Em uma cidade marcada pela beleza serena e pelos mistérios ocultos, a vida de Celma Rodrigues Santana e Hugo Santana se entrelaçou de forma inesperada e intensa. Lagoas, com suas ruas tranquilas e paisagens encantadoras, foi o cenário onde um amor avassalador floresceu, apenas para ser corroído por conflitos, traições e ciúmes.
Celma, uma jovem advogada dedicada, e Hugo, um talentoso cozinheiro, viveram momentos de paixão arrebatadora e dores profundas. Suas vidas, outrora cheias de promessas, começaram a desmoronar à medida que o peso de suas escolhas e o impacto de suas ações os empurravam para um abismo de desespero e separação.
Neste prólogo, damos início a uma jornada emocional, onde os ecos do passado reverberam no presente, moldando o destino dos nossos protagonistas. A história revela como um amor intenso pode ser ao mesmo tempo uma fonte de alegria e de destruição.
À medida que você, caro leitor, mergulha nas páginas que seguem, prepare-se para explorar os recantos mais sombrios e luminosos do coração humano. Descubra os segredos que moldam as vidas de Celma e Hugo e acompanhe-os enquanto enfrentam as consequências de suas escolhas, em busca de redenção, entendimento e, talvez, uma nova chance de felicidade.
...Bem-vindo ao universo de "Sob o Véu da Paixão"....
Apresentação dos Personagens
Celma Rodrigues Santana
Idade: 24 anos
Profissão: Advogada
Descrição: Celma é uma mulher determinada e inteligente, com uma carreira promissora na FortunaTech. A sua aparência é marcada por longos cabelos pretos e olhos expressivos que refletem a sua força interior e vulnerabilidade. Apaixonada por Hugo, ela luta para equilibrar o seu amor e os desafios que surgem no seu caminho.
Hugo Santana
Idade: 27 anos
Profissão: Cozinheiro
Descrição: Hugo é um talentoso cozinheiro com uma paixão inigualável pela culinária. Alto e de físico robusto, os seus olhos castanho e sorriso encantador conquistaram Celma desde o início. No entanto, as pressões da sua vida e a complexidade das suas emoções frequentemente o colocam em conflito consigo mesmo e com aqueles que ama.
Dona Teresa Rodrigues
Idade: 55 anos
Profissão: Aposentada
Descrição: Teresa é a mãe amorosa e protetora de Celma. A sua sabedoria e experiência a tornam uma figura central na vida da filha, oferecendo conselhos e apoio nos momentos mais difíceis. Seu olhar atento e coração generoso são um porto seguro para Celma.
Sr. Augusto Rodrigues
Idade: 58 anos
Profissão: Aposentado
Descrição: Augusto é um homem de princípios firmes e um pai devotado. A sua preocupação com Celma é profunda, e ele está disposto a fazer o que for necessário para proteger a sua filha. A sua postura rígida esconde um coração preocupado e amoroso.
Lucas Ferreira
Idade: 29 anos
Profissão: Engenheiro
Descrição: Lucas é um amigo leal e atencioso, sempre pronto para ajudar Celma em momentos de necessidade. O seu caráter gentil e comportamento cuidadoso contrastam com a turbulência que envolve muitas vezes Celma e Hugo. Ele é um pilar de apoio constante.
Ana Costa
Idade: 26 anos
Profissão: Publicitária
Descrição: Ana é uma amiga próxima de Celma, com uma personalidade vibrante e independente. Sua presença é marcante e muitas vezes controversa, especialmente em sua relação com Hugo. Ela é uma figura de influência significativa na vida de Celma, tanto positiva quanto negativamente.
O relógio na parede marcava dez da noite. O som da chuva caindo lá fora ecoava pela sala, misturando-se ao tique-taque constante. Hugo estava sentado no sofá, com a cabeça apoiada nas mãos, o olhar perdido no vazio. Celma estava em pé, próxima à janela, observando as gotas de água deslizando pelo vidro. O silêncio entre eles era cortante, quase palpável.
