Vinte anos atrás Omar fazia dezessete anos, a sua mãe pediu-lhe para ficar em casa e cuidar das suas irmãs, Celina de oito anos e Alice de quatro meses, enquanto ela ia à cidade para comprar-lhe um bolo de aniversário.
Com vinte minutos que a sua mãe havia partido, o seu pai chegou em casa entregando-lhe um presente, era uma arma de fogo, desde os doze anos Omar sabia atirar, o seu pai ensinara-lhe, pois era rotina levar o filho para caçar, eles moravam um pouco distante da cidade, era um sítio, um lugar bonito e extremamente tranquilo.
Anoiteceu e a mãe de Omar não chegou, eles esperaram por muito tempo, Omar de início estava muito feliz, adorou o presente do pai e estava ansioso para ver o bolo que a sua mãe iria trazer, mas com o anoitecer todos ficaram muito apreensivos e o seu pai foi atrás dela.
Passou-se dois dias e o que era para ser um dia feliz para Omar tornaram-se dias de terror e desespero, agora não só a sua mãe, mas o seu pai havia desaparecido. Celina estava a todo o momento perguntando por seus pais, Alice chorava com saudades da sua mãe e do leite materno, Omar fez várias vezes leite e pôs na mamadeira para Alice que no início não queria beber, mas a criança estava faminta que acabou tomando o que Omar havia feito.
No segundo dia, ao anoitecer o pai de Omar finalmente chegara em casa extremamente abatido, dois dias sem ver o seu pai pareceu-lhe que havia passado dez anos, pois o seu pai parecia ter envelhecido, estava com o semblante deplorável, ele entrou em casa e foi direto para o seu quarto sem falar com os seus filhos. Omar observou calado a atitude silenciosa do seu pai, mas dentro de si, existiam vários questionamentos como: O que aconteceu? Porque demorou para retornar? E a sua mãe onde está? Por que não retornou com ele?
A noite o pai de Omar saiu do quarto, abraçou Celina e pôs-se a cuidar da pequena Alice, depois que as meninas dormiram, Omar foi chamado por seu pai para conversar, porém, Omar não sabia que seria a pior de todas as conversas que já teve com o seu pai.
O seu pai contou-lhe que a sua mãe havia-os abandonado por outro homem e que não retornaria para casa, Omar ficou em choque não acreditando nas palavras do seu pai, o seu coração ficou despedaçado, ao lembrar que no dia do seu aniversário, ela havia-lhe dito que iria comprar o seu bolo, as horas que ficou ansioso esperando a sua mãe retornar, uma dor, raiva, tristeza e uma bagunça de sentimentos o invadiu.
Na manhã seguinte, bem cedo, Omar deixou um recado para o seu pai avisando-lhe que iria atrás da sua mãe e a traria de volta, a sua irmã Celina foi com ele, pois ela estava ciente do ocorrido, ouviu tudo quando ia beber água na cozinha.
Chegando ao endereço que pegou secretamente do seu pai, Omar e Celina se deparam frente a uma imensa mansão, onde ocorria uma festa, os dois estavam sem comer a um dia e meio. Omar deixou Celina num canto um pouco distante da entrada e foi falar com os seguranças que protegia o portão. Celina ficou sentada no chão olhando para dentro onde ocorria a festa, a mansão não era murada, possuía cercas de ferro alta com pontas afiadas, Celina via tudo o que ocorria ali, os garçons passavam com bandejas cheia de comida o que fez a sua barriga roncar cada vez mais alta, ela sentia muita fome e sede, ela e o seu irmão dormiram na rua e como não tinham muito dinheiro demorou para achar esse endereço, andaram muito para chegar até o local. Ela olhava para as pessoas que comiam e desejava muito ter o que comer também, nem que fosse um pouquinho, sentia que estava fraca de fome. __Que fome! Que dor! ---- murmura Celina ao sentir a sua barriga doer por falta de alimento.
