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Cinco Jovens, uma Vítima

O dever chama

...O meu nome é Gustavo Zuchinali e eu estou à alguns meses de completar os meus 18 anos e hoje recebi a missão mais importante da minha vida, cometer o assassinato perfeito. Eu estudo numa escola chamada Santa Teresinha que fica no interior de Nova Veneza em Santa Catarina e eu sempre estudei aqui, eu sempre fui um garoto quieto e focado nos meus estudos, o meu sonho era formar-me e tocar o negócio da família, uma fazenda que foi passada por gerações. Eu nunca tive amizades na escola, todos me viam como o garoto magro e tímido, mas eu sempre fui feliz com a minha aparência, eu olhava-me no espelho e via o meu cabelo preto, os meus olhos pretos e eu gostava do que eu via, mas as pessoas ficavam longe de mim então seria fácil eu cumprir minha missão....

Eu estava em casa, pronto pra sair quando meu pai Roberto me chamou, minha mãe Cláudia já estava no sofá nos esperando, então começou, a conversa que mudou minha vida.

Pai - filho.... chegou sua hora, você está perto de completar seus 18 anos, você já sabe o que precisa ser feito não é?

Eu - sim pai, eu já venho observando e tenho muitas possíveis vítimas e eu só não vou dizer ainda porque eu ainda estou pensando em quem escolher mas eu vou cumprir o meu dever

Meu pai e minha mãe me abraçaram e eu podia sentir o orgulho deles por eu estar comprometido com a tradição da família, se é que eu posso chamar disso. Há muito tempo atrás gerações anteriores da nossa família comandavam a fazenda que hoje nos pertence, houve uma época onde a seca e as pragas impediam nossas famílias de cultivarem o arroz e assim houve fome e pobreza até que segundo meus pais nossa família fez um pacto com bruxas que moravam nos arredores da cidade de Nova Veneza, a família prosperará com a condição que uma alma seja dada a eles por alguém que fosse completar seus 18 anos, meu pais nunca disseram o motivo das bruxas terem nos dado essa condição mas minha família estava desesperada e nem sequer fez perguntas e foi assim até hoje, meus avós mataram, meu pais mataram e todos os assassinatos eram perfeitamente escondidos, sem rastros e assim o negócio da família prosperou mas agora ele dependia de mim, eu sempre soube do passado da minha família e os sacrifícios que foram feitos mas eu nunca acreditei que minha hora chegaria.

Depois da conversa com meus pais eu fui pra escola decidido a escolher minha vítima. Eu passei muito tempo naquela escola observando todos e procurando minha vítima, foram anos observando e vocês devem saber que toda escola tem um grupo de amigos que são inseparáveis e na minha também tinha e eles eram incríveis, eu tinha muita inveja de tudo oque eles viviam e os momentos que passavam juntos rindo, as festas... e ter alguém com quem conversar sobre tudo. Naquele momento onde eu vi os cinco juntos na sala da escola rindo e apenas vivendo aquele momento eu me vi no espelho e eu estava cheio de ódio. Eu me perguntava o porque eu teria que ter esse destino que minha família me deu enquanto todos os outros jovens apenas estavam sendo jovens e vivendo, na minha cabeça simplesmente não era justo e eu então naquele momento decidi que um deles seria a minha vítima. Eu sabia que eles tinham um grupo onde falavam sobre filmes, séries e músicas, pra eles era uma forma de expressar sentimentos e comentar sobre eles e realmente era muito bom, então eu fui até a diretoria da minha escola e comecei meu plano.

Eu - Oi Marcia, então eu sei que tem um grupo na escola onde eu falam sobre expressar sentimentos e acontece que eu me sinto um pouco preso, eu gostaria muito que você conseguisse me colocar nesse grupo, você pode fazer isso?

Marcia- Mas é claro meu querido, e você sabe que pode conversar comigo sobre tudo né? O grupo é toda quarta depois da escola aqui mesmo e você já está inscrito e não esqueça que eu estou aqui pra tudo

Marcia sempre foi incrível comigo e ela era a única pessoa que eu gostava naquela escola, tínhamos uma conexão e ela sempre me tratou muito bem então eu sabia que ela iria me ajudar com meu plano, agora eu só precisava me aproximar de cada um, escolher minha vítima e então cumprir minha missão.

Camila

Como parte do meu plano, sabia que precisava me aproximar dos cinco colegas para entender melhor quem poderia ser a vítima ideal. Camila era a mais desafiadora e, ao mesmo tempo, a mais intrigante. Desde que entrei na escola, Camila se destacou. Era impossível não notar sua presença vibrante. Camila tem um jeito contagiante de iluminar qualquer ambiente com seu sorriso e sua energia. Seus olhos brilhantes e sua risada sincera são como uma lufada de ar fresco em um dia comum. Ela tem o dom de fazer com que qualquer um se sinta à vontade ao seu redor.

Camila é apaixonada pela dança. As aulas de dança parecem ser o lugar onde ela realmente brilha. Vi-a ensaiar uma vez, e era como se estivesse em seu próprio mundo, completamente imersa na música. Sua graça e dedicação são admiráveis. Ela não apenas se entrega à dança com um fervor incomum, mas também usa sua paixão para inspirar os outros ao seu redor.

