Capítulo 1: O Encontro
O primeiro dia de aula sempre trazia consigo uma mistura de ansiedade e expectativa para a maioria dos estudantes, mas para Akira Tsubaki, era apenas mais um dia para ser suportado. Com seus cabelos verdes e olhos igualmente esmeraldinos, Akira atravessava os corredores da escola sem olhar para os lados, sua expressão permanecendo inalterada, um verdadeiro espelho de sua frieza interior.
Akira havia recentemente se transferido para esta escola renomada, fundada pelo influente senhor Nakamura, cujo nome ressoava com respeito e temor nos corredores. Akira, no entanto, não se importava com a reputação da escola ou com seus alunos. Ele estava determinado a manter-se distante, evitando qualquer tipo de interação que pudesse obrigá-lo a se envolver mais do que o necessário.
Enquanto caminhava pelos corredores em direção à sua sala de aula, Akira notou um grupo de estudantes murmurando nervosamente e olhando em uma direção específica. Curioso, ele virou o rosto o suficiente para ver o motivo da agitação. No centro da atenção estava Haruka Nakamura, a filha do fundador da escola.
Haruka era conhecida por sua personalidade forte e problemática. Seus longos cabelos negros caíam em cascata sobre seus ombros, e seus olhos castanhos brilhavam com uma intensidade que poucos ousavam desafiar. Ela era a garota mais popular da escola, mas não por ser amigável ou acessível. Haruka exalava uma aura de autoridade e perigo que fazia todos ao seu redor se comportarem. Ela era a líder indiscutível, e ninguém ousava cruzar seu caminho.
Por um breve momento, os olhos de Haruka encontraram os de Akira. A intensidade do olhar dela não o abalou; pelo contrário, ele manteve seu olhar fixo, inexpressivo. Foi um encontro silencioso, mas carregado de uma energia que apenas eles pareciam sentir. Sem dizer uma palavra, Akira continuou seu caminho, enquanto Haruka o observava desaparecer no corredor.
As aulas começaram, e Akira ocupou um assento no fundo da sala, longe dos olhares curiosos. Ele estava acostumado a ser o novato, o estranho. Não era algo que o incomodava; na verdade, ele preferia assim. A interação mínima era o suficiente para ele. No entanto, Haruka tinha outros planos.
Durante o intervalo, Haruka se aproximou de Akira, desconsiderando os sussurros e olhares de seus colegas. Ela parou ao lado de sua mesa, seu olhar curioso e desafiador fixo nele.
— Você é Akira Tsubaki, certo? — perguntou ela, sua voz carregada de uma autoridade natural.
Akira levantou os olhos lentamente, encontrando os de Haruka. — E você é Haruka Nakamura, a garota problemática e temida da escola, — respondeu ele, sua voz fria e controlada.
Haruka arqueou uma sobrancelha, intrigada com a falta de medo ou reverência em sua resposta. — Parece que você não se impressiona facilmente, Tsubaki. Gostei disso.
Ele deu de ombros, desinteressado. — Não estou aqui para me impressionar ou ser impressionado. Só quero passar meu tempo em paz.
— Veremos se você consegue manter essa paz, — disse Haruka com um sorriso enigmático antes de se afastar.
Enquanto ela se afastava, Akira não podia deixar de sentir que algo estava prestes a mudar. Haruka não era alguém que desistia facilmente, e ele sabia que ela estava interessada nele por algum motivo. Ele, porém, estava determinado a manter sua distância, independentemente do que ela planejasse.
Assim começou a jornada de dois jovens de personalidades fortes, cujos caminhos estavam destinados a se cruzar de maneiras que nenhum deles poderia prever.
O resto do dia transcorreu sem maiores incidentes, mas a breve interação entre Akira e Haruka não passou despercebida pelos outros alunos. Murmúrios e especulações começaram a se espalhar pelos corredores, como uma brisa que anunciava uma tempestade iminente. Akira, porém, manteve-se alheio a tudo isso, focado em seu objetivo de evitar conexões desnecessárias.