Depois de muito insistir, um dos seguranças foi chamar a senhora da mansão e para surpresa de Omar quem veio foi a sua mãe, ele ficou feliz ao vê-la, assim que a sua mãe chegou ela observou-o com surpresa evidente no seu semblante, dispensou os seguranças e atravessou o portão, Omar que pretendia abraçar a sua mãe se deteve quando ela fechou o seu semblante o que fez Omar recuar um passo.
__ O que veio fazer aqui? Foi o seu pai que lhe enviou? ------ Questiona mãe de Omar.
__ Mãe eu... (Omar não conclui a sua fala, pois é interrompido por sua mãe)
__ Presta atenção garoto que eu falarei uma única vez, eu não vou voltar para aquela vida medíocre de merda! Eu não quero ver vocês nunca mais! Eu já aturei muito vocês! Coloquei vocês no mundo e terei o prazer de tirá-los se caso vocês não me deixarem em paz!
Omar fica em choque ao ouvir as palavras da mãe, ela não era uma mãe carinhosa, mas abandonar os próprios filhos como estava fazendo, era demais para Omar.
__ Mas e a Alice? E a.. (tenta questionar Omar, porém, mais uma vez é interrompido por sua mãe)
_ Chega! Garoto burro! Você não entendeu? Eu não me importo com nem um de vocês! Vocês têm o pai de vocês então me esqueçam, porque em poucos dias em minha nova vida eu já não lembro de vocês! Vá e não volte! Diga para aquele homem fracassado que chama de pai para nunca mais me procurar!
__ Poderia me dar um pouco de comida ou água, por favor mãe? (pede Omar, pois estava com a garganta seca de sede.)
__ Por que eu faria isso? É sua culpa por está nessa situação! Vai ficar com fome para aprender a nunca mais voltar aqui! Não sei como suportei tanto! ( a mãe de Omar vira a cabeça e percebe que a sua filha do meio também está lá, ela olha bem nos olhos de Celina que também a observa com lágrimas nos olhos)
__Vocês são todos miseráveis! Eu não tenho filhos miseráveis! Olhem para mim!!! (ela aponta para si, mostrando as suas roupas de marca e joias que a adornava). Tenho cara de quem possui filhos miseráveis? Eu coloquei vocês no mundo e fiquem gratos por isso, eu poderia ter matado vocês ao nascer ou ainda no meu ventre, mas não fiz! Agora deixem-me ser feliz! Me esqueçam eu nunca os amei! E o mesmo vale para o seu pai! Aquele fracassado! (Vociferou a mulher)
A mãe de Omar entra e fecha o portão sem olhar para trás, Omar com lágrimas nos olhos vai até Celina.
__Vamos embora irmã. ( Omar com o coração partido ajuda a sua irmã a levantar-se, os irmãos estão internamente aos pedaços, ser rejeitado cruelmente pela própria mãe é muito doloroso, porém externamente Omar mantinha-se firme, não pretendia mostrar fraqueza a sua irmã que estava muito abalada, Celina precisava dele)
Omar pega nas mãos da sua irmã que está tremendo em choque. Eles viraram de costas para mansão e começaram a andar, quando de repente escutaram uma doce voz.
__ Ei! Esperem! (Uma garotinha grita)
Omar e Celina olham para trás e notam uma criança correndo na direção deles, ela trazia consigo uma cesta.
__ Oi! O meu nome é Charlotte, eu trouxe comida para vocês! ( A garotinha mostra a cesta que continha muitas guloseimas e frutas)
__ Quem mandou você trazer-nos essa cesta? (Omar perguntou ao pensar que a sua mãe havia enviado-lhes, talvez ela ainda se importava com eles pensou)
__ Ninguém! Percebi que ela (Charlotte aponta para Celina) olhava para a comida lá dentro e suspeitei que ela estava com fome, não querem? --- Charlotte indaga
Celina pegou rapidamente a cesta sem responder a pergunta.
