalmente com Lurdinha, ela trabalha na fazenda há cerca de cinco anos. É uma mulher linda, trabalhadeira e gosta de mim.

Já ficamos algumas vezes, mas não quero compromisso sério nunca mais. Me acostumei a estar sozinho e aproveitar a vida de solteiro.

Após ter sido abandonado, não quis mais nada sério com ninguém, estou bem assim.

Minha mãe diz que preciso reconstruir a minha vida, mas não posso me casar com alguém que não amo.

Michelle…

Como todos os dias, acordo as quatro da manhã, faço a minha higiene pessoal, me troco e sigo para a cozinha.

Tem dias em que acordo com uma angustia, e hoje é um desses dias.

Logo que saio do meu quarto, sinto o cheiro delicioso de café.

Entro na cozinha, Helenice, Joana e Lurdinha preparam o café da manhã, a mesa já está posta e a garota terminava de passar o café.

— Bom dia!

— Bom dia, minha filha! Sente-se que já levo o café! — diz Joana.

Deixo um beijo na testa de Helenice e outra em Joana. Tenho as duas como mães, pois sempre estiveram ao meu lado.

— O cheiro está maravilhoso!

Helenice, é mãe do Héctor e Joana a mãe de Marta.

Joana é minha madrinha, ela e minha mãe, eram melhores amigas desde a infância. E quando Helenice veio morar aqui, estabeleceram uma bela amizade.

Como todos os dias, tomo o café na companhia delas conversando, Héctor e senhor Sebastião entram na cozinha.

— Bom dia! — dizem eles, retirando o chapéu.

— Por favor, entrem para tomar o café, pois o dia hoje será de muito trabalho!

Eles se acomodam na mesa e tomamos o café conversando assuntos aleatórios.

Toda vez que Lurdinha vê meu amigo, ela fica se oferecendo e não se importa se tem ou não pessoas por perto.

Logo que terminamos o café, vou com senhor e Héctor lidar com os gados.

Saímos cavalgando em nossos cavalos para começar o trabalho.

Após a fazenda estar passando por momentos tão difíceis, mandei quase todos os funcionários embora. Mantive apenas dois peões, Héctor, sua mãe, Lurdinha, e os pais de Marta.

Eu trabalho igual a eles, para não termos que contratar outros funcionários e assim temos levado. O dinheiro que ganho com as colheitas, leite, gado, criações, dá apenas para pagar o salário deles e o restante uso para investir aqui mesmo, afinal os campos precisam ser bem tratados para produzir e as criações também.

Não sou de fazer corpo mole, comigo é trabalho duro e não tenho frescuras. Gosto, sim, de me cuidar, mas não deixo isso me impedir de colocar a mão na massa.

Sebastião e os peões, foram tirar o leite, enquanto eu e Héctor fomos passar o gado para outro pasto. Hoje os peões começam os reparos nas cercas, tive que usar o dinheiro da pensão para comprar arame farpado e mourões. As cercas estão muito velhas e precisam de conserto urgentemente.

— E aí, meu amigo, quando saí o casório? — pergunto, divertida.

— O seu? Por que eu não me caso! Sabe bem disso!

— Casamento, nunca mais! Tenho os meus filhos, o qual são as pessoas mais importantes da minha vida e quero apenas cuidar deles!

— Minha mãe comentou que seu cunhado quer casar com você!

— Sim, ele veio com essa proposta besta, dizendo que isso vai favorecer os dois, mas eu não me caso! Ainda mais sem amor e com um homem meticuloso como aquele! Solano não faz nada, de graça! Deve querer algo em troca!

— Sabemos que ele é apaixonado por você, mas preferiu o irmão dele!

— Jamais me casaria com Solano, ele sempre pensou em si próprio, ele combina muito com a Abby!

Ele gargalha.

Terminamos de passar os gados para o pasto e fomos cuidar dos cavalos.

De repente, Lurdinha chega assustada correndo e sem fôlego.

— O que foi, Lurdinha? — indago preocupada.

Sempre temo que possa ter acontecido algo com meu pai.

— Fala logo, mulher! — exclama Héctor.

