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Anjos Humanos

1- Gabriel

Na entrada para Tsafon o 7º Céu local onde Deus observa tudo que ocorre na terra e nos céus estava Gabriel. Apenas os Arcanjos e Serafins têm permissão para entrar na morada do pai.

Os outros anjos têm permissão para entrar apenas em seu nascimento, quando Deus lhes dá seus títulos e a benção aos seus filhos celestes.

O Arcanjo Gabriel um dos Sete Grandes Arcanjos os "Primicérios", os primeiros anjos que foram criados e lutaram junto a Deus contra Tehom nas "Batalhas Primervas".

Gabriel estava trajando sua armadura. Uma armadura completa e dourada, suas asas estavam dobradas em suas costas. Em sua cintura estava a sua poderosa Arma o "Flagelo de Fogo" que estava guardada dentro de uma bainha dourada.

Seu elmo era fechado permitindo apenas que seus olhos azuis fossem vistos. Em seu elmo uma grande cruz amarela se destacava, a cruz gravada no elmo estava deitada se unindo a viseira a contornando, em seu peito setes asas brancas se destacavam em sua armadura dourada. As asas simbolizavam a ordem de nascimento dos primeiros anjos e Gabriel era o Sétimo e último anjo, sendo o sexto arcanjo a ser criado nas batalhas Primervas.

Ao adentrar a morada do pai, Gabriel reparou em outros anjos que estavam no local, o coração de Gabriel bateu forte de alegria e o arcanjo não pode deixar de sorrir.

- E ai Biel a quanto tempo. - Disse o primeiro anjo.

O Anjo trajava uma amadura completa similar à de Gabriel, mas sua armadura era um pouco diferente da do jovem arcanjo. Sua armadura era de bronze não dourada como a de Gabriel. Sua espada a "Ceifadoras Gêmeas" estava em sua cintura guardada em uma bainha de cor vermelha da mesma cor da cruz gravada em seu elmo. Em seu peito quatro asas brancas se destacavam em sua armadura de bronze,mostrando que aquele era o quarto anjo a ser criado e o terceiro Arcanjo. Os olhos do anjo eram castanhos escuros e seu elmo cobria toda a sua face, mas seu olhar mostrava a felicidade do anjo ao ver Gabriel.

- Rafael meu irmão, digo o mesmo a você a quanto tempo não o vejo. - Respondeu Gabriel sorrindo.

- Você continua o mesmo Gabriel estou realmente feliz em te ver e a ele também. - Rafael apontou com o polegar direito para trás. O outro anjo estava em silêncio observando Gabriel e Rafael. O anjo trajava uma armadura completa de prata, sua espada a "Chama da Morte" estava em sua cintura dentro de uma bainha azul e a mesma cor da cruz gravada em seu elmo. Em seu peito duas asas brancas se destacavam em sua armadura de prata,mostrando que ele era o segundo anjo a ser criado e o primeiro Arcanjo, esse era o Arcanjo Miguel.

- Miguel - Disse Gabriel e o Arcanjo o cumprimentou com a cabeça.

- Meus filhos. - Disse uma voz que soou como um trovão atraindo a atenção dos arcanjos.

- Aproximai-vos.

Os arcanjos obedeceram e caminharam na direção da voz. O sétimo céu tinha um longo corredor dourado terminando em uma grande escadaria de mármore, em seu topo estava Deus. Deus estava sentando em um enorme trono de ouro, ele observava com atenção seus filhos se aproximando. Quando os arcanjos chegaram ao topo da escada ficaram de joelhos e ao verem o seu pai Miguel foi o primeiro a falar.

- Pai. - Disse o Arcanjo sua voz estava calma e serena. - Aqui estamos!

Miguel retirou o seu elmo e colocou a sua direita, seus irmãos imitaram o seu gesto sistematicamente.