__ Celina! (Omar fala repreendendo a irmã)
__ Desculpa irmão, mas eu estou com fome! ( justifica Celina)
__ Podem comer! É de coração! tem suco também, toma. ( Charlotte entrega a garrafa de suco para Omar que pega rapidamente, a sua garganta estava extremamente seca, Omar havia levado água, mas dava mais para a irmã menor beber)
Eles sentam num canto próximo a uma árvore, Omar e Celina começam a comer.
__ Não vai comer garota? (indaga Omar)
Charlotte faz uma careta na qual Omar acha engraçado, o jeito dela era fofo.
__Não quero comer, eu trouxe essa comida para vocês e eu me chamo Charlotte não garota! (Mais uma vez faz uma careta que Omar quase rir da expressão que ela faz, aquela menina foi um "anestésico" para dor que sentia no seu coração )
__Tanto faz! -( Omar dar de ombros)
__ Fiquem longe daquela senhora, ela não é muito simpática.(advertiu Charlotte) Omar e Celina se olham.
__ Conhece ela? ( pergunta Omar)
__ Não muito, ela chegou recentemente na mansão, mas não gosto dela, ela é má! ( Charlotte fala ao enroscar uma pequena mecha dos seus cabelos nos dedos ) tinha essa mania quando sentia-se nervosa.
__ Como sabe que ela é má se não a conhece? (Omar pergunta)
__ O fato dela não ter dado comida a vocês já é uma prova, lá dentro há bastante comida e ela não deu nada a vocês! A minha mãe me ensinou que nunca devemos negar comida ou água a ninguém! ( fala a menina consisa)
__ E você realmente se importa? (Omar indaga)
__ Eu trouxe comida para vocês, acredito que isso já sirva como resposta! (Charlotte coça o nariz com o dedo mindinho) Omar observa o jeito diferente de como a menina coça o nariz.
__ Quantos anos tem? Questiona Celina.
__ Sete anos, acho que é melhor eu ir ou a minha mãe virá atrás de mim! (Charlotte se vira e antes de ir mete as mãos nos bolsos do seu vestido e pega algumas notas de dinheiro e entrega a Omar)
__ Pegue esse dinheiro, não é muito, mas pode ajudar em algo. (Charlotte fala ao estender o braço)
Omar olha nos olhos brilhantes de Charlotte e ao pegar o dinheiro das suas mãos percebe uma cicatriz em formato de um bumerangue no braço dela. __ O que foi isso? (pergunta apontando para a cicatriz)
_ Há, isso? Isso foi por eu subir numa goiabeira acabei caindo e ferindo-me, foi no orfanato onde morei, fui adotada com cinco anos! Adoraria ficar para conversar mais, porém, eu realmente tenho que ir, ou então ficarei encrencada, se cuidem e boa sorte! (A menina sai a correr ao atravessar o portão) na mansão sob o olhar de Omar). Nunca esquecerei a sua ajuda garota. (pensou Omar).
__ Espero que possamos nos ver novamente! (grita Celina grata pela ajuda da menina).
__ Eu também! (grita Charlotte de volta acenando com as mãos e com um sorriso no rosto) Omar observa duas pequenas covinhas surgirem nas bochechas da menina. Um dia se nos encontramos novamente irei recompensar-lhe! É uma promessa!
Quando Celina e Omar retornaram para casa, mais uma vez tiveram que enfrentar a dor da perda, mas dessa vez a perda era para sempre! O pai de Omar e Celina havia se matado com a arma que ele presenteara Omar, enquanto a bebê chorava desolada no berço. Agora eles não tinham pai e nem mãe.
Entro numa sala de cor vermelha e preta, com meia luz, viro-me e vejo uma grande janela de vidro.
__Senhor Matarusso por favor fique a vontade, logo o senhor Jhonatan virá, por favor fique a vontade repete o funcionário da casa.
