...Serva Plebeia° Eleanor...
...(Protagonista)...
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...Baronesa° Emily Victoria Kensington...
...(Meia-irmã da Protagonista)...
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...Baronesa° Lauren Victoria Kensington...
...(Madrasta da Protagonista)...
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...Barão° Lucas Victoria Kensington...
...(Meio-irmão da protagonista)...
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...Barão° Art Victoria Kensington...
...(Pai da Protagonista)...
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...Arquiduque° Lucien Silverlake...
...(Protagonista Masculino)...
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...Servo do Arquiduque de Silverlake° Lavosk Durien...
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...Príncipe° Maximilian Von Everhart...
...(Filho do Rei)...
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...Princesa° Charlotte Von Everhart...
...(Filha do Rei)...
••• Meus dias eram sempre a mesma rotina: trabalho, casa, e da casa para a biblioteca. Eu amava ler histórias da era antiga. Algumas eram mais intensas que outras, mas quase sempre detestava os finais. Foi então que comecei a escrever meus próprios romances. O problema era que nunca conseguia finalizar nenhuma história, pois me faltava inspiração. Eu não podia escrever sobre algo que não tinha vivido. Tudo mudou quando fui atropelada por um maldito ônibus. Acordei em outro mundo, despertada por uma deusa chamada Luminus. Ela me ofereceu uma segunda chance, reencarnando como Eleanor Victoria Kensington. Ela não me contou nada sobre Eleanor, mas disse que me abençoaria com uma beleza inigualável, conhecimento absoluto de uma prodígio e o poder de produzir magícula. Sim, a magia existia naquele mundo, e eu teria mana inesgotável graças à deusa. No entanto, Luminus esqueceu de me dizer que a magia era geralmente usada apenas por homens de linhagem nobre. Raramente mulheres herdavam magicula, e quando o faziam, suas magias eram geralmente limitadas à cura ou a habilidades como falar com animais e cuidar de plantações entre outras das mais simples. Mas o que realmente me intrigou foi descobrir que a deusa era uma fã fervorosa de romances de época do meu mundo, e que as minhas histórias eram as suas favoritas, mesmo que eu nunca as tivesse publicado. Ela me perguntou por que nunca dei um final para minhas histórias, e eu não tive uma resposta satisfatória. Antes de enviar minha alma para o corpo de Eleanor, a deusa disse que me daria o final que eu precisava e a resposta para tudo. Ela me explicou que, ao viver como Eleanor, eu teria a oportunidade de experimentar as emoções e os desafios que faltavam nos meus romances. Essa nova vida seria minha inspiração e meu guia, permitindo-me criar finais autênticos e satisfatórios para minhas histórias. A deusa acreditava que, através de minha nova existência, eu finalmente encontraria a conclusão perfeita para os meus contos inacabados. •••
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...{Eleanor}...
••• Reencarnei no corpo de um bebê e, diante de mim, testemunhei uma cena comovente: uma mulher, provavelmente minha mãe, de lindos cabelos castanhos e olhos esverdeados, ela exalava seu último suspiro antes de partir. Após essa perda devastadora de não poder conhecer quem era minha mãe, passei anos servindo na imponente residência dos Kensington, embora não como filha legítima do Barão Art. Para todos, eu era apenas a filha ilegítima do barão, alvo das constantes tormentas dos irmãos mais velhos. •••
Mas Eleanor não se abalava. Ela possuía uma beleza singular, invejada até pelas outras crianças do reino. Ao atingir a maioridade, tornou-se a jovem mais deslumbrante entre as plebeias, mesmo mantendo-se discreta como serva, ela conseguia adquirir conhecimento lendo discretamente os livros da vasta biblioteca dos Kensington.
Num dia chuvoso e sombrio, uma notícia inesperada abalou a tranquilidade da residência do Barão Art: o Arquiduque exigia o cumprimento de um pacto feito anteriormente com a família Kensington. Em virtude da vida salva do Barão em uma perigosa viagem, ele deveria entregar uma de suas filhas como pagamento da dívida contraída. Assim, a amada filha dos Kensington seria destinada ao temível Arquiduque de Silverlake. Abalados pela perspectiva de perder sua preciosa herdeira, o Barão e sua família sofriam em silêncio. Contudo, a rivalidade entre a jovem baronesa Emily e sua bela meia-irmã levou Emily a sugerir uma solução insólita ao pai: entregar a filha ilegítima em seu lugar, aproveitando-se da beleza lendária e do caráter dócil de Eleanor para tal propósito. Diante desse delicado imbróglio, Eleanor foi chamada pelo Barão, que a encarou com seriedade antes de dizer:
— Vossa Excelência o barão mandou me chamar? — Eleanor tinha os olhos baixos, mãos firmemente cruzadas atrás das costas, aguardando a decisão que mudaria o rumo de sua história.
