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Um Arranjo com o CEO (Livro 2)

Capítulo 01

...ISABELLA

...

Quadris balançando. Gotejamento de suor. Mãos apertando. Eu estava no meio de uma aula de dança e nunca tinha estado tão perto de outra pessoa na minha vida. Muito menos... Christian.

“E vire!”

Com a mão agarrada às minhas costas, Christian me girou de repente e eu senti o ar escapar de meus pulmões. Eu me sentia desequilibrada, vacilante e desajeitada, diferente de todas as outras pessoas na sala, todas as quais se moviam como dançarinas profissionais.

Todo mundo era ágil, gracioso e irritantemente bom nisso. Todos, exceto eu. Felizmente, Christian estava guiando. Caso contrário, provavelmente teríamos caído no chão agora. “Bom! Agora, mais perto”.

Kiki, nossa instrutora de dança, uma loira linda com um corpo fino como papel, vestido nada além de uma malha muito reveladora, colocou a mão no pescoço de Christian. “Ainda mais perto, Sr. Knight”, ela ronronou.

Senti os cabelos na minha nuca se arrepiarem. Um instinto animal dentro de mim despertou. Foi uma repulsa tão pura, um ódio repentino tão inebriante que quase esqueci de mim. Espera, eu acabei de dizer... ódio? Eu não odiava nada nem ninguém. O que estava acontecendo?

“Você se move muito bem, Sr. Knight”, ela disse enquanto Christian me conduzia um outro passo. “Com uma parceira adequada, quem sabe do que você seria capaz”.

Meu Deus, eu queria fazer essa mulher tropeçar e vê-la cair em cima de sua bunda magra. Então era assim ser alguém possessivo? Eu acabei de sentir ciúme do Christian? Isso não fazia sentido. Alguns dias atrás, eu estava conversando com a Emily e discutindo a possibilidade de terminar totalmente o casamento.

Agora eu estava com ciúmes? Talvez fossem apenas meus hormônios ou um efeito colateral de sentir as mãos de Christian em mim, tocando meu corpo, me girando como uma boneca de pano. Como se eu fosse dele para fazer o que ele quisesse.

E, de certa forma, suponho que sim. Afinal, eu era a esposa de Christian, pelo menos no papel. “Deixe-me guiar”, ele disse em voz baixa. Mas ele não parecia zangado, mais entretido do que qualquer coisa. Franzi a testa, confusa, e então percebi que, tomada pela ansiedade, comecei a direcionar nossos movimentos.

“Você precisa ser mais graciosa, Sra. Knight”, disse Kiki com uma risada. “Tente parar de pensar demais e apenas respirar...”. É fácil falar.

Um casal passou por nós, movendo-se em perfeita sintonia, e me vi tão maravilhada com seus belos movimentos fluidos que não consegui observar meus pés e... “Isabella!”

BUM! Eu caí de bunda no meio da pista de dança. Ouvi algumas pessoas suspirarem. Eu juro que peguei Kiki rindo antes que ela se abaixasse para oferecer ajuda, colocando um olhar de pena em seu rosto.

“Oh, coitadinha”, ela disse sem sinceridade.

“Deixa que eu ajudo”, disse Christian, ajoelhando-se e me dando a mão. “Vamos. Está tudo bem”.

Fiquei surpresa com seu tom de voz gentil, com sua falta de impaciência com a minha inépcia obvia quando se tratava de dança. Era este o mesmo Christian que estava gritando comigo apenas alguns dias atrás? Foi difícil de acreditar.

Quando ambos nos levantamos, respirei fundo e olhei pra Christian. Era como se eu o estivesse vendo pela primeira vez. Como seus músculos, encharcados de suor, incharam. Como seu queixo forte e seus olhos escuros brilharam com malicia.

Ele parecia, e eu nunca tinha descrito ninguém dessa forma antes, sexy. De dar água na boca. Um tipo único. E pensar que este lindo espécime era meu marido... Isabella, saia dessa. Esse é o Christian com o qual você está fantasiando.

Mas parecia que eu não era a única que tinha olhos pra Christian. Quando olhei ao redor da sala, vi muitas mulheres olhando para ele, praticamente babando. Kiki era a pior de todas. Ela pegou a mão dele.

“Aqui, Sra. Knight”, ela disse secamente. “Deixe-me mostrar como isso é feito”.

Ela acenou com a cabeça para um colega instrutor, que reiniciou a música, e de repente Christian e Kiki estavam girando ao redor da sala. Ela não conseguia manter as mãos longe dele.

