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Adorável E Inocente

DEDICATÓRIA

...🌈✨💫...

..."Aos Amigos Que Não Puderam Viver Seus Romances."...

..."Aos Amigos Que Se Foram Por Falta De Respeito."...

..."Aos Amigos Que Pintaram O Vermelho Na Bandeira Com O Próprio Sangue."...

..."Aos Meus Amigos Que Se Aceitam E Se Amam."...

..."Aos Amigos Que Tem Medo, Eu Desejo Coragem."...

..."Aos Que Lutam, Eu Desejo Força."...

..."Obrigado A Todos Vocês Que Apoiam Meus Amores Nem Sempre Reais."...

......PARTE 1......

BÔNUS

OLIVER

Fechei os olhos e me imaginei em uma praia bonita, com um mar belíssimo e azul.

Antes que eu pudesse sorrir com a imagem que tinha se formado na minha cabeça, eu senti minha pele arder e logo em seguida o cheiro de pele queimada.

Aquela pele era minha.

Era a quinta queimadura, por tanto era o quinto cigarro.

O cheiro daquela coisa me dava enjôo, mas eu não podia dizer ao Rômulo sobre isso, ele não aceitaria de uma forma amigável.

— Você me ama, não é Oli? — Escutei a pergunta, mas não me dignei a responder.

Aquilo era a minha personalidade escrota vindo a tona novamente.

Eu odiava a minha personalidade.

Por causa dela, o Rômulo me achava irritante e cansativo.

Senti o meu rosto arder com a bofetada forte e ele entrar mais em mim, com força.oe

— Responda! — Ele exclamou.

Doeu.

Não o tapa, mas a entrada forte em mim.

— Eu amo. — Sussurrei para ele enquanto me dividia na dor.

— Seja um bom menino e eu vou dar o que você quer. — Ele falou.

Eu sabia bem o que eu queria.

Rebolei a bunda e senti ele entrar novamente em mim.

Olhei por cima do ombro, do jeito que ele tinha ensinado e mordi o lábio inferior, fechando os olhos em agrado.

Ele gemeu.

— Porra Oli. — Ele murmurou rouco.

Ele começou a entrar mais forte e a dor aumentou.

Quando ele estava perto de gozar, ele tirou o pau de dentro de mim e masturbou um pouco antes de gozar na minha bunda.

Ele deixou o corpo cair ao lado do meu e suspirou.

Estiquei o corpo ainda sentindo as dores.

Ele me olhou.

— Você é uma delícia. — Ele falou e sorriu.

Aquele sorriso que me desmanchava.

— Nós podemos ir a praia? — Perguntei para ele.

— Mas caralho, você é irritante, eu já falei que nós não vamos. — Ele falou e saiu.

Levantei da cama e fui para o banheiro.

Quando olhei no espelho me senti magro demais.

Mas ele gostava do meu corpo daquele jeito.

Na noite seguinte ele traria os amigos.

Suspirei pesadamente e fui para debaixo do chuveiro.

Liguei a água fria e senti meu corpo tremer quando tocou a minha pele.

Depois de um longo banho, entrei no quarto e coloquei minhas roupas.

Sai do quarto e fui direto para a cozinha.

Quando abri a janela da sala, o vizinho da casa ao lado estava na sacada da casa dele.

Ele acenou e sorriu para mim.

Sorri de volta e virei encontrando o Rômulo bem a minha frente.

— Você conhece? — Ele perguntou.

— Ele se mudou a três dias. — Falei para ele.

— Você sabe a hora também? — Ele perguntou com ironia.

Franzi a testa e baixei os olhos.

— Ele só tem o costume de dizer bom dia quando eu saio para colocar o lixo no latão. — Falei para ele.

Senti sua mão deslizar no meu rosto e tremi.

Quando os dedos chegaram ao meu queixo, ele agarrou o meu pescoço.

Prendi a respiração.

— Se eu encontrar você flertando com o vizinho de novo, você não vai gostar do que eu vou fazer com você. — Ele ameaçou em tom baixo e me soltou.

— Desculpe. — Sussurrei sem fôlego.

— Vá fazer a comida, os caras estão vindo hoje. — Ele falou.

Senti meu corpo tremer ao escutar a informação.

Me aproximei dele e o abracei por trás.

— Você poderia não permitir que eles... Você sabe, eu gosto quando somos só nós dois. — Falei para ele.

