Me chamo Anna Clara, estou fazendo dezoito anos hoje, sou uma das gêmeas Alencar. Meus pais são Raquel e Caio, dois advogados do conceituado escritório Alencar, onde meu pai é sócio/proprietário junto com meus tios Alex e Fabrício.
A maioria das pessoas da família são advogados, mas eu optei por estudar medicina.
Nossa família é dividida entre advogados, médicos, engenheiros da computação e tia Liz que é estilista e muito famosa por sinal.
Nossa família é bem numerosa, tanto que se eu for falar de todas os meus tios e primos irei passar um bom tempo falando e talvez ainda esqueça de alguém.
Sou mais velha que minha irmã um minuto e meio, quase nada na verdade, somos idênticas fisicamente, mas na personalidade não, quando éramos crianças sim, nos parecíamos em tudo, inclusive sempre tivemos os mesmos gostos, mas com o passar do tempo cada uma foi encontrando suas preferências e hoje já não nos acho tão parecidas quanto a personalidade.
Meus pais decidiram fazer um almoço em comemoração ao nosso aniversário, pois mais tarde iremos à balada, será minha primeira vez e da Cecília em uma balada, nosso pai nunca nos deixou ir e sempre dizia que só iríamos aos dezoito anos e esse dia chegou. Por mim eu não iria, pois não gosto muito desses ambientes, mas pela Cecília eu vou.
Saio de perto dos meus colegas um momento para ir ver as crianças pintando o rosto, mas não consigo chegar ao meu destino.
— Vem aqui! — sou puxada de repente para um lugar escondido do jardim, aqui é o único lugar onde não tem câmeras, pois é o cantinho dos meus pais sentarem e namorarem quando sentem vontade e todos da família sabem disso.
— Me solta! Alguém pode nos ver!
— Quem é esse moleque que passou o tempo inteiro dando em cima de você?
— Um amigo da escola.
— Não estou gastando disso, Anna! Passei o tempo inteiro me segurando para não quebrar a cara desse otário!
— Pode se controlar Théo! Nós não temos nada.
— Não temos porque você é medrosa, eu não tenho medo de nada.
— Todos acharam estranho a Luiza com o Ruan e olhe que ele nem é nosso primo de sangue, imagine nós dois, meu pai te mata, depois ele me mata e ainda tem seu pai.
Théo é o filho mais velho do tio Alex e da tia Paloma, é alguns meses mais velho que as trigêmeas, tem vinte e dois anos.
— Eles aceitaram a Luíza e o Ruan, por que não irão nos aceitar também?
— É diferente.
— Não, não é! Você que quer dificultar as coisas, não gosta de mim Anna? — ele é a única pessoa que me chama de Anna.
— Não, não gosto! — ele sorri e nega com a cabeça.
Théo e eu sempre fomos muito próximos, mas nunca havia olhado para ele com outros olhos, até que um dia ele me beijou e esse beijo me deixou confusa.
Beijei apenas dois garotos antes de Théo e um deles foi meu ex namorado, namorei com ele quando tinha dezesseis anos e durou apenas cinco meses, nós tínhamos pensamentos muito diferentes. Ele era tóxico, muito hétero top e eu não gosto desse tipo de pessoa.
Ele e Théo são totalmente opostos, Théo é humilde, doce, uma das melhores pessoas que eu conheço na vida, também pudera, ele é da minha família e nós recebemos uma boa educação.
— Não gosta de mim?!
— Não gosto Théo!
— Que mentira Anna! Eu sei que gosta de mim.
— Deixa de ser convencido garoto!
— Não estou sendo convencido, estou falando o que vejo e o que sinto, porque eu sinto que você gosta de mim Anna, não adianta dizer que não.
— Ah! Já estou indo! — viro as costas para sair de perto dele.
Antes que consiga me afastar, Théo puxa-me pelo braço e beija-me com intensidade, a ponto de nós dois ficarmos ofegantes.
— Diz que não gosta de mim, vai? Diz!
— Não gosto! — digo e me afasto dele.
— Eu sei que gosta Anna.
— Nos seus sonhos.
— Não estou gostando de te ver toda alegrinha perto desse moleque, se ele ficar encostando muito a mão em você vou ter que quebrar a mão dele! Não precisa ficar tocando para falar com alguém.