Miguel tinha cabelos negros que caíam em seus ombros, sua pele era branca e seus olhos eram puxados, uma pequena cicatriz em seu queixo era visível, uma cicatriz que ganhou ao expulsar seu antigo irmão Lúcifer e suas ordens de anjos rebeldes do céu.

Rafael tinha cabelos negros curtos e a pele morena, seu rosto era infantil e um sorriso inocente tomava a sua face.

Gabriel tinha cabelos loiros e curtos como os de Rafael. Uma mecha caia sobre o seu rosto próximo a seus olhos azuis, diferente de Rafael, Gabriel olhava para o pai com atenção.

- Meus filhos infelizmente temos problemas.

- Que tipo de problemas pai? - Perguntou Rafael.

- Mandei todos os anjos que estavam na terra retornarem ao céu inclusive os Elohins, algo está matando os anjos.

- Algo matando os anjos? - Perguntou Gabriel chocado.

- Sim Gabriel meu filho. - A voz de Deus continuava ressoando como a de um trovão, mas a tristeza podia ser ouvida em sua voz.

- Algum demônio? - Perguntou Rafael.

- Não meu filho.

- É por isso que nos reuniu pai? - Disse Miguel que estava calado até o momento.

- Exatamente meu filho. Seja o que for que estiver matando os anjos não terá a mesma facilidade contra vocês, tenho uma suspeita, mas no momento não é nada certo não ainda.

- Para o senhor não ter certeza ainda esse ser só pode ser muito poderoso, nada nesse mundo é capaz de esconder sua presença ou suas ações do senhor, de nós sim, mas do senhor pai? Impossível!

- E isso que me preocupa Rafael e não quero que nada aconteça a vocês!

- Obrigado pai, mas somos seus filhos, não somos os melhores e nem os piores do que qualquer outro anjo, mas nós três iremos dar um jeito nisso.

Gabriel e Miguel olharam surpresos para Rafael. Desde o momento em que Rafael recebeu a missão de descer a terra e agir como um humano o irmão havia mudado completamente.

- Fico mais aliviado com suas palavras Rafael, mas mesmo assim ainda me preocupo com vocês e sempre irei me preocupar. Peço que tomem cuidado na terra e fiquem atentos a tudo.

- Entendido! - Disseram os Arcanjos.

- Miguel?

-Sim pai? - Respondeu o arcanjo.

- Rafael?

- Sim Pai?

- Peço que se retirem por um momento e aguardem, quero falar um momento a sós com Gabriel.

Os dois Arcanjos ficaram de pé e recolocaram o seu elmo e logo partiram deixando Gabriel a sós com Deus. Quando o pai teve a certeza que estava a sós voltou sua atenção a Gabriel e começou a falar.

- Gabriel meu filho e meu guerreiro, tu serás o primeiro a ir para terra, quando estiver na terra peço que fique de olho nos seus irmãos e os impeça de entrarem em confronto uns com os outros a todo custo. Sinto que essa ameaça que pode se aproveitar dessa fraqueza dos dois portanto você será os meus olhos Gabriel.

- Eu entendo e compreendo meu pai não irei falhar com o senhor. - Disse o Arcanjo com a voz firme.

- Obrigado meu filho e mais uma coisa.

                                                     ***

Ao sair de Tsafon, Gabriel parou ficando perante a seus irmãos. Rafael o olhava ansioso e Miguel com uma calma que deixava Gabriel nervoso.

- Serei o primeiro a descer. - Comentou ele com os irmãos.

- Rafael nosso pai pediu para você entrar agora e a Miguel para esperar mais um pouco.

- Está bem estou entrando, bye bye Biel. - Retirando o elmo, Rafael adentrou em Tsafon deixando para trás Miguel e Gabriel.

- Cuidado Gabriel. - Disse Miguel.

- Terei meu irmão e estou esperando vocês.

Miguel assentiu e Gabriel caminhou se afastando de seu irmão. A cada passo o corpo de Gabriel começou a brilhar ficando transparente e o Arcanjo não estava mais sobre os domínios do céu.

