NovelToon NovelToon

Em Busca da Liberdade

Olá pessoas!

Estou de volta após um tempo porque dessa vez queria trazer para vocês uma experiência nova e bem, essa história será dividida em quatro partes, cada uma delas eu estarei contando a evolução da nossa protagonista e como ela vai fazer para superar as adversidades;

Já aviso que terão capítulos bem pesados, o tema morte estará bem presente nesse primeiro livro, já estou logo avisando para não se assustarem; Há também a abordagem de temas delicados, então se não se sentirem a vontade, sintam - se livres para pular o que incomodar.

As postagens serão programadas para ocorrer durante a semana, será apenas um capítulo por dia. Infelizmente, terão de conter a ansiedade de vocês. Outro aviso é que não adianta me pedir fotos nos capítulos, gosto de deixar a imaginação de cada um fluir para imaginar os personagens da forma que quiser.

Bem, é isso, sejam bem-vindos a Europa, onde se passa a nossa história; Lembrando que tudo aqui é fictício, apenas uso de inspiração algumas coisas do mundo real para colocar na história. Conheçam Maya Fahd, a nossa jovem protagonista, que sonha em trazer paz para o seu povo e Theron Archer, um jovem brilhante, que ganha destaque por onde passa.

Beijos da autora.

1. Chamado de Deus

“Maya observou seu marido dormindo tranquilamente ao seu lado, junto do filho e da enteada que amava tanto como se fosse sua filha; os três dormiam tranquilos embaixo de uma árvore, sobre uma manta, no grande jardim da casa. Era uma visão linda e ela agradecia a Deus por suportar tudo o que passou, para naquele momento estar com sua linda família.”

A jovem de cabelos longos, ondulados e negros, sorriu para mãe que a admirava do grande espelho do quarto da jovem:

— Querida, você está muito linda, tenho certeza que será a formanda mais linda da noite.

— Obrigada, mama, agora vamos indo, assim vocês poderão pegar um bom lugar para me ver pegar o diploma.

— Onde esta a minha primogênita?

As mulheres viram o homem alto, com barba farta e olhos cor de âmbar surgir na porta com um sorriso largo:

— Já estou pronta, baba! — A jovem falou animada.

— Deixe baba olhar você. — O homem se aproximou da filha mais velha e lhe estendeu uma mão.

A jovem se aproximou com um sorriso e segurou a mão do pai, que a olhou admirado:

— Ainda não acredito, Nazir, nossa primeira filha esta se formando na escola e já é uma mulher. — O homem falou emocionado.

— Sim, nossa pequena Maya cresceu, Azib e agora tomará novos caminhos. — A mãe da jovem se juntou a eles.

— Mama, baba, obrigada por permitirem eu ter liberdade de escolha. — A jovem sorriu. — Obrigada por serem bons pais para mim e para os meus irmãozinhos.

Maya olhou com carinho para os pais e os abraçou. A sua família era seu porto seguro. Seus pais haviam saído do país de origem devido aos negócios da família, que se expandiram para os países vizinhos. Seu pai era um conhecido empresário do ramo de tecidos e sua mãe se dedicava integralmente à família e aos cinco filhos, sendo Maya a mais velha.

Ela se sentia muito abençoada por Deus por ter a liberdade e segurança necessárias para ter uma vida confortável, longe das linhas de guerra do país de origem dos pais, que ficava nas zonas de guerra do oriente médio. Quanto à religião muçulmana, nenhum dos seus pais a obrigou a seguir, e ela preferiu apenas adaptar o que achava importante manter, como a alimentação e o mínimo das vestimentas.

Para sua formatura, ela havia escolhido um vestido longo com decote reto, azul-turquesa, com uma capa cobrindo os ombros, com detalhes de pedras feito à mão, criando uma linda faixa nas bordas do tecido; um delineado preto dava destaque aos olhos claros, quase amarelos da jovem, e apenas um gloss nos lábios para finalizar a maquiagem; A beleza herdada de seus pais finalizava a imagem dela.

