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A Proposta

Capítulo 1

...Olá, tudo bem com vocês? Espero que sim! Esse é o meu primeiro livro e espero que gostem! Ainda estou escrevendo, mas postarei diariamente, então comentem bastante para eu saber se estão a gostar ou não....

...Aceito críticas construtivas!...

...Boa leitura 🤗...

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Caminho lentamente enquanto tento arrumar a alça da bolsa que insiste em escorregar do meu ombro, claro que isso seria uma tarefa fácil se os meus braços não estivessem ocupados. Enquanto na minha mão direita seguro a mãozinha pequena de Ryan o meu braço esquerdo está ocupado a carregar o meu caçula que ainda está sonolento e na mesma mão carrego as mochilas de John e Ryan, então essa simples tarefa de não deixar a minha bolsa cair se tornou muito difícil. Se a bolsa não estivesse tão pesada eu não me importaria que ela escorregasse até o meu braço, mas não, hoje ela estava extremamente pesada, pois como vou direto do trabalho para a faculdade preciso levar tudo que irei usar nas aulas da noite. Chegando na escola de John e Ryan os deixo com as professoras e saio praticamente correndo para pegar o ônibus, pois já estou atrasada.

 — Moça sabe que horas passa o próximo ônibus? — Pergunto para a moça que sempre pega o ônibus comigo

— Tem um, as 7h40 — Responde simpática — Me atrasei hoje também, o próximo deve vir lotado já.

— Nem me fale, já penso que o das 7h20, passa cheio de mais, o próximo deve ter pessoas penduradas ate no teto. — Falo imaginando a cena.

Logo chega o ônibus e está realmente lotado, dá um desânimo de ficar no meio de tanta gente assim, ninguém merece além de ter que ir trabalhar ainda enfrentar uma lotação dessas.

Levo vinte minutos para chegar ao ponto em que desço e mais cinco até o meu trabalho, chego toda suada e ofegante já que vim a correr por conta do atraso e sim quase caí algumas vezes nesse percurso todo, uma, na descida do ônibus onde a pessoa que estava atrás de mim praticamente empurrou-me para fora, sai e quase beijei o chão, na esquina da escola tropeçando em meus próprios pés quase tive a segunda queda e a terceira vez foi agora chegando na sala em que dou aula, estava a correr e na tentativa de parar antes de entrar na sala freio os meus pés de uma vez, mas estava em alta velocidade então fui a escorregar até cair de bunda no chão e escorregar mais um pouco até parar de vez, na frente dos meus alunos.

Depois de muita risada por parte dos meus alunos claro e uma bronca da diretora que se encontrava na minha sala de aula pelo simples motivo de eu estar muito atrasada a aula seguiu normal, ainda com algumas risadinhas por parte dos alunos pelo meu tombo lindo. No final da aula fui a sala da diretora para conversamos, afinal não conversamos tudo ainda, palavras dela hoje de manhã depois da minha entrada magnífica.

Bato na porta e entro – Oi Mary, tudo bem? acabei de liberar o último aluno.

— Oi Katherine que bom que veio, precisamos conversar. - Mary fala em tom sério e eu já sei que vou levar mais uma chamada de atenção - Kath o que foi isso hoje ? pelo amor de Deus, além de chegar meia hora atrasada ainda chega correndo e caindo daquele jeito!

- Mary me desculpa eu sinto muito mesmo, mas é que meu pai não pode levar os meninos para a aula hoje e você sabe que a creche só abre as 7h30 não tinha como eu deixar eles antes! — Falei quase chorando por que já não aguentava mais ter que sempre explicar a mesma coisa. - Eu vim o mais rápido que pude, e quanto ao tombo foi por que estava correndo para chegar.

- Eu sei Kath que você tem seus filhos, mas todos temos problemas e ainda assim temos que honrar com nossos compromissos, imagina só eu tinha tanta coisa para fazer e tive que ficar na sala de aula por que a professora que contratei chega atrasada todos os dias.

- Não é todos os dias Mary, é só quando meu pai não pode levar eles.

- Só essa semana foram 4 dias, ou seja, um dia Katherine, um único dia no horário!

— Sinto muito Mary, vou ver se consigo pagar alguém para levar eles, assim não chego mais atrasada ok?— Falo desanimada por que sei que não tenho condições de pagar, mas preciso acalmar a fera por enquanto até eu dar um jeito nessa situação.

— Assim espero, agora pode ir e até segunda-feira. — Assim Mary despacha-me da sala dela e eu dou graças a Deus por que preciso buscar John e Ryan, almoçar e correr para o meu segundo emprego.

