Personagens
Maya.
Pov's Khalid
Hospital 🏥🏥🏥🏥🏥🏥🏥
—A minha esposa está entrando em trabalho de parto.— a trago nos braços, desesperado.
Maya é levada às pressas pelo corredor do hospital, sou impedido de entrar na sala cirúrgica.
— Nenhum médico homem pode atendê-la ou tocá-la. Somos muçulmanos e em nossa religião é proibido.
Explico o motivo para uma das enfermeiras, que irá verificar se há uma médica do sexo feminino que possa realizar a parto.
Enquanto se aguarda, passa horas. E as dores de Maya aumentam; por mais que eu não a veja, escuto-a gritar tão alto, que fico louco. É horrível ouvir a mulher que você ama sofrendo daquela maneira e não poder fazer nada.
Meu yába me ensinou que um homem não deve chorar. Contudo, é impossível ser frio como uma pedra.
Autorizo que um médico do sexo oposto, realize o procedimento. Embora seja uma prática proibida no Islã, eu quebro essa regra: porque tudo que importa é salvar a vida de Maya e do nosso bebê.
Depois de demoradas horas; a enfermeira sai da sala, avisando que nasceu. E é uma menina.
Dou um pulo e comemoro.
— Cadê a minha esposa?— sorrio emocionado.
— Infelizmente não conseguimos salvá-la, senhor, sentimos muito. Meus pêsames!
Desmorono completamente no corredor, sentindo o meu corpo cair no chão. É a pior notícia do mundo.
Passa um filme pela minha cabeça. Eu perdi o amor da minha vida, aquela que eu aprendi amar com o tempo. Nosso casamento foi arranjado, fui obrigado a me casar; porém, eu me apaixonei por Maya.
Construímos um amor verdadeiro e forte.
E saber que ela se foi para sempre, é como se eu tivesse perdido um pedaço de mim.
— O senhor poderá ver a sua bebê.
— Não quero ver nada, e nem ninguém.
Me revolto, saindo sem rumo.
Por que Alláh não foi capaz de salvá-la?
Pego o meu caminhão, dirigindo em alta velocidade e sentindo vontade de morrer junto. O caminho inteiro choro, lembrando dos momentos que tive com Maya.
Ela era tão doce, seu sorriso era o mais belo de todos.
Freio bruscamente quando alguém vai atravessando a rua e acabo desviando o caminhão, para não atropela-lá.
Desço para saber se está tudo bem. A mulher pega do chão algumas sacolas que acabou deixando cair na hora do susto. E eu ajudo.
— Me desculpe.
— Ficou louco? Você quase me matou!
E o seu rosto é familiar aos meus olhos....
— Megan?
Reconheço a minha antiga namorada, aquela que a minha família a rejeitou por não ser muçulmana.
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O que acharam? Será que Khalid vai ser o jeito do pai, ou terá outra personalidade? espero que gostem! deixem seus comentários, será uma honra em tê-los acompanhando mais uma história. Votem e curtam o livro, pois me motiva a continuidade. Os comentários de vocês é essencial para seguimos da história.
O que acharam da Megan?
O que acharam da Megan?
O que acharam da Megan?
A história se inicia.... Tadinha da Maya né:( morreu, coitada. Como ficará o Khalid com a esposa e a filha para criar?
DALLAS- TEXAS.( Estados Unidos)
Sexta-feira 17:00 PM
Pov's Khalid.
— Tô viúvo.
Focalizo na aliança em meu dedo anelar esquerdo.
— Posso dizer que eu lamento?
— Pô, Megan, é sério.
— Khalid, olhe para você.— seus olhos circulam para minha aparência simples. Estou usando uma bermuda branca e uma camiseta estampada, que está suja de graxa.
— Virei caminhoneiro.
— Repete, eu não ouvi direito.
— Caminhoneiro. — falo mais alto.
— Você?— suspiro fundo, visualizando o seu sorriso sarcástico.— Teu papazinho parou de te bancar foi?
— Sem deboche.— peço, incomodado.
— Sério, caralho! Tu deixou de ser o playbozinho de Harvard? Ué, você não ia terminar a faculdade?
— Não vou mais.— engulo em seco, ao ser motivo de piada. — Levo a minha vida trabalhando honestamente, e não me envergonho disso.