Suas mãos estavam vagando por ele eu percebi.

De suas costas, mais para baixo, para o seu... Oh meu Deus. Ela acabou de apertar a bunda dele? Senti aquela raiva estranha explodir dentro de mim novamente. Um desejo de pisar na pista de dança e arrancá-lo dela me consumiu, mas consegui me controlar.

Lembre-se. Ele é ruim para você. Você estava pensando em um divórcio.

Mas enquanto Christian e Kiki dançavam, percebi que seus olhos nunca encontraram os dela. Eles ficaram apenas comigo. Mesmo enquanto segurava outra mulher, ele estava olhando pra mim. Isso me fez corar quando um calor pulsante me atingiu.

Ninguém nunca tinha me olhado com esses olhos. Especialmente nunca Christian...

...CHRISTIAN

...

Chegamos em casa, suados e nojentos, e imediatamente nos separamos pra tomar banho. Marco havia nos levado e, embora não falássemos, eu disse a ele pra tocar a mesma música que dançamos na aula.

Notei o canto do lábio de Isabella se curvando num sorriso e torci por dentro. Então ela gostou. Eu sabia. Quando a aula de dana começou e nossas mãos se entrelaçaram, parecia que algo em minha mente tinha sido invertido.

Toda a minha raiva, minha confusão, por um breve momento... desapareceu. Em seu lugar estava uma atração física pura. Meu cérebro ainda não estava fazendo nenhum sentido, mas caramba, sentir o corpo de Isabella contra o meu fez todo tipo de coisa comigo.

Quando entrei no banheiro, pronto pra tomar banho, pensei em como poderia melhorar essa sensação. Eu estava prestes a me despir e começar quando ouvi uma exclamação silenciosa.

“Sr. Knight!”

Eu parei. No chuveiro, a empregada, Lucille, estava limpando. Droga. “Oh, Lucille”, eu disse, corando, tentando cobrir meu crescente tesão. “Eu não sabia que você estava aqui”.

“Desculpe, Sr. Knight. Eu estou limpando”.

Pude ver. Merda. O que eu vou fazer? Estava fedendo. Eu precisava tomar banho, mas o banheiro estava ocupado. Então, um pensamento cruzou minha mente.

“Devo sair e deixar você...”

“Não, Lucille”, eu disse. “Há mais de um chuveiro neste apartamento”.

Capítulo 02

...CHRISTIAN...

Entrei no banheiro da Isabella sem me preocupar em bater. Afinal, esta era minha casa. E as mulheres eram notoriamente lentar no banheiro. Eu provavelmente seria capaz de pular no chuveiro antes mesmo que ela...

OH. MEU. DEUS.

Com um pequeno grito, Isabella se cobriu. Ela estava seminua, sem camisa, parada no meio do banheiro, vestindo nada além de sua calcinha preta. E, meu Deus, ela era linda.

“Christian!”, ela disse, sem fôlego. “O que... o que você está fazendo aqui?”

Ela estava cobrindo os seios, mas eu ainda podia ver a leve curva deles sob suas mãos e como eram perfeitamente formados. Por um segundo, me perguntei se deveria me virar e dar espaço a ela. Talvez fosse algum tipo de violação, mas pensei melhor.

Por que eu tinha que me esconder de minha esposa? Tirei minha cueca e depois deixei ela cair, e Isabella rapidamente se virou, corando.

“Desculpe, queria”, eu disse com um sorriso. “Lucille está limpando meu banheiro. E estou com pressa pra trabalhar. Espero que você não se importe”.

Eu me aproximei de Isabella e vi seus olhos baixarem e se arregalarem. Como se ela nunca tivesse visto e aparência de um homem de verdade. Até agora...

...ISABELLA...

Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Christian totalmente nu, caminhando em minha direção. Ele estava prestes a tentar algo? Eu institivamente dei um passo pra trás, com medo, mas pra minha surpresa, Christian apenas passou direto por mim e entrou no chuveiro.

Segurei meus seios, temendo por minha vida. Eu não queria que ele visse nada, mas eu o tinha visto e... UAL. Foi tudo o que consegui pensar. Foi tudo o que pude dizer. Eu continuei olhando, não conseguia parar. Eu queria...

Não, muito obrigado, eu não queria nada! Eu queria correr o mais rápido que pudesse pra fora do banheiro, mas senti como se meus pés estivessem amarrados ao chão. Era como se eu estivesse congelada.

Christian entrou no chuveiro e abriu a água. Eu observei quando ele espirrou contra seu corpo. Contra o.… você sabe o que. Meu Deus, eu precisava parar com isso.

