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Senhor Gelo

Capítulo 01

(Olá, pessoal! Estou iniciando essa história e postarei ela dia sim e dia não e dependendo de como ela for recebida com comentários e curtidas, tentarei postar diariamente. Colocarei fotos dos personagens principais. Espero muito que gostem e aguardo ansiosa sobre suas opiniões. 😘🌹❤️)

Em uma tarde fria e chuvosa dominava o norte da Alemanha onde a Leona Berwald, 19 anos, estava passando por mais um momento doloroso em sua vida, enterrando a senhora que a criou com seu irmão e eles a chamavam de vó mesmo sem ligação sanguínea. Seus pais morreram a 10 anos atrás em um acidente no qual ela estava presente e precisou passar por uma cirurgia. O seu único parente vivo atualmente é Rolf Berwald, 25 anos, e eles nunca se deram bem, principalmente após seus pais morrerem e ele a culpar sempre por isso.

(Leona Berwald, 19 anos)

(Rolf Berwald, 25 anos)

Norma: Nana, você...

Leona: Eu vou depois... -disse chorosa próxima ao túmulo.

Norma: Vou te esperar no carro com seu irmão.

Leona: Abre seu olho, Nor! -olhando-a rapidamente virando seu guarda chuva.- Chego em 5 minutos.

Norma: Sim senhora! -assentindo e saindo de perto dela.

Rolf: Eu disse que queria ir embora. -olhando pro relógio ao ver a Norma voltar sozinha pro carro.- Tenho compromisso e ela sabe disso! -cruzando os braços impaciente enquanto segurava o guarda chuva.

Norma: Não fica assim, ela está se sentindo muito triste desde que ela se foi... -indo toca-lo e ele evitou.

Rolf: Aqui eu sou senhor! -disse friamente.- Sim senhor! -olhando em volta e acenando pros parentes que já estavam indo em seus carros.

Norma: Ela só pediu 5 minutos. -disse irritada e entrou no carro.

Rolf: Ela é folgada! Acha que o mundo gira em torno dela? -socando o carro.- Ela vai vir agora mesmo!

Heinrich: É isso aí, mostra a ela que quem manda agora é você. Você está no controle de tudo. -disse animado dentro do carro.

O Rolf fez um gesto pra ele calar a boca e assim Heinrich o fez. Sua impaciência logo o levou a caminhar estressado até o túmulo para ordenar que sua irmã fosse embora e ao se aproximar ele preferiu ouvir o que ela falava sozinha.

Leona: Isso nunca vai dar certo, eu não sei sobre seus planos pra nós mas eu já decidi... -disse em lágrimas e tocou o nome de sua avó na lápide.- Eu te amo mais que tudo... de dedinho... -chorou alto com suas lembranças.

Rolf: Pode parar com isso e ir logo? -pigarreando.

Leona: Pode ir... eu...

Rolf: Você vai comigo! Sou seu irmão mais velho... tenho uma reunião já já e não posso me atrasar por... -respieando fundo para não usar a palavra que gostaria.- Drama.

Leona: Você... não sente nada? -se virando pra ele e notando a frieza.- Não é possível, ela cuidou de nós, nos deu uma vida que... jamais teríamos... e você...

Rolf: Ela era só... deve imaginar porque. Era insuportável, ninguém a queria, nunca casou, nunca teve filhos... ela só queria dois idiotas que cuidassem dela e assim o fizemos. Agora é a hora da recomp... -sendo acertado no rosto mas logo a Leona voltou a si e arregalou os olhos assustada com sua reação.

Leona: Não fala assim! -engolindo em seco.

Rolf: Vai pro carro agora. Eu estou cansado, todos lá estão e você precisa parar de ser tão egoísta! -gritou e apontou pro carro a olhando furioso.

A Leona pensou no que fazer, respirou fundo, beijou dois de seus dedos e tocou o túmulo com eles antes de ir pro carro. Ele a seguiu, entrou no carro e foi o caminho em silêncio num clima ainda mais pesado do que o comum. Eles chegaram na mansão, a Leona subiu correndo as escadas e o Rolf a olhava furioso.

Norma: Rolf, o senhor deseja mais alguma coisa?

Rolf: Sim, vamos receber uma representante do escritório de advocacia da vovó e quero que providencie café, biscoitos... um lanche pra nós!

Norma: Dê um tempo pra ela, por favor! -se aproximando do Rolf.- Ela está se vendo sozinha e muito perdida! Só precisa de um tempo pra enxergar que tudo que está fazendo é pensando nela também.

Rolf: Tempo? -suspirou.- Olha, você pode ter razão! Eu vou deixa-la em paz mas o advogado está vindo e precisamos assinar alguns papéis e depois disso... prometo dar o espaço que ela precisa.