— A polícia acabou de passar por aqui, mandou ficarmos em alerta, porque roubaram a fazenda vizinha e ainda mataram os pobres senhores donos de lá!

Nos olhamos assustados.

— Estão chegando cada vez mais perto da fazenda, estou com medo! — diz ela abraçando Héctor e eu sorrio de canto.

— Se acalme, mulher! — diz ele e afastando.

— Se vierem até aqui, eu meto bala neles! — digo, arrumando as rédeas do meu cavalo. — Temos armas, eles que ousem entrar na nossa propriedade, que não penso duas vezes para acabar com esses bandidinhos!

Ultimamente, as fazendas têm sido alvo de frequentes assaltos, quando não matam, torturam os pobres que acabam vendendo a fazenda e indo embora daqui.

Deixo meu amigo com Lurdinha e vou dar uma volta pela propriedade.

Paro num lugar mais alto e admiro toda a minha propriedade, fecho os olhos e respiro fundo sentindo a brisa tocar meu rosto e o cheiro do campo invadir as minhas narinas.

— Vou lutar até o meu último suspiro por essa fazenda!

Ao voltar para a casa grande, meus filhos estão saindo pela porta principal.

Mariah, vem correndo ao meu encontro.

Desço do cavalo e a abraço fortemente.

— Bom dia, minha filha amada!

Yuri se aproxima, acaricio o seu rosto, em seguida o puxo para um abraço.

Meus filhos são o que tenho de mais precioso nessa vida, Mariah é uma menina amorosa, extrovertida e comunicativa, já Yuri, é um adolescente amoroso, mas fechado e introvertido.

Não é que faça diferença entre eles, meu amor é igual pelos dois, mas sinto que Yuri precisa mais de mim, por ser tão fechado.

Héctor, já tentou se aproximar e ser a presença masculina que ele precisa, mas meu filho não se abre com ninguém. Ajuda com o trabalho na fazenda e conversa apenas o necessário com todos.

… Sinto que falhei como mãe!…

Meu pai saí da casa discutindo com tia Helenice.

— Eu já disse que não quero comer!

— Beba pelo menos o café, Francisco!

— Já disse que não quero, sua velha encrenqueira!

— Seu velho ranzinza! — retruca.

Acabamos rindo de toda a situação.

— Pode deixar que eu cuido dele, Helenice!

Ela volta para dentro da casa.

— Como o senhor está, papai? — pergunto, após beijar a sua testa.

— Muito bem! Hoje eu e minha Lindalva vamos passear pelo campo e aquela velha encrenqueira não queria me deixar sair!

Lindalva era a minha mãe e o grande amor de sua vida.

— Primeiro tem que tomar um café, papai! Lembra que sempre dizia que saco vazio não para em pé?

— Está bem, mas tem que ser rápido! — exclama irritado.

Mariah, entra de braços dados com seu avô e eu vou logo atrás com Yuri.

Hoje o dia será difícil.

(Lurdinha, 25 anos)

Michelle…

Após ajudar o meu pai a tomar o café, eu e as crianças fomos tratar das galinhas, dos porcos e dos peixes.

Nesse horário fazemos as tarefas juntos para aproveitar um tempo a mais, pois a tarde vão para o colégio.

— Mãe, será que vai chover? — pergunta Mariah, olhando para o céu.

Algumas nuvens se formavam no céu.

— Parece que sim, filha!

— Será que podemos faltar hoje, não gosto de ir para a escola quando chove!

— Vocês não têm nenhuma prova importante hoje? — pergunta, analisando suas expressões.

— Não! — dizem em uníssono.

Eles começam a insistir.

— Está bem, podem faltar hoje, mas não é para se acostumar, não!

Eles comemoram, me dando um abraço apertado.

Terminamos de dar o trato para as criações, já estava na hora do almoço, voltamos para a casa grande e como todos os dias almoçamos todos juntos.

Terminávamos o almoço, quando ouvimos um carro estacionando em frente à casa principal.

Um dos peões entra apressado na casa.

— Senhorita, o senhor Solano está aí fora!

— Mande entrar e aguardar na sala, que já vou recebê-lo!

— Eita, esse homem está pior que carrapato, não desgruda mais do seu pé, minha menina! — diz Helenice.