“Hum, desculpe”, eu disse estupidamente. “Eu só vou.…”

“Eu deixei a porta do chuveiro aberta por um motivo, Isabella”, disse Christian com um sorriso. “Você é bem-vinda pra se juntar a mim. Nós dois precisamos de um banho, não é?”

Eu definitivamente precisava de um banho, mas de forma alguma eu entraria naquele banho com ele e com.… aquilo. Eu não conseguia acreditar como ele era ousado. Mas então me lembrei de com quantas mulheres ele dormiu, e tudo fez sentido.

Lembrando daquelas garotas, seus gemidos, seus olhos arregalados em êxtase, eu tive uma visão repentina de mim mesma sendo uma delas. Mas não. Eu não daria a Christian Knight essa satisfação.

Eu estava prestes e me virar quando Christian se virou e eu vi suas costas expostas. A longa cicatriz descendo por ele. A mesma que ele havia me falado na ilha. Eu me perguntei novamente como exatamente ele tinha a conseguido. Quais foram as circunstancias?

Mas, enquanto Christian não estava disposto a se abrir, eu não estava disposta a me considerar atraída por ele. Mesmo que meu corpo implorasse por seu toque.

Eu me virei e saí do banheiro, ouvindo Christian chamar atrás de mim. “Minha doce esposa é uma puritana”.

Eu estava tão envergonhada. Mesmo que eu tivesse saído do banheiro, parecia que sua imagem tinha sido gravada em minhas retinas. Ver Christian nu era diferente de tudo que eu já experimentei.

Meu pulo disparou, minha pele formigou e meu interior alcançou sua temperatura máxima. Meu corpo estava reagindo sem consultar minha mente, e eu não pude deixar de me perguntar quando isso aconteceria novamente. Quando eu veria o corpo nu do meu marido de novo?

...****...

“Oh. Meu. Deus. Isabella”. Dustin quase deixou cair meu cappuccino no chão quando contei a ele o que tinha acontecido entre mim e o Christian no banheiro. Ele rapidamente se sentou na minha frente, deslizando por cima do balcão, ignorando os outros dois clientes que esperavam ele voltar pra fazer o pedido.

“Detalhes, garota. Eu preciso deles. Agora mesmo”.

Corei, sem saber por onde começar. Eu não conseguia parar de repetir a cena indefinidamente na minha cabeça. Christian me pegando seminua. Christian tirando a roupa. Christian no chuveiro, a água brilhando contra seu peito musculoso, escorrendo para o seu...

“Alôôôôôôôôôôôôô?”, Dustin disse, acenando com a mão diante dos meus olhos. “Pare de sonhar acordada e comece a falar, mocinha”.

“Uh, bem…”, eu disse, incerta. “Eu pensei por um segundo que ele estava vindo em minha direção, mas.... Então ele entrou no chuveiro”.

“E ele deixou a porta do chuveiro aberta, não é? Dizendo basicamente: entre. Em mais de uma maneira”. Eu engasguei um pouco com a piada, mas Dustin deu uma gargalhada, se achando o homem mais engraçado do mundo. Eu neguei com a cabeça.

“Não, eu acho que ele estava apenas bagunçando minha cabeça. Ele realmente não quer…”

“Isabella!”

Dustin ergueu as mais e suspirou, exasperado. “Sua vida está finalmente começando a ficar interessante. Por que você está tentando diminuir o tom quando está tão emocionante?”

“Estou apenas sendo realista, Dustin”, eu disse defensivamente. “Ele não gosta de mim. Ele dorme com quem ele quer. Eu sou apenas a garota com quem ele tem que viver”.

“E com quem ele tira a roupa”

“Talvez…”

Dustin sorriu maliciosamente. “Então... você viu o dele? Com certeza você viu o dele. Quão grande era? Era enorme? Não, era minúsculo, não era? Isso explicaria sua obsessão por todos aqueles enormes hotéis Knight. Está compensando. Estou errado?’

“Não!”. Eu gritei sem querer. Coloquei a mão na boca, cobrindo-a, surpresa comigo mesma. Os dois clientes, agora batendo os pés com impaciência, me lançaram olhares curiosos.

O sorriso de Dustin cresceu ainda mais. “Então não é pequeno. Entendo…”

Na verdade, ver o de Christian... aham... certamente foi memorável, mas não era no que me fixava. Tudo o que eu conseguia pensar era naquela cicatriz nas costas. Pra mim, foi um lembrete de como nos tornamos próximos na ilha. Como ele finalmente se abriu sobre o acidente de carro, apenas pra me ignorar novamente.