Quando o sinal tocou, anunciando o final das aulas, Akira juntou suas coisas calmamente, preparado para ir embora. Enquanto saía da sala, ele percebeu que Haruka estava parada perto da porta, como se o estivesse esperando.
— Parece que você está com sorte hoje, Tsubaki. Eu geralmente não dou tanta atenção aos novatos, — disse Haruka, seu tom meio brincalhão, meio desafiador.
Akira suspirou levemente, sem diminuir o passo. — E parece que você não entende dicas, Nakamura. Não estou interessado em atenção.
Haruka o seguiu, igualando seu passo. — Talvez não agora, mas estou curiosa. O que te faz tão diferente dos outros? Por que você parece tão... indiferente a tudo?
— Porque a maioria das coisas não merece minha atenção, — respondeu Akira, sem olhar para ela. — E por que você está tão interessada em mim? Não tem mais nada para fazer?
Ela riu suavemente. — Talvez seja isso. Talvez eu só esteja entediada. Mas vou descobrir o que te faz assim, Tsubaki. Considere isso um desafio.
Akira parou e finalmente a encarou, seus olhos verdes frios como gelo. — Boa sorte com isso, Nakamura. Você vai precisar.
Haruka sorriu, um brilho de determinação em seus olhos. — Veremos, — respondeu ela, antes de se virar e seguir seu próprio caminho.
Akira a observou se afastar, sentindo um misto de irritação e curiosidade. Haruka era claramente alguém que não desistia fácil, e ele sabia que ela não seria dissuadida facilmente. Suspirando, ele continuou seu caminho para casa, tentando afastar as preocupações com o que viria a seguir.
Ao chegar em casa, Akira foi recebido pelo silêncio confortável de seu apartamento. Ele vivia sozinho, uma decisão que tomara para evitar distrações e complicações. A solidão nunca o incomodara; pelo contrário, ele a abraçava como uma velha amiga. Mas agora, com Haruka decidida a invadir seu espaço, ele sabia que essa paz estava prestes a ser testada.
Sentado em sua mesa de estudo, Akira abriu seus livros, mas sua mente continuava a vagar de volta para a interação com Haruka. Ela era diferente de qualquer pessoa que ele já conhecera, e isso o intrigava, mesmo que ele não quisesse admitir. Ele sabia que deveria manter-se firme em sua decisão de ficar longe de complicações, mas algo em Haruka o fazia questionar essa escolha.
E assim, o primeiro dia de Akira na nova escola chegou ao fim, deixando no ar a promessa de dias mais desafiadores pela frente. Haruka Nakamura havia decidido fazer de tudo para mudar a si mesma e, quem sabe, tocar o coração gelado de Akira Tsubaki. E ele, apesar de sua resistência, começava a perceber que evitar essa tempestade seria mais difícil do que imaginava.
No dia Seguinte
O segundo dia na nova escola começou como todos os outros para Akira Tsubaki: sem entusiasmo e com uma determinação firme em manter sua distância dos outros estudantes. Ele chegou à sala de aula cedo, como de costume, e se sentou em seu lugar habitual no canto da sala.
Enquanto os outros alunos começavam a entrar na sala, Akira tirou seus livros e começou a revisar as tarefas e trabalhos que havia terminado na noite anterior. Sua eficiência era notável; ele sempre foi rápido em completar suas responsabilidades acadêmicas, preferindo dedicar seu tempo a atividades que considerava mais produtivas.
Pouco depois, Haruka Nakamura entrou na sala de aula, sua presença carregada de uma energia que a precedia. Ela se dirigiu diretamente a Akira, sem se importar com os olhares curiosos dos outros alunos.
— Bom dia, Tsubaki. Acho que não nos conhecemos direito ainda, — disse Haruka com um sorriso.
