A noite seguia como todas as outras. E o restaurante estava lotado.

- Ei garota! Esse prato está horrível! Muito salgado. Grita um cliente sentado na mesa ao canto.

Eu me aproximo para ver o que estava acontecendo.

- Boa noite Sr. Como posso ajuda - lo? Eu pergunto gentilmente.

- Você é surda! Esse prato está horrível a pior comida que eu já provei. Ele grita.

- Com licença! Peço desculpas pelo ocorrido. Vou retirar o prato e leva - lo ao chefe. O que posso trazer para substituir? Digo gentilmente com um sorriso meigo nos lábios.

- Substituir? Eu não quero prato nenhum. E nem vou pagar por nada aqui! Ele diz arrogante.

Ele claramente, esta querendo bancar o esperto. Tinha consumido os melhores pratos e vinhos da casa. E agora queria sair sem pagar.

- Vou chamar o gerente! Eu digo e me afasto.

Aviso o gerente e o chefe. Retorno ao salão com a bandeja recolhendo os pratos. Ao passar pela mesa do cliente espertinho, faço como o gerente pediu.

- Sr. o gerente já virá atende - lo. Com licença vou retirar o prato. Eu digo e pego o prato da mesa. Assim que eu coloco sobre a bandeja com os demais pratos. O cliente empurra a bandeja jogando tudo ao chão. Quebrando e sujando tudo.

- Você só quer saber desse maldito prato. Não se importa com o cliente.

Eu na tentativa de segurar a bandeja acabo caindo com tudo.

- Leve isso também! O cliente grita e faz o movimento demonstrando que irá jogar a taça com vinho. Eu apenas levanto o braço para me proteger. Pois, não tenho mais nada a fazer.

Quando olho vejo um sapato social preto e uma calça social preta. Eu levanto os olhos e um senhor muito elegante e cheiroso. Segura o braço do cliente, o impedindo de jogar a taça em cima de mim.

- Não seja tolo! Se jogar essa taça na moça, serei obrigado a lhe tratar da mesma forma. Ele diz firmemente.

Logo o gerente e os outros garçons se aproximam.

O homem olha para mim, e me estende a mão para me ajudar a levantar.

- A Srta. está bem? Ele pergunta.

- Eu...é...acho que sim. Obrigada por me ajudar. Eu respondo, ele apenas acena com a cabeça.

- Oli você está bem! David um dos garçons que é meu amigo se aproxima, preocupado.

Os seguranças e o gerente retiram o cliente que está alterado.

- Droga David. Meu salário vai ficar todo aqui para cobrir os prejuizos. Eu digo chorando.

- Calma! Ele diz e me abraça.

- Droga! Logo agora que tudo está tão difícil. Eu digo.

- Olivia? Diz Sidney o gerente.

Eu me afasto de David para falar com Sidney.

- Sim! Eu respondo, enxugando as lágrimas.

- Por favor! Se recomponha ainda temos clientes para atender. Ele diz com firmeza.

- Sim Sr. Eu respondo.

- David limpe toda essa bagunça por favor. Ele diz e David acena com a cabeça.

- Olivia troque o seu uniforme e volte para o salão. Ele diz e eu me afasto.

Olho para o Senhor que ainda estava ali parado.

- Sr. Obrigada! De coração. Eu digo lhe dou um sorriso e me afasto.

Ao final do expediente, estava pegando as minhas coisas quando o gerente me chama.

- Olivia no meu escritório! Ele diz.

David olha para mim, nessa hora só pensei. Vou ser demitida.

Eu pego a minha bolsa e blusa de frio, tranco o meu armário e vou até o escritório.

Meu coração ia sair pela boca.

Eu olho para trás e David diz:

- Boa sorte!

Eu me viro e sigo andando.

- Sr Sidney, com licença. Deseja falar comigo? Eu digo com a voz presa a garganta.

- Sim! Sente - se por favor. Ele diz e eu me sento.

- Como você está? Com tudo que aconteceu? Ele pergunta.

- Sinceramente...ainda assustada. Eu respondo.

- Eu compreendo. Não esperavamos essa reação do cliente. Ele diz.

- Você se machucou? Ele pergunta.

- Um corte leve no braço. Mas estou bem! Eu digo.

- Que bom. Você deu um "show" de educação naquela hora. E é de funcionários assim que precisamos. Sei que tem um.contrato temporário, por isso quero te oferecer uma vaga permanente. O que você me diz? Ele pergunta sorrindo.

