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Alguém Como Sebastian

capítulo 01

O dia amanheceu, e o sol brilha em sua extrema harmonia. Abro a porta da minha varanda e observo a movimentação da pequena praça em frente ao meu apartamento, fecho os meus olhos e sinto a brisa e o ar fresco do amanhecer dessa cidade grande, entrarem na minha sala.

Daqui posso escutar leves buzinas e algumas vozes, ao passar brevemente em frente ao meu prédio.

Coloco a água para fazer meu café na minha cafeteria, enquanto tomo meu banho e me arrumo para a minha entrevista.

Visto minha calça social preta, uma camisa lilás de botões e meus sapatos scarpin pretos, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo. faço uma leve maquiagem, só para dar um Tchan...

Enquanto me olho no espelho meu celular toca... é minha mãe... dona Maria Vieres Guedes, a mulher mais linda do mundo.

"Oi, mãe, sua linda" digo, tentando soar mais calma do que me sinto.

"Oi, filha! Como você está? Pronta para a entrevista?" A voz dela é calorosa e reconfortante.

"Sim, acho que sim. Estou um pouco nervosa, mas confiante," respondo, enrolando uma mecha de cabelo entre os dedos.

Atualmente estou trabalhando no shopping, mais a carga horária não bate com minha faculdade... Então tentar mudar para algo que seja fácil para me adaptar no horário...

"Você vai se sair bem, meu amor. Sempre foi determinada e competente. Eles vão adorar você." Havia um sorriso na voz dela que posso sentir através do telefone. “Mais querida o seu pai disse que você não precisa trabalhar, sabe disso né? O nosso dinheiro é mais seu do que nosso, filha”

Meus pais são grandes advogados, atualmente minha mãe está cuidado mais da casa e frequentemente da minha avó... Mesmo vovó Isis não morando com eles, minha mãe passa bastante tempo lá...

Mais, em alguns casos ela mostra a grande advogada que ela é.

"Obrigada, mãe, mais vocês sabem que gosto de ser independente, trabalho des de meus 16 anos, aprendi isso com vocês, mais obrigado mãe mesmo... E você, como está? E o papai?"

"Nós estamos bem, mas sentimos sua falta. A casa está muito quieta sem você." Ela suspira, e posso imaginar seu olhar saudoso.

"Eu também sinto falta de vocês. Às vezes, essa cidade grande pode ser um pouco solitária, mesmo com a Joana por perto"

admito, deixando escapar um suspiro.

"E o coração, filha? Como você está lidando com tudo isso? Você sabe que tem que seguir né, já se passou muito tempo filha" Ela pergunta, sua voz suave e cheia de preocupação materna.

"Estou bem, mãe. Focando no trabalho e tentando não pensar muito no passado. A mudança para São Paulo foi difícil, mas estou começando a me adaptar." Minha voz treme ligeiramente, lembrando-me dos motivos que me levaram a deixar tudo para trás e começar de novo.

"Você é forte, Elisa. E sabe que sempre estaremos aqui para você. Tenho certeza de que algo bom está esperando por você nesta nova fase da sua vida."

"Obrigada, mãe. Suas palavras significam muito para mim. Vou fazer o meu melhor hoje e tentar manter uma atitude positiva." Sorrio, sentindo-me um pouco mais segura.

"Vai dar tudo certo, meu amor. Lembre-se de que você é capaz de coisas incríveis. Estou torcendo por você."

"Eu sei, mãe. Vou-me lembrar disso. Te amo."

"Também te amo, filha. Boa sorte na entrevista. Depois me conta como foi, está bem?"

"Claro, mãe. Beijos."

Desligo o telefone, sentindo-me um pouco mais tranquila. As palavras da minha mãe sempre tiveram o poder de me acalmar e me dar forças. Respiro fundo...

capítulo 02

Após tomar o meu café, sigo para o Plaza Star, um hotel cinco estrelas localizado a menos de quinze minutos de onde moro.

Agora, estou em frente ao prédio cinza, com imensas janelas e portas giratórias. Caminho até a recepção e me apresento.

“Bom dia! Sou Elisa Guedes, tenho uma entrevista às 10 horas com o senhor Souza.” Com um sorriso simpático, a recepcionista responde:

“Bom dia! Siga até aquela porta, todos os candidatos estão esperando lá.”

“Ah, sim. Obrigada,” agradeço e sigo até a sala onde estão todos.

Ao entrar, vejo uma dúzia de candidatos sentados em cadeiras de couro, cada um com uma expressão que varia de nervosa a confiante.

Sento-me em uma cadeira vazia ao lado de um rapaz de cabelo castanho claro e olhos verdes. Ele está bem vestido com uma camisa polo verde claro que realça muito seus olhos e a sua calça é preta. Ao me sentar ao seu lado, ele sorri cordialmente.

Sua expressão é genuína... se eu estivesse na Itália, poderia dizer que é um "bello ragazzo."

“Oi, sou Sebastian,” diz ele, estendendo a mão. “Você também está aqui para a vaga de Marketing?”

“Na verdade, não,” respondo, apertando sua mão. “Sou Elisa. Fui indicada pela minha amiga Joana para a vaga no RH. Estou cursando pedagogia, mas tenho formação em Administração e Recursos Humanos.” Disparei, acho que me empolguei com ele.

“Uau... interessante,” diz ele, claramente impressionado. “Além de linda, é inteligente,” ele disse e fiz que não escutei.

“O quê?” perguntei, fingindo não ouvir.

“Espero que tenhamos sorte,” ele falou, nitidamente sem graça.

Antes que a conversa pudesse continuar, vejo mais cinco pessoas chegando.