Acho que preciso rever meus conceitos sobre Théo não ser tóxico, porque esse ciúme é meio sem nexo, pois não temos nada, nos beijamos só algumas vezes e ele se acha no direito de querer me controlar.
— Pode parar com esse ciúme! Eu não gosto disso, ciúme é coisa de gente insegura e além de tudo nós dois não temos nada.
— Eu já disse! Nao temos nada porque você não quer, porque se quiser é só me falar, te assumo para o Brasil ainda hoje.
— Não vai rolar Théo, nós somos primos, não vamos arrumar confusão na família.
— Que confusão? Ficar com quem gosta é motivo para confusão?
— Ficar com quem gosta não! Contando que esse alguém não seja seu primo.
— Anna, isso não tem problema algum pra mim.
— Mas pra mim sim!
— Qual então?!
— Que eu não quero ficar com você.
— Eu sei... não foi o que seu beijo acabou de me dizer, você ficou ofegante e tenho certeza que ficou desejando mais.
Pior que é verdade, o beijo dele me deixou molhada, molhada como nunca havia ficado antes, nem com o meu ex. Eu ainda sou virgem, mas não sou puritana e nem burra. Eu conheço meu corpo e já tive muitos orgasmos apenas me trocando.
Nunca deixei meu ex passar do ponto comigo, não me sentia pronta para perder a virgindade aos dezesseis, na verdade ainda não me sinto pronta, mas me tocar e saber o quanto orgasmos são prazerosos, disso eu sei.
— Vou voltar para a minha festa e você trate de se controlar, nada de ciúmes descabidos.
— Não garanto nada, se aquele moleque ficar falando com você e te tocando vou quebrar a mão dele.
É! De fato tenho que rever meus conceitos.
— Ouvi dizer que vai à uma balada mais tarde.
— Vou! A verdade é que não queria ir, mas a Ceci quer muito e segundo ela não faria sentido ir sem mim, então eu vou.
— Achei estranho, você nunca demonstrou gostar de baladas.
— Já você... — ele sorri.
— Eu só vou à baladas porque você não me quer, se me quisesse eu trocava essa vida de balada facinho.
— Sei...
— É sério Anna, se você quiser ficar comigo eu deixo de ir à balada sem pensar nenhuma vez.
— O que aconteceu com aquela morena que você estava pegando?!
— Ciúmes?
— Não! É que você tem tantas opções e não sei porque insiste em ficar atrás de mim!
— Jura que não sabe? — dou de ombros. — É simples e fácil Anna, eu gosto de você e quero algo sério, mas você é medrosa.
— Clara?! — uma das crianças me chama, acho que é a Ivy, a número dois da tia Bella.
— Oi.
— Onde você tá?
— Aqui amor. — ela sorri quando me ver. — O que você quer?
— Você pode vir comigo?
— Posso! O que você quer?
— Que mostre pra'quela moça como pinta borboleta, ela fez uma muito feia em mim e eu pedi pra ela tirar que eu ia levar você pra pintar. — sorrio com a raiva estampada na carinha dessa mini querida de cinco anos.
— E você falou que a borboleta dela estava feia?
— Falei, ué! Mamãe disse que não era pra mentir. — sorrio.
— Mas Ivy, você deve ter deixado a moça triste com isso.
— Mamãe disse que tem que dizer a verdade mesmo que doa ou que leve bronca, um dia eu menti e levei bronca e no outro dia eu falei a verdade e levei bronca do mesmo jeito, mamãe disse que tem que dizer a verdade sempre.
— Sua mãe está certa.
— Ela tá! Papai disse que ela sempre tá certa. — sorrio.
— Então vamos lá.
— Porque tá aqui com a Clara Théo?
— Estávamos conversando Ivy, ele também é meu primo, assim como você. — digo.
— Rum... Acho que você vai casar com um primo igual a Lulu. — Théo dá uma gargalhada e eu sorrio também.
Essa criança só tem cinco anos, imagine quando tiver dez.
— Ê matraca! Vamos logo pintar essa borboleta.
— Vem Théo, vamos pintar uma em você também. — ela convida.
— É! Vem Théo. — chamo no deboche.
— Eu vou! — ele diz.
Vou até onde as moças que minha mãe contratou estão, peço licença e pego tintas e pincel para pintar a borboleta da mini adulta.