Norma: Tudo bem, obrigada! Precisa de mais alguma coisa?

Rolf: Não! Pode ir! -notando o desapontando dela que estava bem próxima dele.

Norma: Sim senhor, com licença! -se virando pra ir em direção ao outro cômodo.

Rolf: Ah! -ficando atras dela.- Deixe a porta do seu quarto aberta a noite... -sussurrou no ouvido dela a fazendo se arrepiar.- Estou com saudade! -sorrindo maliciosamente e subiu as escadas.

A Norma sempre foi muito manipulada pelo Rolf que após pisar em seus sentimentos, sempre vinha com algo mais romântico a fazendo voltar a ceder a todos os seus caprichos.

Rolf: Você precisa dessa aí pra seguir com seu plano... hoje é seu dia Rolf! -disse confiante e batendo na porta da Leona.- Maninha!

Assim que a Leona se trancou no quarto, ela pegou seu celular e iniciou uma vídeo chamada com sua melhor amiga e o namorado dela, Adele Jensen e Dener Falsen.

(Dener Falsen, 28 anos)

(Adele Jensen, 26 anos)

~ Chamada de vídeo on ~

Adele: Oi, amiga!

Leona: Del... eu não vou aguentar isso! -soluçando alto.- Está ocupada?

Dener: Pra você ela nunca está! Pra mim, as vezes ela está, mas pra você... -rindo fraco ao passar por trás da Adele e acenou pra ela.- A dor vai se tornar saudade em algum momento.

Leona: Valeu, Den! -sorrindo fraco em meio as lágrimas.

Adele: Você... vai aceitar minha proposta?

Leona: Vou! -fungando.- Acredita que ele vai dar uma festa hoje a noite... aqui?!

Dener: Desculpa, esse cara é um lixo!

Leona: Eu sei! Apesar de... -suspirou.

Adele: Você vem? Vamos cuidar de você e te ajudar...

Leona: Den, tudo bem pra você?

Dener: Para com isso! Eu sei que vou perder 80% da minha namorada mas... pra você... eu perco até de longe. -rindo.

Leona: Exagerado! -rindo.- Não quero atrapalhar vocês...

Adele: Não se preocupa, isso não vai acontecer.

Dener: Tudo isso é uma piada, não leva a sério. Você faz parte dessa relação, você que nos uniu naquele curso há dois anos atrás.

Leona: Obrigada! É bom saber que tenho... alguém ainda. E que são os melhores! -se assustando com as batidas em sua porta.

Rolf: Leo?! -batendo na porta e tentando abrir.

Leona: O que você quer? -disse impaciente.

Rolf: Somos irmãos, quero conversar com a minha maninha. -disse em seu tom de deboche.

Leona: Te ligo mais tarde. -voltando a olhar pro celular.

Adele: Posso... comprar?

Leona: Pode, mas vou devolver.

Adele: Depois vemos essa parte. -soltando um beijo pra ela que retribuiu e desligou.

~ Chamada de vídeo off ~

Leona: Me deixa em paz. -indo até o banheiro.

Rolf: Sabe que posso abrir essa merd* se eu quiser, não é?

Leona: Infelizmente! -abrindo a porta do seu quarto.- Fala.

Rolf: Estava desabafando com a sua namoradinha?

Leona: Você só pensa nisso? -disse irritada.- Ela é minha melhor amiga e eu não te devo satisfação.

Rolf: Eu só vim avisar que agora no fim da tarde a advogada do escritório que nossa avó contratou vai vir pra assinarmos os papéis.

Leona: Você não para? Eu não vou assinar nada!

Rolf: Não é uma escolha sua, foi escolha da Matilda e você deveria acatar... além de coisas que ela vira explicar. Estou informando pra descer e não perguntando se você quer!

Leona: Me deixa! -gritou.

Rolf: Desculpe ser tão insensível, mas estou pensando em nós! Eu juro que estou sofrendo mas... -tentando não ri.- Preciso ser forte pra dar conta de tudo!

Leona: Eu não sei se deveria acreditar! -abrindo a porta.

Rolf: Gostaria de poder chorar assim, mas te afundaria mais e nada seria feito! -tocando seu rosto.

Leona: Não é o que vejo. -afastando seu rosto da mão dele.- O que quer?

Rolf: O advogado vem aqui pra assinarmos a documentação da vovó...

Leona: De novo isso? -disse irritada.- Eu não aguento mais você falando de advogados! -se virando pra fechar a porta e ele segurou seu braço.