__Olho para o meu assistente Tomas que olha fixamente para janela de vidro, fico intrigado, pois, Tomas está com o rosto de coloração vermelha, aproximo-me da janela para entender o motivo do seu estado, arqueio uma das minhas sobrancelhas quando percebo do que se trata, uma mulher que dança sensualmente e gradualmente retira as roupas, noto pelo material do vidro que ela não consegue nos observar. Já ouvi falar de lugares assim em que pessoas pagavam só para observar os atos sexuais e com esse intuito a sala possuía uma janela de vidro enorme que nos possibilitava de ver e escutar tudo, havia um tipo de microfone para que quem estivesse observando pudesse dar ordens conforme os seus desejos.
A mulher fica completamente nua, começa a tocar nos seus seios e uma das mãos vai de encontro a sua intimidade, na sala em que ela está há uma cama enorme, a mulher senta na beirada da cama a ficar de frente para o vidro, com as pernas bem abertas tocando-se sensualmente, o meu assistente fica estático sem ao menos piscar, eu observo aquilo e não sinto absolutamente nada! Há muito tempo eu não sinto nada por uma mulher, a última eu tinha dezenove anos uma decepção aquela traidora desgraçada!
Saio dos meus pensamentos, olhando para aquela mulher através do vidro que no momento está a se masturbar. Se o senhor Jhonatan pensa que vai distrair-me com isso, ele não sabe quem eu sou! Não sou um dos maiores empresários a toa, que ingênuo em pensar que pode ludibriar-me com esse truque de "quinta", ele vai sentir o peso do meu poder só por essa palhaçada.
Não demora muito Sr. Jhonatan entra.
__ Senhor Matarusso, desculpa por deixar-lhe esperar, espero que tenha gostado da vista Fala Jhonatan um homem de quarenta e nove anos, extremamente estrategista.
__ Sr. Jhonatan, vamos ao que interessa certo!
_ Sr. Matarusso, sente por favor eu gostaria de negociar a forma de pagamento.
_ Não há o que negociar! O senhor tem quinze dias nem mais e nem menos para pagar o empréstimo que fez comigo ou a sua empresa será
minha!
_ Senhor Matarusso sejamos razoáveis, trouxe-lhe para um dos meus melhores estabelecimentos para lhe oferecer o melhor conforto, por que o Senhor está tão irredutível? Não estou sendo hospitaleiro o suficiente para com o senhor?
_ Senhor Jhonatan sinceramente a sua hospitalidade é um tanto quanto peculiar, contudo não me impressiona!
_, Mas parece que o seu assistente está empolgado com a minha recepção.
_ Pena a sua que não está devendo dinheiro a ele e sim a mim! Pensa que esses truques vão garantir a você mais prazo para pagar-me? Infelizmente para você o prazo continua o mesmo e para o seu bem é melhor que não haja atrasos, pois haverá consequências! Espero que eu tenha sido bem claro. Á ! E não volte fazer esses truques comigo a menos que queira ir para o inferno mais rápido! Estou no aguardo do seu pagamento Sr. Jhonatan até breve. Vamos Tomas!
_ Sim, senhor. Tomas sai do seu transe e vai embora com Omar.
_ Tomas em vinte quatro horas quero ver todas as empresas do Sr.Jhonatan no chão! Acabadas!
_ Senhor posso fazer uma pergunta?
_ Já está fazendo, mas prossiga.
_ Se o Sr. Jhonatan falir como vai lhe pagar?
_ Isso é um problema dele não nosso! Agora faça o que ordenei!
__ Sim, senhor! Agora mesmo!
Sr. Jhonatan:__ Este homem definitivamente é um diabo que falam"
Passados quinze anos, estou com vinte e dois anos, recém-formada em medicina. Assim que a minha mãe adotiva morreu fui enviada para o exterior para estudar e agradeço a minha mãe por isso, pois depois que a senhora Alma uniu-se ao meu tio Sebastian tudo na minha vida virou um inferno, por quê? Vou explicar!