Ivy é bem exigente e perfeccionista, herdou da tia Bella ser perfeccionista. Além de tudo a mini querida é metida a pintora, já que faz aulas na escola, por isso exige tanto.
Assim como Ivy, eu também me arrisco a pintar umas telas, no escritório do meu pai tem algumas que eu pintei, inclusive. Por isso a mini adulta quer que eu pinte a borboleta dela.
— Pronto, senhorita! Sua borboleta. — digo entregando um espelho para ela que sorri satisfeita. — E aí? está bom pra senhora? Gostou?
— Gostei, obrigada Clara. — ela diz e me dá um abraço.
— Toca aqui. — digo levantando a mão e ele toca com a sua.
— Também quero! — Ayla e Lara, as gêmeas da tia Liz vem correndo quando vêem a borboleta da Ivy.
— Pode vir! Pode vir que tem Clarinha pra todo mundo. — digo e elas comemoram e eu sorrio.
— Tem é? Vou querer também. — Théo diz e eu reviro os olhos.
— Vai querer borboleta também Théo? — pergunto.
— Quero o que você quiser Anna. — ele diz.
— O que eu quiser?
— O que você quiser. — ele diz olhando em meus olhos.
— Vai Clarinha. — Ayla pede e eu desvio meus olhos dos dele.
— Vai querer o quê amor?
— Um gatinho.
— Hum... Uma gatinha muito linda.
Termino de pintar as crianças e minha mãe nos convida para cantar parabéns, nem temos mais idade para isso, mas Caio e Raquel são assim, nunca deixaram um aniversário nosso passar em branco.
Como estamos fazendo dezoito tudo é mais simples, a decoração é neutra, o bolo é o da minha avó e isso é mais que suficiente, pois estamos todos juntos aqui.
Após cantarmos parabéns meu pai vem com seus presentes, que pelo tamanho das caixinhas deve ser jóias, é algo que gostamos de ganhar e ele já nos deu várias independente de datas comemorativas.
— Seus presentes, minhas princesas, espero que gostem. — ele diz.
Pego a caixinha e abro e para minha surpresa não é uma jóia e sim a chave de um carro.
— Papai! — digo e ele sorri.
— Mas só vão dirigir depois de tirar carteira de motorista.
— Obrigada papai. — digo o abraçando.
Aproveitamos e restante do dia com a família e ao final da tarde nos despedimos deles e vamos para a outra parte do aniversário, que é ir para a bendita balada.
Vou precisar de sorte...
Sou Anna Cecília, uma das gêmeas Alencar. Minha irmã Anna Clara e eu somos as filhas do meio. Meus pais ficaram grávidos apenas três vezes, mas isso os rendeu sete filhos, minha mãe é muito fértil e só teve gravidezes múltiplas.
Minha irmã Clara e eu estamos fazendo dezoito anos hoje e finalmente meu pai vai nos deixar ir à uma balada, como ele mesmo prometeu que só nos deixaria ir aos dezoito, então hoje é o dia de ele cumprir sua promessa.
Tive que convencer Clara a vir também, pois eu queria viver essa experiência com ela. Minha irmã não gosta muito dessas coisas, a praia dela é mais os livros, as pinturas, mas ela tem que ir comigo e como ela é incrível disse sim para mim.
Termino de passar o batom vermelho e estou pronta.
Estou usando um vestido preto que fica até a metade das minhas coxas e bem colado no corpo, nos pés um salto da mesma cor e também uma bolsinha preta.
— Eita! Esse vestido não está muito curto não Anna Cecília? — meu pai pergunta.
— O senhor acha?
— Acho!
— Oh papai, mas é tão lindo. — ele nega com a cabeça.
— Tudo culpa da sua mãe você ser assim!
— Minha?! Sempre coloca a culpa em mim. — minha mãe exclama.
— Elas são suas cópias, as cinco.
— Está linda filha. — minha mãe diz olhando para mim.
— Estou dizendo! — meu pai diz e minha mãe cai na risada, ele não se aguenta e sorri também.
— Essa está perfeita! — meu pai exclama olhando para Clara que está usando um short jeans desfiado, com uma camiseta preta e jaqueta de couro da mesma cor por cima.
— Mas o short é curto papai! — digo.
— Mas é um short! Capaz de você se mexer e mostrar o que não deve com esse vestido!
— Vamos?! — Luiza surge com um vestido tão curto quanto o meu.
— Essa aí é outra! — meu pai diz e Luíza sorri.