2 - Gabriel

Sábado 08:30 da manhã.

Gabriel se materializou em um parque, o sol estava começando a aquecer a terra com os seus poderosos raios. Ao se materializar, Gabriel não trajava mais uma armadura, o Arcanjo trajava uma calça jeans azul com tênis pretos, blusa vermelha aberta e uma camiseta branca com uma asa dourada estampada.

- Faz muito tempo que não venho a terra. - Comentou o Arcanjo.

Levando as mãos até os bolsos da calça o anjo começou a caminhar, Gabriel admirava a beleza do local, realmente muita coisa havia mudado desde a última passagem do Arcanjo na década de 70.

Saindo do parque ao tocar os pés na calçada, Gabriel sentiu uma forte dor de cabeça. A dor se multiplicava a cada segundo, o anjo quase desmaiou por causa da dor, a sensação era parecida com a de uma faca sendo cravada em seu crânio e lentamente o objeto cortante era conduzindo para trás abrindo um buraco em sua cabeça.

"Hoje é sábado não queria ter de ir trabalhar" ... "estourei na balada ontem, peguei várias menininhas" ... "bora pro jogo Andrezão".

Gabriel também é conhecido como "O Mestre das Mentes" ele é capaz de entrar na mente de qualquer ser vivo podendo controla-lo se preferir ou descobrir seus segredos mais ocultos, nada escapa da poderosa mente de Gabriel, mas essa habilidade as vezes tem seu custo. Estar em uma cidade ou em um local concentrado de pessoas era doloroso para Gabriel. O arcanjo necessitava ter uma grande concentração para deixar de ouvir todas aquelas vozes em sua mente. Fechando os olhos ele respirou fundo. Aos poucos foi sentindo o ar invadindo os seus pulmões lhe dando uma sensação de alivio, a dor que a cada segundo aumentava agora diminuía, quando conseguiu eliminar todas as vozes em sua mente Gabriel finalmente pode voltar a caminhar.

Saindo do parque o Arcanjo caminhou por uma avenida, o local já estava movimentado àquela hora da manhã. Os comércios começavam a abrir as portas, alguns ônibus passavam lotados, transportando trabalhadores, alunos, viajantes e baladeiros. No final da avenida, Gabriel se deparou com um grande prédio branco e com várias janelas com esculturas de leões, tigres e até alguns anjos em mármore na fachada que gravado em dourado estava escrito "Prefeitura de Alameda dos Anjos".

- Então esse é o nome dessa cidade? -Perguntou o Arcanjo.

- Vim para o local aonde senti uma concentração de energia maligna, mas não me preocupei em saber para aonde iria não posso cometer esse erro novamente ou isso pode ser fatal.

O arcanjo iria retomar a sua caminhada quando uma voz novamente invadiu a sua mente.

- Santo anjo do Senhor...

- Mas como? - Gabriel estava surpreso, ele havia eliminado todas as mentes de sua cabeça como poderia estar ouvindo vozes novamente?

- Meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege me guarde me governe e me ilumine.

- Isso não é uma voz... isso é uma oração!

Fechado seus olhos Gabriel se deixou guiar indo em direção a voz. Quando percebeu Gabriel estava em um quarto.

O local tinha as paredes rosas e alguns brinquedos estavam espalhados pelo chão. A cama era pequena e estava bagunçada, ajoelhado os pés da cama estava uma criança. Uma menina de no máximo sete anos de idade.

A menina vestia um pijama branco de coelhinhos azuis, tinha a pele morena e seus cabelos negros que estavam bagunçados. De olhos fechados e com as mãos entrelaçada e os cotovelos apoiados no colchão a menina prosseguia com a oração.

- Amém. Santo Anjo da Guarda, guardai-me!

- Que linda. - Disse o Arcanjo sorrindo. - Lindo esse ser pedindo a proteção divina, o seu anjo está cuidando de você minha pequena. - Fazendo uma rápida pausa. Gabriel vasculhou a mente da menina procurando o seu nome. - Laryssa.