— Hugo, precisamos conversar — disse Celma, com a voz trêmula.
Ele levantou a cabeça lentamente, seus olhos cheios de mágoa encontrando os dela.
— Conversar sobre o quê, Celma? Sobre como você destruiu nosso casamento? — respondeu, com a voz carregada de ressentimento.
Celma desviou o olhar, sentindo o peso das palavras dele. Ela sabia que o que havia feito era imperdoável, mas também sabia que Hugo não estava livre de culpas.
— Eu sei que errei, mas você também não é inocente — murmurou, tentando manter a calma.
Hugo levantou-se abruptamente, a raiva fervendo dentro dele. O movimento brusco fez a mesa de centro tremer, os objetos sobre ela balançando.
— Inocente? Você está brincando comigo, Celma? — gritou, gesticulando violentamente. — Eu te traí, sim, mas você... você se entregou a outro homem! Como pode dizer isso?
Celma deu um passo para trás, assustada com a intensidade da raiva dele. O coração batia acelerado, a respiração rápida e superficial.
— Não foi assim tão simples, Hugo! Eu me sentia sozinha, abandonada! Você estava sempre fora, sempre com outras mulheres! — rebateu, as lágrimas começando a rolar pelo rosto.
Hugo riu amargamente, a expressão no rosto dele se tornando sombria.
— E isso justifica? Justifica trair o próprio marido? — perguntou, aproximando-se dela.
Celma sentiu o cheiro do álcool no hálito dele. Ele tinha bebido, como sempre fazia quando a situação ficava insuportável. O cheiro forte e amargo a enojava.
— Não, não justifica. Mas eu estava desesperada, Hugo. Eu só queria que você me notasse de novo, que me amasse como antes — confessou, a voz quebrando de emoção.
Hugo ficou em silêncio por um momento, os olhos fixos nos dela. Ele podia ver a dor e a sinceridade no olhar de Celma, mas a raiva dentro dele era maior.
— Isso não muda nada. Nada do que você diga vai apagar o fato de que você esteve com outro homem — disse finalmente, a voz baixa e perigosa.
Celma sentiu o frio na espinha. O ar na sala parecia mais pesado, carregado de tensão e ressentimento. O som da chuva lá fora era agora um ruído distante, quase irrelevante.
— Eu sei, Hugo. Eu sei que nada vai mudar o que aconteceu. Mas, por favor, vamos tentar consertar isso. Vamos dar uma chance ao nosso casamento — implorou, com os olhos cheios de esperança.
Hugo olhou para ela por um longo tempo, os pensamentos conflitantes refletidos em seu rosto. Finalmente, ele soltou um suspiro profundo, mas a raiva não havia desaparecido por completo.
— Não, Celma. Eu não posso fazer isso agora. Preciso de tempo. Preciso pensar — disse, com a voz trêmula de emoção e exaustão.
Depois de um tempo em silêncio, Hugo levantou-se, dirigindo-se até a porta de saída. Fechando a porta atrás de si, Hugo caminhou até o outro lado da estrada, onde ficou sentado por horas, não se importando com a chuva que encharcava suas roupas e corpo.
Celma caminhou até a janela, olhando para ele ao fundo. A visão de Hugo sob a chuva, solitário e perdido, fez seu coração doer ainda mais. Com um suspiro profundo, Celma caminhou até o quarto, trocando de roupa E deitando-se na cama. Os pensamentos sobre a noite e suas palavras rodopiavam em sua mente, impedindo-a de encontrar qualquer descanso.
Não tardou e seu celular tocou. Era Ana, sua prima e amiga de longa data.
— Alô! — Atendeu Celma, sua voz evidentemente embargada pelo choro.
— Oi! Você está chorando. O que houve? — perguntou Ana, preocupada.
Celma contou a Ana que havia confessado tudo a Hugo, mas Ana a repreendeu rapidamente.