Ele segurou os meus pulsos e apertou.

— Eu sei que você gosta Oli, você gosta dos meus amigos e eu gosto de ver você com eles, eu sempre me sinto inspirado. — Ele falou naquele tom.

Aquele tom que me deixava morrendo de medo.

— Sim, eu gosto. — Sussurrei baixo.

Ele virou de frente e sorriu.

— Bom garoto. — Ele falou e acariciou minha cabeça.

Fui para a cozinha e comecei a fazer o jantar.

Os amigos dele chegaram perto das dezenove horas.

Tinha um deles que me odiava, acho que porque ele gostava do Rômulo.

Comecei a preparar a mesa do jantar, enquanto eles estavam sentados no sofá e quando terminei, eles vieram para a mesa.

Nos sentamos e eles começaram a se servir.

Quando todos eles terminaram, eu servi meu prato com o que tinha ficado nas travessas.

Quando fui dar a primeira garfada, um deles olhou para mim.

— Não coma tanto hoje Oli, não quero ficar com o meu pau todo sujo de merda. — Um deles falou.

Senti meu rosto corar e eles riram.

— Eu já ensinei ele a ficar limpinho. — Rômulo falou enquanto ria.

Fiquei em silêncio e não consegui comer mais nada.

Aquela foi uma das piores noites da minha vida.

Mas eu aguentei firme por ele.

Porque eu o amava.

Os dias que se seguiram, não foram diferentes daquele.

Mas eu já estava tão acostumado, que não sentia tanto quanto no início.

— Vamos lá, eu sei que você gosta de dois paus no seu cuzinho. — Escutei um deles falar enquanto se enfiava em mim.

A dor, não havia nada além disso.

Senti a mão de um deles correr na minha pele e o asco subir a minha garganta.

A mão áspera deixava o caminho que percorreu ardido.

— Eu sei que você quer Oli. — O outro falou.

Eu tinha aqueles sete como os príncipes do inferno.

Era uma boa referência.

— Já estamos nisso a dois anos, pensei que vocês iriam parar. — Escutei a voz irritante, mas que sempre me salvava.

— Por que você está enchendo a paciência com suas reclamações? — Um dos que estava masturbando o pau perguntou.

Senti uma lágrima deslizar no meu rosto quando os dois que me penetravam perderam o ritmo.

Gemi de dor e um deles gargalhou.

— Veja como você gosta Oli. — Ele falou e os dois começaram a se movimentar mais rápido.

Fechei os olhos e tentei imaginar uma praia deserta, onde só eu estava, as ondas me levavam e traziam em uma suavidade gostosa.

Senti o líquido quente em minhas costas e os dois finalmente me deixaram.

Tudo finalmente tinha chegado ao fim.

Eles se vestiram e saíram do quarto, me deixando na cama.

— Oli, limpe essa bagunça que você causou. — Escutei o Rômulo falar.

Senti as lágrimas novamente e dessa vez deixei elas virem.

No dia seguinte, quando finalmente tive a oportunidade de sair um pouco de casa para tomar um sol e ver outros rostos.

O vizinho da casa ao lado veio falar comigo.

O sorriso deslumbrante no rosto dele, me encantou de imediato.

— Olá, tudo bem? — Ele perguntou.

Sorri para ele.

— Tudo bem. — Falei para ele.

Eu estava todo machucado, todo queimado, mas eu não me importava tanto.

Talvez se eu ficasse doente o Rômulo fosse me mimar, como no início do nosso relacionamento.

— Eu me chamo Heitor, e você? — Ele perguntou e estendeu a mão.

— Oliver. — Respondi.

— É um prazer conhecer você Oliver, eu me mudei a pouco tempo, será que você pode me dizer onde tem uma conveniência por aqui, eu não quero ir no centro para comprar coisas básicas. — Ele falou.

— Claro, eu estou sem algumas coisas em casa, podemos ir juntos, a conveniência fica no segundo quarteirão, é bem próximo. — Falei para ele.

— Ah! Ótimo, ótimo, eu vou pegar a minha carteira e volto. — Ele falou.

Ele entrou na casa dele e depois de um tempo voltou.

— Podemos ir? — Perguntei.

— Cla...

— Para onde você vai Oli? — Escutei a voz do Rômulo.

Senti um arrepio na pele.

— Eu vou na conveniência, estou sem material para fazer a comida que você pediu. — Falei para ele.