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O salão imponente da mansão ecoou com a voz do Barão, com sua autoridade inquestionável:
— Entre, você deve arrumar suas coisas agora mesmo e se preparar para o casamento com Vossa Excelência, o Arquiduque de Silverlake.
Eleanor, a jovem serva, franziu a testa, confusa. Como uma simples criada poderia se tornar esposa do poderoso Arquiduque?
— Mas senhor — ousou perguntar —, como eu, uma serva, posso servir como esposa do grande Arquiduque?
O Barão lançou-lhe um olhar severo. — Não faça perguntas irritantes, apenas obedeça!
Com um gesto de reverência, Eleanor deixou o salão. Correu até seus aposentos, onde encontrou sua irmã, a Baronesa Emily, esperando.
— Baronesa, como posso ajudá-la? — Eleanor perguntou, mantendo a postura séria.
Emily revirou os olhos. — Esqueça esses trapos. Mandei prepararem alguns dos meus vestidos para você. Não pode usar essas roupas simples quando se tornar a esposa do Arquiduque. E mais uma coisa: encha sua boca ao dizer que é filha do Barão. Mesmo sendo uma bastarda, o Arquiduque deve acreditar que você pertence à nossa família como uma filha legítima. Fui clara?
Eleanor assentiu, evitando o olhar de sua irmã.
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Horas depois de todo percurso, a carruagem da família, já desgastada pelo tempo, a levou ao reino de Silverlake. O enorme castelo se erguia à sua frente quando ela desceu da carruagem. Um servo se aproximou:
— Seja bem-vinda, Baronesa Kensington — disse ele, estendendo a mão para ajudá-la. — Eu sou Lavosk Durien.
— Obrigada, Senhor Lavosk — respondeu Eleanor com gentileza.
Ele sorriu. — A senhora me honra, mas sou apenas um servo. Por favor, me siga. O Arquiduque está à sua espera. — E assim, Eleanor entrou na intrigante corte de Silverlake.
...{Lucien}...
••• Após conquistar méritos que antes eram atribuídos ao sobrenome de meu pai, finalmente alcancei meu lugar. Os Silverlake, considerados bestas mortais do norte, agora temem a minha presença. O que antes era uma pequena cidade, hoje é o reino dos Silverlake, conhecido como o reino das bestas. •••
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Há alguns anos, um orgulhoso barão, cujo valor não correspondia ao preço de suas roupas caras, vagava pelos vales proibidos de Silverlake. Uma imensa besta alada o atacou, deixando-o à beira da morte. Foi então que o Arquiduque apareceu, salvando-o e cuidando de suas feridas. No entanto, como o barão havia percorrido terras estrangeiras sem permissão do próprio Arquiduque, ele deveria pagar um alto preço. Um pacto de sangue foi selado, e uma de suas futuras filhas seria entregue ao Arquiduque de Silverlake para um noivado. As crianças ainda eram muito jovens, mas o acordo feito anos atrás deveria ser cumprido.
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Chegou então o dia marcado. Na frente do castelo, a carruagem de uma jovem da família Kensington parou. O Duque se organizou e dirigiu-se ao salão principal, onde um trono o aguardava. Ele esperava a chegada da jovem donzela com um misto de curiosidade se a tal jovem possui o mesmo caráter de seu odioso pai.
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...***observação: usaremos a posição de Duque para se referir ao Arqueduque em certas situações do texto, mas em contextos gerais onde a existência de Duques que estejam próximos ou seja, presentes aos Arqueduques, seremos obrigado a evitar abreviações para o esclarecimento no nível de diferença da hierarquia da era da monarquia***...
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••• Ela caminhou lentamente até mim. Todos aqueles que trabalhavam para mim, desde ministros até mercadores, aguardavam ansiosos em meu reino pelo dia em que eu, Lucien Silverlake, escolheria uma noiva. Mas nem mesmo para mim era compreensível o tipo de sentimento com o qual eu estaria me envolvendo. Ela não olhava em meu rosto por sequer um segundo; era quase imperceptível para mim ver seu rosto enquanto sua cabeça ainda estava baixa. Foi quando ela parou bem em frente à minha presença que ansiava por ver seu rosto. •••
Seus cabelos castanhos caíam em ondas suaves sobre os ombros, e seus olhos, da cor do céu ao amanhecer, escondiam mistérios e sonhos. A plebeia, cuja origem permanecia um enigma, não era apenas a mais bela entre as plebeias, mas também a mais corajosa. Ela estava disposta a enfrentar seu novo destino, e cansada de viver como viveu em seu passado no seu antigo mundo.