— Por que você contou isso a ele, Celma? Você está maluca! Foi um deslize que você teve. Não precisava contar! — exclamou Ana.
— Ana, você não entende. As coisas aqui em casa estão insuportáveis. Eu não conseguia olhar para ele depois daquela noite. Ele foi meu primeiro namorado, meu marido. Nunca escondi nada dele — explicou Celma, a voz carregada de angústia.
— Eu entendo, mas ainda acho que não foi uma boa ideia. Como ele reagiu? — perguntou Ana, mais calma.
— Ele ficou devastado, Ana. Eu nunca vi Hugo tão furioso e magoado ao mesmo tempo. — Celma respondeu, sua voz tremendo.
— Celma, eu ainda acho que você deveria ter deixado isso de lado. Às vezes, guardar segredos é a melhor forma de proteger quem amamos. — disse Ana, tentando consolar a prima.
As duas ficaram horas conversando. Celma levantou-se e caminhou até a janela, olhando para fora. Hugo ainda estava ali, no outro lado da estrada, sentado sob a chuva, imóvel.
— Te ligo depois, Ana — disse Celma, sua voz carregada de preocupação.
— Ei, o que está acontecendo? Não desligue ainda... — disse Ana, mas Celma já havia desligado o celular.
Celma caminhou até a sala, pegou um guarda-chuva e abriu a porta, caminhando até o outro lado da estrada. A chuva caía pesadamente, mas ela não se importava. Chegando ao lado de Hugo, ela se sentou sem dizer uma palavra. Os dois ficaram ali em silêncio, apenas ouvindo o som da chuva.
O relógio continuava a marcar o tempo, implacável, enquanto Hugo e Celma permaneciam ali, dois estranhos tentando encontrar um caminho de volta um para o outro.
Eram dez da noite, e a noite parecia interminável.
Celma quebrou o silêncio, a voz quase inaudível sobre o som da chuva intensa.
— Hugo, já estás aqui há muito tempo. Essa chuva vai te fazer mal, você pode pegar um resfriado.
Hugo permaneceu calado, olhando para o horizonte, as gotas de chuva misturando-se às lágrimas invisíveis em seu rosto. A chuva caía pesadamente, e trovões começavam a soar ao longe, aumentando a tensão do momento. Celma se assustou com uma trovoada, um raio iluminando a rua toda com um clarão enorme.
— Por favor, Hugo, vamos entrar — suplicava Celma, desesperada.
Ele olhou para ela com um olhar frio, seu coração endurecido pelo ressentimento.
— Então entre você — disse ele, seco.
Celma tentou segurar a mão dele, mas Hugo a puxou bruscamente, afastando-se dela.
— Eu quero que você entre comigo — disse ela, enquanto suas lágrimas se misturavam com as gotas de chuva.
Hugo permaneceu em silêncio por um momento, a dor visível em seu rosto. Finalmente, ele cedeu, a voz baixa e resignada.
— Vai na frente. Estou indo — murmurou.
Celma continuava tentando a todo custo convencer Hugo a entrar, e não demorou até que outra trovoada soasse, fazendo-a pular de susto. Finalmente, ela conseguiu convencê-lo a se levantar. Os dois caminharam juntos, atravessando a estrada até a casa deles. A chuva parecia mais forte agora, cada gota um lembrete da tempestade emocional que enfrentavam.
Ao entrarem, Celma foi diretamente ao banheiro e regressou rapidamente com toalhas secas, entregando uma a Hugo. Ele pegou a toalha em silêncio, sua expressão impenetrável. Celma foi até a cozinha, pegou uma chaleira e encheu-a com água, colocando-a na cafeteira elétrica. Ela sabia que Hugo gostava de chá com gengibre e decidiu preparar uma xícara para ele.