Logo, a porta se abre e um homem alto e de aparência austera entra na sala. Ele se apresenta como senhor Souza e nos convida a segui-lo até uma sala de conferências.

“Bom dia a todos. Agradeço por estarem aqui.

Temos várias vagas em aberto, incluindo posições em RH, Marketing, camareira e recepção. Vamos começar com uma breve apresentação de cada um. Por favor, digam seu nome, formação e a vaga que estão interessados,” instrui ele.

Um a um, os candidatos se apresentam, em sua sequência. Quando chega minha vez, respiro fundo.

“Sou Elisa Guedes, tenho 24 anos, formada em Administração com especialização em Recursos Humanos. Estou cursando pedagogia e tenho experiência em gestão pessoal e processos de recrutamento e seleção.”

Senhor Souza acena com a cabeça, aparentemente satisfeito.

Sebastian é o próximo.

“Sou Sebastian Almeida, tenho 27 anos, formado em Administração com especialização em Marketing. Trabalho atualmente com a Gold Flai. Recentemente, coordenei o festival de música de verão da cidade, com mais de cinco mil participantes. Estou interessado na vaga de Marketing.”

“Uau, o cara não é fraco não,” penso.

Gold Flai é uma das maiores empresas de eventos da cidade. Há um murmúrio de aprovação entre os candidatos. A competição é claramente acirrada entre os que querer a vaga de marketing.

Depois das apresentações, senhor Souza explica a dinâmica da próxima fase: uma atividade em grupo para avaliar nossas habilidades de colaboração e resolução de problemas. Somos divididos em equipes e, por coincidência, acabo no mesmo grupo que Sebastian.

capítulo 03

A atividade é intensa. Precisamos planejar um evento fictício, e as ideias voam rapidamente.

Sebastian é articulado e tem sugestões criativas, enquanto eu foco na logística e execução. A combinação funciona bem, mas a tensão é palpável — cada um tentando se destacar sem prejudicar o outro. Diferente de vários lugares que já estive. Sebastian me inclui em suas ideias, me levando a acrescentar ele nas minhas.

No final, apresentamos nosso plano ao senhor Souza. Ele faz algumas perguntas desafiadoras, testando nossa capacidade de pensar rapidamente e de trabalhar sob pressão.

Respondo com confiança, e Sebastian complementa minhas respostas com insights adicionais.

Assim que a dinâmica em grupo termina, somos levados de volta à sala de espera, onde aguardamos nossa vez para as entrevistas individuais. Sento-me novamente ao lado de Sebastian, e ele olha para mim com um sorriso.

"Você foi ótima lá dentro," ele diz. "Acho que nossa equipe foi a mais organizada."

"Obrigada, Sebastian. Você também se saiu muito bem," respondo, sinceramente.

Enquanto esperamos, minha mente viaja para Joana, minha amiga de longa data que me ajudou a conseguir essa entrevista.

Lembro-me da nossa conversa na semana passada, quando ela me incentivou a não desistir de meus sonhos, mesmo se conseguisse o emprego no hotel.

Mas, sinceramente, meus sonhos estão uma bagunça desde que...

Escuto meu nome sendo chamado, o que me tira de meus pensamentos. Finalmente, minha vez chega. Entro na sala de entrevistas e me sento diante do senhor Souza.

Ele revisa meu currículo mais uma vez antes de fazer a pergunta que me pega de surpresa.

“Elisa, você mencionou que seu sonho é ensinar. Caso conquiste seu espaço aqui com a gente, estaria disposta a desistir de seu sonho?” Respiro fundo antes de responder, querendo ser sincera e clara.

"Senhor Souza, ensinar é realmente meu sonho, mas acredito que posso conciliar isso com minha carreira aqui. Sou dedicada e não desisto facilmente. Se eu crescer na empresa como pretendo, certamente encontrarei uma forma de seguir ambos os caminhos.” Ele assente, aparentemente satisfeito com minha resposta.

"Aprecio sua honestidade e determinação, Elisa. Veremos como as coisas se desenrolam."

Quando todos terminam suas entrevistas, somos dispensados. Saio do hotel sentindo uma mistura de alívio e ansiedade. Lá fora, a brisa ainda está fresca, e o sol brilha intensamente.

Sebastian se aproxima enquanto caminho em direção ao metrô.

"Foi um dia longo, não é?" ele comenta.

"Sim, foi. Mas acho que valeu a pena. Agora, só nos resta esperar," respondo, e em seguida pergunto a ele, "Sebastian, por que você quer sair da Gold Flai? Quer dizer, se você puder me falar, lógico." Ele sorri e me responde:

"Já trabalho lá há quatro anos. Vamos dizer que lá é ótimo, mas não dá oportunidade de crescer na empresa. E sei lá, algo me falou para estar aqui hoje, então eu vim," ele disse, mexendo os ombros.

Rimos e logo nos despedimos. Ele segue e entra no metrô e eu vou para minha casa... com a promessa de manter contato, independentemente do resultado.

“Merda, e cadê o número de telefone? Falamos e esquecemos de trocar,” penso.

Caminhando, e reflito sobre como a vida é cheia de possibilidades e surpresas. Sinto que, de alguma forma, este é apenas o começo de uma nova jornada. Enquanto caminho de volta para casa, não consigo deixar de pensar no que está por vir.

Independentemente do resultado, sinto que algo mudou. E talvez, só talvez, essa entrevista tenha sido o começo de algo muito maior. Para me preparar para o futuro.

Chego ao meu apartamento, tiro os sapatos e me jogo no sofá, exausta, mas satisfeita com meu desempenho na entrevista. Pego o celular e decido mandar uma mensagem para Joana...

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