Estou a chegar na casa da minha vizinha onde John e Ryan estão, bom deixe-me explicar. Normalmente o meu pai leva os meus filhos para a escola, então as 11h30 meu pai busca eles na creche e eles almoçam juntos, e as 13h30 John e Ryan vão para a casa da babá e ficam até às 18h que é o horário que minha mãe pega eles, então eles ficam com ela até eu chegar da faculdade. Deu para perceber que eu só vejo os meus filhos de noite não é, infelizmente esse é o preço que tenho que pagar pelo menos por agora, por que depois que eu me formar espero conseguir um emprego que me permita passar mais tempo com os meu filhos.

Mas voltando ao assunto como o meu pai essa semana não tem conseguido fazer os horários dele então eu que levo eles para a creche (motivo do meu atraso no trabalho) e tive que pedir para a vizinha buscar na creche porque eu não conseguiria, e por isso estou indo buscar eles para almoçarem e depois levar na casa da babá para ficarem a tarde, o que me faz pensar agora como eu sou lesada! Peguei todos os meus materiais de manhã sendo que voltaria para casa meio-dia!

Chegando a casa da vizinha já vejo meus meninos na porta me esperando

— Mamãe! mamãe! mamãe! Que saudade! — Os dois correm em minha direção gritando e me abraçam.

— Oi! meus amores, mamãe também estava com saudade. Oi Kelly tudo bem? Obrigada por ficar com eles até eu chegar! Espero que não tenham-te incomodado muito.

— Imagina Kath, eles são muito queridos, por mim, poderiam almoçar aqui sem problema nenhum, você sabe que não me importo.

— Obrigada Kelly, eu sei, mas não quero abusar da sua ajuda e, além disso eu queria ver eles, quando chego da faculdade eles estão a dormir já.

— Entendo você, mas sempre que precisar é só me chamar está bem?

— Tá bom, muito obrigada e um ótimo almoço. - Despeço-me da vizinha e vou para casa almoçar com os meus pequenos.

— Mamãe, hoje eu pintei uma árvore, um jardim e uma casa sabia? — Ryan fala todo an—mado

— Sério meu amor? Que legal! E o que mais fez hoje? — Pergunto de forma carinhosa enquanto sirvo a comida para eles — E você John fez o que hoje na escola?

— Só isso mamãe. Ah eu brinquei no parquinho também e cai só balanço, mas não me machuquei e nem chorei — Ryan termina de contar.

— Eu tomei suco de laranja, brinquei no parquinho e, — John coloca o dedinho no queixo enquanto pensa o que vai falar- Ah! fomos na óta — Termina de falar e eu tento decifrar o que é óta.

— Óta filho, o que é isso?

— Ai mãe é na ó ta, ó-t-a! — Ele repete a palavra de vagar como se eu não tivesse entendido e eu caio na risada por que não faço ideia do que é — Sabe mãe, tem um monte de salada na óta.

— Ah!! Horta? Você foi na horta filho?

— Isso mamãe, ó ta — Ele fala mais calmo agora porque eu entendi o que era óta.

- Legal bebê da mãe, agora terminem o almoço que a mamãe precisa levar vocês na babá.

Após deixar os meninos na babá, saio correndo para pegar o ônibus e agradeço mentalmente pelo mesmo estar atrasado uns minutos também, assim não chego tão atrasada no meu segundo emprego do dia.

Devem ter percebido que eu tenho dois empregos! De manhã trabalho na escola Cantinho Doces, é uma escola particular, sou professora, do pré-escolar, os meus alunos são uns amores de crianças. Consegui esse emprego através de uma ex-professora minha pela qual eu tenho um carinho enorme. No período da tarde sou professora também, mas não tenho uma sala fixa por que eu cubro a hora atividade doa professores, então diariamente troco de sala. Consegui esse emprego através de um seletivo da câmara municipal ano passado que era meu último ano do magistério. O salário não é lá aquelas coisas e nem o da escola particular por isso tenho dois empregos, e de noite tenho a faculdade, estou a cursar o primeiro ano de Educação Física, consegui uma bolsa de 50% então eu só pago metade da mensalidade o que é de grande ajuda.

*******

Já são seis e vinte e estou a caminho da faculdade, sai da escola correndo para não perder o ónibus, hoje não posso me atrasar… Muito, por que atrasada já estou. Minha faculdade a princípio é para dar aulas de Balé que é a minha paixão, fiz aulas desde muito nova, mas aos 15 anos eu larguei, porque? Bem Enzo é o porque, meu ex-marido, mas isso é história para outra hora, agora estou a correr para entrar na primeira aula.