Eu queria muito saber a história toda, mas como poderia perguntar a ele? Dustin finalmente se levantou e se aproximou dos clientes, agora parecendo positivamente furiosos com o tempo que eles tiveram que esperar. Dustin não pareceu se importar nem um pouco. Ele apenas deu um sorriso e anotou os pedidos.

Eu ri pra mim mesma. Não havia ninguém como Dustin no mundo. Claro, eu poderia falar com Emily sobre a maioria das coisas, mas quando se tratava de qualquer coisa relacionada a sexo, Dustin era sempre minha primeira parada.

Porque ele já fez muito isso e gostava de falar sobre o tema, e de alguma forma, mesmo sendo um homem gay, ele sabia muito mais sobre corpos femininos do que eu. Além disso, não era como se eu pudesse falar com a Emily sobre essas coisas quando quando ela estava namorando meu irmão. Eu tinha zero interesse em ouvir sobre sua vida sexual ou em sequer correr o risco em abrir essa porta.

Eu estava prestes a tomar um gole do meu cappuccino quando senti meu telefone vibrar na minha bolsa. O que foi agora? Eu me perguntei, suspirando.

Número Desconhecido: Olá, linda senhora. Sentiu minha falta?

Isabella: Quem é?

Número Desconhecido: Oh, Isabella, não aja como se não soubesse.

Isabella: Isso é meio estranho. Por favor, e deixe em paz.

Número Desconhecido: Oh, não não. Acho que não. Nós dois sabemos que você sente minha falta. Você precisa de mim.

Isabella: Isso não é engraçado. Vou à polícia.

Número Desconhecido: Tão fofo quando você resiste. Por favor, Isabella, você sabe a verdade. Ninguém me diz não...

Capítulo 03

...ISABELLA...

Joguei meu telefone de lado como se estivesse em chamas. Eu escorreguei pra trás na minha cadeira. Eu não conseguia respirar. Minhas mãos tremiam. Meus dentes batiam. Meus dedos do pé estavam dormentes.

Eu estava apavorada. Não poderia ser ele, poderia?

“Isabella?”. Eu virei minha cabeça, os olhos arregalados, certa de que estava prestes a vê-lo se materializar. Mas era apenas o Dustin. Ele parecia preocupado. “Isabella, qual é o problema? Você parece ter visto um fantasma”.

“Eu... eu...”, gaguejei, incapaz de falar com coerência. “Ele me mandou uma mensagem, Dustin”.

“Quem? Christian?”

Eu neguei com a cabeça. Eu mal conseguia pronunciar seu nome em voz alta. Era como aquela brincadeira de infância da loira do banheiro, dizer o nome no espelho três vezes e ela aparecer e me agarrar?

Eu estava enlouquecendo, mas não sabia de que outra forma poderia estar agora. “Isabella, fala comigo!”. Dustin disse, sentando na minha frente, agarrando as minhas mãos.

“Eu acho que é o... Sr. Lemor”

O rosto de Dustin ficou pálido. Eu tinha contado a ele tudo sobre meu antigo chefe, como ele fez da missão de sua vida me destruir, para garantir que eu nunca fosse contratada por nenhuma empresa novamente. Tudo porque ousei rejeitá-lo.

Depois que o David o prendeu naquela armadilha, alguns meses atrás, pensei que nunca mais teria que ouvir ou pensar em seu nome novamente. Ele estava na prisão agora. Como ele poderia me mandar mensagens?

...****...

Corri de volta pra casa, sentindo-me cafeinada, rejuvenescida e pronta pra enfrentar o mundo, com as garantias de Dustin repetindo-se em minha cabeça. Parecia uma frase que eu poderia aplicar a quase qualquer situação. Mesmo se Emily estiver me dizendo detalhes íntimos demais sobre ela e meu irmão? Apenas palavras.

Mesmo se nosso médico estivesse descrevendo ainda mais coisas que poderiam dar erra com meu pai? Apenas palavras.

Se Christian estava gritando comigo? Apenas palavras. Apenas palavras. Apenas palavras.

Então, quando as portas do elevador se abriram, me senti preparada pra qualquer que fosse seu último ataque. Imagine minha surpresa quando o vi rolando uma mala em minha direção. Oh, meu Deus. Ele está... se mudando?

“Finalmente você chegou”, disse Christian. “Apresse-se e tome um banho”.

“Espere”, eu perguntei, confusa. “O que está acontecendo?”

“Arrume suas malas. Estamos saindo para o fim de semana”. Saindo? Pra onde?

