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Eclipse- A Profecia

Melinda

Passado

Me vejo com 10 anos, sozinha, não sei para onde devo ir ou o que fazer da minha vida. Todos aqueles que eu conhecia viraram as costas para mim, mas sabe eu os entendo de um certo modo se nem minha propia loba me quis porque minha alcateia iria querer.

Não que eu saiba de muita coisa sobre a minha vida, mas o pouco que eu sei é o que me contaram antes de tudo acontecer, que eu nasci numa eclipse chamada de eclipse sangue de lobo e após o meu nascimento nenhuma mulher de nossa alcateia estavam conseguindo engravidar e jogaram a culpa naquela pequena bebê. — Sim, isso mesmo que entenderam, não sei dizer se a Deusa da lua estava nos punindo, mas o que eu tinha haver com isso ?

No país que moramos somos dividos em 5 alcateias: Lua Negra pertence ao Supremo Alfa de todas as alacateias abaixo, todos de sua família são altamente grandes e fortes e imortais.

Logo abaixo deles se encontra o Guardiões da Lua conhecido por suas altas capacidades de luta, como o nome já diz eles são ótimos guardiões.

Um pouco mais abaixo se encontra Garra da Lua, eles altamente habilidosos na parte de criação, desde jardinagem a construção civis.

Depois deles se encontra os Vale da Lua, além de muito sábios são os médicos, os cuidadores.

A abaixo de todos a minha antiga alcateia a Lua Cheia conhecidos como ótimos farejadores.

Na nossa alcateia, Lua Cheia normalmente após o nascimentos dos bebes os pais da criança e a familia do alfa consegue sentir o lobo inteiror de cada criança mas na minha vez não foi isso que aconteceu. As velhas fofoqueiras me contaram uma vez o que aconteceu naquele trágico dia e isso é a unica coisa que eu sei.

Todos estavam preocupados pela a bebê que estava prestes a vir pro mundo, bebes que nascem em luas sempre havia um significado para a história dos lobos, nascimentos em uma lua sempre é dado pela Deusa da lua algum dom especial, como: força e agilidade para futuros soldados da alcateia, genorisade para cuidadores, especiarias para medicos etc, mas nascer em uma eclipse era sempre algo grandioso normamelnte só filhos de alfa supremos tinha a abenção da Deusa da lua de nascer em uma, mas dessa vez ninguém entendia o que estava acontcendo como uma filha de um simples soldado omega estaria nascendo em uma das eclipse mais raras, para os lobos existe duas eclipse considerada raras e prigosas a Eclipse Sansgue de Lobo que foi a que nasci e a Eclipse Lua Azul já essa brilha como um diamante dizem que o nosso Alfa Supremo nasceu em tal eclipse.

O alfa Delta Omen chegou na casa de Cirrus e Stela Void (meus pais ), ao adentrar ja começou a achar estranho pois não sentia cheiro de lobo novo no ar, então pensou que era por ser uma loba muito fraca por isso o pouco cheiro.

Ele se tranformou em sua forma de lobo, com a bebê deitada em seu ninho ele pega a sua unha e faz um pequeno corte na sola do pezinho da criança que dá grito ardente mostrando que pelo menos tem fortes pulmões, aquela pequena gota e colocada em sua boca. — Nada,exatamente nada é sentido pelo alfa, ele apenas volta em sua forma humana, sem falar exatamente nada. — Talvez nem mesmo o alfa tem noção do que estava acontecendo em sua alcateia. — Penso comigo.

Antes que ele saia pela porta de casa meu pai o para. — Alfa diga nos, pela Deusa da lua como será a loba de minha filha? — pergunta meu pai aflito para o seu alfa.

Elas dizem que ele apenas se virou e falou:

— Diferentes de todos os outros eu não consigo sentir a presença de sua loba, ou sua filha terá uma loba especial e forte o suficiente para ir contra mim, ou a mãe lua está a punindo e ela não nasceu com uma.

— Cirrus eu espero que esteja ciente que na nossa alcateia não podemos viver com uma humana no nosso meio, então se até os 7 anos de idade sua loba não aparecer aos 10 anos sua filha terá que deixar Lua Cheia e seguira sua vida com o povo de sua espécies e será renegada por todos nós, estamos entendidos? — Mesmo com os olhos em lágrimas dizem que Cirrus apenas balançou a cabeça em concordância. — Então ele simplesmente virou as costas e foi embora.

Dizem que Cirrus meu pai colocou a mão em sua cabeça implorando para a Deusa da Lua que até os 7 anos desse a loba da filha. — Uma lágrima cai do meu olho por lembrar das velhas fofoqueiras da alcateia.