Minha primeira tentativa de me aproximar de Camila foi antes de começarmos a primeira reunião do grupo pra falarmos sobre como expressar nossos sentimentos. Ela estava sentada lendo e então eu aproveitei o momento e como eu tinha ouvido ela falar algo sobre uma competição de dança eu usei isso como uma desculpa para me aproximar.

Camila mesmo não me conhecendo e estranhando o meu interesse virou-se para mim com um sorriso radiante.

Eu- Oi Camila tudo bem? Então eu vi que você tem ensaiado bastante e eu só queria dizer que eu acabei espiando você e eu achei incrível, você tem muito talento e eu só queria dizer isso

Camila - seu nome é Gustavo né? Eu fico muito grata com isso, eu tenho ensaiado muito, dança é minha paixão e eu tô muito focada nessa competição

Eu- você tá confiante?

Camila- É um evento grande e eu quero dar o meu melhor. Estou ensaiando todos os dias depois da escola.

Eu- Na verdade, não conheço muito sobre dança, mas estou interessado em saber mais. O que fez você gostar tanto dela? — perguntei, mostrando meu interesse genuíno.

Camila- Eu amo a energia do palco. Quando a música começa e as luzes estão brilhando, é como se tudo ao meu redor desaparecesse. É a minha chance de me expressar completamente — explicou Camila com sua voz cheia de paixão.

Fomos interrompidos com o chamado de Rafaela, a reunião iria começar. Logo depois nós entramos na sala e imediatamente todos estranharam minha presença, nos sentamos e então Rafaela que é a líder do grupo pediu para que eu me apresentasse.

Eu- Oi pessoal, meu nome é Gustavo, tenho 17 anos e eu gosto muito de filmes e séries e acho que seria bom pra mim falar sobre oque eu sinto quando vejo tantas formas de vidas e como nós gostaríamos de viver elas entre outras coisas.

Rafaela - Seja bem vindo Gustavo e sinta-se a vontade pra comentar sobre o filme de hoje.

Então a reunião começou mas eu apenas observei, foram uma hora falando sobre um romance abusivo e eu queria muito que acabasse aquela tortura, eu realmente amo assistir e ler mas aquele filme era uma perda de tempo. Pra minha felicidade a reunião passou rápido e enquanto eu me levantava Camila veio até a minha direção com seu olhar e seu sorriso brilhante.

Camila- Oi, eu vi que você ficou bem quieto hoje e não se preocupa, no primeiro dia é normal ficar um pouco envergonhado, mas eu tenho um convite que acho que pode te ajudar a ficar mais a vontade. Oque acha de ir me ver na competição de dança no sábado? A escola não é muito fã de dança mas o pessoal aqui do grupo vai tá lá então vai e se enturma com o pessoal.

Eu muito surpreso com o convite coloquei um sorriso no rosto e respondi.

Eu - olha eu com certeza vou estar lá e eu fico muito agradecido pelo convite mas você nem me conhece direito e já está me convidando pra assistir você?

Camila - eu já fui você uma vez, todos aqui já foram e nós temos essa tradição de receber todos muito bem e agora é minha vez de receber o novato.

Eu - entendi, que legal da parte de vocês, tudo bem então eu estarei lá sábado.

Eu fui pra casa um pouco confuso, meu plano ainda estava indo bem mas eu não conseguia entender o porquê Camila estava sendo tão legal comigo, será que minha mente ficou tão confusa e perdida ao ponto de eu não conseguir aceitar que as pessoas podem ser boas? Eu me perguntava se eu deveria continuar com isso e ir para a competição, passei a noite inteira pensativo, meu pais estavam preocupados com a minha missão e só me perguntavam sobre isso, eu sempre dizia que estava tudo bem e que eu ainda não tinha me decidido, eu tinha meses até meu 18 anos então eu ainda tinha tempo.

Eu decidi que deixaria a competição um pouco de lado e iria focar no meu próximo objetivo, me aproximar de João, com certeza não seria fácil. João tem seu jeito peculiar e ele tem um grau de autismo e além de tudo é muito inteligente, eu me perguntava se ele seria um problema ou a solução do meu dilema.

João

Acordei no outro dia pensando em como me aproximar de João, Camila era desafiadora mas acabou sendo fácil me aproximar, mas João era imprevisível. Fui pra escola e passei um tempo acompanhando os caminhos dele e pude observar muitas coisas que iriam me ajudar. Eu sabia que, para me aproximar de João, precisaria de uma abordagem cuidadosa. João tem um grau de autismo, e eu percebi rapidamente que ele se sente mais confortável em ambientes previsíveis e conhecidos. A última coisa que eu queria era criar um desconforto ou forçá-lo a interagir de uma forma que não fosse natural para ele. Minha mente ficou um pouco bagunçada, ele ficava em lugares previsíveis mas era muito imprevisível, minha intuição perturbada estava dizendo para eu ir com calma entao eu decidi começar devagar.