- Isso é perfeito. Eu digo e lhe abraço.

- Eu aceito. Obrigada..Eu digo.

- Que bom. Vou pedir para fazerem o seu contrato. Seja bem-vinda definitivamente a família "La Fiore". Ele diz.

- É uma honra, fazer parte dessa família. Eu digo.

- Bom descanso, até amanhã. Ele diz.

- Até! Eu digo e saio.

David estava ansioso me esperando.

- E ai? O que foi? Ele pergunta.

- Ele me ofereceu a vaga fixa. Eu digo.

- E você? Aceitou? Ele pergunta.

- Ssssiiiimmmm!!!! Eu digo animada.

- Poxa que maravilha! David diz e me abraça.

- Bom eu preciso voltar para casa. Amanhã tenho aula cedo. Tchau David! Eu digo andando.

- Tchau Oli. Ele diz.

Vou para o ponto de ônibus. Já era tarde e não tinha ninguém na rua. Normalmente quando acontece isso eu chamo um táxi. Mas o dinheiro que eu tinha eu precisei gastar na farmácia.

Esperei mais uns 20 minutos e o ônibus não passava. Resolvi ir andando.

Era uns 35 minutos de caminhada. E eu não tinha alternativa.

Parecia que finalmente as coisas estavam dando certo. Com essa vaga definitiva, meu salário seria maior e eu teria direito as gorgetas. Pagar a mensalidade da faculdade e o aluguel da casa não era fácil..Mas eu estou disposta a trabalhar mais se for preciso para dar conta de tudo. Logo passa os 4 anos e poderei atuar na minha área. E fazer o que eu tanto amo...cozinhar. A faculdade de gastronomia era meu grande sonho, e com esse emprego poderei manter e continuar estudando.

Chego em casa animada.

- Mamãe? Mamãe? Eu a chamo, estou ansiosa para contar a novidade. Era tarde e os meninos ja estavam dormindo.

- Mamãe?

- Mamãe? Eu chamo, mas ela não responde.

Passo pelo quarto dos meninos que dormiam tranquilamente. Em seguida vou até o quarto da mamãe. E para minha surpresa ela estava caída ao chão, inconsciente.

- Mamãe? O que que aconteceu? Eu a toco, ela está viva e respirando. Mas inconsciente. Eu pego o telefone e chamo o socorro.

Sra Margarida obrigada por ficar com os meninos. Assim que eu tiver novidades eu ligo.Eu digo a Sra Margarida nossa vizinha.

Entro na ambulância e seguimos até o hospital.

Desde que o meu Pai faleceu num acidente de trabalho, Mamãe se tornou uma mulher triste, depressiva e problemática. Desde então eu assumi a responsabilidade da casa, e dos meninos. Os meus irmãos que são gêmeos Gustavo e Gael, de 5 anos.

Depois de algumas horas o médico me chama.

- Srta, a Sra. Rosa precisa tomar uma medicação mais forte.Vamos deixa - la por pelo menos 48 horas de observação. Aqui está a receita..Ela não pode ficar sem esses remédios. Ou pode entrar num quadro clínico grave e até cometer suicídio. Diz o médico psiquiatra.

- Ok Dr. Eu respondo.

Como não tem o que ser feito e nem posso acompanhar retorno para casa. O dia já estava começando a amanhecer.

Eu agradeço a Sra Margarida e vou dormir no quarto dos meninos. Coloco o meu colchão no chão e logo acabo adormecendo.

Acordo com eles pulando em mim.

- Acorda Oli. Estamos com fome. Diz Gael.

- Bom dia! Meus amores. Eu digo, e me levanto.

Seguimos para a cozinha.

- Onde está a mamãe? Pergunta Gustavo.

- Ela passou mal e está no hospital. Eu digo com naturalidade.

- Outra vez! Diz Gael com tristeza.

- Sim! Mas logo ela estará em casa. Eu digo e passo a mão no cabelo de ambos.

- Do que adianta, ela nem liga para nós. Diz Gustavo.

- Não diga isso Gugu. A Mamãe ama vocês...ela só está muito doente. Eu digo.

- Venham! Vamos nos trocar e ir para a escola. Eu arrumo os meninos e levo eles para a escola e corro para a faculdade.

Entro de fininho pela porta do fundo da sala.

- Srta Olivia. Está atrasada de novo. Diz o professor Sardanha

- Desculpe Sr Sardanha. Tive um imprevisto. Eu digo e me sento.