Rolf: Precisamos deixa-la descansar, vamos assinar a documentação que autoriza a manutenção do túmulo dela, pra que seja cuidado diariamente e que esse valor saia diretamente da empresa. Não temos dinheiro, Leona! Porr*, eu estou me esforçando pra... tentar da conta enquanto você só chora! -deixando algumas lágrimas caírem.- Porque não olha um pouco pra mim e facilita as coisas?

Leona: E-eu... -disse confusa e o abraçou.- Desculpa! -fungando.

Rolf: Me ajude, por favor! Só assina aquela merd* e eu não vou te incomodar mais. -ainda a abraçando sorrindo ao perceber que ela acreditou em seu drama e voltou a fingir choro.

Leona: Eu desço pra assinar.

Rolf: Obrigado! Vou deixar você descansar. -se afastando.

Leona: Obrigada! -voltando a se trancar.- Me ajuda, vó! O que eu faço? -suspirou e se jogou na cama segurando o pingente do seu colar.

Capítulo 02

(Oi, pessoal! Aqui é só um agradecimento pela bela recepção que deram a essa história e aguardo vocês nos comentários com palpites, ideias, teorias... 😘❤️🌹)

A Leona arrumou uma mochila pois sua mente estava confusa, mas seu coração implorou pra que ela fizesse isso colocando suas roupas e alguns pertences de valor sentimental e após tomar um banho ela foi chamada para ir até o escritório.

Norma: Ele está fazendo o melhor pra você.

Leona: Estou tentando confiar nisso.

Norma: Fico feliz! -sorrindo.

Elas desceram em silêncio, a Leona foi para o escritório e a Norma seguiu para seus afazeres.

Rolf: Está melhor? -a Leona balançou a cabeça positivamente e se sentou de frente pro advogado.- Quer algo?

Leona: Resolver isso de uma vez! Vou sair pra correr um pouco...

Rolf: É bom, sempre te ajuda! -tocando a mão dela que sentiu um aperto no peito.

Advogada: Bom, esses são os documentos para concluir com o cemitério e acertar os pagamentos direto da empresa.

Leona: Tantas páginas... -tentando ler a primeira página.

Rolf: Precisamos assinar cada página, não é isso?

Advogada: Isso mesmo. Sei que é um momento difícil e quero que saiba que cuidarei de tudo... pra que não precisem se preocupar com coisas burocráticas.

Leona: O que é essa... cláusula? -disse ainda na primeira página.

Advogada: Informando que independente do que aconteça a empresa será responsável por todos os pagamentos referente a dona Matilda.

Leona: Tudo bem... -disse impaciente e assinando quando percebeu o Rolf assinar sem ler.- Pronto?

Advogada: Sim, prometo não incomodar mais!

Leona: Posso falar com você? -olhando pro Rolf.

Rolf: Claro! -saindo com ela do escritório.- Diga!

Leona: Confia mesmo nela?

Rolf: Ela é... do escritório dos advogados da vovó... se ela confiava...

Leona: Tudo bem! -respirando fundo.- Você tem razão! -sorrindo fraco.

Rolf: Uns amigos meus vão vir aqui, estou pensando em terminar a faculdade...

Leona: Isso é muito bom.

Rolf: E pensei... a vovó não queria que você fizesse a faculdade mas... Eu posso ajudar se quiser fazer aquele curso de estilista.

Leona: Jura? -disse animada e o abraçando.- Obrigada!

Rolf: Te vejo mais tarde?

Leona: Até! -beijando a bochecha dele e saindo da casa.

A Leona colocou os fones, escolheu sua playlist e começou a correr pela calçada. Ela estava confusa com o que seu irmão despertava, ele sempre foi rígido e muito arrogante com ela, mas de repente ele era protetor e amigável. Ela começou a correr quando quase foi atropelada por um homem.

Leona: Hey! -se virando já irritada.- Petrus?!

Petrus: Oi, Nana! -rindo.- Você disse que vinha correr...

Leona: Bom te ver! -o abraçando.

Petrus: Desculpe não ter ido lá, tive uns problemas.

Leona: Sei que sempre está comigo! Levava comida pra mim pra eu não ter que comer a do hospital quando virei dias lá, me ajudava a estudar... revesou comigo no hospital...

Petrus: Você fez mais por mim quando fiquei internado! Um ajuda o outro! Como foi? -caminhando com ela.

Leona: Difícil demais, dói tanto e acho que não tenho mais lágrimas! -suspirou e o Petrus abraçou ela de lado enquanto eles andavam.

Petrus: Sempre que precisar... estarei aqui! -beijando o cabelo dela.

Leona: Acha que... eu deveria... ir encontrar a Adele?!