— Olha juízo viu, nada de sair da balada com ninguém, não vão ficar bêbadas e cuidem dos seus copos.
— Pode deixar papai. — digo.
— Cuide delas Lucas. — meu pai diz.
— Pode deixar.
Laura, Gabriel, Ruan e Luiza vão em um carro e Letícia, Lucas, Clara e eu vamos em outro e somos seguidos por dois carros da segurança.
Chegamos na balada e pegamos as pulseiras e vamos direto para a pista vip.
Pegamos uma mesa e nos sentamos, mas eu não vim aqui para ficar sentada, vim para dançar e me divertir.
— Eu vou dançar! — anuncio e minhas irmãs assentem.
Começo a dançar no ritmo da música e deixo-me levar pela batida, fecho meus olhos e passo as mãos pelo corpo, eu amo dançar, me acalma.
Quando abro meus olhos, observo um homem me olhando, muito bonito, mas nitidamente bem mais velho que eu.
Nunca fiquei com um cara mais velho, mas deve ser muito melhor um homem de verdade do que um moleque como eu peguei. Meu pai bem falou que meu ex não prestava e eu não sei como, mas ele sempre está certo.
Eu tive minha primeira vez com ele, aos dezessete, faz alguns meses apenas e o infeliz gravou, segundo ele era apenas para ele, mas acabou vazando e muitas pessoas da escola viram e foi um inferno.
Meu pai foi até lá e disse que ia colocar ele na cadeia, mas pela a mãe dele que pediu muito, meu pai desistiu, mas fez ele apagar o vídeo e também da nuvem e ainda quebrou o celular dele.
Infelizmente tive que mudar de escola, pois estava tendo que aguentar muitos comentários horríveis dos meninos e o olhar de julgamento das meninas, sendo que muitas delas já deram tanto que perderam as contas de para quantos.
Mudei de escola, meu pai conseguiu tirar o vídeo de circulação e eu sofri, chorei, senti vergonha, me senti a pior pessoa do mundo, mas estou aqui de pé e depois desse dia não fiquei com mais ninguém, nem beijar eu beijei.
Troco olhares com ele que continua olhando para mim.
Ele está acompanhado de outro homem que fala algo para ele e ele nega com a cabeça, mas não deixa de olhar para mim.
— Ceci?! — a voz me faz estremecer no lugar. — Que surpresa. — viro de costas e começo a fazer meu caminho de volta para a mesa, mas ele segura meu braço me fazendo virar para ele.
— Não me toque. — digo olhando para sua mão segurando meu braço.
— Desculpa. Como você está?
— Não é da sua conta!
— Calma, eu juro que não tive culpa Ceci, só queria ter uma lembrança daquele dia.
— Lembranças a gente guarda na memória e não em uma gravação!
— Não era pra ter vazado, eu juro! Era só pra mim e não fui eu quem vazei o vídeo.
— Tanto faz! Todo mundo já viu mesmo! Já viram tudo! Não me importo mais.
— Me perdoa, eu não parei de pensar em você um dia.
— Pois deveria. — digo virando as costas, mas ele me puxa outra vez. — Não me toque! — digo alterada.
Sinto meu coração acelerar, a garganta seca, suor frio e minhas mãos começam a tremer, meu peito começa a apertar e falta de ar chega.
Crise de ansiedade!
Isso foi o que esse cretino me deu.
— Vamos conversar? — nego com a cabeça e vou correndo para o banheiro.
Passo pelo homem que estava olhando para mim e nossos olhos se cruzam por um breve momento.
Entro no banheiro e fecho a porta atrás de mim e tento me acalmar, respiro fundo e aos poucos vai passando.
Quando finalmente saio do banheiro, o homem que estava me olhando antes está parado na porta.
— Tudo bem aqui?
— Sim.
— Para você. — ele diz me entregando um copo d'água.
— Não obrigada.
— É só água.
— Meu pai diz para não aceitar bebida de estranhos.
— Seu pai está certo, mas é só água moça. — ele diz tirando o lacre do copo e bebendo um gole. — Pronto, pode beber agora. — ele me diz entregando o copo.
— Obrigada.
— Você está bem?
— Sim. — digo e bebo um gole da água.
— Aquele rapaz estava te incomodando?
— Ex namorado.
— Hum... Ex são complicados.