— Quem diria, o maconheiro virou trabalhador.
— Eu não uso mais drogas. — a interrompo. — Criei juízo.
— Tá falando igual um adulto.
— Porque eu sou um adulto.
— Relaxa aí, Khalid, tú só tem 18 anos. Prefere mesmo perder tempo criando responsabilidade? Cara, vai curtir as baladas, que tem mais futuro.
— Eu mudei, Megan. — afirmo, bem sério, ouvindo-a cair na gargalhada. — Já deu para mim, tenho que ir.— levanto-me da cadeira; sendo taxado de idiota pela minha ex-namorada.
Contudo, paro inesperadamente;
— Espera, eu vou te dá o meu número. Se sentir saudade e quiser me ligar, é só marcar um encontro gatinho.— pisca o olho.
Suspiro muito fundo, desconfortável com o flerte.
— Até nunca mais.— pego o papel que me deu, amassando nas minhas mãos e jogando na lata do lixo.
Ando adiante até o meu caminhão estacionado, tentando buscar forças para regressar ao hospital. Preciso liberar o corpo da minha esposa, mas eu não me sinto preparado.
É muito ruim está sozinho, sem ter ninguém para contar neste momento de luto. Minha família atualmente mora na Arábia, eu pouco tenho contato e vínculo.
Apesar da dor, eu preciso erguer a cabeça e encarar a minha nova realidade. Infelizmente ela se foi.
— Khalid!— escuto a minha ex gritar, no fundo.— Eu vou com você.
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Hospital. 🏥😔😔😔😔
Novamente voltei pro mesmo corredor que recebi a notícia.
Enquanto sigo em frente, minha ex-namorada não para de falar um minuto. Minha cabeça está em outro lugar; me sinto tão atormentado.
— Aí!
— O que foi?— olho para trás, me preocupando.
— Quebrei a minha unha.
Reviro os olhos, apressando os passos.
— Calma, meu, assim eu não consigo te alcançar. — reclama, correndo atrás de mim com o seu salto alto. — O berçário não é para ali?— aponta e olho por alguns segundos.
— Eu não vou.
— Como não vai?
– Não vou ver a bebê que matou a minha esposa.— me recuso.— E se possível for, a darei para adoção. Não quero ter que viver com esse fantasma me assombrando.
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O que acharam da decisão do Khalid? Pelo visto ele culpo a recém-nascida..... será que ele terá coragem de entregar para adoção?
Por que será que ele perdeu o contato com os pais? Será que existe algo por trás, ou ele preferiu caminhar sozinho?
DALLAS- TEXAS.( Estados Unidos)
Sexta-feira 21:00 PM
Pov's Khalid.
Hospital 🏥 🏥 🏥 🏥 🏥 🏥 🏥
DOIS DIAS DEPOIS....
Assino a papelada de autorização; para liberar.
— É por aqui.— a enfermeira me guia.
A acompanho, confesso que estou nervoso. Entro receoso....
— É aquela do canto.— amostra, e permaneço parado.
Me encontro travado, numa certa distância, olhando a recém-nascida de longe.
— Pode chegar mais perto, para conhecer o rostinho da sua filha — a profissional me convida, com o sorriso acolhedor. — Ela é linda.— diz, a segurando nos braços.
No entanto, simplesmente saio dali, fugindo do trauma em ouvir o chorinho da criança que matou Maya.
Me retiro do hospital, completamente desnorteado e sem rumo.
Começo a chorar, é uma onda de sentimentos diferentes. Ao mesmo tempo que quero abandonar essa bebê para trás, eu não posso. Eu não devo.
Entro no caminhão, batendo no volante, dando consecutivos socos.
Grito alto, choro; e me revolto.
Depois de um tempo, após toda crise, entro novamente decidido a levá-la.
Assino os termos, recebendo a recém-nascida. A levo na cadeirinha até o caminhão.
Agora será eu e ela nesse mundo a fora.
Dirijo, seguindo estrada.
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Paro num posto de gasolina para abastecer. Há uma loja de conveniência, preciso comprar alguns mantimentos e comida. Tiro do bolso a carteira, vendo que só há 50 dólares.
Encaro a recém-nascida que não para de chorar um minuto.