Petrus: Sim, apesar de que morreria de saudade da minha melhor amiga... O Rolf te faz muito mal. Ele já fez todos te acharem louca quando armou aquele negócio na festa da empresa quando sua avó precisou se afastar e ele assumiu a empresa. Aquilo pra mim...

Leona: É... eu ainda tenho muita mágoa dele por isso. Até hoje as pessoas me olham estranho... -bufou.-

Talvez... ele esteja querendo mudar. Disse que quer voltar pra faculdade... que se eu quiser... fazer meu curso...

Petrus: Não cai nessa! Sua avó era muito boa mas... era bem machista e alimentou esse poder do Rolf sobre você com aquele papo que você não precisava estudar nem trabalhar... que o Rolf cuidaria de você até se casar e que ela iria te apresentar alguns pretendentes como se estivéssemos em 1800 e bolinha... -rindo.- E ainda me colocou nessa lista. -rindo.

Leona: Sim! -gargalhando ao lembrar.

Petrus: Vamos apostar uma corridinha? -chegando a pista de corrida.

Leona: Sim! -disse animada.

Eles correram, se divertiram e isso amenizou a dor no coração dela. Eles lancharam, se divertiram um pouco e ele a deixou próximo da mansão.

Petrus: Aceita, por favor! -entregando a ela um envelope com uma quantia considerável.

Leona: Não, para com isso!

Petrus: Eu não confio no Rolf e se você precisar...

Leona: Por favor... -disse insegura.

Petrus: Quando eu voltar da viagem... se você não tiver precisado, você me devolve, combinado?

Leona: Tudo bem! -disse entristecida ao pegar o envelope e esconder em sua roupa.

Petrus: Qualquer coisa você me liga?

Leona: Sim, eu ligo! -o abraçando forte.

Petrus: Eu te amo!

Leona: Também te amo! Muito obrigada por... pensar e se preocupar comigo.

Petrus: Espero que pense sobre ir pra Dinamarca... ficar com a Adele mesmo que por um tempo vai te fazer bem... -beijando sua testa.

Leona: Vou pensar! Prometo! -sorrindo e se despedindo dele.

Ela foi pra mansão, ele ficou observando e depois foi pra casa. Ela entrou pensativa e se perdeu na música que voltou a ouvir. Ela notou o carro da advogada ainda lá e em silêncio entrou na casa. A Leona caminhou, ouviu uns sons estranhos vindo do escritório e sem bater abriu a porta silenciosamente.

Rolf: Você me deixa louco... -beijando a advogada que estava abotoando sua camisa de mangas.

Advogada: Eu vejo... -rindo sexy.- A gente pega fogo...

Rolf: Quanto tempo eu ainda preciso levar esse teatro?

Advogada: Já enviei os documentos e assim que eu receber que os documentos já foram registrados... está livre pra ser quem você é! -ficando na frente dele e se olhando no espelho.

Rolf: Ótimo! Vou internar a Leona agora que ela assinou esses documentos me dando plenos poderes sobre tudo dela e sobre ela também... -puxando o cabelo da mulher levemente e a beijando ferozmente.- Vou dar um pé nessa... Norma que...

Advogada: A coitada acredita mesmo que um homem como você gostaria dela e a assumiria. -gargalhando e se virando pra ele abraçando seu pescoço.

Rolf: Burra! -revirando os olhos.- Vamos... nós casar... e... colocar em prática tudo aquilo.

Advogada: Finalmen... -paralisando e a Leona percebeu que ela a viu.- Leona? -empurrando o Rolf.

Rolf: Leona?! -observando-a em choque assim como ela estava ao ver e ouvir tudo aquilo.

Ela correu até seu quarto, pegou sua mochila, colocou mais algumas coisas e as lágrimas escorriam pelo seu rosto quando se assustou com a chuva forte que voltou a cair.

Leona: Me ajuda, por favor, vó! -segurando seu colar e beijando o pingente.- Sei que aí de cima você já sabe de tudo... -fungando.- Ele quer... me internar! Ele não mudou! -disse trêmula, logo pegou seu celular e ligou pra Adele.

~ Ligação on ~

Leona: Amiga! -disse em choro.- Estou indo pra Skagen. Consigo comprar uma passagem pra agora?

Adele: Claro! O que houve? Vem! -disse preocupada.

Leona: Ele quer me tirar do caminho! -disse ainda incredula.- Eu preciso sair daqui! Logo! Eu vou dar um jeito de chegar no aeroporto... mas não sei comprar passagem...

Adele: Eu vou comprar online com seus dados! Te envio por aqui e te encontro no aeroporto daqui.

Leona: Obrigada! Até já!