— O senhor deve ter muitas ex não é?
— Algumas...
— Hum...
— Você tem idade pra estar aqui?
— Estou fazendo dezoito hoje. — ele levanta as sobrancelhas.
— Entendi. Você precisa de alguma coisa? Quer que eu te leve pra casa?
— Não precisa não, estou com minhas irmãs, obrigada.
— Entendi.
— Anna Cecília. — digo estendendo a mão para ele.
— Alessandro Santorinni.
— Do escritório Santorinni de advocacia?
— Exatamente.
Interessante, ele é um dos donos do escritório Santorinni, o grande concorrente do escritório Alencar, no caso, o escritório da minha família, mas ele não precisa saber disso.
Ainda bem que eu não disse meu sobrenome para ele!
— Eu vou começar a estudar direito agora.
— É mesmo?
— Sim.
— Com licença? — uma moça pede, já que nós dois estamos barrando a porta do banheiro.
— Ah, desculpa! — digo. — Vem doutor. — digo e ele sorri.
Não sei porque, mas estar perto dele me acalmou rapidamente.
Ele coloca a mão na base das minhas costas e me conduz até uma mesa reservada, não vejo nem sinal do homem que estava com ele.
— Senta. — ele diz puxando a cadeira pra mim.
— Obrigada.
— Quer beber algo? Você tem mesmo dezoito não é?
— Sim, estou fazendo hoje.
— Ok. Quer beber algo?
— Eu nunca bebi, na verdade essa é a primeira vez que venho à uma balada, antes disso meu pai não deixava.
— Entendi.
— Tem algo que não seja alcoólico?
— Tem sim. Aqui ficam os drinks sem álcool. — ele diz me mostrando no cardápio.
— Vou pedir um desses então.
— Ótimo. — ele diz chamando o garçom.
— Pois não. — o garçom diz.
— Um Whisky. — ele diz.
— E a senhorita?
— Um drink de morango.
— Ok. — ele diz saindo.
Alessandro olha para mim e sorri, ele é um homem muito elegante, educado, além de bonito e muito atraente.
O garçom logo volta com nossas bebidas.
— Obrigada. — agradeço ao garçom que assente e eu provo meu drink, que é muito gostoso.
— Obrigado. — Alessandro agradece.
Ficamos em silêncio, mas não um silêncio incômodo, ele me olha nega com a cabeça e sorri.
Nesse momento Clara passa, ela parece estar procurando alguém, acredito que seja eu, já que eu tenho uma grande capacidade de fugir dos seguranças.
Alessandro olha dela para mim surpreso.
— Acho que minha visão está duplicada e nem bebi tanto assim. — ele diz. — Ela é igual a você.
— Ela é!
— Te aconselho a perguntar para seus pais se um deles por acaso não tem uma filha perdida por aí. — sorrio.
— Meus pais sabem da existência dela.
— Sabem? — ele pergunta levantando as sobrancelhas.
— Sim, ela é minha irmã gêmea.
— Tá explicado! Vocês são idênticas.
— Somos.
— Não quer avisar a ela que está aqui? Ela parece estar procurando alguém e creio que seja você.
— Vou mandar uma mensagem.
Tiro meu celular da bolsa e digito a mensagem.
Eu: Estou bem, vi o embuste, tive uma crise de ansiedade, corri para o banheiro e quando sai tinha um deus grego me esperando na porta do banheiro com um copo d'água.
Clara: Por Deus Anna Cecília! Pensei que você tinha saído daqui com alguém. Nossas irmãs estão preocupadas e caso não se lembre, duas delas estão grávidas.
Eu: Diz a elas que estou nas mesas do lado esquerdo, as reservadas e que estou alguém, ele parece ser um cara legal.
Clara: Parece?
Eu: Sim, ele é mais velho, sabe qual o nome dele?
Clara: Não!
Eu: Alessandro Santorinni!
Clara: Do escritório concorrente do nosso?
Eu: Exatamente!
Clara: Ficou doida? O papai vai te matar.
Eu: Ele me ajudou, foi tão gentil.
Clara: Sabe que ele e o papai já se enfrentaram no tribunal e o papai ganhou não sabe?
Eu: Eu sei! Mas ele é tão gato!
Clara: Tá pensando em ficar com ele?
Eu: Não vou mentir que eu queria ao menos um beijo, ele tem a maior cara de quem beija bem e nada melhor do que um pouco de tesão para me aliviar da tensão da crise de ansiedade.