— Eu trouxe tudo para você. — Ele falou.

— Você se lembrou? — Perguntei sem acreditar.

— Como esquecer, você adora esse prato tanto quanto eu. — Ele falou e sorriu.

Aquele sorriu deslumbrante.

Meu coração acelerou e eu sorri para ele também, olhei para o vizinho que aguardava e sorri cordialmente.

— É só você seguir rua acima, fica bem no canto da rua entre o segundo e o terceiro quarteirão. — Ensinei para ele.

Ele sorriu e segurou minha mão.

Depois de levar aos lábios e plantar um beijo nela, ele sorriu para o Rômulo.

— Muito obrigado, vocês são muito prestativos. — Ele falou e se foi.

Rômulo me olhou e nós entramos novamente em casa.

Quando a fechadura da porta fez clik, eu senti a mão pesada na altura da minha orelha, foi com tanta força que eu caí no chão.

Me ajoelhei rapidamente e olhei para ele sem entender.

Ele soltou a sacola no chão e me puxou pelo colarinho da camisa.

— Você pensa que eu sou um idiota? — Ele perguntou com os olhos arregalados.

Fiquei calado enquanto as lágrimas deslizavam pelo meu rosto.

Um soluço escapou dos meus lábios.

Ele odiava quando eu chorava soluçando.

— Rômulo, eu amo você, eu não fiz nada. — Sussurrei olhando no olhos dele.

Ele sorriu e me beijou furiosamente.

Os dentes dele se chocaram contra os meus e meus lábios foram feridos.

Ele se afastou e me deu um soco dessa vez.

Senti a dor lancinante e o sangue escorregar pelo meu rosto.

— Você não foi um bom garoto Oli. Ele falou e sorriu.

Eu tremi.

Ele arrancou a minha roupa e me segurou pelo pescoço com força.

Enquanto eu sufocava, eu fitava os olhos dele com desespero.

Ele me soltou novamente e socou meu rosto de novo.

Eu caí no chão e ele começou a me chutar com força.

Quando eu estava quase desacordado, ele pisou no meu rosto com a bota coturno.

— Você ainda quer flertar com aquele filho da puta? — Ele perguntou.

Solucei e ele apertou mais.

— Se eu encontrar você com ele outra vez, eu não serei tão bonzinho. — Ele disse.

Eu tinha sentido algo se quebrando no meu corpo e fiquei parado, mas quando eu tentei levar ar aos meus pulmões doeu ao ponto de eu querer gritar.

Me controlei ao máximo e comecei a respirar devagar, sem profundidade.

— Levanta daí e vai fazer o que eu mandei! — Ele exclamou e me puxou pelo braço, me colocando de pé.

Senti a ardência na minha pele, mas a dor nas costelas era muito maior.

Os dias passaram e eu estava com tanta dor que eu mal podia respirar.

Era um sábado, preparei a comida e ajustei tudo, fui para o quarto e deitei na cama.

Eu peguei no sono rápido.

Quando escutei os ruídos, já tinha alguém tirando a minha roupa.

Senti o primeiro, o segundo e o terceiro.

Acho que o meu espírito já estava fora do meu corpo, porque eu não estava sentindo mais nada.

Seria aquele o meu final?

Eu perdi a consciência, mas não me importei muito com o que se passava ao redor.

Eu estava confiante de que aquilo iria passar e eu teria o meu encontro com o diabo.

— Oliver, você pode me ouvir? — Era a voz da Beatrice.

— Oliver. — Agora era a voz do Fabiano.

Abri os olhos e vi os dois.

— Graças a Deus. — Beatrice falou aliviada.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Encontraram você em um latão de lixo na frente da casa do seu vizinho a um mês atrás. — Ela respondeu.

Fechei os olhos novamente e senti um calafrio.

— Vocês podem me deixar sozinho. — Pedi em um sussurro.

Escutei os passos e depois a porta se fechar.

Se eu já tinha lido todo tipo de romance e nenhum retratava o amor daquela forma que o Rômulo demonstrava, o que eu ainda estava fazendo lá?

...***...

— Quem é aquele? — Perguntei para Alicia a garota do cabelo rosa que era secretaria do Ian.

— Quem? — Ela perguntou e olhou na direção.

— Aquele cara com o brutamontes? — Perguntei.