- Papai do céu... - O tom de voz da menina havia mudado, a serenidade e a alegria de segundos atrás desapareceram, e agora a dor e a tristeza eram ouvidas. - Papai do céu por favor ajude a mamãe a ficar boa, ela disse que se um dia eu ficar doente ela pediria para o papai do céu para me curar, então por favor meu papai eu peço por ela agora faça a mamãe sarar.

A cena partiu o coração de Gabriel. Voltando a se concentrar o Arcanjo procurou entender melhor o que se passava e descobriu o que afligia aquela menina. Sua mãe estava internada em coma no hospital a duas semanas, Laryssa todos os dias se dirigia ao hospital com sua avó para visitar a mãe na esperança dela finalmente acordar. A avó não aguentava ver aquela cena. Ver sua filha entubada causava uma grande dor em seu coração, além disso a senhora se preocupava com a sua neta Laryssa, pois ela já havia perdido o pai, vítima de um acidente de trânsito a um ano atrás, a menina não iria suportar a perda da mãe.

Erguendo a cabeça para o alto Gabriel falou com serenidade - Pai... eu peço por essa criança, que a mãe dela possa acordar e voltar para os seus braços. Eu te peço pai conceda isso a ela.

Gabriel sentiu um calor envolver o seu corpo e começou a sorrir.

- Obrigado. - Sussurrou o Arcanjo.

Gabriel agora estava em uma pequena sala branca, as janelas estavam fechadas e as luzes apagadas. A única fonte de luz eram os aparelhos que estavam ligados a uma pessoa. Uma mulher estava deitada sobre a cama, com a máscara de oxigênio em seu rosto. Seus cabelos negros estavam espalhados pela cama, seu rosto lembrava o da pequena Laryssa.

A mulher dormia profundamente. Olhando aquela cena Gabriel teve pena de querer acorda-la. A mulher parecia estava envolvida em um gostoso e profundo sono. Caminhando em direção a mulher o espaço a volta de Gabriel começou a mudar. A luz tomava conta do local. Os aparelhos e a máscara haviam sumido, a mulher ainda dormia e gentilmente Gabriel tocou em seu ombro.

- Clarissa... - Disse o anjo com gentileza.

- Clarissa por favor acorde.

Lentamente os olhos da mulher começaram a se abrir, no início sua visão estava embaçada e ao conseguir focalizar algo a mulher avistou o anjo e um sorriso surgiu em sua face.

- Dormiu bem minha jovem?

A mulher sorrindo assentiu.

- Ótimo. - Respondeu o anjo. - Agora você tem que acordar e cuidar da sua filha, ela está esperando.

O sorriso deixou o rosto da mulher e agora as lagrimas e a tristeza estavam estampadas em sua face. Gabriel gentilmente limpou o seu rosto e tornou a falar.

- Calma ela está bem, sei que também está com saudades dela e ela de você, mas não quer se levantar e ir ver a sua filha?

- Minha... filha... - Sussurrou a mulher.

- Isso mesmo, sua filha você quer ver sua pequena de novo não quer?

- Sim quero, eu quero muito ver a minha filha!

- Então me de sua mão e poderá vê-la.

Gabriel estendeu a mão para ela e sem hesitar mulher segurou firme em sua mão. Tudo em volta começou a brilhar intensamente e quando se deu conta Clarissa estava sentada na cama do hospital.

- Lary... Lary. - Os gritos da avó da menina eram ouvidos pela casa, devagar a menina parou a sua oração e caminhou até a porta.

- Lary a mamãe acordou a mamãe acordou. - Entrando no quarto a vó segurou a menina nos braços e a encheu de beijos. Logo ela a abraçava forte e chorando começava a falar em voz alta.

- Obrigado meu Deus! Obrigada por tudo!

- Obrigado papai do céu. - Disse a menina também chorando.