- Entendo! Aguarde lá fora. Até a próxima aula. Já fiz a chamada da primeira aula. Ele diz.

- Tudo bem! Eu assumo a falta. Mas não quero perder o conteúdo. Eu digo.

- Não é problema meu Srta. Saía! Ele diz.

Eu pego o meu material e saio contrariada.

Da janela eu acompanho a aula.

Quando dá o horário da segunda aula eu entro.

- Amiga o que houve? Pergunta Monique.

- Minha mãe passou mal outra vez. Está novamente internada. Eu digo.

- Poxa que barra. Ela diz.

- O pior que agora mudaram a medicação e eu nem sei como vou comprar. Eu digo.

- E quanto é? Ela pergunta.

- Eu nem sei! Eu respondo.

- Me fala o nome? Eu vejo aqui no aplicativo da farmácia. Ela diz e eu entrego a receita.

Ela olha no celular e diz:

- É bem caro amiga.

- O outro também era. É o que? Uns 200 reais? Eu pergunto.

- Não! 780 reais cada. Ela diz.

- Caramba! Eu digo.

- E só vem 10 comprimidos. Precisa de três caixas. Ela concluí.

- Eu estou ferrada! Eu digo levando a mão ao rosto.

- Srta Olivia. Gostaria de dividir com a classe o que a Srta e Srta Monique tanto conversam? Pergunta o professor.

- Não acho necessário Sr. Eu respondo.

- Como a Srta Olivia quer tanto falar, vamos fazer uma chamada oral. Valendo nota. Ele diz.

- Aaaaahhhhh!!! A sala fala em peso.

- Valeu Olivia. Diz uma das alunas.

- Diga Srta Olivia qual a temperatura ideal para trabalhar o chocolate? Pergunta o Sr. Sardanha.

- Entre 34° a 35° C o chocolate amargo e 33° a 34° C o chocolate ao leite, branco ou colorido. Eu respondo.

- Correto. Ganhou 1 ponto. Ele diz e continua a sua chamada oral.

Finalmente a aula acaba.

- Amiga você deveria se inscrever e ser uma "Sugar Baby". Diz Monique.

- E o que é isso "É uma garota de açúcar", você encontra o "Sugar Daddy" ideal. E vocês têm um relacionamento transparente e real. Em troca ele banca você. Te dá dinheiro, presentes, paga viagens.

- Prostituta? Eu pergunto.

- Não. São homens mais velhos, que querem mulheres mais novas. É uma relação gostosa e verdadeira. Em troca ele te dá o que você precisar. Ela explica.

- Meu Sugar Daddy paga a minha faculdade, me deu um carro e muitos presentes. Sem falar as viagens. Depois quando você se reestabelecer pode terminar o relacionamento. Sem falar que ele é bem carinhoso, romântico e o sexo é incrível. Ela diz animada.

- Não sei não Monique. Isso parece errado. Eu digo.

- Mas não é. Tudo é com consentimento e determinado entre vocês. Tudo com muito respeito. Eles têm dinheiro e querem mimar as suas "babies". E nós queremos dinheiro e ser mimadas. A relação perfeita. Ela diz.

- Monique eu...eu nem sei como fazer isso. Eu digo.

- Vamos lá em casa eu te ajudo a se cadastrar. Ela diz.

- Ok. Mas eu não posso demorar. Eu digo.

Por sorte estavamos com duas aulas vagas. O professor do segundo horário havia faltado.

Fomos no carro da Monique. O carro era bem caro e o apartamento num prédio de luxo. Entramos e subimos até o andar. Quando Monique abriu a porta...o apartamento era perfeito. Eu nunca havia entrado num lugar assim.

Monique é uma linda morena, de cabelo cacheado e que se veste muito bem.

Eu me sento no sofá que por sinal era macio demais. Ela vem com o notebook e começamos o cadastro. Respondi algumas perguntas pessoais com a ajuda da Monique.

- Agora precisamos de uma boa foto. Ela diz.

- Eu nem tenho foto. Eu respondo.

- Vem! Vamos tirar umas. Ela diz e eu a sigo até seu quarto.

Monique pega algumas roupas no closet, vestidos, saias, macacão, sapato de salto. Ela ajeita o meu cabelo, eu passo um batom e um delineador e conforme eu me trocava ela torava algumas fotos. No fim as fotos ficaram bonitas. Adicionamos algumas ao cadastro.