~ Ligação off ~

Ela estava desconfiando porque ele não foi atrás dela e quando abriu levemente a porta já havia seguranças em sua porta. Ela olhou pros lados, respirou fundo e pulou pela janela. Alguns seguranças e empregados perceberam e logo o Rolf foi atrás dela mas ela correu muito, ela chorava no meio da chuva e sua mochila já estava muito molhada. A Leona conseguiu sair da casa, mas os seguranças e o Rolf estavam correndo atrás dela na rua deserta por conta da forte chuva e um dos carros saiu da garagem da mansão fazendo o Rolf parar um pouco pra entrar no carro, assim a Leona ganhou alguns segundos quando avistou um táxi, fez sinal e acabou esbarrando num homem que estava caminhando.

Xxx: Olha por onde anda! -disse uma voz grossa e fria debaixo do enorme guarda-chuva.

Leona: Desculpe! -disse em lágrimas quando viu o táxi ir embora e o carro do Rolf se aproximou então se agarrou no homem e o fez virar pra que ele a cobrisse e com o guarda chuva ela praticamente não seria notada.- Por favor! Me ajuda! -disse desesperada e seu olhar finalmente cruzou o do homem que quase foi ao chão com ela pela forma brusca que ela o puxou mas ele a segurou forte.

Xxx: Garota... -disse bravo mas ao encontrar o olhar de desespero dela algo mudou.- E-eu... -disse se desarmando completamente.

A Leona se perdeu no olhar daquele homem, mas logo se assustou com o som do carro indo em sua direção em alta velocidade, ela se afastou do homem com receio e voltou a correr. O homem ficou pensativo observando e notou o carro a seguindo então entrou em seu carro e seguiu os dois. O Rolf desceu do carro, correu atrás da Leona, o homem desceu do táxi, pediu que ele o esperasse e ficou observando os dois de longe numa sensação estranha que não sabia explicar pra si. O Rolf alcançou a Leona e quando segurou a mochila dela a Leona caiu no lago que havia por ali.

Rolf: Você não vai acabar com meus planos irmãzinha! -olhando em volta sem perceber a presença de alguém naquela rua deserta e escura enquanto a Leona se debatia por não saber nadar.

Xxx: O que está acontecendo? -sussurrou ainda no carro tentando enxergar em meio a escuridão.

Rolf: Sinto muito! -engolindo em seco e se afastando da beira do lago entrando no carro do seu amigo Heinrich levando a mochila dela.

Heinrich: O que ela estava levando?

Rolf: Roupas! -tirando algumas peças e jogando na parte de trás do carro enquanto seu amigo acelerou com o carro.- Mais roupas... -achando algo.- Ela ia levar um porta retrato de família. -gargalhando com o Heinrich.- Não sei como ela pode ser minha irmã... tanta coisa pra levar...

Heinrich: Só fico triste porque não experimentei o doce saber da inocente Leona! -sorrindo maliciosamente.

Rolf: Sinto muito! -rindo.- Eu faço uma queixa de desaparecimento amanhã, alguém vem e deixa algo da Leona por aqui pras buscas encontrarem... Depois eu penso em algo pra motivar o suici*io dela.

Heinrich: O sofrimento pela perda da avó, suas inseguranças...

Rolf: Você é um bom amigo, meu caro! -sorrindo maliciosamente.- Princípio de depressão após a morte da vovó... juntando com o ar de loucura que eu já tinha feito todos notarem nela... cenário perfeito!

Heinrich: Você é ruim demais... e eu gosto disso! -rindo.- Lembro que fez algumas pessoas te aconselharem em interna-la e você "Ah, não! Minha irmãzinha, querida..." e blá blá blá. -gargalhando junto com ele.

Rolf: Vamos comemorar?

Heinrich: Aí falou uma palavra que eu gosto!

Eles estavam animados, felizes com o cenário que imaginaram ser perfeito pra finalmente o Rolf assumir toda a herança da família e o Heinrich estava ansioso para receber os carros e a vida de luxo e farra que o Rolf tanto falava.

Ainda próximo do lago, o homem que observou tudo aquilo logo saiu do carro e foi até a beira do lado.

Xxx: Moça! -disse tentando encontra-la quando notou uma mão submergir e emergir rapidamente na água escura e ele pulou na água fria sem pensar.

Ele a pegou por trás, tentou acalma-la enquanto ela se debatia imaginando ser o Rolf, o homem conseguiu tira-la da água mas ela ja estava desacordada.

Xxx: Ah, meu Deus! Porque não fiz algo antes! -disse em desespero tentando fazer os primeiros socorros enquanto colocou o seu celular pra ligar pra emergência.