Gabriel sorrio com a cena e erguendo a sua cabeça uniu suas mãos e fechou seus olhos.

- Obrigado pai!

O arcanjo voltou para a rua seguindo o seu caminho. Quando percebeu Gabriel havia caminhado o dia todo e a agora a noite reinava nos céus, o arcanjo aproveitou o dia para conhecer toda a cidade passando próximo a um convento Gabriel sentiu um arrepio.

- Realmente não há nenhum anjo na terra! - Dizia uma voz grave.

- Se não há anjos, não há problemas, e se não há problemas, então podemos festejar á vontade. - Sussurrou outra voz alegre.

Próximo ao convento havia uma pequena praça. Na praça algumas criaturas estavam se reunindo, elas tinham a pele marrom e o corpo esquelético, olhos amarelos com dentes pontudos e chifres.

- Demônios. - Sussurrou Gabriel.

- Vamos atacar a cidade, atormentar os humanos e destruir tudo! -Disse um dos demônios.

Ele tinha a mesma aparência que os demais a diferença era o seu corpo não era esquelético e sim musculoso, em sua testa um terceiro olho era visível.

- Sim! - Disseram os outros em uníssono e caminharam em direção ao centro da cidade.

Uma grande luz fez com que os demônios cobrissem o rosto com as mãos. A luz que os cegavam rapidamente se dissipou. A imagem a seguir chocou os demônios. A frente deles estava um ser usando uma armadura dourada, o ser levou a mão na cintura e lentamente retirava um objeto.

Os demônios olhavam com atenção e perceberam que o objeto era uma espada, mas não uma espada comum. A lâmina ao sair da bainha, tinha a largura duas vezes maior e em sua volta uma chama envolvia a espada. A cena deixou os demônios surpreso e chocados. Eles sabiam o que estava a sua frente e quando avistaram suas asas brancas os seres das trevas rosnaram e trincaram os dentes como uma alcateia de lobos.

- Anjo! - Disseram novamente em uníssono.

- Isso mesmo! - Disse o anjo. - Sou um anjo e sou o pior pesadelo de vocês!

Dizendo essas palavras Gabriel com sua espada na mão partiu em direção aos demônios.

3- Rafael

Ao sair de Tsafon Rafael se deparou com Miguel. Seu irmão o olhava atentamente, o olhar frio de Miguel causava calafrios em Rafael e ele não gostava da maneira como o irmão o olhava.

- Minha vez de descer, nosso pai quer falar com você. – Disse Rafael tentando manter a calma.

Miguel apenas assentiu e continuou olhando seu irmão.

- Sabia que está irritando me olhando assim? – Perguntou ele retribuindo o olhar a altura.

- Tome cuidado. – Sussurrou o arcanjo surpreendendo Rafael.

- É.. Tá por essa eu não esperava, mas eu vou tomar sim.

- Obrigado. – Respondeu Miguel ele se preparava para adentrar a morada do pai.

- Miguel! – Ao ouvir o seu nome sendo pronunciado o Arcanjo virou-se voltando a fitar o seu irmão.

- Nosso pai me disse que Gabriel agora está na cidade aonde estou morando, quando descer procure o Convento "Ave Maria" minha casa fica ao lado não tem como errar.

Miguel assentiu novamente e virou-se parando na entrada o Arcanjo ficou de costas evitando olhar para Rafael e disse:

- Até daqui a pouco meu irmão e novamente tome cuidado.

Rafael não pode responder pois Miguel entrou assim que terminou de pronunciar essas palavras.

- Tudo bem que ultimamente não tenho ido com a sua cara, mas irei me cuidar para não te preocupar.

Rafael se desmaterializou e voltou materializar em sua casa. A casa de Rafael era um lugar bem espaçoso uma das maiores casas da cidade ficando atrás apenas da casa do prefeito e do convento.

A residência do Arcanjo tinha dois andares no andar de baixo havia cozinha  e uma ampla sala de estar e de jantar. Um pequeno consultório onde Rafael algumas vezes atendia alguns pacientes em sua casa ou tratava animais feridos. No andar de cima era composto por quartos parecendo um mini hotel.