- Pronto! Finalizamos! Agora fica de olho no site. Os Daddys vão te mandar mensagem. E só responder, conversar e escolher algum com quem se identifica. E depois conhecer pessoalmente. Ela diz.

- Eu nem sei o que falar. Eu digo.

- Seja você mesma. Eles quem perguntam e você responde. Se rolar afinidade o papo flui naturalmente. Se não fluir é porque não rolou. Ela diz.

- Vamos ver o que vai dar. Eu digo, agradeço, me despeço e vou buscar os meninos na escola.

Comecei a fazer hora extra para tentar comprar os remédios da minha mãe. Ela teve um surto no hospital e foi transferida ao hospital psiquiátrico e com isso ficará mais alguns dias internada.

A nossa vizinha tem me ajudado com os meninos.

Logo cedo antes de ir para a aula dou uma olhada no site para Babies.

Havia três Daddys interessados em mim. Eles fizeram algumas perguntas bem parecidas, eu respondi e fui me arrumar para a faculdade e levar os meninos na escola.

O dia segue normal. Após o trabalho chego em casa, tomo o meu banho. E sento na cama para olhar se havia alguma resposta. Os três Daddys eram bem mais velhos na casa dos 50 anos. E nem um me chamou a atenção.

- Isso é uma loucura! Acho melhor excluir a minha conta.

Quando eu procurava no site onde excluir. Um aviso de mensagem piscou na minha tela.

Eu cliquei para ver.

Era um novo contato. Um Daddy que parecia ser mais novo. A sua foto era de perfil e não dava para ver direito o seu rosto.

- Boa noite Baby! Como você está? Ele perguntou.

- Boa noite Daddy. Estou bem e você? Eu perguntei educadamente.

- Estou ótimo. Ele diz.

- Está sem sono? Ele pergunta.

- Não! Acabei de voltar do trabalho e entrei aqui para excluir a conta. Quando vi a sua mensagem. Eu respondi.

- Encontrou o seu Daddy? Vi que o seu perfil é novo. Não tem nem dois dias. Ele diz.

- Na verdade, não! Acho que isso não é para mim. Eu digo.

- Poxa! Sei como é. Eu também já pensei em excluir o meu. Mas que bom que você ao menos me respondeu. Eu dei sorte!Você é bastante educada. Ele diz.

- Obrigada! Eu respondo.

- Desculpe a curiosidade. Porquê se cadastrou como Baby, se não é algo que você deseja? Ele pergunta.

- Uma amiga que é Baby, me convenceu. Disse que eu poderia conseguir ajuda. Eu digo.

- E de qual ajuda você precisa? Ele pergunta.

- Eu procuro um emprego que pague mais. Eu respondo.

- Isso é muito bom. Não gosta do seu emprego atual? Ele questiona.

- Na verdade, eu amo. Mas minha situação financeira está bem complicada. Preciso de um salário mais alto.

- Mas problemas financeiros não se resolvem com mais dinheiro. Mas com educação financeira e controle de gastos. Ele diz.

- Eu sei! Eu não tenho divida e nem gastos exagerados. Eu preciso comprar um remédio para minha mãe que está bem doente. E ele custa mais que o meu salário. Mesmo economizando não posso comprar. Estou fazendo horas extras para ver se consigo. Mas está complicado. Eu respondo.

- Entendi. Você trabalha em qual área? Ele pergunta.

- Sou garçonete em um restaurante e curso Gastronomia. Eu digo.

- Uau! Temos uma chefe aqui! Ele responde.

- Bem ainda não! Mas espero conseguir me formar e fazer o que eu tanto amo..eu digo.

- Você deve cozinhar bem! Ele diz.

- Eu cozinho com amor. Então acho que isso ajuda. Eu respondo.

- Eu diria que isso é o mais importante na culinária. O amor por cozinhar. Ele diz.

Eu fiquei curiosa quanto a ele. O seu papo era diferente. Cliquei no seu nome "Theodore".

E abriu o seu perfil.

Theodore, solteiro, 32 anos, sem filhos, empresário, ama livros, culinária e animais. Prática natação e tenis.

Olha ele não é tão velho como os outros. Solteiro e sem filhos, ama culinária. Agora fez sentido ele falar sobre amor ao cozinhar. E prática atividades físicas. Ele parece ser diferente e interessante

- Você tem irmãos? Ele pergunta.

- Tenho dois. Eles são gêmeos o Gustavo e Gael. Eles tem 5 anos. Eu digo.