Apartir daquele momento até os meus 7 anos de idade fui tratado com amor por todos, mas no meu aniversário de 7 anos quando na presença do alfa e de toda a minha alcateia minha loba não apareceu mesmo sendo lua cheia, todos começaram a me tratar diferente, sem amor, sem carinho como se eu fosse uma verdeira aberração, e cada dia eu me via mais sozinha e exluida de todos. — Eu entendia que aquele seria meu futuro e eu teria quem enfrentar o meu futuro sozinha.

Então desde muito pequena eu comecei a me virar como podia, aprendi acender o fogo, a pesca e até mesmo usar umas ervas medicinais para caso um dia me machucasse. — Meu trabalho era arduoso porque eu nem mesmo sabia o que o futuro poderia estar aguardando por mim.

Os anos passaram mais rápido do que eu gostaria e estava cada dia mais perto daquele fim.

No meu aniversário de 10 anos todos se reuniram novamente no campo aberto da alcateia, o alfa virou para mim e disse em alto e bom som. — Essa é a sua última chance Melinda nos mostre sua loba e nós permiteremos que continue vivendo em nosso meio esconda sua loba e será rejeitada por toda nossa alcateia.

Lembro-me que fiz de tudo para que ela aparecece. — Eu gritei para que ela viesse, forcei o meu corpo, corri o mais rápido que minhas pernas me permitiam mais nada resolveu, não aconteceu nada, nadinha de nada e com o olhar de todos sobre mim, eu implorei para que a Deusa da lua me desse minha loba mas nem isso funcionou.

Então minha mãe veio até mim e me entregou uma mochila com roupas e alguns alimentos e com os olhos cheios de lagrimas me da um beijo em minha testa e sussura em meu ouvido. — Eu te amo meu amor nunca se esqueça disso. — O meu pai observa toda a cena sem falar nada, e com lagrimas em meus olhos viro para a lua e para a familia do alfa para que todos escutem em alto e bom som.

— Rezem e orem para a Mãe Lua e faça com que ela nunca me de minha loba, e que aquela maldita eclipse da qual eu nasci seja apenas uma Eclipse qualquer e que não haja um signifcado para tudo isso, pois se um dia, se um dia minha loba vir a tona e se vocês precisarem de mim para qualquer coisa, lembre-se desse momento o momento que eu Melinda Acrasia me torno apenas Melinda a rejeitada pela alcateia então se algum dia eu tiver que escolher entre escolher um vampiro para viver entre vocês ou a Deusa da lua você ja sabem quem eu escolherei, não é mesmo? — Viro — me de costas e começo a correr em direção a mata, ando e corro tanto que nem eu mesma sei aonde eu estou, sinto as primeiras goticulas de chuva baterem em meu rosto e junto a chuva as lagrimas acompanham. Olhando para o céu onde vejo a lua coberta pelas as nuvens pergunto para ela.

— Me diga o porquê ? Me fale o porquê me escolheu? Me diga algo, porque eu não me lembro de ter feito algo para ser punida assim, cadê ? Me diga, cadê minha loba? — Tudo bem, se é para ser assim eu irei aceitar o meu destino, mas nunca precise de mim, pois nesse dia eu virarei as costas para você do mesmo jeito que você virou para mim a vida toda.

Lembro-me que em algumas noites eu ainda implorava para a Deusa da Lua.

— Deusa da lua, por favor, me dê minha loba o que eu te fiz para estar sendo punida desse jeito? Eu tenho apenas 10 anos, o que eu te fiz para me odiar tanto ? Por favor, me conceda minha loba, por favor.

Naquela noite foi dormir mais uma vez com o estômago roncando por fome, lágrimas em meus olhos e o corpo gélido pelo frio, e apartir daquele momento eu deixei para trás tudo o que minha vida um dia foi e jamais olharia para o meu passado novamente.

E hoje eu sou apenas conhecida pelas pessoas a minha volta como Melinda a Nomade. Eu não tenho uma casa para chamar de minha, sempre que alguém desconfia de qualquer coisa sobre minha antiga vida eu fugo, como se eu fosse culpada de algo.

Fiquei sabendo pelo uma amiga que existe uma alcateia que não se importa se somos, lobos, vampiros , humanos ou qualquer sobrenatural, que eles nos permitem viver uma vida de verdade, uma vida digna.

Então aqui estou eu mais uma vez arrumando as poucas roupas que tenho dentro de uma mochila pronta para mais uma aventura ou não.