Akira levantou os olhos de seus livros por um momento, avaliando-a com sua habitual expressão fria. — Bom dia, Nakamura. Não vejo motivo para mudar isso, — respondeu ele, voltando sua atenção para os papéis à sua frente.
Haruka não se deixou abalar pela resposta lacônica de Akira. Ela se inclinou um pouco mais perto dele, os olhos brilhando com uma mistura de desafio e curiosidade.
— Você sempre termina tudo tão rápido assim? Parece que você está sempre um passo à frente de todos, — comentou ela casualmente.
Antes que Akira pudesse responder, ele sentiu uma presença ao lado dele. A professora estava observando-os de forma não muito discreta, claramente desaprovando a interação entre eles durante a aula. Akira suspirou levemente, avisando Haruka discretamente.
— A professora está nos encarando, Nakamura, — sussurrou ele, voltando sua atenção para os livros.
Haruka deu de ombros com um sorriso travesso. — Ela pode olhar o quanto quiser. Isso não me preocupa.
No entanto, a atitude de Haruka não passou despercebida pela professora. Após alguns minutos de observação silenciosa, ela pegou um papel em branco e escreveu rapidamente uma mensagem curta. Chamando um dos alunos da frente, ela pediu para que entregasse o bilhete para Akira.
O bilhete chegou às mãos de Akira, que o abriu e leu com uma expressão impassível. "Não converse com Haruka durante a aula. Ela é uma má influência para você", dizia a mensagem em letras garrafais.
Akira fechou o bilhete com calma e pegou um pedaço de papel em branco da sua mochila. Ele escreveu uma resposta rápida e clara, e depois pediu ao mesmo aluno que entregasse à professora.
A professora recebeu o bilhete de Akira e leu com uma expressão surpresa. "Professora, não acha deselegante e muito infantil da sua parte falar mal de um aluno, seja lá qual for, para outro aluno? Se tem algo a me falar ou alertar, vamos conversar na diretoria", dizia a resposta de Akira, em letras firmes.
A professora ficou momentaneamente sem palavras, não esperando uma reação tão direta e firme de um aluno recém-chegado. Ela olhou para Akira, seus olhos encontrando os dele por um breve momento antes de desviar o olhar.
O restante da aula transcorreu sem mais incidentes. Haruka e Akira não trocaram mais palavras durante a sessão, mas o silêncio entre eles estava carregado de uma tensão sutil. Ambos sabiam que essa pequena disputa não seria o fim de seus encontros e desafios na escola.
Quando o sinal finalmente anunciou o fim da aula, Akira guardou seus pertences calmamente e saiu da sala sem olhar para trás. Ele estava determinado a manter sua paz e foco acadêmico, mesmo que Haruka Nakamura continuasse a ser uma presença persistente em sua vida.
Enquanto caminhava pelos corredores em direção à saída da escola, Akira sabia que o jogo entre ele e Haruka estava apenas começando. E ele estava preparado para enfrentar cada desafio que ela lançasse em seu caminho, custe o que custasse.
Conversa com o Diretor
Após a aula terminar, Akira seguiu seu caminho pelos corredores vazios da escola, mantendo sua mente focada nos estudos e na necessidade de evitar conflitos desnecessários. No entanto, antes que pudesse chegar à saída, foi interceptado por um aluno que o informou que ele deveria se dirigir à diretoria imediatamente.
Akira suspirou, antecipando que essa convocação estava relacionada ao bilhete que ele enviara para a professora durante a aula. Ele sabia que não havia infringido nenhuma regra, mas estava preparado para enfrentar as consequências de desafiar a autoridade de forma tão direta.
Ao chegar à porta da diretoria, Akira bateu e foi convidado a entrar pelo diretor Yuji, um homem de meia-idade com um olhar sério, mas gentil. Ele sentou-se em uma cadeira diante do diretor, que o observou por um momento antes de começar a falar.
— Akira Tsubaki, certo? Recebi um bilhete bastante intrigante da sua parte durante a aula hoje. Parece que você teve um desentendimento com a professora Suzuki, — começou o diretor, sua voz calma e medida.