Maya foi auxiliada pela mãe para seguir até o carro que os levariam até o salão onde ocorreria a colação de grau e a festa de formatura. Apenas dois de seus irmãos mais novos iriam acompanhá-los, os dois mais novos ficariam em casa. O percurso foi rápido, em poucos minutos, a família estava no grande salão onde seria a festa.

O local estava luxuosamente decorado, assim como era o padrão da escola que ela frequentou toda a vida. Os pais dela sempre prezaram por uma educação de qualidade e como tinham boas condições deram a oportunidade a ela para estudar em um colégio onde os filhos da nata da sociedade estavam. Mesmo tendo uma vida confortável e cercada de luxos, Maya nunca permitiu que isso subisse a sua cabeça, e sempre com o apoio dos pais ela sempre doava o tempo livre em atividades filantrópicas, o que lhe deu uma imagem conhecida por se importar com as minorias.

A colação de grau ocorreu bem, e ela aproveitou para tirar fotos com amigos, professores e com a sua família. A jovem estava feliz, mas sabia que o que viria depois seria difícil, já que teria que conversar com o pai sobre a sua escolha de carreira. Maya estava próxima das suas amigas de turma, conversando sobre o futuro, quando se iniciou o baile. Ela observou um burburinho se formar próximo da pista, já que os casais já formados da escola foram para pista; mas o que lhe chamou a atenção, não eram os casais, mas sim um rapaz alto, cabelos castanhos e intensos olhos azuis, usando uma farda de gala branca, que estava do lado oposto a ela.

Os olhares se cruzaram e ela recebeu um leve sorriso dele. A morena cutucou uma amiga e indicou o rapaz:

— Quem é? Não lembro de tê-lo visto na nossa escola. — Maya falou.

— Também não me lembro, mas se está fardado deve ser da família de alguém aqui. - Sua amiga respondeu.

— Deve ser de fora mesmo. — A jovem sorriu e viu seu pai acenar para ela. - Bem, meninas, tenho que ir agora.

— Boa sorte, Maya, e mantenha contato.

Maya abraçou as amigas e seguiu para casa com seus pais e irmãos.

-***-

No dia seguinte, Maya se levantou para conversar com os pais sobre as suas escolhas do futuro. Ela já imaginava que eles já sabiam que ela gostaria de se tornar piloto de aviões, só não imaginavam como ela faria isso. Sua decisão pesou após ela trabalhar como voluntária em um abrigo de refugiados da guerra no país de origem dos pais, que não ficava muito distante.

Em seu coração, ela sentia um forte desejo de ajudar a acabar com aquele conflito, por isso, decidiu se juntar as forças aéreas da aliança mundial, que lutava contra o terrorismo em países dominados por forças autoritaristas. Não que ela tivesse uma opinião totalmente voltada para apenas um lado da força, seu desejo era apenas de cessar os conflitos para salvar vidas inocentes.

Faltava pouco para o horário do almoço e logo seu pai estaria em casa. Sua intenção era conversar com ele e com a mãe após a refeição. Como de costume, ela auxiliou a mãe com os irmãos e as tarefas domésticas; mesmo que eles tivessem empregadas, era importante na cultura da família, as mulheres aprenderem a cuidar da casa e dos filhos, independente do status social.

A refeição ocorreu bem, e após colocar os irmãos mais novos para dormir o sono da tarde, Maya se juntou aos pais na sala de descanso da casa:

— Baba, mama, posso conversar com os senhores? — A jovem se aproximou carregando um envelope branco que havia chegado para ela dias antes.

— Claro, filha, se aproxime. — Azib fez sinal para filha se aproximar.

Maya se aproximou, sentou-se em frente aos pais e entregou o envelope para o pai, que pegou o objeto e reconheceu o logo da aliança mundial:

— Os senhores sabem da minha paixão por máquinas e nunca escondi que sempre quis ser piloto de aviões e, porque também quero ajudar as pessoas nas zonas de conflito.