Clara: Você é doida!
Eu: Eu sou! Mas disso você já sabe.
Clara: Juízo.
Eu: Eu tenho! Diz pras trigêmeas que estou bem.
Clara: Lembra do que papai falou, não é pra sair com ninguém.
Eu: Eu não vou.
Clara: Ok.
— Pronto, avisei pra ela que estou bem.
— Então você tem uma irmã gêmea?
— Tenho.
— Não é estranho ter alguém igual a você por aí?
— Não.
Ele olha para o relógio, acho que deve querer ir para casa, mas não quer me dispensar.
— Você já tem que ir?
— Na verdade sim, tenho um compromisso inadiável amanhã cedo.
— Hum... Mas amanhã é sábado.
— Sim.
— Então tudo bem doutor, foi um prazer te conhecer e muito obrigada por ter me ajudado.
— Imagina, foi um prazer lhe conhecer também.
Ele se levanta e me dá a mão para me ajudar a levantar.
— Pode deixar que eu pago sua bebida. — ele diz.
— Obrigada doutor. — digo me aproximando dele que abaixa a cabeça para olhar para mim.
Fico na ponta dos pés e enlaço seu pescoço e o beijo, a princípio ele não corresponde, pois não estava esperando que eu fizesse isso, mas logo ele abre a boca e toma a minha com vontade, suas mãos vão para minha cintura e ele aperta com força.
Ele me puxa para mais perto de seu corpo e sinto sua ereção contra minha barriga e gemo em sua boca.
Bem que eu queria sentir esse p*u dentro de mim, mas é melhor não, ele e meu pai não se gostam.
— Até qualquer dia doutor. — digo encerrando o beijo e saio sem olhar para trás.
Que homem meu Deus!
Que pegada!
Que beijo!
Me deu até calor...
...Anna Clara...
Termino de me arrumar para a bendita balada, por minha vontade eu não iria, nunca fui a uma, mas tenho a leve impressão que não vou gostar, pois prefiro estar no meu quartinho lendo um bom livro ou pintando uma das minhas telas.
Passo um batom vermelho, já que é a noite, mas é somente isso que estou usando de maquiagem.
E a roupa escolhida foi um short jeans azul claro curtinho, desfiado nas pernas, uma camiseta preta por dentro do short, uma jaqueta de couro da mesma cor da camiseta por cima e uma botinha também preta.
Chegamos na balada e Cecília trata logo de ir dançar.
Eu me sento na mesa junto com minhas irmãs e os namorados delas, Laura e Letícia estão grávidas. Laura de um bebê só, que ainda não sabemos o sexo e só descobriremos no dia do casamento dela, que também será seu aniversário, ela vai casar junto com Luíza. Letícia está grávida de gêmeas, ela já sabe o sexo das bebês, pois descobriu a gravidez com dezoito semanas.
As duas descobriram as gravidezes recentemente. Todos nós estamos muito felizes com as gravidezes delas, pois teremos bebês em casa. Os últimos foram os trigêmeos da tia Bella que já estão com quase dois anos.
— Cecília está demorando muito. — Laura diz.
Nesse momento vemos o ex dela passando por nós, ele olha para mim e desvia o olhar, pois ele sabe muito bem diferenciar nós duas.
— Vocês viram quem está aqui? — pergunto.
— Vi. — Luíza diz.
— Eu vou procurar ela. — Letícia diz.
— Pode deixar que eu vou. — digo.
Saio procurando minha irmã, mas não a encontro em lugar nenhum.
Acabo esbarrando em alguém e quando olho para ver quem é me deparo com Pedro, o ex da Ceci.
— Oi Clara.
— Não me dirija à palavra.
— Calma Clara, não tem que ficar com raiva de mim, eu juro que não tive nada haver com o que aconteceu com sua irmã.
— Você é o principal culpado, não deveria ter gravado minha irmã seu otário!
— Eu juro que o vídeo era só para mim.
— Nada que você me diga vai fazer com que eu acredite em você e nem vai diminuir minha raiva, saiba que ela é minha outra metade e tudo que fizer com ela também está fazendo comigo.
— Eu juro que não tive a intenção.
— Tanto faz! Eu não quero mais saber de papo com você.