Assim que Alma foi morar na mansão onde o meu tio fez uma festa de apresentação dessa mulher ordinária, uma semana depois minha mãe adoeceu repentinamente, morávamos todos com o meu tio por insistência dele, a propriedade era enorme e realmente dava para acomodar todos confortavelmente. Quando a minha mãe Flávia estava acamada eu flagrei o meu pai adotivo Raú com Alma aos beijos na cozinha, o meu pai não me viu, porém, ela sim! Tanto que beijou o meu "pai" Raul encarando-me, ela o beijava olhando-me nos olhos, eu tinha sete anos, eu não sabia o que fazer! O que eu sabia era que o marido da minha mãe está traindo ela com a mulher do irmão dele e a minha mãe estava doente, eu chorava perdida, não tinha mentalidade para processar isso! Sem saber se eu contava-lhe o que eu acabara de ver, entrei no quarto da minha mãe, ela olhou-me e foi logo indagando o que aconteceu, ela conhecia-me muito bem!
Apesar de temer em piorar a situação da minha mãe, contei tudo o que havia visto, lágrimas saiu dos seus olhos, depois respirou fundo e fez uma ligação, uma hora depois Simas o seu fiel amigo e advogado foi vê-la, ele trouxe um testamento onde passava a minha guarda para a minha avó, e que assim que morresse que eu deveria ser entregue a ela, eu não era registrada no nome do Raul, pois ele foi contra a minha adoção. As vezes chamava Raul de pai porque ele me obrigava, queria aparentar ser um bom pai na frente da minha mãe, ela era rica, mas assim que se casou com ele a minha avó a deserdou, não gostava dele, com razão! O meu tio Sebastian não merecia uma traição dessas, do próprio irmão e da mulher que escolheu amar.
Depois que eu peguei Alma aos beijos com o Raul, sempre que podia ela batia-me e ameaçava-me que se eu pensasse em falar algo, a minha mãe não passaria daquela noite. Passado duas semanas aguentado essa perseguição chegando da escola fui direto observar a minha mãe e encontro Alma no quarto humilhando-a, ela estava com máscara de oxigênio tentando respirar enquanto Alma não parava de falar o quanto o meu "pai" procurava-lhe para fazer amor, eu entrei a gritar com ela enquanto ela ria de mim e quando apareceram pessoas ela disse que a minha mãe piorou por eu ser uma menina mal-educada e mimada, tiraram-me do quarto, mas antes de ser arrancada de lá, do lado da minha mãe pude escutar as suas últimas palavras que foram: Minha filha amo-lhe! Logo depois ela deu o seu último suspiro, levaram-na para o hospital e uma hora depois foi confirmada a sua morte.
O meu coração estava em pedaços, eu estava desolada e sozinha mais uma vez, a única pessoa que me amava já não existe mais!
Bom, depois que a minha mãe faleceu o Sr. Simas veio e levou-me embora, o meu tio Sebastian que era muito bondoso não queria que eu fosse, mas graças a minha mãe mesmo após a morte, deixou-me segura com a minha avó. A minha avó é um pouco rígida, porém o seu coração é enorme, perdi uma mãe, mas em compensação ganhei uma avó e tanto, estudei numa boa escola, viajei para alguns lugares e tive treino de alto-defesa e com arma, segundo a minha avó era para minha própria segurança, eu tinha que saber defender-me!
Passou-se mais três anos e agora eu estou com vinte e sete anos, trabalho no hospital Santa Helena e sou sócia de uma empresa de tecnologia junto com o meu amigo Arthur Silveira.
Charlotte
Passados tantos anos, confesso que eu consegui ignorar uma voz que soa em mim por todo esse tempo, essa voz que anseia porJustiça!
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