Akira manteve sua postura calma e controlada. — Sim, diretor. Eu achei a mensagem da professora inadequada e decidi expressar minha opinião de maneira igualmente direta.
O diretor Yamamoto assentiu, entendendo a situação. Ele pegou os dois bilhetes que estavam sobre sua mesa e os examinou cuidadosamente.
— Entendo. A professora mencionou que você não deveria conversar com Haruka Nakamura durante a aula porque ela poderia ser uma má influência para você, é isso? — perguntou o diretor, buscando confirmar os fatos.
Akira assentiu. — Sim, diretor. Eu senti que era injusto e inapropriado que ela expressasse essa opinião para mim dessa maneira.
O diretor estudou Akira por um momento, seus olhos penetrantes analisando-o cuidadosamente. Após um breve silêncio, ele falou novamente.
— Akira, o que você fez hoje foi incomum para um aluno recém-chegado. Você poderia ter escolhido ignorar o bilhete da professora, mas optou por responder de maneira respeitosa, porém assertiva. Isso mostra uma atitude adulta e matura, e eu devo dizer que admiro isso, — disse o diretor Yuji sinceramente.
Akira relaxou um pouco, sentindo um leve alívio. Ele não estava acostumado a receber elogios ou reconhecimento por suas ações, especialmente quando desafiava a autoridade. No entanto, ele estava grato por ter sido compreendido pelo diretor.
— Obrigado, diretor, — respondeu Akira com sinceridade. — Eu não busquei causar problemas, apenas senti que era necessário defender minha posição.
O diretor assentiu, sorrindo de leve. — Eu entendo, Akira. No entanto, gostaria de lembrá-lo de que, embora você tenha o direito de expressar suas opiniões, é importante escolher suas batalhas com sabedoria. Nem todos os desafios merecem uma resposta direta, mas hoje, eu posso dizer que você agiu de acordo com seus princípios.
Akira refletiu sobre as palavras do diretor. Ele sabia que a escola era um ambiente onde ele teria que aprender a lidar com diferentes tipos de pessoas e situações. No entanto, ele também sabia que não poderia comprometer seus valores e integridade pessoal.
— Eu entendo, diretor. Vou manter isso em mente, — disse Akira, determinado.
O diretor Yuji assentiu, satisfeito. Ele devolveu os bilhetes a Akira e fez um gesto para que ele se retirasse.
— Você pode ir, Akira. Se precisar de mais alguma coisa, não hesite em me procurar, — disse o diretor com um sorriso amigável.
Com um aceno de cabeça de agradecimento, Akira se levantou e deixou a sala do diretor. Ele sabia que o incidente com a professora Suzuki não era o fim de seus desafios na escola, mas ele estava determinado a enfrentá-los com a mesma calma e determinação que mostrara hoje.
Enquanto caminhava de volta para casa, Akira pensou sobre o que havia acontecido e sobre o que poderia vir a seguir. Ele sabia que Haruka Nakamura ainda seria uma figura constante em sua vida escolar, e ele estava preparado para qualquer coisa que viesse do desafio que ela representava.
Assim terminou mais um dia na vida de Akira Tsubaki, um jovem que não temia enfrentar as adversidades e que sempre buscava agir com integridade e respeito.
O terceiro dia de aula chegou, e Akira Tsubaki se preparou para mais um dia de rotinas acadêmicas. Vestiu seu uniforme, arrumou seus materiais e saiu de casa com a mesma expressão inexpressiva de sempre. O incidente do dia anterior com a professora Suzuki e a conversa com o diretor Yamamoto ainda ecoavam em sua mente, mas ele estava decidido a seguir em frente.
Ao chegar à escola, Akira notou que os alunos ainda murmuravam sobre o bilhete trocado com a professora, mas ele ignorou os olhares curiosos e as fofocas. Caminhou diretamente para sua sala de aula, determinado a manter seu foco nas tarefas acadêmicas.