Dou as costas para ele e continuo procurando minha irmã. Estou com tanta raiva que estou sentindo vontade de apertar o pescoço desse embuste.
Continuo procurando minha irmã e nada de encontrá-la, até que meu celular vibra dentro da bolsa, pego para ver quem é, e é uma mensagem da minha gêmea.
Cecília: Estou bem, vi o embuste, tive uma crise de ansiedade, corri para o banheiro e quando sai tinha um deus grego me esperando na porta do banheiro com um copo d'água.
Eu: Por Deus Anna Cecília! Pensei que você tinha saído daqui com alguém. Nossas irmãs estão preocupadas e caso não se lembre, duas delas estão grávidas.
Cecília: Diz a elas que estou nas mesas do lado esquerdo, as reservadas e que estou alguém, ele parece ser um cara legal.
Eu: Parece?
Cecília: Sim, ele é mais velho, sabe qual o nome dele?
Eu: Não!
Cecília: Alessandro Santorinni!
Eu: Do escritório concorrente do nosso?
Cecília: Exatamente!
Eu: Ficou doida? O papai vai te matar.
Cecília: Ele me ajudou, foi tão gentil.
Eu: Sabe que ele e o papai já se enfrentaram no tribunal e o papai ganhou não sabe?
Cecília: Eu sei! Mas ele é tão gato!
Eu: Tá pensando em ficar com ele?
Cecília: Não vou mentir que eu queria ao menos um beijo, ele tem a maior cara de quem beija bem e nada melhor do que um pouco de tesão para me aliviar da tensão da crise de ansiedade.
Eu: Você é doida!
Cecília: Eu sou! Mas disso você já sabe.
Eu: Juízo.
Cecília: Eu tenho! Diz pras trigêmeas que estou bem.
Eu: Lembra do que papai falou, não é pra sair com ninguém.
Cecília: Eu não vou.
Eu: Ok.
Isso não vai prestar, meu pai e o Santorinni tem uma reixa de muitos anos, já se enfrentaram algumas vezes no tribunal e meu pai nunca perdeu um caso para ele. Acho que meu pai e ele são os melhores criminalistas do estado, Ruan está se encaminhando para ser o terceiro, meu primo e namorado da minha irmã é muito bom no que faz.
Ando distraída voltando para nossa mesa e esbarro novamente em alguém, mas para a minha surpresa não é o embuste e sim o dono dos meus pensamentos e meu pior pesadelo, Théo.
— Oi, minha loirinha, estava te procurando minha bebê.
— Está me seguindo Théo?
— Estou, não posso negar, não resisti de saber que você vinha para uma balada sozinha sem minha companhia para te proteger meu amor.
— E desde quando preciso da sua proteção?! E eu não vim sozinha, vim com minhas irmãs e os namorados delas.
— Vai dizer que minha companhia não é melhor Anna?
— Você não desiste, não é?
— De você? Nunca. Eu nunca vou desistir de você Anna, eu amo você demais para desistir.
Espera! Ele disse que me ama?
Ele. Disse. Que. Me. Ama?
— Você o quê?!
— Eu amo você demais para desistir.
— Théo! Não diga essas coisas.
— Digo! Porque é verdade, eu amo você loirinha, me dá uma chance vai, fica comigo? Eu te prometo que não vou te decepcionar, te prometo ser o melhor namorado desse mundo.
— E nossos pais?
— Meus pais são de boa, minha mãe principalmente, sabe que dona Paloma é incrível.
— Eu sei, mas e meu pai e o seu?
— Seu pai aceitou a Luíza e Ruan, porque não vai aceitar nos dois? Se quiser eu falo com ele, eu só não quero ter que ficar longe de você Anna.
— Tem noção do que está falando?
— Tenho, eu quero você, fica comigo vai? Vamos sair daqui, ir para um lugar mais reservado para nós conversarmos.
— Não posso, vim com minhas irmãs.
— Vamos falar para elas que você vai comigo, depois eu te deixo em casa.
— E o meu pai?
— Se quiser, falo com ele hoje ainda.
— Não!
— Ok, como quiser, só vamos comigo.
— Vou avisar as minhas irmãs por mensagem.
— Ok.
Tiro meu celular da bolsa e mando uma mensagem para nosso grupo, onde tem apenas nós cinco.
Eu: Encontrei a Ceci, ela está conversando com um boy.
Laura: Qual boy?