Noam

Noam Arescco

 

 

Eu sou o Alfa Supremo da alcateia central Lua Negra diferentes de outras alcateias aqui não se vive

apenas lobos mas também vampiros e humanos sou respeitado e amado por toda a minha alcateia, temido por meus inimigos de espécies diferentes. Eu  conseguiu criar um lugar onde todo o sobrenatural

consegue viver livremente sem temer os caçadores, ou humanos a nossa volta, aqui todos são bem vindos, humanos vivem em nosso meio sem nem saber o que

acontece em sua volta, os vampiros que aqui vivem e sabem que a única regra é não serem descobertos pelos humanos. E aqui sempre foi e sempre será assim, enquanto eu estiver vivo manterei a paz entre todos.

 

Dizem que eu nasci na eclipse lua azul, conhecida como uma super lua brilhante, todos acreditavam que com uma lua tão poderosa só benção poderia ser dado de presentes e realmente muita parte foi assim a Deusa da Lua me deu habilidades que poucos ou melhor quase ninguém ganharia, ela me deu força, velocidade, inteligência me deu um lobo preto de olhos vermelhos e bem grande, tanto a minha forma em humano quanto a forma de lobo chama atenção por onde passa eu não tenho apanhas um lobo tenho um lobisomem dentro de mim também mas esse eu mal consigo controlar mas nem tudo são flores já faz 178 anos e eu nunca encontrei a minha luna.

 

Confesso que a procurei por 5 seculos me guardando para ela mas a desiste de encontrar e talvez era para ser assim desde o começo, então fechei o meu coração para o amor e só deitam em minha cama para me satisfazerem principalmente em dia de lua cheia.

 

O que me cansa são os mais velhos da alcateia dizendo que eu tenho que me casar pois um Alfa necessita de filhos. — Tenho vontade de arrancar suas línguas sempre que me infernizam com isso.

 

Já as anciãs dizem sobre uma profecia onde a maior eclipse sangue de lobo já vista, acontecerá e a mulher nascida neste dia, uma espécie rara de lobo surgirá, a profecia diz que seu coração foi quebrado e que com as mágoas se ela não encontrar seu companheiro, do mesmo jeito que surgiu ela morrerá mas antes disso ela queimará tudo o que estiver ao seu alcance.

 

A pergunta é quem será essa mulher que todos os anciões temem ? Será que ela é a minha prometida ? A minha Luna ? Ninguém sabe quem ela é e me pergunto como eu saberei ?

Essas perguntas rodam minha cabeça, que chega a latejar mas eu não irei me apegar a isso, eu já desisti de encontrá-la e não vou me machucar e nem machucar Vadon ( meu lobo ) não posso me dar o luxo de ter falsas esperanças novamente.

Ao longo dos anos a nossa alcateia cresceu bastante por eu ter aceitado todos os sobrenaturais em um só lugar, tanto os lucros da cidade em si, sim cidade, o no começo era só uma vila se expandiu tanto que hoje somos uma cidade para o mundo sobrenatural somos conhecidos como Lua Negra e pelos humanos é conhecido como Máville.

Sou o Alfa Supremo de 5 alacateia a minha própria matilha e cada matilha em nossa alcateia vem da linhagem mais pura os Lycans sendo 70% lobo e 30% humanos podemos nos transformar a hora que quiser tanto em lobo quanto em humano, eu sou o único que nasceu com um crinos em mim, talvez essa tenha sido a maldição que a Deusa me deu, os crinos são acabeça de lobo, corpo de homem até os joelhos, não são maiores que os lycans. Sua transformação só depende da lua cheia, ficando na forma de monstro até mesmo durante o dia no ciclo da lua cheia. Eles são 50% lobo e 50% humano e são e controláveis, matam tudo que estiver ao seu alcance, tanto humano quanto sobrenatural.

As outras matilhas dentro de minha alcateia são Guardiões da lua, Garras da lua, Vale da Lua e a última mas não menos importante Lua Cheia, cada matilha tem seu próprio alfa e a cima de de todos os alfa sou eu.

Saio de meus pensamentos quando vejo Gael entrando no meu escritório com cara de poucos amigos, esse realmente precisa encontrar sua Luna logo pois sua carta tá está sendo difícil de aturar.

— O que aconteceu agora ? — Minha pergunta sai mais ríspida do que eu previa.

— Fiquei sabendo que chegou umas humanas novas que estão atrás de serviço e de um lugar para se viver.

— E o que isso tem de tão diferente para ser reportado a mim ? — Eles realmente não sabe fazer nada sozinhos não é possível.

— A ruiva disse que sua única exigência é que quer uma casa no bosque mas que não precisa ser muito longe da cidade. — Eu o olho confuso.