Capítulo 03

A Leona acordou numa maca bastante assustada e a enfermeira logo se aproximou.

Enfermeira: Moça, lembra seu nome?

Leona: Ah! O que aconteceu? -disse perdida com lembranças vagas de um rosto desconhecido.

Enfermeira: Um homem a trouxe...

Leona: Rolf? -arregalando os olhos ao lembrar de quando caiu no lago.- Ele tá aqui? -agarrando a enfermeira.

Enfermeira: Não, o nome dele é Darius. Ele não deu mais informações mas... deixou pago os medicamentos e o atendimento.

Leona: Darius?! -disse confusa.

Enfermeira: Eu vou pegar sua ficha pra te fazer algumas perguntas, saber seu nome e entrar em contato com sua família.

A Leona ficou em choque e assustada, as lembranças até cair no lago a fez estremecer, quando a enfermeira se afastou a Leona correu um pouco zonza mas conseguiu sair do hospital. Ela foi até um telefone público, ligou numa chamada a cobrar pro Petrus e ele a buscou próximo do hospital.

Petrus: Leo! -a abraçando forte.- Ah, meu Deus! -beijando sua testa.- Eu estou aqui!

Leona: Ele queria me matar! Ele queria que eu... morresse... -disse em um choro desesperado.

Petrus: Você precisa ir! Ficar longe! Talvez ele acredite que conseguiu... por um tempo. -disse com peso em seu peito.

Leona: Eu acho que... e-eu... preciso ir... -fungando.

Petrus: Vamos pro aeroporto, a Del deve ter enviado a passagem pra você.

Leona: Não! Não! O Rolf... O Rolf levou tudo até o seu dinheiro! Ah, meu Deus, o que eu vou fazer?! -disse angustiada entre lágrimas.

Petrus: Calma! Não pensa nisso agora! Vou falar com a Del, conseguiremos tudo e você vai... é o que importa.

Leona: Espera, tem um cara... um cara que me ajudou... e-eu não lembro bem dele, mas creio que o nome dele é Darius.

Petrus: Leo...

Leona: Ele me ajudou, me tirou da água, pagou o hospital... Petrus, preciso agradecer!

Petrus: Tudo bem! Eu entendo! Você vai e eu... tento achar um Darius... na Rua? -arqueando a sombrancelha e rindo baixo.

Leona: Parece loucura né?

Petrus: Não sei quantos Darius pode ter por aqui... talvez com mais calma você lembre dele, de algo mais...

Leona: Tudo bem, eu preciso mesmo ir embora. -olhando em volta.- Eu vou e... depois penso em todo o resto.

Petrus: Ótima escolha! Vamos! -a abraçando de lado e indo pro carro dele.

Eles entraram em contato com a Adele sem contar o que aconteceu e deram uma desculpa sobre o celular da Leona não estar com ela, ele conseguiu colocá-la em segurança no avião e ficou aliviado após vê-la decolar. A Leona passou um tempo agitada tentando lembrar mais alguma coisa sobre o homem fisicamente mas não conseguiu até que adormeceu.

Após chegar no aeroporto de Skagen ela correu em direção a Adele que estava a sua espera.

Adele: Finalmente! -gritou e correu até ela a abraçando.

Leona: Como é bom te ver e te abraçar! -disse emocionada.- Senti tanto sua falta! Vocês são tudo pra mim! São a minha família!

Adele: Que bom ter você aqui! -sorrindo.- Vamos conhecer sua nova casa?

Dener: Espero não estar atrapalhando... -sorrindo ao se aproximar e entregando um buquê de flores pra Leona.- Seja bem-vinda!

Leona: Dener! -disse boba.- Ah, obrigada! -o abraçando.- É um prazer revê-lo.

Adele: Ele não é incrível?

Leona: Ah, é sim! Eu espero não atrapalhar vocês.

Dener: Imagina, você é muito importante pra ela então... é pra mim também.

Leona: Agradeço muito por isso!

Elas foram de carro com o Dener até a casa delas, a Adele foi falando sobre os lugares que passavam, a Leona estava empolgada e sendo bem positiva com seu futuro. A Adele a fez rir e esquecer totalmente o que passou há horas atrás. A Leona adorou a nova casa e foi logo tomar um banho.

Leona: Eu amei... amei tudo... -disse empolgada.- Agora... Será que eu poderia tomar um banho?

Adele: A casa é nossa! -sorrindo.

Dener: Não precisa pedir! Sinta-se a vontade! Literalmente, a casa é sua. -rindo com elas.

Leona: Muito obrigada! Prometo não atrapalhar nada.