Seu vestido simples, porém elegante, contrastava com a opulência do salão, mas sua postura era digna de uma rainha.
••• Eu, o Arquiduque Lucien Silverlake, senti meu coração acelerar quando nossos olhares finalmente se encontraram. Naquele momento, soube que ela não era apenas uma noiva por conveniência, mas alguém que despertaria paixões e mudaria o curso de minha vida e provavelmente seria o meu braço mais forte dentro do império. •••
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...***Observação: queridos leitores, para os pensamentos de cada personagem sendo destacados de forma individual, usaremos às seguintes opções: "•••" enquanto para indicar o lado da história que está sendo contado usaremos o seguinte elemento: "{Nome}"....
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— Vossa Excelência, Arquiduque, esta é a Baronesa de Kensington, filha mais nova do Barão Art Victoria Kensington — anunciou Lavosk durante uma de suas apresentações formais.
— Filha mais nova? Não imaginei que o Barão enviaria justamente sua filha mais jovem. No entanto, posso notar a semelhança, especialmente nos olhos, que são exatamente como os do pai. Diga-me, senhorita, qual é a sua idade? — Lucien inclinou-se ligeiramente para ouvir melhor a jovem à sua frente.
— Meu senhor, tenho dezoito anos. Hoje é o meu aniversário de dezoito anos — respondeu ela, olhando diretamente nos olhos dele.
— Hoje teremos dois motivos para comemorar, então. Levem a Baronesa para o seu quarto e ajudem-na a se preparar para a cerimônia de casamento — declarou Lucien, levantando-se de seu trono e saindo do local. Todos aqueles que estavam presentes, curvaram-se em reverência, antes mesmo de ele partir.
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No quarto, o barão encontrava-se pensativo. Enquanto os servos o ajudavam a vestir-se, sua mente estava fixada nos incríveis olhos azuis da baronesa. Nunca havia visto um céu tão azul, mas ao mesmo tempo tão cinzento. Era uma mistura de tons que o deixava sem o que pensar. Logo, sua atenção voltou-se para os lábios pequenos e esculpidos da jovem, sem mencionar o rosto que traçava uma linha curva, tornando-a ainda mais delicada.
Antes que seus pensamentos o dominassem completamente, o barão dirigiu-se aos aposentos da baronesa, onde a encontrou ainda mais bonita do que em seus vestidos simples.
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Naquele momento, enquanto seus olhos contemplavam a beleza irradiante da Baronesa no vestido, o Duque sentiu um impulso quase selvagem de arrancá-lo. No entanto, ele se conteve e aproximou-se da jovem.
— Conte-me a verdade, Baronesa Kensington. Por que seu pai enviou a filha mais nova em vez da mais velha? Geralmente, os pais são mais apegados aos filhos mais novos. Então não ouse mentir para mim, pois tenho o mesmo poder que seu odioso pai tem para te enviar a mim, tenho para destruir toda a linhagem de sua família — declarou ele com impetuosidade.
Eleanor pediu, num tom calmo:
— Mesmo que eu revele a verdade, poderia fazer-me um favor?
— Mesmo sabendo que posso usar meios difíceis para arrancar a verdade de você, ainda sim me pede um favor? Confesso que admiro a coragem que a baronesa demonstra. Conte-me seu pedido, e considerarei atendê-lo — respondeu ele sinceramente.
— Pois bem, sou uma filha ilegítima, meu senhor. Minha mãe era uma empregada que, em um momento inoportuno de bebedeira do Barão Kensington, engravidou. A baronesa tentou me assassinar antes mesmo de eu nascer, mas, pela graça divina da deusa dada a mim, nasci com uma beleza que salvou minha vida. O barão manteve-me ao seu lado para fins políticos, mas sou apenas um objeto em suas mãos — explicou Eleanor.
O Duque, indignado, exclamou:
— Essa escória! Esse homem merece a morte. Você não deveria ter sofrido assim. O anulamento do casamento acontecerá em três anos; prometo libertá-la assim que ocorrer e garantir-lhe status enquanto estiver ao meu lado. Você jamais será desrespeitada ou passará pelo mesmo. Agora, diga-me: qual é o seu pedido?
Determinada a mudar sua triste história, Eleanor respondeu:
— Conceda-me o poder necessário para destruir a família responsável pela morte de minha mãe e por todos os meus sofrimentos desde o nascimento.
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