— É bem estranho isso, fique de olho nelas. Não conseguiu sentir nenhum cheiro ?

— Não mas é bem possível que seus cheiros estejam camuflados.

— Fique pessoalmente na cola delas, uma hora ou outra elas vacilam.

Mais essa que me faltava, era perigoso demais deixar humanos na floresta principalmente em dia de lua cheia eu não sou um lobo comum ou melhor até sou mais minha terceira parte é uma besta ou melhor um crinos — Crinos é 15% homem 35% lobo e 50% lobisomem incontrolável e eu nunca consigo saber o que aconteceu no outro dia, por isso em dia de lua cheia é o única dia que pedimos que humanos não saiam de sua casa pois o perigo é eminente.

E a próxima lua está de aproximando e dessa vez será mais intenso já que na última lua o céu não estava limpo e a lua havia ficado mais escondida do que aparente e não conseguimos estrvassar tanto como gostaríamos.

Vou para o banho tentar tirar o cansaço que se instalou em meu corpo, a janela do banheiro está aberta e como a sentir um cheiro diferente no ar é uma mistura maravilhosa de baunilha com canela, sinto Vadon começar a ficar agitado dentro de mim mas tento acalma-lo, fecho as janelas e coloco uma roupa confortável deito na cama e apago.

Sonhos on:

Era lua cheia, a menina está de joelhos no meio do bosque olhando para a lua cheia, consigo ouvir seus batimentos cardíacos acelarados, ela leva as mãos até sua cabeça e berra com a Deusa da lua — Por favor, por favor, me dê minha loba, eu estou cansada de sofrer, o que eu fiz para você Deusa, me diz, por favor. — Era o que ela falava repetidamente, porém sem resposta da Deusa seus olhos ficaram vermelhos e fogo começou a queimar tudo por onde ela olhava.

Sonhos off:

Acordo assustado, suando frio e sem saber ao certo o que está acontecendo, passo a mão pelo meu rosto, nunca tive um sonho que parecece tão real, quem é aquela mulher ? E porque ela implorava tanto para a Deusa? — Me levanto, ainda perdido e decido ir para a cozinha tomar uma água.

— Que milagre encontrar você sem sono, o que acontece? — Pergunta Ava minha irmã mais nova.

— Eu não sei ao certo mas eu sonhei com uma mulher. — Digo realmente confuso.

— Será que finalmente vai encontrar sua prometida ?

— Eu espero que não. — Ela não fez questão de vir até hoje porque eu me importaria agora ?

— Você já pensou na hipótese de que ela não era nascida ainda ? — Ava diz me encarando.

— Não é possível, não pode ser !! — Coloco as mãos na cabeça tentando me controlar.

Melinda

Hoje tenho 19 anos isso mesmo e minha loba nunca surgiu, teve noites que eu implorei para a Deusa mas ela não me ouviu e nunca veio a mim.

Passei noites e mais noites no meio da floresta, caçava o que conseguia e comia o que dava, encontrei uma caverna onde pelo menos conseguia me esconder da chuva, aos poucos comecei a ir para algumas vilas e conseguia ganhar umas esmolas que aos poucos eu consegui deixar a caverna pelo menos um pouco mais confortável.

Aos 15 anos consegui chegar na vila Máladorm onde eu consegui um trabalho servindo mesas e limpando o chão o dinheiro não era muito mas eu conseguia me virar.

Hoje em dia eu estou com 19 anos sou magra, tenho 1,72 sou ruiva com olhos pretos e sardas pelo rosto, sou uma mulher bonita afinal. Ainda hoje eu moro na floresta em uma mini casinha confortável o suficiente só para mim, só que mais uma vez as perguntas começaram a surgir, quem é ela ? Da onde ela veio ?

Depois de 9 anos vi o filho do meu antigo alfa e isso me deixou tensa então sem pensar duas vezes aqui estou eu terminado de arrumar minhas coisas outra vez, me pergunto quando será que terei paz ? Para não ter que fugir por aí como se devesse algo a alguém ? — saio de meus pensamentos quando ouço batidas na porta, caminho lentamente até ela e abro dando de cara com Safira.

— Veio se despedir ? — Pergunto com um leve sarcasmo.

— Na verdade não, vim aqui para ir com você não aguento mais essa cidade e vai ser bom ir embora daqui, será que posso ir com você ?

— Você sabe que eu não tenho rumo né? — Pergunto para ter certeza que essa é a decisão que ela quer tomar.

— Sim, eu sei mas eu quero ir com você Melinda, por favor deixe-me ir, sabe que eu nao tenho ninguém assim como você. — Ela fala com as mãos grudadas uma na outra e com cara de cachorrinho que caiu da mudança.