"Se Maya tivesse aqui, saberia como resolver."— penso mentalmente, olhando de relance a cena que me deixa agoniado.
Desço do caminhão, sacando o celular. Cogito em ligar para minha mãe, sobretudo, desisto quando na primeira tentativa ela não atende.
Me distancie bastante da minha família, por tudo que eles quiseram me impor. Minha mãe queria que eu virasse médico igual ela, mas acabei me tornando caminhoneiro. E essa profissão não foi muito "aceita" pelos meus pais.
— Alô, tô precisando de você, Megan.— a contragosto, falo.
— Achei que fosse "até nunca mais"— relembra as palavras que usei, quando rasguei o seu número.
— Eu só te liguei, porque você teve a cara de pau de salvar o teu número sem que eu soubesse, no meu celular.— alego, com o tom ofegante.
— Porque eu sabia que você me ligaria, docinho.
Bufo fundo, ao ouvir o apelido.
O som do choro da recém-nascida aumenta dentro do caminhão, e me desespero;
— Estou precisando que você venha aqui, Megan, preciso comprar umas coisas e estou sem grana.
— Você acha mesmo que eu vou sustentar malandro?— escuto o seu sarcasmo.
— Não sou nenhum vagabundo e nem bandido, não sou como aqueles que você costumava se envolver. Só tô pedindo emprestado!
— Até parece que você vai me devolver né, Khalid, você não tem onde cair morto.
Desligo a chamada em sua cara.
Aí ela volta a me ligar.
— O quê é agora?
— Me passa o endereço que eu vou aí te socorrer, papai.— menciona o termo, pois provavelmente está escutando a bebêzinha aos prantos.
— Para de chorar, porra!— grito, ficando maluco.
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Aguardo mais ou menos meia hora, sentado no chão da calçada da loja, até a minha ex-namorada descer do veículo....
— A princesinha tem um fusquinha?
— Ah, não debocha, Khalid.
— Meu carro pelo menos é um caminhão, eu não só tão lascado assim— tiro sarro.
— Quer mesmo comparar?— me lança um olhar superior, me intimidando.
— O que foi isso no seu braço?—reparo um hematoma roxo.
— Nada.— rapidamente esconde, cobrindo com o casaco.— Eu cai.
— Tú tá tão diferente.
A noto muito maquiada; usando um batom vermelho e um vestido preto muito vulgar.
Ela passa ao meu redor, rebolando o seu corpo e pisando firme com o salto que usa. O cheiro doce do seu perfume paira.
— O fato de você ter me tirado do meio do meu aniversário, conta muito.
— E-é o seu aniversário?— gaguejo, coçando a cabeça sem graça.
— Você sempre foi péssimo com datas, Khalid, isso nem me surpreende.
Megan se aproxima da cadeirinha onde a recém-nascida está. Ela se agacha, tirando-a de dentro, fazendo-a parar de chorar.
— Eu não sabia que você levava jeito.— comento.
— Eu não levo.— se vira em minha direção, dizendo.— Mas a sua bebê é muito fofa.— encosta a cabecinha da própria ao lado da sua, enquanto sorrir.
— Quer para ti?
– Até gostaria, mas eu não posso.— devolve, colocando novamente na cadeirinha.— Meu trabalho não permite.
— Que tipo de trabalho é?
— Eu sou garota da noite, quer dizer...
— Uma vadia.— completo a frase.
— Assim você me ofende, Khalid. Qual é, usa um termo mais delicado... Sou garota de programa, e se você quiser o meu corpinho vai ter que pagar.— reviro os olhos.
— E-eu nunca vou tocar em você de novo.
— Nunca diga nunca, querido.
— O que você está fazendo?— pergunto, ao vê-la comprando um bolo confeitado.
— Comemora o meu aniversário de 17 anos comigo, posso não ter sido aquilo que sua família esperava, mas fomos o primeiro amor um do outro.— seus olhos arrogantes, acabam ficando sensíveis.— Não tenho ninguém, Khalid.
— E por que você disse que eu te tirei do meio da festa?
— Porque eu não queria ficar por baixo.
Megan mostra ser uma patricinha metida, mas no fundo, é armadura que usa para que ninguém conheça as suas fraquezas.
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