De repente, percebi que havia apenas um problema com o mantra do Dustin. Apenas palavras não ajudavam quando uma ação era necessária.

“Onde estamos indo?”. Perguntei a Christian quando ele passou por mim, entrando no elevador.

Ele me olhou e deu um meio sorriso, dando de ombros. “E estragar a surpresa? Onde está a diversão nisso?”

...****...

A bela paisagem estava passando por nós enquanto caminhávamos ao longo da rodovia Sunrise. Eu nunca fui aos Hamptons na minha vinda, mas tinha ouvido tantas histórias sobre a área ao longo dos anos que tive uma imagem mental de como a área poderia ser.

Meus sonhos mais loucos não poderiam ter me preparado para a visão. As praias, as fazendas, as casas de cascalho do século XVIII, todas gigantescas e imaculadamente cuidadas, eram coisas demais para processar pra uma garota de cidade pequena como eu.

Eu olhei pro Christian. Ele estava dirigindo, o que era uma novidade. Ele decidiu dar a Marco uma merecida folga, algo que me pareceu estranhamente caridoso. Não que eu estivesse questionando isso. Se alguém merecia um tempo com sua familia, era Marco. Talvez ele fosse o meu favorito da equipe pessoal de Christian.

Christian estava usando luvas de dirigir e óculos escuros de grife, tão focado na estrada que mal parecia notar nossos arredores deslumbrantes. Acho que ele estava acostumado com eles.

Mas então ele percebeu que eu o observava e me lançou um olhar divertido. “Tem algo em mente, Isabella?”

“Ah, não. Eu só estava... admirando como é lindo aqui”.

“Você realmente quer saber pra onde estamos indo, não é?”. Eu concordei. Na verdade, o suspense estava me matando. As surpresas com Christian raramente eram boas. “Tudo bem, pra que não nos envergonhemos andando às cegas, vou te falar”, disse Christian, sorrindo. “Desta vez”.

Foi esta a sua tentativa de flertar? Eu não sabia o que fazer com isso. Só espere que ele me dissesse pra onde estávamos indo. “Não sei se você se lembra da Tia Heather. Eles são minha grande familia. Você os conheceu no casamento”.

Isso explica tudo. Poucos dias eu conseguia me lembrar com menos clareza do que o dia do meu casamento. Tinha sido um borrão de excitação, horror e confusão. Todos os rostos, os nomes, nenhum deles ficou comigo.

Apenas as palavras de Christian pra mim no altar eram o que eu conseguia lembrar: ‘Eu sou um homem poderoso. Eu consigo o que quero. E o que eu quero é arruinar você'. Estremeci só de pensar nisso.

Christian percebeu minha expressão, porque ele tirou os óculos e olhou pra mim de perto. “Ei”, ele disse, “não há nada pra se preocupar. Meus parentes são legais. Um pouco exagerados, mas, legais. Tenho certeza que eles gostam de você. Muito”.

Diferente de você, pensei, mas fiquei muito surpresa com o quão legal ele estava sendo, pra variar. “Lembre-se”, ele disse, voltando-se pra estrada, “eles pensam que somos casados. Casados de verdade. Então, vamos ter que brincar um pouco. Acha que dá conta?”

Eu confirmei com a cabeça, mas estava nervosa. Eu odiava ter que fingir qualquer coisa. Isso ia contra a minha natureza. E fingir que se ama um homem que não me ama parecia especialmente difícil.

“Sabe”, ele disse, pensando. “Sei que você não é a pior pessoa do mundo, Isabella. Eu costumava pensar assim. Mas agora...”

Isso abateu meus pensamentos negativos. Christian estava realmente tentando ser decente pela primeira vez. Talvez só pra que ele pudesse me levar nessa viagem ridícula. Mas ainda assim.

“Eu ainda não te entendo. Não entendo por que uma mulher se casaria com um estranho. De qualquer maneira, não importa. Está feito. Somos um casal, então temos que agir como um”.

Agora, ele não estava me chamando de puta oportunista, mas acho que ainda estava pensando nisso. Grande melhoria. A chicotada que eu estava experimentando agora não podia nem ser colocada em palavras. Ele foi bom em num segundo e frio no outro.

Ele era lindo, sexy e flertava comigo por um momento, e então ele era um idiota. Em vez de comentar sobre isso, eu apenas acenei com a cabeça solenemente.

“Eu entendo, Christian”, eu disse, lembrando que ainda tinha uma carta na manga. Eu ainda poderia encerrar o acordo, se fosse necessário.

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