Observei o que João gostava de fazer, ele era apaixonado por jogos de tabuleiro e livros de ficção científica. Então, comecei a me interessar por essas coisas também. Naquele mesmo dia João estava no refeitório da escola e na mesa um jogo de xadrez, para minha sorte eu sabia jogar e foi nesse momento que eu tive uma ideia, João se sentia confortável com coisas que ele já era acostumado e xadrez era uma coisa que ele adorava então eu cheguei com calma e sentei na mesa com ele.

— Ei, João! Posso me sentar aqui? — perguntei, tentando soar o mais natural possível.

Ele levantou os olhos, surpreso, mas assentiu. Sentei-me, e enquanto começava a comer, olhei para o tabuleiro de xadrez que estava ao lado dele.

— Eu vi que você sempre tem esse tabuleiro com você. Você joga xadrez?

— perguntei, tentando parecer interessado.João me observou por um momento, como se estivesse avaliando se eu estava genuinamente interessado ou só tentando ser educado.

— Sim, eu jogo. É um dos meus passatempos favoritos — ele respondeu, voltando a olhar para o livro.

— Que legal! — eu disse, animado.

— Eu também gosto de xadrez. Aliás, o que acha de uma partida? Pode ser uma boa maneira de passar o tempo e de conversar um pouco.

Ele me olhou de novo, mais interessado desta vez.

— Uma partida de xadrez? perguntou, levantando uma sobrancelha. — Não é muito comum alguém me desafiar para isso.

— É, eu sei

— concordei.

— Mas eu gosto de desafios e, quem sabe, podemos descobrir algumas estratégias novas juntos. Se você aceitar, eu prometo não ser um adversário muito difícil. João hesitou por um momento, mas depois levantou o tabuleiro e o colocou na mesa entre nós.

— Está bem, vamos jogar. Mas saiba que eu sou bastante competitivo — ele disse com um leve sorriso.

— Ótimo, eu também gosto de uma competição saudável — respondi, colocando minhas peças no tabuleiro.

Começamos a partida, e eu pude perceber que João estava mais relaxado. À medida que jogávamos, ele começou a falar mais, comentando suas jogadas e, às vezes, até rindo de algumas estratégias engraçadas. A conversa fluía naturalmente, e eu estava aprendendo mais sobre ele. No final, a partida foi divertida e desafiadora.

— Foi uma partida e tanto — eu disse, sorrindo para ele enquanto arrumávamos as peças. — Espero que possamos fazer isso de novo em breve.

João assentiu, ainda com um sorriso no rosto.

— Eu também. Obrigado pelo desafio, Gustavo.

E ali estava eu, derrotado e surpreso com a forma que eu fiquei envolvido, foram alguns minutos de jogo mas foi a conversa mais legal que eu já tive. Antes de ir para a aula perguntei sobre a competição.

— Você vai estar na competição de dança da Camila no sábado? Camila disse que o pessoal vai estar lá e imaginei que você também vá.

João parou e olhou para mim, um pouco surpreso com a pergunta.

— Eu não tinha planejado ir — respondeu, ajustando a mochila nos ombros.

— Mas é algo que eu poderia considerar. Por que você pergunta?

— Só estava curioso — disse, tentando parecer interessado. — Camila tem se preparado para isso há semanas e ela foi bem legal em me convidar, e eu pensei que seria legal ver como ela se sai. Além disso, seria uma boa oportunidade pra mim fazer amizade e seria legal se você fosse também.

João me observou por um momento, parecendo ponderar a ideia.

— Eu nunca fui muito de eventos assim, mas…

— ele hesitou, olhando para o chão e depois para mim.

— Se você acha que vale a pena, talvez eu vá. Só não sou muito fã de grandes aglomerações.

— Eu entendo, não precisa ser nada forçado — assegurei. — Mas, se você decidir ir, acho que vai ser divertido. E, se precisar de companhia ou ajuda com alguma coisa, eu estou aqui.

João pareceu considerar isso por um momento antes de assentir.

— Vou pensar nisso. Obrigado pelo convite, Gustavo. Talvez eu apareça para apoiar a Camila e ver como as coisas vão.

— Perfeito! — respondi com um sorriso. — Se precisar de alguma coisa, é só me avisar.

João acenou com a cabeça e se afastou, enquanto eu me sentia um pouco mais próximo dele, sabendo que essa pequena interação poderia ser um passo a mais na construção do meu plano. O dia passou, a aula foi a mesma coisa de sempre, eu estava pensativo sobre oque é certo e oque é errado, sobre oque faz sentido e oque não faz, por um momento comecei a me questionar sobre a maldição que minha família carrega. Fui caminhando pra casa e aproveite a paisagem da cidade para pensar e enquanto eu fazia isso eu encontro Patrícia e naquele momento eu dei mais um passo para meu estudo. Eu me pergunto, eu sou louco de estudar minhas possíveis vítimas? Será que eu sou um psicopata? Eu estava decidido a me aprofundar mais sobre a maldição da minha família mas naquele momento eu coloquei o plano Patrícia em primeiro lugar.

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