— Sim, querida, nós sempre soubemos e sempre te apoiamos em suas escolhas. — Nazir falou carinhosa.

— Maya… — O homem de olhos dourados encarou a filha. - Tem certeza? Você sabe que se aliar a um exército não é fácil, mesmo que estamos em uma zona neutra, você terá que fazer missões e isso pode custar a sua vida.

— Eu sei, baba, mas não consigo ficar apenas observando os nossos irmãos sofrendo nas zonas de guerra. O senhor mais do que ninguém sabe o que é perder quem amamos nesses conflitos e se eu posso fazer um mínimo de diferença para proteger o nosso povo, eu gostaria que permitisse que eu fizesse isso.

— Não filha, você não pode fazer isso… - Nazir falou desesperada, sentindo as lágrimas embaçar as suas vistas.

— Nazir, nós prometemos sempre respeitar as escolhas dos nossos filhos e se esse é o desejo de Maya, vamos apoiá-la. - Azib suspirou. - Como pai, eu não gostaria que fosse, mas se esse é o chamado Allah para você, eu não vou te impedir e acredito que você será capaz de grandes feitos.

— Obrigada, baba!

Maya se aproximou dos pais e os abraçou com carinho. Sua família era um dos motivos para ela querer proteger a paz no mundo.

2. Admissão

Azib estacionou o veículo estilo SUV próximo da entrada principal do quartel da aeronáutica da aliança mundial, onde sua filha ingressaria na carreira militar. A aliança mundial foi criada após uma grande força terrorista surgir, criando diversos conflitos bélicos por territórios onde havia exploração de petróleo. Diversos países se uniram a aliança como forma de proteger seus territórios de invasões. Porém, as maiores zonas de conflitos ainda se arrastavam por anos no território do oriente médio.

O homem de cabelos escuros e barba farta desligou o veículo e observou a filha:

— Maya, se quiser, você ainda pode desistir. - O homem falou na esperança da filha desistir de fazer aquela loucura.

— Não, baba, eu vou e serei a melhor. - Maya sorriu. - E bem, estamos em uma zona neutra, vou treinar com calma e a cada vinte dias irei para casa para passar um tempo com o senhor e a mama.

— Eu sei, filha, eu prometi a mim mesmo que seria forte, mas você é a minha primogênita, não quero que nada de mal ocorra a você.

— Não vai acontecer, e se lembre, estou fazendo isso para ajudar os nossos irmãos que não conseguiram fugir da guerra.

— Você tem um grande coração, minha filha. Que Allah te abençoe e que você consiga cumprir essa jornada e alcançar o sucesso que tanto deseja.

Maya recebeu um abraço do pai e juntos saíram do carro, onde Azib entregou a bolsa de viagem para ela e observou a filha entrar no complexo com o coração apertado. Ele esperava que nos primeiros meses de treinamento a sua primogênita desistisse e voltasse para casa para ajudá-lo com os negócios da família; mesmo sabendo, que Maya havia nascido para ajudar as pessoas e não para ficar em uma gaiola de ouro.

Assim que ela sumiu do seu campo de visão, ele voltou para o carro e fez o caminho de volta para casa.

A jovem recruta havia recebido instruções de onde era o alojamento e o horário que deveria comparecer no pátio para receber as primeiras instruções. O complexo contava com diversos blocos e alojamentos, sendo o primeiro o local onde os recrutas ficavam. Sendo dividido em bloco feminino e masculino.

Não estava sendo fácil para ela tomar essa decisão, mas em seu coração, ela sentia que tinha que seguir em frente. Maya já usava o uniforme dos aspirantes que havia pegado uma semana antes quando terminou de realizar a sua matrícula. Mesmo sendo o primeiro dia dos aspirantes, o local ainda parecia vazio, o que a fez checar o relógio para verificar se não estava atrasada, foi então que sentiu que esbarrou em alguém.

Ao olhar para cima, ela encontrou um par de olhos azuis penetrantes e afiados:

— Perdão, não prestei atenção. - A voz do jovem soou firme e educada.