Dener: Hey, pode tirar isso da sua cabeça! Você me apresentou ao meu melhor presente... me dá um pouco de dor de cabeça mas... vale a pena. -abraçando a Adele por trás.

Adele: Ouviu isso? É o que eu passo diariamente! -rindo.

Leona: Se um dia eu tiver um relacionamento... quero algo bem assim... -rindo.- Obrigada por tudo! -os abraçando e indo pro quarto que ela ficaria e foi tomar seu banho.

Adele: Você não vai ficar? -disse ao se virar pra ele.

Dener: Desculpa, amor, preciso terminar aquele projeto. -acariciando seus cabelos.- Eu vim porque sei que é um momento importante pra você.

Adele: Você é demais! -disse boba.- Eu acho que preciso de um banho... -sorrindo maliciosamente.

Dener: Acho que vale a pena me atrasar um pouco. -retribuindo o sorriso, a beijando e ajudando ela a abraçar sua cintura com as pernas.

Adele: Shiu! -rindo baixo enquanto ele caminhava até o quarto deles e trancaram a porta.

A Leona ficou muito feliz ao sentir que talvez não iria atrapalhar a vida do casal, ela se arrumou e segurou a carretinha de seu colar que sua avó lhe deu há anos atrás e sentiu que não estava com o pingente nele.

Leona: Ah, não! -disse entristecida.- Será que ficou na água? Ah, não acredito que perdi! -se deitando na cama.- O que eu faço agora? -fungando e agarrando um dos travesseiros e chorando com suas lembranças.

Em algumas semanas ela já estava se adaptando muito bem em Skagen e estava aguardando a Adele e o Dener chegarem do passeio de domingo do casal.

Dener: Nossa! -disse ao entrar na casa junto com a Adele.- Se eu soubesse que você cozinhava tão bem...

Adele: Eu também cozinho bem! -rindo junto com eles.

Leona: Vão se arrumar para o jantar especial!

Adele: O que vamos comemorar?

Leona: Eu direi... no jantar.

Dener: Estou até ansioso! -disse animado.- Deve ser algo muito bom!

Adele: Eu não tenho esses suspiros e animações...

Dener: Claro que tem! -a abraçando por trás.- Minha garota está com ciúme?

Adele: Tá louco? Não sinto ciúmes. -disse dando de ombros.

Leona: Desculpa?! -disse confusa e rindo.

Adele: Estou animada para descobrir a novidade. -indo pro quarto deles junto com o Dener.

A Leona sorriu fraco, terminou de organizar a mesa e logo eles voltaram e sentaram com ela à mesa.

Dener: Conta!

Leona: E-eu fui... chamada pra... fazer um teste... numa agência de moda bem diferente... porque lá eles agregam outras áreas além das modelos agenciadas tem fotógrafos, estilistas... -disse eufórica.

Adele: Aaaah! -disse animada e levantando a taça.- Um brinde ao seu novo... rumo! -brindando com eles.- Eu sabia que você conseguiria logo! -a abraçando.

Leona: Se não fosse por vocês... eu não teria coragem e nem como mudar minha vida assim!

Dener: Um por todos, garota! -sorrindo.

Adele: Quando vai?

Leona: E-eu começo amanhã... queria... saber se... você me empresta uma roupa. -disse envergonhada.

Adele: É óbvio!

Eles jantaram bem animados, foram pro quarto deles e a Leona fez um desfile com as possíveis roupas até acharem uma boa. Eles foram pra sala, colocaram alguns jogos no Xbox e ficaram jogando o resto da noite até irem dormir. A Leona estava muito ansiosa e não conseguia dormir então ligou pro Petrus e eles conversaram bastante sobre a novidade até ela adormecer. Ela acordou cedo, sorriu ao olhar o céu através da sua janela e levantou rapidamente.

Leona: Mãe! Pai! Vó! -observando o céu.- Me ajudem! Eu preciso desse emprego! -disse nervosa.

Ela preparou o café da manhã, tomou seu banho, comeu, deixou um bilhete e saiu da casa. A Adele acordou atrasada assim com o Dener e eles correram pra cozinha.

Dener: Vai ser um péssimo negócio a Leona sair daqui! -rindo e recebendo um tapa enquanto pegava uma torrada.

Adele: Ela deve está muito ansiosa. -pegando o bilhete.- Meus amores, estava muito inquieta, espero que gostem do café da manhã e estou indo pro trabalho caminhando pra conhecer bem o lugar. Até mais tarde! Beijos!

Dener: O que acha de irmos buscar ela no trabalho pra um almoço?

Adele: Podemos?

Dener: Devemos! -sentando e a puxando pra sentar em seu colo.- Ela precisa se sentir confiante e apoiada.