Quando as primeiras civilizações humanas apareceram Rafael desceu a terra para ajuda-las. Por ser o "Anjo da Cura" Rafael ensinou aos humanos a arte da cura que mais tarde os humanos a batizaram de "medicina".

Após o dilúvio, os filhos de Noé povoavam novamente a terra e Rafael recebeu de Deus a missão de descer a terra e viver como um humano. Rafael tinha a missão de ajudar indiretamente a humanidade a seguir o caminho de Deus, tentando evitar que as forças de Lúcifer os corrompessem. O arcanjo recebeu a permissão de se casar e ter filhos, na época um homem solteiro não era algo muito comum e isso poderia estragar o seu disfarce, por isso Deus concedeu essa permissão ao Arcanjo. Rafael já teve inúmeras mulheres e filhos, os filhos de Rafael deram origem a uma casta de anjos os "Elohins" essa casta de anjos vive na terra e assim como Rafael se disfarçam de humanos ajudando a humanidade a seguir o caminho de Deus. Eles se infiltram em gangues, grupos terroristas, política, e até na religião. Muitos líderes religiosos sem a humanidade ter conhecimento são Elohins. Essa casta nunca sai do Plano Físico para o Plano Astral, um Elohim só deixa o plano físico em seu nascimento, cada novo Elohim que nasce Rafael o leva a Deus e o pai o abençoa e lhe dá um título. Os Elohins as vezes por viverem como humanos se esquecem de suas naturezas angélicas, mas Rafael está sempre por perto não importa a parte do mundo para alerta-los e lembra-los do seu verdadeiro eu.

Caminhando até o closet Rafael olhava atentamente para as inúmeras peças de roupas a sua frente.

- Onde você está Gabriel? – Sussurrou o Arcanjo mostrando estar preocupado com o seu irmão.

Ao decidir o que vestir, o Arcanjo desceu para cozinha. Rafael vestia um conjunto de agasalho da Nike. Jaqueta e calças pretas com o logo da marca branco estampado em suas costas e na perna direita e estava descalço. Antes de chegar a cozinha, Rafael apertou o botão da secretaria eletrônica, a mesma lhe informou que não haviam novas mensagens e o Arcanjo prosseguiu para a cozinha.

A cozinha de Rafael era uma cozinha americana, com a grande bancada de mármore, um grande fogão de seis bocas, uma geladeira Inox Frost Free Metálica. Um amplo armário branco que cobria grande parte da parede. O arcanjo abriu a geladeira e sentindo o ar gelado em seu corpo examinava atentamente o seu conteúdo.

Após um minuto pensando Rafael resolveu pegar uma caixa de suco de laranja a abrindo o anjo ingeriu a bebida gelada sentindo uma grande sensação de alívio.

- Ah como isso é bom, muito bom. – Sussurrou ele e o prazer era visível em sua voz.

Rafael em um minuto terminou de beber todo o conteúdo da caixa e a jogou no lixo, quando sentiu uma sensação estranha logo o arcanjo sentiu um grande arrepio por todo o seu corpo. O arcanjo sabia o verdadeiro motivo era um alerta de que algo de errado estava acontecendo. Abrindo a porta dos fundos Rafael correu sumindo na escuridão da noite.

                                                                                                ***

Um a um os demônios eram abatidos por Gabriel. Muitos deles sentiam a sua espada, o Flagelo de Fogo transpassar pelo seu corpo os fazendo desaparecerem instantaneamente. Gabriel usando o seu poder criou um muro a sua volta repelindo os demônios que o cercavam, Gabriel podia ser um Arcanjo, mas o número de demônios era maior, parecia que a cada demônio que o Arcanjo abatia mas dois apareciam.