— Aquele é o Otávio Jackson, trabalha por esporte, o boy dele é podre de rico. — Ela respondeu.

— Ele não se incomoda com aquele cara lá em cima dele? — Perguntei.

— Aquele é o Heron, ele é o segurança dele, a um tempo atrás ele sofreu uma ameaça de morte, por causa do marido dele, tomou três tiros, aí o marido dele decidiu colocar esse cara no pé dele. — Alicia disse o histórico completo do rapaz.

— Oliver, entra aqui, deixa eu mostrar o que a diretoria quer de você. — Escutei Ian falar.

Entrei no escritório dele e fechei a porta.

Depois de conversar sobre todo o assunto, fui convidado pela Alicia e pela Joana para ir em um pub que elas tinham descoberto.

Eu não queria sair, mas eu não podia dar mais bandeira do meu estado deplorável do que eu já estava dando.

Já que eu estava me obrigando a sair, eu me daria ao luxo de ir além e tirar um pouco do estresse.

Peguei o celular e mandei uma mensagem para o Heitor.

Eu tinha conseguido o contato dele graças a Beatrice, e nós passamos a conversar com frequência.

Naquela semana ele estava ficando em Savana para um evento de trabalho.

Chegamos ao pub e eu pedi um Martini.

Mandei a localização do lugar para ele e esperei.

As duas começaram a conversar e eu apenas afirmava, sem escutar muito a conversa.

O Otávio de quem a Alicia tinha falado mais cedo estava no pub também.

— O marido dele é dono. — Escutei a voz da Alicia.

Dois caras grandões passaram perto de nós e um deles sentou na mesa do Otávio.

Os cabelos negros eram ondulados e pareciam bem tratados, a pele dele tinha um tom bonito e corado e ele usava preto, até mesmo a camisa dele do terno era preta.

O rosto bonito de nariz teimoso e queixo arrogante, davam a ele um ar imponente.

Ele deslizou os dedos nos cabelos e eles deslizaram para o rosto dele de forma sexy.

— E ele? — Perguntei.

— Hum, eu não sei. — Ela falou.

— Meu marido está mandado mensagem, eu preciso ir, Oliver, você vai ficar mais? — Alicia perguntou.

— Vou, estou esperando alguém. — Falei para ela.

— Nesse caso você não vai ficar sozinho, eu também já estou indo. — A Joana falou.

— Está bem, nos vemos. — Falei para elas.

As duas foram embora e o barman se aproximou.

— Mais um senhor? — Ele perguntou.

Afirmei para ele.

— Você conhece aquele homem que está sentado na mesa do Otávio? — Perguntei para ele.

— O senhor Jackson ou o senhor Negrini? — Ele perguntou.

— O de cabelo escuro e olhos dourados. — Falei para ele.

— Aquele é o senhor Negrini, ele é o melhor amigo do senhor Jackson. — Ele respondeu.

Eu estava atraído por ele, pela presença impactante e pela figura imponente.

— Negrini. — Repeti o sobrenome.

PRÓLOGO

...MIKHAIL...

Você passa uma vida inteira buscando algo que realmente vale a pena.

Esta parece ser a sina do ser humano.

Estar sempre buscando alguém que vai tornar a sua vida inesquecível, mas algumas pessoas têm criado ilusões quando o assunto é o amor.

Eu nunca acreditei nessa história de que o mundo dá voltas pra quem não é bom, são mentiras que as pessoas poderosas contam para que as massas alienadas não saiam da zona em que estão, e essa crença só se intensificou depois que eu conheci o meu adorável demônio do sexo.

Eu nunca fui o tipo de pessoa que gosta de esperar, então, eu mesmo fazia o mundo girar quando o assunto era vingança.

E isso também se intensificou quando eu conheci o meu monstrinho.

Amar alguém é se esforçar pela pessoa, até que todos os medos sejam dissipados e só reste a certeza que você estará lá com essa pessoa, nos bons e maus momentos.

Esse era meu ideal de amor, mas na prática eu era bem diferente de tudo o que eu idealizava.

Eu era possessivo, obsessivo e sufocante.

Eu não sabia demonstrar amor, e eu não era apegado a pessoas, mas eu também sabia valorizar quem estava do meu lado, para mim, isso era amar, como o Ítalo por exemplo, eu gostava de transar com ele, eu gostava da companhia dele e de como ele era perfeito em todos os sentidos, mas quando ele foi embora, eu não me dei ao trabalho de ir atrás, ou de fazer uma loucura.