Adele: Valeu, gatinho! -o beijando.- Vou descobrir o horário dela de almoço.

Dener: Perfeito!

Eles tomaram o café da manhã, se arrumaram e foram pro trabalho.

A Leona caminhou feliz pelas ruas, ela comprou algumas trufas de sua nova loja de chocolates favoritas e entrou na agência.

Xxx: Posso ajuda-la? -disse um rapaz de nariz empinado que a olhou dos pés a cabeça.

Leona: Eu me chamo Leona e...

Xxx: Ah! -revirando os olhos.- Ainda bem que vai trabalhar na área interna. -a fazendo se encolher com seu comentário.

Xxx2: Bom dia! -disse uma mulher entrando bastante animada.

Xxx: Essa é a garota que vocês chamaram...

Xxx2: Ah, você é a Leona? -disse simpática.

Leona: Sim! -disse tímida.

Xxx2: Vem comigo!

Leona: Claro! -olhando pro rapaz.- Obrigada! -sorrindo e seguindo a mulher que falava bastante deixando-a tonta.

Xxx2: Meu nome é Bloon! Eu adorei seu currículo, você morou na Alemanha? -entrando no elevador e saindo pouco depois no último andar.- Fui em Berlim uma vez e foi incrível! Ah, eu vou te passar o nosso sistema, ele é bem fácil e logo você pega o jeito!

(Bloon Michaelsen, 24 anos)

Leona: Certo! -sorrindo tentando acompanhá-la.

Bloon: Pessoal, essa é a Leona que vai substituir a Frieda por enquanto!

Todos: Seja bem-vinda!

Leona: Obrigada! -disse mais tranquila.

Ela seguiu a Bloon, entrou na sala, ela a colocou em uma mesa improvisada, mostrou rapidamente o sistema e percebeu o nervosismo da Leona.

Bloon: Não precisa se preocupar. -rindo e sentando ao lado dela.- Vamos trabalhar juntas, será minha assistente então... eu prometo que serei bem paciente e vou te ajudar. Sempre que tiver dúvida é só me chamar.

Leona: Muito obrigada! -sorrindo.

Bloon: O que achou do nosso sistema? Consegue preenche-lo facilmente?

Leona: Sim, eu pesquisei um pouco na internet. É um pouco diferente na prática mas acho que... consigo!

Bloon: Eu vou espelhar sua tela no meu, trabalho de lá e você aqui. Se precisar te corrigir, eu faço e você pode ir anotando se preferir.

Leona: Sim senhora!

Bloon: Bloon ou você, senhora está completamente fora de questão. -rindo.

Leona: Desculpa, você é minha chefe...

Bloon: Somos uma equipe. -piscando pra ela e indo pra sua mesa.

Leona: Claro! -respirando fundo e olhando pra tela.- Você consegue, Leona! -iniciando sua primeira jornada de trabalho.

A Bloon conseguiu fazer a Leona ficar bem confortável e logo estavam rindo e falando sobre vários assuntos aleatórios. Ela a levou pra tomar um café na copa aberta que tinha no centro do andar. Ela conheceu alguns de seus colegas de trabalho, eles a colocaram no grupo do whatsapp e ela estava sentindo que havia conquistado sua independência finalmente. Elas voltaram pra sala e seguiram trabalhando até a hora do almoço.

~ Interfone on ~

Xxx: Licença, tem alguém procurando pela Leona Berwald. -disse o rapaz fazendo o sangue dela gelar e seu corpo estremecer.

Leona: Ele me achou?! -sussurrou tentando não demonstrar seu medo.

Bloon: Tudo bem? -estranhando a mudança da Leona.

Xxx: Dispenso o cara? Dener o nome dele...

Leona: Ah! O Dener! -disse aliviada.- Não! -sorrindo.- Eu vou lá, muito obrigada!

Bloon: Ela já está indo.

~ Interfone off ~

Leona: Posso ir?

Bloon: Claro, já está na hora do almoço! -sorrindo.- Bom apetite!

Leona: Obrigada! -arrumando suas coisas e saindo de lá.

Ela acenou pra todos que conheceu na pausa pro café e logo encontrou o Dener e a Adele.

Adele: Surpresa! -sendo abraçada pela Leona.- Me conta, como foi?

Leona: Ah, vocês são demais! -abraçando o Dener.- Estou tão feliz! Aqui é ótimo, só estou com um pouco de medo porque todos falam muito do dono... parece não ser tão... simpático. -rindo.

Dener: Fala da sua função, conheceu alguém legal? -disse curioso enquanto caminhavam pela calçada.

Ela estava radiante, não parou de falar um segundo e o Dener e a Adele estavam muito felizes por ela.

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