Eu: Pergunta pra ela, quando chegar aí, é babado.
Laura: Cecília puxou a Luíza, é fogo no rabo.
Eu: kkkkkkkk
Eu: Encontrei com o Théo e estou saindo com ele para dar uma volta, depois ele me leva para casa.
Laura: Vocês estão juntos?
Luíza: Estão?
Letícia: Estão?
Eu: Não! Só vamos dar uma volta.
Laura: Hum... Juízo viu.
Letícia: Se cuida.
Luíza: Use camisinha!
*Eu: Eu não vou tr*nsar! Sou virgem ainda e não tenho pretensões de perder hoje e nem com o Théo*.
Laura: Ok, se cuida.
Eu: Pode deixar.
— Pronto! Podemos ir. — ele não se contém e me dá um selinho.
— Aqui não! Quer parar nas páginas de fofoca?
— Eu não me importo.
— Vamos!
Théo me leva até o estacionamento onde está seu carro, abre a porta para mim e logo nós saímos da boate.
— Aonde vamos?
— Para o meu apartamento. — ele diz com naturalidade.
— Nem pense que vamos fazer outras coisas.
— Não estou pensando, te chamei para conversar e é isso que vamos fazer.
— Muito bem. — ele pega minha mão e dá um beijo.
— Amo você Anna.
Logo que chegamos ao seu apartamento, ele estaciona o carro e abre a porta para mim.
Subimos até seu andar onde ele abre a porta para mim.
— Bem vinda. — ele diz quando entro.
— Obrigada.
— Quer beber alguma coisa?
— Água.
— Ok. — ele deixa o celular, a carteira e as chaves em cima da mesinha do centro e vai até a cozinha.
Eu sento no sofá e dou uma olhada em volta, e tudo está muito bem organizado, Théo não gosta de bagunça. O apartamento é muito bonito, mas de longe se vê que é um apartamento masculino por causa da decoração.
Mal ele vai para cozinha e seu celular começa a tocar, não resisto a curiosidade e olho para tela, onde aparece uma mulher muito bonita. Óbvio que ele não passa o final de semana sozinho, óbvio que ele tem suas f*das de final de semana.
— Sua água amor. — ele me entrega o copo e olha para o celular e depois olha para mim.
— Atende, não se incomode comigo.
— Não vou atender. — ele diz desligando o celular.
— Atende, vai acabar perdendo sua f*da.
— Eu não quero f*der com ninguém Anna.
— Pois deveria, comigo você não vai ter nada. — digo e o celular volta a tocar. — Atende essa porcaria Théo! — digo indo para a varanda.
...Théo...
Anna vai até a varando e vejo que ela está chateada, tomara que seja ciúme. Ela não dá o braço a torcer de forma alguma, ela é bem decidida e forte, mas no momento não está conseguindo disfarçar muito bem o seu ciúme.
Desligo meu celular e vou até a varanda e a abraço por trás e beijo seu pescoço.
— Não fica com ciúme não loirinha.
— Não estou.
— Está sim amor, mas não precisa, eu sempre quis você e só não estou como você ainda porque você tem medo.
— Não vou ficar com você com todas essas mulheres te ligando.
— Se eu trocar de número, você fica comigo?
— Não! Pode me levar pra casa?
— Posso sim, meu amor, a hora que você quiser.
— Quero ir agora.
— Antes de te levar eu vou te beijar loirinha.
Sem esperar que ela diga algo a beijo e a sinto amolecer em meus braços, a loirinha não dá o braço a torcer, mas gosta de mim também.
— Que beijo gostoso Anna, você pode até querer negar, mas nós somos ótimos juntos.
— Você não desiste, não é Tetéo? — reviro os olhos, sempre odiei esse apelido.
— Não desisto e não me chame assim.
— Chamo sim!
— Eu deixo só porque é você.
— Tá, agora me leva pra casa?
— Fica só mais um pouco, vamos beber um vinho?
— Quer me deixar bêbada?
— Eu nunca bebi na vida.
— Só uma taça.
— Tá! E depois me leva para casa.
— Como você quiser loirinha.
Termino minha noite conversando com minha loirinha e bebendo um bom vinho, que ela gostou bastante.
Anna até tenta disfarçar, mas sei que ela sente o mesmo por mim, é só questão de tempo até ela parar de lutar contra seus sentimentos e se entregar de vez ao que sente.
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