Concordo com ela, deixo o guardanapo sobre a mesa e vou até a sala.

Solano, vem me cumprimentar com um beijo no rosto, mas me afasto e estendo a mão. Sem jeito, nos cumprimentamos com rápido aperto de mão.

— A que devo essa visita?

— Vim saber se já tem a resposta para a minha proposta!

— Eu já te dei uma resposta, Solano! Continua sendo não! Não irei me casar com você e nem com ninguém!

— Eu posso te ajudar a salvar a fazenda, pare de ser cabeça dura! Sei que não está dando conta de cuidar disso tudo, tem seus filhos, seu pai e... o Héctor não pode administrar a fazenda e trabalhar fora!

— Héctor é veterinário, mas dá conta dos dois trabalhos, não tem que se preocupar com isso!

— Seus filhos precisam de um pai!

— Meus filhos, tem uma mãe e um pai, porque eu me desdobro para ser presente na vida deles!

— Ouvi falar que os estrangeiros querem comprar toda essa região para construir hotéis, resort…

— Eu não vendo a fazenda! Meus pais lutaram muito para construí-la e vou me esforçar para tirá-la das dívidas!

— Vou te dar mais alguns dias para pensar, Michelle! Pensa bem, eu posso te ajudar a realizar todos os seus sonhos, inclusive o que o seu pai tinha! Nós podemos juntar as nossas fazendas…

Ele se aproxima e acaricia o meu queixo, mas imediatamente me afasto.

— Casar sem amor? Não pensa nas consequências de um casamento sem amor, Solano?

— O amor vem com o tempo! Meu pai sempre dizia isso!

Ele se afasta.

— Nos vemos logo mais, minha querida! Espero que da próxima vez tenha uma resposta positiva para ambas as partes.

Ele vai embora e eu fico ali irritada.

— Imbecil! — sussurro, revirando os olhos.

Ele faz meu estômago embrulhar, então vou para o aras.

Héctor, chega em seu cavalo.

— Solano estava aqui? Acabei de encontrar com ele na estrada! — diz, descendo do seu cavalo.

— Infelizmente sim! Insiste na proposta de casamento! — digo, encostando-me na parede. — Depois que o meu pai morreu e perdemos a última colheita, estou com medo de não conseguir salvar a fazenda, mas lutarei até o meu último suspiro!

— Vamos conseguir, Mi! — afirma ele, pousando uma das mãos em meu ombro.

Sorrio fraco.

Começa a trovejar e um forte vento.

— Melhor irmos, a chuva está chegando!

— Vou verificar se todas as portas estão fechadas e já vou! — diz ele.

Volto em passos largos e bem rápidos para a casa grande.

Yuri e Mariah estavam sentados no tapete, jogando xadrez, meu pai estava sentado os observando.

— Como está meu pai? — indago, sentando-me ao seu lado.

— Bem, minha filha, muito bem! Hoje é um daqueles dias…

— Quais dias? — arqueio uma das sobrancelhas.

— Foi num dia como este que conheci minha linda Lindalva! Gosto da chuva, porque tem o sabor do nosso primeiro beijo, o frio que sentíamos, foi aquecido pelo calor de um abraço apertado! — diz ele, com olhar fixo na janela.

Pouso a minha mão sobre a dele, com meu coração apertado.

De repente, aquela angústia em meu peito aumenta.

Meu coração se perturbar tanto, que não consigo ficar sentada.

Me coloco de pé e observo a chuva caindo lá fora, segurando o pingente da minha correntinha no pescoço, a esfregando, enquanto a preocupação invade o meu ser.

— Algum problema, filha? — pergunta Joana, me tirando dos meus devaneios.

Quando me dou conta, está parada ao meu lado.

— Essa carinha de preocupada é devido à visita de Solano?

— Não, madrinha! É bem mais que isso… aquele pressentimento ruim de novo! Não sei explicar…

— Vou preparar um chá! Não se preocupe, ficará tudo bem! — diz ela, me fazendo arregalar os olhos.

Alguns flashes vêm em minha mente, aumentando a minha preocupação.

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(Solano, 36 anos)