- Caramba! Bacana. Eu digo.

- E você me fala sobre o seu Pai? Ele pergunta.

- Meu Pai era maravilhoso. Herdei dele a paixão pela comida. Ele cozinhava muito bem e me ensinou muita coisa. Ele faleceu há 3 anos. Teve um acidente no trabalho. Depois disso minha mãe adoeceu. E eu cuido dela e dos meus irmãos desde então. Eu digo.

- Meus sentimentos Rosa. Você é bem forte e corajosa. Ele diz.

- Aliás! O seu nome é Rosa mesmo? Ele pergunta.

- Na verdade, não. Meu nome é Olivia. A minha amiga quem me ajudar a fazer o cadastro e colocar esse nome. Eu digo.

- Sim, muitas Babies preferem usar apelidos. Ele explica.

- Ah! entendi! Eu digo.

- Você sabe como é ser uma baby? Ele diz.

- Acho que sim. É conhecer alguém com afinidade, é ter um amigo, companheiro para curtir e aproveitar a vida e ter uma ajuda. Eu digo.

- É vamos dizer que é isso. Ele diz.

- Desculpe perguntar, me responda se você quiser. Quanto custa o remédio para a sua mãe? Ele pergunta.

- Custa 2.340. São três caixas. Cada caixa custa 780. Eu explico.

- Certo. Vou falar com alguns contatos e ver se consigo um emprego para você. Tudo bem? Ele diz.

- Sim! Eu agradeço. Eu digo.

- Mas me diga Baby. Precisa de algo mais? Algo que o Daddy já possa fazer? Ele pergunta.

- Não Theodore. Eu não preciso. Obrigada. Eu realmente preciso de um emprego com salário maior. Eu digo.

- Não precisa de roupas, joias, dinheiro? Ele pergunta.

- Não! Se conseguir o emprego, já fico muito grata. Eu digo.

- Vou ver então.

- Me fale como é o trabalho? Ele pergunta.

- O restaurante é lindo e tem um ar bem caseiro. A comida é perfeita e a equipe maravilhosa. Eu acabei de ser contratada de temporária para efetiva. Eu digo.

- Sim. Mas mesmo assim, você quer deixar a equipe para conseguir outro. Ele diz.

- Não, se eu pudesse jamais sairia. Eu só vou sair para trabalhar em outro, por que realmente preciso..Do contrário jamais sairia. Seria uma honra poder um dia trabalhar lado a lado com master chefe Fred. Eu digo.

- Ele é um bom chefe? Ele pergunta.

- O melhor que já conheci, ele é generoso, dedicado, cozinha de forma magnifica e tem uma enorme experiência. Eu digo.

- Agora fiquei curioso para conhece - lo. Ele diz.

- Quando estiver livre, vá ao restaurante e eu lhe apresento. Eu vou lhe trazer o tiramisu. É o melhor tiramisu do mundo inteiro. Eu digo

- Nossa! Eu vou sim. E vou querer provar. Ele diz.

Ficamos conversando por horas sobre assuntos variados. A afinidade é enorme.

- Eu preciso ir dormir e você também. Mas preciso perguntar. Você vai excluir a sua conta? Ele pergunta.

- Acho que sim! Mas não hoje estou cansada. Eu digo.

- Perfeito. Gostaria de te pedir uma coisa. Ele diz.

- Claro. Pode dizer. Eu digo.

- Se for exlcuir. Me envie o seu contato. Eu amei conversar com você nem vi o tempo passar. E dificil achar pessoas assim. Ele diz.

- Anota ai 99988–7766. Eu respondo.

- Obrigado. Vou salvar aqui caso eu precise. Boa noite Olivia, durma bem. Ele diz.

- Boa noite Theodore. Durma bem também! Eu digo e desligo o computador.

"Drum, Drum"

Meu celular vibra.

Vou olhar uma notificação do aplicativo do banco.

..."Você recebeu um pix de 7.000."...

- Quê??? Eu grito.

Eu abro o aplicativo para conferir e está lá o saldo. Abro o comprovante para ver de onde veio:

Pix recebido de Theodore.

Junto tinha uma mensagem dele.

..."Espero que isso lhe ajude na compra dos remédios, até conseguir um novo emprego. Daddy"...

Fiquei pensando em como ele tinha a minha chave pix. E me lembrei que a chave era o número do meu celular. E isso deve estar no meu perfil.

Amanhã eu agradeço, pelo menos posso comprar os remédios.