Ele teria tudo de mim enquanto estivesse ao meu lado, mas depois que ele saísse, seria como antes, não teria qualquer diferença na minha vida.

Eu tinha que ter o sangue frio para entender que pessoas iam e vinham, e que a qualquer momento, eu poderia perder alguém.

Então eu fechava o meu amor em mim e não demonstrava, mas o fato de eu não demonstrar, não significava que eu não sentia.

“Você só descobre que alguém é indispensável, quando essa pessoa está longe de você.”

O Tio sempre falava aquela frase.

Ele não estava errado.

E eu descobri assim que o Ítalo não era indispensável na minha vida, pelo menos não como o Romeo era, ou como o próprio Tio era.

Foi assim que eu descobri que alguém como ele, não era digno de tudo o que eu estava disposto a dar.

Eu era afetuoso, carinhoso, sincero e generoso, mas eu tinha o costume feio de testar as pessoas ao meu redor.

Eu não tinha muitos amigos e pessoas em quem eu pudesse confiar.

No mundo eu só podia confiar em quatro pessoas.

O Otávio, o Romeo, o Edgar e o Tio.

O Tio cuidava dos meus negócios em Suzano, ele tinha estado entre a vida e a morte por mim, mais de quatro vezes.

O Edgar era meu segurança particular, só que a função dele ao meu lado ia bem mais além, e o fato dele me proteger com a própria vida e ter muitos conselhos bons, o tornava alguém que eu realmente gostava.

O Romeo era meu irmão jurado de infância que trabalhava para mim.

O Otávio era o namorado do Romeo.

Ele ganhou minha confiança quando salvou a minha vida em um sequestro.

Dois anos antes, nosso rival comercial sequestrou a nós dois a fim de chantagear o Romeo para assinar os documentos de compra de cinquenta por cento das nossas ações.

Otávio, mesmo sem saber que o dono de tudo era eu, tomou três tiros para me salvar.

Eu sabia ser bom para quem era bom comigo, mesmo tendo sido alguém intragável depois que o ítalo se foi, e o Otávio acabou provando para mim que pessoas não são iguais, e que existem pessoas, raras pessoas em quantidade limitada que eram capazes de tudo, sem pedir nada em troca, e ele era uma delas, a grande sorte do Romeo e consequentemente a minha.

Eu amava os meus amigos e confiava neles, mas eu era muito desconfiado quando se tratava de pessoas novas na minha vida.

Eu era capaz de lembrar, como o amor do Ítalo por mim acabou quando eu falei que tinha falido e que o Marsalis tinha conseguido o domínio dos negócios.

Ele se foi no dia seguinte e nem olhou para trás.

Eu era o tipo de pessoa da pior espécie.

Estupidamente bonito, estupidamente frio, estupidamente arrogante, estupidamente sexy, estupidamente inteligente e estupidamente perigoso.

Eu deixei ele ir, porque não valia a pena.

— Sua reunião com o senhor Jackson é agora, senhor. — Escutei a voz da Marcela, secretária do Romeo.

Levantei da minha cadeira e fui para o escritório da presidência.

Sentei na cadeira à frente da mesa de granito escuro e olhei para ele.

— Pode começar. — Falei.

— Eu vi uma queda nas ações da Mosaff essa semana, os valores estão baixando desde a última oferta que fizemos. — Romeo falou.

— Espere até segunda e vamos ver como vai ficar a situação. — Falei para ele.

— Os chefes dos conglomerados estão aguardando sua ordem para as vendas de início de ano. — Ele falou.

— Eu preciso pensar sobre isso primeiro, o início do ano é o pior para algumas áreas da indústria, temos que ter em mente de onde vai sair o capital de giro para nutrir as outras subsidiárias que estarão em baixa esse período de início de ano, não esqueça de comprar as ações que eu pedi para você. — Falei para ele.

— Não se preocupe, eu já iniciei os trâmites, tudo preparado. — Ele falou.

Meu celular tremeu sobre a mesa em uma vibração longa e eu peguei e atendi imediatamente ao ver de quem se tratava.

— Sou eu Tio. — Falei em tom sério.

— Estamos tendo problemas. — Ele disse.

— Que tipo de problemas? — Perguntei para ele.

— Só podemos falar pessoalmente. — Ele disse.