Enquanto a água esquentava, Celma olhava para a sala onde Hugo estava deitado no sofá, coberto até a cabeça. O silêncio entre eles era pesado, carregado de emoções não ditas e mágoas profundas. Finalmente, a água atingiu a fervura, e Celma serviu o chá, adicionando gengibre como ele gostava.
— Tens aqui o chá — disse ela, a voz trêmula e abafada.
Hugo levantou-se, pegou a xícara sem nem mesmo agradecer, e voltou a se deitar, enrolando-se novamente na coberta. Celma ficou ali, parada, observando-o, sentindo-se impotente e devastada.
Com um suspiro profundo, ela caminhou até o quarto, tirou a roupa molhada e vestiu-se com algo seco. Sentou-se na cama e pegou o celular, decidida a ligar o alarme para o dia seguinte. Foi quando viu uma mensagem de Ana. O relógio marcava uma da manhã.
Celma abriu a mensagem, e o texto preocupado de Ana a fez suspirar.
— "Celma, você está bem? Estou preocupada. Me liga quando puder."
Ela começou a digitar uma resposta, mas parou. O que poderia dizer? Que sua vida estava desmoronando e que o homem que amava não conseguia mais olhar para ela sem ressentimento? Celma suspirou profundamente, deixando o celular de lado e fechando os olhos por um momento. Ela se sentia exausta, tanto física quanto emocionalmente.
Depois de alguns minutos, ela se levantou e foi até a janela. A chuva continuava a cair pesadamente, e o som era quase hipnótico. O silêncio na casa era perturbador, apenas interrompido pelo ocasional gotejar da água das roupas molhadas de Hugo no chão.
Celma voltou para a sala, encontrando Hugo ainda deitado no sofá. A expressão dele era de puro desespero, um homem quebrado pelas circunstâncias. Ela sentou-se na poltrona oposta, observando-o em silêncio. O que havia acontecido com o amor deles? Como haviam chegado a esse ponto?
A mente de Celma vagava, lembrando-se dos dias felizes que compartilharam, das risadas e dos sonhos. Tudo parecia tão distante agora, quase como se tivesse sido parte de outra vida. A culpa corroía seu coração, mas ela sabia que não era a única culpada. Ambos haviam contribuído para a queda do relacionamento, e agora estavam presos em um ciclo de dor e arrependimento.
Depois de um tempo, Hugo finalmente quebrou o silêncio.
— Celma... — começou ele, a voz rouca.
Ela olhou para ele, esperançosa.
— O que houve conosco? — perguntou, o olhar perdido.
Celma não tinha uma resposta. Tudo o que podia fazer era chorar silenciosamente, sentindo o peso da realidade esmagar suas esperanças.
Hugo suspirou, fechando os olhos por um momento.
— Não sei se podemos consertar isso — murmurou ele, mais para si mesmo do que para ela.
Celma sentiu uma pontada de dor em seu peito. As palavras de Hugo ecoavam em sua mente, cada uma como um golpe. Ela sabia que ele estava certo, mas ainda assim, não conseguia desistir.
— Eu sei que não será fácil, Hugo. Mas estou disposta a tentar. Por favor, me dê uma chance — disse ela, a voz carregada de emoção.
Hugo ficou em silêncio, e Celma percebeu que talvez essa fosse a resposta dele. A falta de resposta era uma resposta em si. Ela se levantou, pegou o celular novamente e caminhou de volta para o quarto, sentindo-se mais sozinha do que nunca.
Sentada na cama, ela finalmente respondeu à mensagem de Ana.
— "Não estou bem, Ana. As coisas estão complicadas aqui. Preciso de um tempo para pensar. Obrigada por se preocupar."
Celma enviou a mensagem e deitou-se, olhando para o teto. A chuva continuava a bater na janela, um som constante que refletia a tempestade dentro dela. Ela fechou os olhos, tentando encontrar algum alívio na escuridão, mas o sono parecia impossível.
O relógio continuava a marcar o tempo, implacável. Era uma da manhã, e a noite parecia interminável.
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