— Eu que peço desculpas. - Maya falou desconcertada, se recordando que aquele era o mesmo rapaz da sua formatura.

— Primeiro dia?

— Ah, sim. - Ela respondeu sem jeito.

— Eu sou Theron Archer, atualmente, suboficial. E você?

— Maya Fahd, recruta, senhor. - Ela o cumprimenta com continência, o que faz Theron rir.

— Bem-vinda, Maya. Se está procurando alojamento feminino é só seguir até o fim do corredor e virar à esquerda. Como está chegando, seu quarto deve ser no terceiro andar.

— Obrigada, senhor. - Maya já ia começar a caminhar quando ouviu a voz de Theron.

— Espere, acho que já te vi antes.

— Nos vimos na formatura do colégio San Martin há alguns meses. - Maya sentiu seu coração palpitar.

— Ah, sim, agora me recordo. - Ele sorriu. - Bem, tenho que ir agora. Nos vemos nas aulas.

Theron passou a caminhar na direção contrária de Maya, que acabou sorrindo ao saber que aquele belo rapaz ainda se lembrava dela. Até vê-lo na festa, ela nunca tinha tido a atenção despertada por nenhum outro homem. Foi então que ela se lembrou da história da sua mãe, que soube que seu pai era o homem com quem ela passaria o resto da vida porque no dia que o viu pela primeira vez, a sua atenção foi automaticamente chamada para ela.

Com a história da mãe em mente, ela seguiu o caminho que Theron havia indicado e ele realmente estava certo, seu quarto ficava no terceiro andar e no meio do corredor. Assim que chegou próximo da porta indicada, ela encontrou uma jovem de cabelos cor de avelã e olhos escuros:

— Você também está nesse quarto? - A jovem indicou a porta.

— Sim. - Maya respondeu mostrando a ficha onde havia o número do quarto.

— Ah, graças a Deus. - A jovem falou aliviada. - Ao que parece, seremos colegas de quarto. - Ela sorriu. - Eu sou Luma Zafar, sua colega de quarto.

— Prazer Luma, eu sou Maya Fahd. Vamos entrar?

— Claro!

Maya pegou a chave que estava no envelope que recebeu na entrada e encaixou na fechadura, abrindo a porta e entrando no cômodo, seguida de Luma:

— Achei que seria pior. - Luma falou ao fechar a porta atrás de si. - Meus colegas falaram que eu teria que dormir em uma barraca.

— Oi? - Maya se virou surpresa para a colega de quarto. - Você não visitou o complexo antes?

— Nada, vim do interior direto para o primeiro dia. De qual lado quer ficar?

— Qualquer um. - Maya deu de ombros.

— Você veio aqui antes? - Luma depositou a mala na cama do lado esquerdo.

— Sim, minha família mora em uma cidade vizinha, então visitei o complexo quando vim buscar o uniforme.

— Você parece ter uma vida boa, por que veio parar aqui?

— Sempre quis ser piloto de avião, mas quis fazer algo mais me alistando. E você?

— Vim pelo dinheiro. - A jovem de cabelos avelã respondeu displicente. - Eu e minha mãe somos refugiadas e bem, eu precisava de dinheiro e infelizmente há muito preconceito com refugiados, principalmente no interior, por isso resolvi me alistar, já que o preconceito na aliança é menor.

— Sim, ao menos nesse local aceitam pessoas de todas as etnias. - Maya suspirou e se aproximou da janela. - Eu só gostaria que essa guerra acabasse logo.

Ela observou o céu através da pequena janela e pode ver ao longe os aviões-caça realizando o voo tranquilamente no espaço aéreo. Em breve, ela estaria ali, pilotando uma daquelas máquinas e trabalhando ativamente para dar um fim no conflito que se arrastava por anos. Tudo o que ela queria é que seus irmãos tivessem um futuro livre, e seguro, e que seus pais pudessem desfrutar de uma velhice tranquila; que pessoas como Luma, nunca perdessem os seus lares.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!