— Venha me encontrar para jantarmos juntos e tomar uísque. — Falei para ele.

— Está bem. — Ele disse.

— Venha no jatinho, é mais rápido do que em voo comercial. — Falei para ele.

— Está bem. — Ele disse.

— Não saia de terno branco que pode chover, é melhor usar um terno preto. — Falei para ele.

— Tem um tempo que não estou saindo de terno branco. — Ele falou.

Franzi a testa.

— Então eu vou até você. — Falei para ele.

— É perigoso. — Ele falou.

— O Edgar vai comigo. — Falei para ele.

— Está bem então. — Ele falou e suspirou.

— Mande alguém para me apanhar. — Falei para ele.

— O jatinho vai estar esperando na pista contrária. — Ele disse.

— Ótimo. — Falei para ele e desliguei.

— Algum problema? — Romeo perguntou.

— Nenhum, vamos continuar. — Falei para ele.

A reunião continuou e terminou às dez da manhã.

Voltei para o escritório e comecei a ler os documentos mais urgentes.

Quando deu o horário do almoço, Romeo passou pela porta.

Levantei os olhos para ele e fechei a pasta com os documentos que eu estava lendo.

— Almoço? — Perguntei para ele.

— Sim. — Ele respondeu.

— Vamos. — Falei e peguei o blazer do meu terno.

— Você vai se ocupar essa noite? — Ele perguntou.

— Vou, amanhã vai ter uma reunião com David Sullivan, você conhece a personalidade dele, reticente em vender, mas precisando fazê-lo, tente convencer ele. — Falei para ele.

— Vou conseguir o contrato, não se preocupe. — Ele disse.

— Espero que esteja preparado para cuidar de tudo desse lado, eu precisarei voltar para Suzano em alguns meses. — Falei para ele.

— De forma definitiva? — Ele perguntou.

— Isso, tem muito tempo que as coisas não andam nos trilhos por lá, preciso colocar tudo de volta. — Falei para ele.

— Tudo bem, eu cuido de tudo desse lado. — Ele falou.

— Obrigado. — Falei para ele.

— Quando você voltar, vamos sair para tomar uns drinks. — Ele disse.

— Diga para o Otávio levar um amigo, da última vez eu fiquei de vela. — Falei para ele.

— Você saiu antes de nós, seu safado. — Ele falou.

Entramos no elevador e eu apertei o botão do saguão do prédio do escritório.

— Falando no Otávio, como ele está indo no trabalho novo? — Perguntei para ele.

— Está indo bem, disse que todos são muito legais com ele. — Ele respondeu com orgulho.

— Quem não seria legal com ele? Você colocou quatro brutamontes para vigiar a porta do prédio onde ele trabalha, até eu seria legal com ele. — Falei para ele.

Ele riu.

— Agora é só um. — Ele disse.

— O que foi? Ele cumpriu a greve do sexo que ele prometeu fazer? — Perguntei para ele.

A expressão de Romeo ficou sombria por um momento.

— Não me fale disso, eu passei momentos difíceis. — Ele resmungou.

Gargalhei baixo.

— Ele sabe o poder que tem, já sei com quem devo tratar a partir de agora. — Falei brincando.

— Você não deveria zombar de mim, não fui que fui deixado. — Ele zombou.

— Eu já aceitei que eu não sirvo para o amor, prefiro minhas noitadas de boas fodas e adeus na manhã seguinte sem nem saber o nome. — Falei para ele.

Assim que chegamos ao saguão, o motorista do Romeo já estava esperando com o carro.

Edgar se aproximou e começou a caminhar ao meu lado.

O Edgar não era alguém que tinha o costume de falar, ele era sempre calado e sério.

Mas era muito leal.

Entramos no carro e seguimos para o restaurante de sempre.

Naquela noite quando entrei no jatinho com Edgar, Liam, primo do Tio se aproximou, mas o Edgar não deixou ele passar.

— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou.

— O Onan me mandou para receber o senhor Corvaque e tratá-lo bem. — Ele respondeu e sorriu sedutor.

— Pode deixar passar. — Falei para o Edgar.

Ele saiu da minha frente, mas ficou ao meu lado o tempo todo.

Sentei na poltrona do jatinho e coloquei o cinto.

— Meu primo me mandou para recebê-lo porque não pôde vir. — Ele disse.