— Tudo bem, pode vir comigo.

Ela pula em meus braços me dando um monte de beijos e agradecendo.

— Então vamos já está na hora de ir, temos que pegar o ônibus para chegar em Máville.

Chegamos no ônibus e entramos cada uma carregava apenas uma mochila e alguns trocados, nem sabíamos onde iríamos morar ou trabalhar mas pela primeira vez na vida eu me sentia confiante indo para outro lugar, era como se apenas ouvir o nome da cidade Máville algo em mim me chamasse para lá algo que no fundo da minha alma gritasse dizendo que lá seria o meu lugar, que lá eu iria me encontrar.

Foram horas e horas dentro daquele ônibus, fizemos algumas paradas durante o trajeto para ir ao banheiro, comemos alguns biscoitos que Safira havia trazido em sua bolsa.

Olhando agora para a janela finalmente conseguimos ver a cidade em volta do bosque e uma placa enorme escrito Máville.

Olho para o lado e vejo como Safira parece animada, nunca contei como nos conhecemos, mas ela salvou a minha vida, eu estava abeira de me matar, eu não estava mais aguentando o peso em minhas costas até o dia que estava decidida que aquele seria o último dia que eu iria respirar.

Lembro-me como se fosse hoje, eu estava com mais ou menos 16 anos e naquele mês o dinheiro quase não estava dando para comer, eu estava comendo bem 1 vez na semana, e isso estava sendo muito difícil pra mim, eu sentia dores pelo meu corpo por não ter descanso as marcas que o passado me deixou eram grandes, fazia 1 ano que eu tinha sido estuprada e isso até hoje corroía minha alma. — Fui até o bosque e ali com minha faca eu cortei meus pulsos, ficava olhando o sangue escorrer por minha pele branca, até minha vista começar a escurecer. — Foi naquele momento que eu vi Safira vindo até mim, mesmo eu dizendo para ela ir embora ela continuou ali, me levou para sua casa e até hoje eu não sei como ela fez isso, começamos a viver praticamente juntas depois. — Safira nunca me perguntou sobre minha antiga vida e o porque eu cheguei naquele ponto de querer tirar minha própria vida, então mesmo que eu tivesse curiosidade sobre a vida dela eu também nunca me atrevi a perguntar.

Uma coisa que eu descobri sendo quem sou é que: Todos temos um passado que gostaríamos de esquecer, lembranças que nos machucam e que calam nossas almas.

— Melinda, Melinda, está me ouvindo. — Grita Safira.

— Me desculpe, fiquei perdida em meus pensamentos. — Falo envergonhada.

— Vou perguntar para alguém onde possamos encontrar um serviço e uma casa para morarmos.

— Tudo bem, tem como ser perto do bosque ? — Pergunto meio retraída.

— Tem sim, volto em um minuto. — Diz ela saindo por aí.

Aproveito para olhar em volta de tudo, como Máville é lindo, não é uma cidade muito grande e ela fica em volta de montanhas e bosques acho que assim para se manter segura, o clima é agradável mas meio seco, lembro-me de ouvir histórias falando sobre um lugar parecido quando pequena um lugar onde eles aceitavam todas as espécies e viviam bem com os humanos. — Sinto uma pequena lágrima escorrer por minha face, se sempre existiu um lugar como esse, porque em vez de me renegarem não prouxeram para cá? — Meus pensamentos me sufocam, foi muito covardia o que fizeram com apenas uma criança.

— Melinda. — Safira grita o meu nome e vem correndo empolgada.

— Eu encontrei, encontrei um lugarzinho para nos, e moço ainda falou que tem uns barzinho que pagam bem e que está precisando de garçonetes, ele vai nos levar lá após irmos visitar nossas casinha. — Ela diz animada.

Sorrio com o jeito de menina inocente que Safira exala — Que bom, vamos conhecer então. — Chegamos na casa e ela era linda e aconchegante é como se o bosque a abraçasse de todos os lados e isso me deixou feliz, eu sempre tive uma conexão inexplicável com a floresta, ela me protegeu quando todos me abandonaram e eu serei grata a ela por toda minha vida.

— Melinda, você está bem ? — Ela continua me olhando, até que passa seu dedo na lágrima que eu nem tinha percebido que havia caído.

— Me desculpe, é que essa casa me lembrou de algo, mas deixa pra lá, essa casa é linda. Moço nos vamos ficar com ela.

— Tudo bem, então vamos ver um lugar para vocês trabalharem? — pergunta o moço, que até agora não sei o nome pois não prestei atenção em nada do que eles falaram até agora.

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