Sentado em seu lugar habitual, Akira começou a revisar as atividades do dia, terminando rapidamente os exercícios e trabalhos antes mesmo que a maioria dos alunos tivesse começado. Sua eficiência acadêmica era notável, mas também fazia com que ele se destacasse ainda mais, algo que ele preferia evitar.
Haruka Nakamura entrou na sala pouco depois, seu olhar imediatamente procurando por Akira. Sem hesitar, ela se aproximou e sentou-se ao lado dele, ignorando os olhares surpresos dos outros alunos.
— Bom dia, Tsubaki. Parece que você já terminou tudo de novo, — disse Haruka, um sorriso travesso brincando em seus lábios.
Akira levantou os olhos brevemente, sem se deixar abalar pela presença dela. — Bom dia, Nakamura. Sim, terminei, — respondeu ele, voltando sua atenção para o livro em suas mãos.
Haruka não se deixou intimidar pela resposta fria de Akira. — Você sabe, eu realmente admiro sua dedicação. Mas talvez você devesse considerar gastar um pouco mais de tempo socializando. Pode ser bom para você.
Akira suspirou, sem levantar os olhos. — Nakamura, eu já expliquei. Não estou interessado em socializar. Prefiro focar nos meus estudos.
Antes que Haruka pudesse responder, a professora Suzuki entrou na sala e os encarou com um olhar severo. Ela não disse nada, mas sua desaprovação era evidente. Akira e Haruka voltaram sua atenção para a frente, mas a tensão entre eles e a professora era palpável.
Pouco depois, Akira recebeu um bilhete do mesmo aluno que havia entregado a mensagem no dia anterior. Ele abriu o papel e leu as palavras da professora: "Não converse com Haruka durante a aula. Ela é uma má influência para você."
Akira fechou o bilhete, irritado com a insistência da professora em interferir em suas interações. Ele pegou um novo pedaço de papel e escreveu uma resposta clara e direta. "Professora, não acha deselegante e muito infantil da sua parte falar mal de um aluno, seja lá qual for, para outro aluno? Se tem algo a me falar ou alertar, vamos conversar na diretoria."
Ele entregou o bilhete ao mesmo aluno, que rapidamente levou à professora Suzuki. Ela leu a mensagem, sua expressão ficando ainda mais severa. No entanto, antes que pudesse reagir, o sinal para o intervalo tocou, e os alunos começaram a sair da sala.
Haruka se levantou e olhou para Akira com um misto de curiosidade e admiração. — Você realmente não tem medo de nada, não é?
Akira guardou seus materiais calmamente. — Não é uma questão de medo, Nakamura. É uma questão de princípios.
Haruka sorriu, genuinamente impressionada. — Talvez eu possa aprender algo com você, Tsubaki. Vamos ver o que o dia nos reserva.
Akira não respondeu, mas não pôde evitar um ligeiro sorriso. Ele sabia que Haruka era uma força a ser reconhecida, e que ela não desistiria facilmente de se aproximar dele. E assim, enquanto os dois saíam da sala, ele se preparava mentalmente para mais um dia de desafios e descobertas.
Akira e Haruka caminharam juntos pelos corredores da escola durante o intervalo, atraindo olhares curiosos e sussurros dos colegas. A determinação de Haruka em se aproximar de Akira era evidente, e isso deixava muitos alunos intrigados. Akira, por outro lado, mantinha sua expressão inexpressiva, focado em manter a calma e evitar complicações.
Enquanto caminhavam, Haruka tentou iniciar uma conversa mais leve, mas Akira respondia de maneira curta e direta, sem muita disposição para se envolver em diálogos prolongados. Quando finalmente encontraram um lugar tranquilo para se sentar, Haruka o observou com um olhar penetrante.
— Sabe, Tsubaki, você é realmente difícil de decifrar. O que você faz quando não está estudando? — perguntou Haruka, tentando descobrir mais sobre ele.