— Ele me falou que não está podendo sair. — Falei para ele.

— É a verdade. — Ele falou.

— Ele não pode deixar que aqueles vermes amedrontem ele. — Comentei já estressado.

— Posso servir o senhor de alguma forma? — Ele perguntou e colocou a mão no meu pau.

Senti um sorriso no meu rosto.

— Já que teremos uma longa viagem, você pode me ajudar a relaxar. — Falei para ele.

Assim que o jatinho decolou, nós levantamos e fomos à cabine na parte de trás, onde tinha uma cama.

A viagem para Suzano era de dezessete horas e meia.

Chegamos a Suzano às quinze e trinta do outro dia.

Era o meio do verão, por isso o sol estava a pino e o tempo estava seco.

Desci da aeronave com Edgar à minha frente e Liam ao meu lado.

Edgar abriu a porta do carro para mim e entrou no banco do carona.

Foi engraçado o Liam esperando que o Edgar abrisse a porta para ele também.

O Edgar nunca gostou dele, nem de nenhum dos caras com quem me relacionei, e ele nunca abria a porta para alguém que não fosse eu.

Ele tinha seus quarenta e cinco anos.

Antes de começar a trabalhar para mim, ele tinha matado o maior grupo de traficantes de drogas de Fizo, porque um tinha matado a família inteira dele.

Ele tinha trinta e três anos na época e depois de ser expulso da corporação por exceder a violência, ele foi sequestrado e vendido para ser um lutador clandestino.

Naquela época eu estava com quatorze anos de idade e tinha acabado de herdar tudo, eu já sabia gerir os negócio da minha família, mesmo sendo tão jovem, afinal, eu tinha sido criado para ser o dono de tudo um dia, mas eu ainda era um adolescente, achando que era capaz de tudo e achando que era a prova de balas.

Antes de morrer, meu avô tinha comprado ele de um parceiro comercial que ele tinha.

Mas o Edgar sempre foi arisco, quando ele chegou na minha mansão em Savana, ele já tinha tentado fugir do antigo dono dele duas vezes.

Eu ainda era capaz de lembrar dele no pátio da frente, todo amarrado e com uma espécie de focinheira no rosto.

Foi a coisa mais horrenda que eu vi na vida, nessa época eu já era alguém cruel, mas eu não tinha visto a maldade humana em todos os seus tons.

Quando eu mandei que soltassem ele, ele começou a bater nos meus seguranças e quando ele chegou em mim, ele simplesmente parou.

Até hoje eu não sei porque ele parou, mas quando seus penetrantes olhos azuis fitaram os meus, eu vi em seus olhos algo profundo.

Eu lembro que pedi a arma de Adam e peguei a maleta com dinheiro que estava aos meus pés.

Naquela época, eu sempre andava com uma maleta de dinheiro em espécie, caso eu quisesse comprar alguma coisa.

Meu avô não era muito fã de cartões de crédito.

Eu entreguei a ele os dois e mandei abrir os portões.

"Você está livre para ir."

Foi a frase que eu disse para ele.

Depois disso, ele nunca mais me deixou.

Mesmo falando muito pouco, ele parecia saber quando eu precisava de alguma coisa, era como se soubesse as minhas ações, os meus gostos e tudo o mais.

Seguimos para a casa do Tio e assim que o motorista estacionou o carro no pátio, eu desci.

Caminhei para dentro enquanto a fila de homens de terno preto faziam uma breve reverência para mim.

No final do corredor o Tio apareceu.

— Tio. — Falei em um cumprimento.

— Como vai garoto? — Ele perguntou.

— Confesso que estou surpreso com o que você disse pelo telefone. — Falei para ele.

— Vamos sentar no jardim e conversar sobre o assunto. — Ele disse e me direcionou.

Assim que chegamos ao jardim, eu sentei em uma cadeira de madeira clara com estofado verde claro e Edgar ficou ao meu lado.

— E então? — Perguntei e cruzei a perna direita sobre a esquerda.

— Parece que o filho do Marsalis está de volta. — Ele falou e Liam sentou ao lado dele.

— Marsalis? Pensei que ele tinha desistido. — Comentei.

— Ele ofereceu essa semana vinte milhões para abrir os cassinos dele, e agora ele está organizando um cartel para disputar o mercado com a gente. — Ele disse.