Gabriel continuou brandido sua espada lutando e abatendo mais e mais demônios, até que algo chamou a sua atenção. Na praça próximo ao lago um portal estava aberto, e do portal mais e mais demônios passavam por ele, se o Arcanjo pudesse fecha-lo poderia impedir a vinda de mais demônios, mas os demônios pareciam ter percebido a intensão do Arcanjo e mesmo sendo abatidos os seres das trevas o bloqueavam tentando impedir que o anjo se aproximasse do portal.

- SAIAM DA MINHA FRENTE! – Gritou o Arcanjo com a voz selvagem, fazendo o muro a sua volta se expandir derrubando um pequeno grupo de demônios, mas isso não os impediram de continuarem bloqueando o seu caminho.

Gabriel iria repetir o ato com mais intensidade quando uma lâmina passou rasante pelo seu rosto, a lâmina se estendia empalando um grupo de demônios parando no portal. Gabriel pode contar e cerca de cinquenta demônios foram empalados por aquela lâmina. Todos foram atingindo no ponto vital o coração. Os demônios olharam com atenção para o local de onde a lâmina vinha e em sua ponta encontraram um outro ser parecido com Gabriel, a diferença era a cor de sua armadura cor de bronze. Suas asas estavam abertas e o anjo empunhava duas espadas em suas mãos.

Os demônios que foram empalados desapareceram um a um, e a lâmina recuava lentamente, voltando ao tamanho normal na mão do anjo.

- Querida cheguei! – Disse Rafael que caminhava lentamente, o Arcanjo parou ao lado do irmão e os demônios rapidamente se reagruparam preenchendo o espaço que havia sido rompido pelo Arcanjo.

- Olha só pelo que eu pude contar eles agora são quarenta... quarenta contra dois e vai dar para a gente se divertir um pouco não é Gabriel?

Assentindo o Arcanjo sorrio, seu rosto era coberto pelo elmo, mas os olhos revelaram a Rafael que o irmão sorria e concordava com ele, e também estava feliz com as palavras ditas pelo irmão.

- Realmente vamos poder Rafael e você demorou para aparecer.

- Ah desculpa eu soube depois que você estava por aqui e olha minha casa é aqui pertinho ao lado do convento sabia?

- Essa eu não sabia, é sério? – Perguntou Gabriel.

- Sim sério o mano virando a esquina ali. – Rafael virou apontou com a espada. Gabriel virou olhando para aonde o irmão apontava e assentia ao ouvir a explicação do irmão e ignorava os demônios.

- Nossa eu passei por lá e não imaginei que fosse a sua casa, se bem que quando cheguei, senti a presença deles eu corri na direção onde eles estavam.

-Tudo bem eu sei como é, quando senti a presença deles também vim correndo para cá.

- É a hora, agora matem os anjos! – Disse um dos demônios e o grupo que agora estava maior correu na direção dos anjos.

Os Arcanjos voltaram a sua atenção para eles observando o grande número de invasores se aproximando. Quando se preparavam para se confrontarem de frente com os demônios algo estranho aconteceu.

Um a um começaram os demônios a desaparecer como se uma espada invisível transpassasse um por um.

Quando o último demônio foi abatido uma espada prateada voou em direção ao portal gravando no coração de um demônio que atravessava o portal. A criatura segurou firme a arma mas o seu corpo desapareceu e a espada ficou cravada a frente do portal criando uma espécie de barreira que impediu que os demônios restantes que viam em seguida, passassem pelo portal fazendo seus corpos bateram contra a barreira invisível ficando com os corpos prensado.

Pousando com leveza um terceiro anjo era visto usando uma armadura de prata, o Anjo olhou na direção dos demônios, a surpresa era visível na face das criaturas das trevas que tentavam desesperadamente quebrar a barreira que os impediam de atravessar o portal. Lentamente o anjo virou o rosto na direção de Gabriel e Rafael.

- Miguel? – Disse Gabriel surpreso.

- Sim meus irmãos sou eu. – Disse o Arcanjo com calma.

- Peço perdão pela demora.

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