Akira deu de ombros. — Não há muito para decifrar, Nakamura. Eu estudo, treino e me mantenho focado nos meus objetivos.
Haruka riu suavemente. — Você parece um adulto preso no corpo de um adolescente. Isso é impressionante, mas também um pouco triste. Todos precisamos de um pouco de diversão de vez em quando.
Akira olhou para ela, seus olhos verdes frios, mas com uma leve curiosidade. — Diversão, para mim, é alcançar meus objetivos. Tudo o que me distrai disso é uma perda de tempo.
Antes que Haruka pudesse responder, o sinal tocou, anunciando o fim do intervalo. Eles voltaram para a sala de aula, onde a professora Suzuki os esperava com uma expressão de desagrado. Akira se preparou para mais uma rodada de silêncio desconfortável e olhares de desaprovação.
No entanto, pouco depois do início da aula, um assistente administrativo entrou na sala e se dirigiu à professora Suzuki. Após uma breve conversa, a professora olhou para Akira com um olhar resignado.
— Akira Tsubaki, o diretor Yuji gostaria de falar com você. Por favor, vá até a diretoria, — disse ela, sua voz firme.
Akira se levantou calmamente, pegou seus materiais e saiu da sala, sentindo os olhos dos colegas fixos em suas costas. Ele caminhou pelos corredores até a diretoria, se preparando mentalmente para a conversa que estava por vir.
Ao chegar à porta da diretoria, Akira bateu e foi convidado a entrar pelo diretor Yuji. O diretor o recebeu com um sorriso amigável e indicou uma cadeira para que ele se sentasse.
— Akira, obrigado por vir tão rapidamente. Eu queria falar sobre o incidente de hoje mais cedo. A professora Suzuki me informou sobre o bilhete que você enviou, — começou o diretor, sua voz calma e ponderada.
Akira assentiu, mantendo sua postura tranquila. — Sim, diretor. Achei necessário responder à mensagem dela de maneira adequada.
O diretor Yuji sorriu levemente. — Eu entendi. E, mais uma vez, sua resposta foi direta e madura. Quero que saiba que, enquanto eu aprecio sua honestidade, também precisamos encontrar uma maneira de garantir um ambiente harmonioso na sala de aula.
Akira ouviu atentamente, esperando que o diretor continuasse.
— Conversei com a professora Suzuki e deixei claro que devemos evitar julgamentos precipitados sobre nossos alunos. Ela compreendeu e se comprometeu a tratar todos com mais respeito e consideração, — explicou o diretor.
Akira assentiu novamente, sentindo um leve alívio. — Agradeço por sua compreensão, diretor. Não quero causar problemas, apenas quero garantir que todos sejam tratados de maneira justa.
O diretor Yuji assentiu, satisfeito com a resposta de Akira. — Isso é muito bom de ouvir, Akira. Sua atitude é exemplar e mostra um nível de maturidade que muitos jovens ainda precisam desenvolver. Continue assim, e você terá um futuro brilhante pela frente.
Akira agradeceu ao diretor, sentindo uma rara sensação de reconhecimento. Ele se levantou e deixou a diretoria, sentindo-se um pouco mais leve. Enquanto caminhava de volta para a sala de aula, sabia que essa não seria a última vez que enfrentaria desafios, mas estava preparado para lidar com eles com a mesma calma e determinação de sempre.
Ao entrar na sala, os olhares curiosos dos colegas o seguiram, mas ele os ignorou, voltando para seu lugar. Haruka o observou com um sorriso de apoio, e Akira percebeu que, apesar de tudo, talvez não fosse tão ruim ter alguém como ela ao seu lado, desafiando-o e fazendo-o refletir sobre suas próprias atitudes.
E assim, enquanto a aula recomeçava, Akira Tsubaki continuava sua jornada, determinado a manter seus princípios e enfrentar cada desafio com a mesma determinação que sempre demonstrara.
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