— Deixe ele fazer o que quer, vamos ver como ele vai lidar com tudo quando souber a verdade, mas eu vou deixar o Romeo em alerta e restringir nossas subsidiárias, você deve tomar cuidado com ele também. — Falei para ele.

— Acho que temos de ser cuidadosos, ele matou três dos nossos, dois dias atrás. — Ele falou.

— Três? — Perguntei para ele e alisei o queixo.

— Isso, eu mandei queimar três fazendas dele, mas eles ainda não se manifestaram sobre isso ainda. — Ele falou.

— Você está com medo? — Perguntei para ele.

— Não estou, mas achei que você precisava saber sobre o principal. — Ele falou.

Franzi a testa.

Ele olhou para um dos rapazes ao redor e ele se aproximou com um envelope pardo na mão.

— Eu não sei como, mas…

Ele me entregou o envelope sem conseguir terminar de falar.

Abri o envelope e tirei as fotos e relatórios que ele tinha sobre mim.

— Ele também acha que eu sou seu sobrinho? — Perguntei sem conseguir acreditar.

— Isso. — Ele respondeu.

Senti um sorriso em meu rosto.

— Não sinta mais medo de sair, eu tenho o Edgar, e é até bom que ele ache que eu estou fora dos esquemas. — Falei para ele enquanto olhava os documentos.

— Isso, ele também acha que você é meu sobrinho e como você tem estado em várias subsidiárias do conglomerado, ele vai fazer de tudo para infernizar você para tentar me atingir. — Ele falou.

— Ele vai tentar uma aproximação pela holding, onde eu estou mais atuante, para tentar ser tornar meu amigo, vamos esperar e ver, mas eu já estou quase certo disso. — Falei para ele.

— Você tem certeza que quer fazer isso? — Ele perguntou.

— Eu tenho, não se preocupe, a Mariane está bem? — Perguntei para ele.

— Eu não permiti que ela saísse de casa nos últimos dias, mas ela não me preocupa tanto quanto você. — Ele disse.

— Vamos dar um pequeno susto nele por agora, diga para descer dois do esquadrão e deixar ele saber que não mexemos com ninguém, mas que não estamos mortos. — Falei para ele.

— O que devemos fazer, um sequestro relâmpago, explodir uma fábrica, queimar mais uma fazenda…

— Só deixe um recado na cabeceira da cama dele, enquanto ele estiver dormindo. — Falei para ele.

— Está bem. — Ele falou.

— Eu vou descansar agora e depois vou voltar, eu tenho que agilizar tudo para repassar as coisas para o Romeo. — Falei para ele.

— Você vai voltar? — Ele perguntou.

Olhei para ele e sorri.

— Há muito tempo que estou longe de casa. — Falei para ele e levantei.

— Liam, leve o Mikhail para o quarto que foi preparado para ele. — Tio falou.

Ele se levantou e me guiou até o quarto, que ficava no segundo andar da casa.

Ele abriu a porta e eu entrei.

— Quer ajuda para tomar banho? — Ele perguntou.

— Não, você pode ir. — Falei para ele.

Ele tentou protestar, mas o Edgar o tirou do caminho e fechou a porta, ficando para o lado de fora.

Toda vez que eu ia a Suzano, era corrido daquele jeito.

Peguei a garrafa de uísque e o copo que estava na mesa e fui para o banheiro.

Quando entrei, a banheira já estava pronta.

Tirei a carteira de cigarro e o isqueiro do bolso da calça.

Coloquei no lado da banheira, junto com a garrafa de uísque e tirei a roupa.

Entrei na banheira e me servi de uma dose generosa de uísque.

Virei o conteúdo e acendi o cigarro.

Dei um trago e me servi de outra dose generosa de uísque.

Dessa vez eu tomei apenas um pouco e dei outro trago no cigarro.

Depois de um tempo eu me sequei e fui deitar na cama, pelado mesmo.

Eu dormi por algumas horas e depois de acordar, me vesti com o terno limpo que o Edgar tinha deixado e fui para a pista de voo.

Cheguei em Savana pela manhã e fui direto para casa.

— Hoje é sexta-feira, o Romeo ligou para saber se você vai ao pub hoje. — Ele disse.

— Eu vou. — Falei para ele.

Sair de Terno Branco: Significa que ele pode sair tranquilo, em qualquer horário do dia.

Sair de Terno Preto: Significa que ele está marcado para morrer e só pode sair a noite.

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