Aah!!- Solto um grito caindo no chão — Aí, meu Deus a minha bolsa- Choramingo quando vejo a mesma no meio de uma poça de água e areia.

— Mas que droga! — Ouço a pessoa que esbarrou em mim, esbravejar enquanto levanta de onde caiu- Você está bem? — Ele pergunta sem se quer me olhar, mas nem espera a minha resposta — Droga! Estou atrasado — Fala enquanto corre para dentro da faculdade me deixando com cara de idiota no chão toda suja. Era só o que me faltava mesmo, olho para a hora e já sei que nem adianta mais correr, já perdi o primeiro tempo.

Capítulo 2

         Chego na sala e vejo o professor Josep explicando algo que está no projetor, eu já sei que não entrarei nessa aula mas preciso entregar o trabalho por que hoje é o último dia para a entrega, então tento ser o mais educada possível:

 — Licença, professor, desculpa o atraso será que posso entrar? — O professor olha-me por baixo dos óculos e posso ver o julgamento nos seus olhos.

— A senhorita pensa que pode chegar - ele olha o relógio do pulso e volta a olhar-me - vinte minutos, atrasada para minha aula e simplesmente entrar?

— Eu sei professor que estou atrasada, mas posso apenas deixar o meu trabalho na sua mesa? Como pode ver pelas minhas roupas sofri um acidente quando vinha para a aula. — Termino de falar e aponto para minhas roupas que estão sujas. Antes de vir para a sala passei no banheiro e limpei o que consegui, isso significa que os meus braços e rosto estão limpos, mas meu cabelo e roupas não teve jeito.

— Deixe em cima da mesa e espere a próxima aula para entrar — disse simplesmente, até estranhei, pensei que iria falar um monte como normalmente o faz.

      Como podem imaginar sim eu chego atrasada meio que sempre por conta do meu trabalho, mas não há nada que eu possa fazer em relação a isso.

Vou para o pátio esperar o tempo da segunda aula, enquanto espero observo o mesmo rapaz que esbarrou em mim no estacionamento, ele passa por mim, olhando, e dando risada? É sério isso? Além de derrubar-me ainda tira sarro, a não, isso não vai ficar assim.

— Ei você! Está achando engraçado é? — falo alto para ele ouvir, mas acredito que falei alto de mais por que mais pessoas olham

— Oi você está a falar comigo? — Ele pergunta com cara de confuso.

— Sim, você mesmo, além de me empurrar no estacionamento me fazendo cair com meus matérias e nem se desculpar, ainda passa olhando e rindo da minha cara! - enquanto falo vejo ele arregalar os olhos

— a nossa me desculpa eu estava com pressa, estava muito atrasado e tinha uma apresentação para fazer, sinto muito eu não vi que você tinha se sujado assim.- Fico confusa, ele está a pedir desculpas e parece sincero, mas ele acabou de passar a dar risada de mim, então na dúvida pergunto.

— Então estava a rir de que quando passou por mim?

— Ah! sinto muito, estava a rir por que está com folhas e terra no cabelo, mas agora estou arrependido por que está assim por culpa minha. — Ele diz a segurar o riso.

— Você, você — tento falar enquanto bato no meu cabelo para tirar as folhas que ele falou. — não acredito nisso. — Resolvo fechar a boca quando vejo as folhas caindo, que ódio, agora não é só ele que ri, mas também as pessoas ao redor que ouviram. Deixo ele lá rindo da minha cara e vou a subir para esperar o segundo tempo em frente da sala mesmo, de longe ainda ouço ele gritar.

— Desculpa, não vou mais rir! — nem respondo, só saio de lá o mais rápido possível.

...***********...

       As aulas passaram rápido e já está na última aula da noite com o Igor, ou melhor dizendo professor Igor, ele explica o trabalho de estágio que faremos com outra turma. Terminando a aula eu saio direto para o ponto de ônibus, demora ainda uns 10 minutos para o mesmo passar. Chegando a casa dos meus pais, os meus meninos já dormiam, então o meu pai ajuda-me a levar eles para a minha casa, eu moro em um kit-net quase ao lado de onde os meus pais moram, por isso é tranquilo levar eles no colo mesmo, despeço-me do meu pai, fecho toda a casa e caio na cama cansada pelo dia exaustivo que tive hoje.

...*****...

     Acordo com os meus filhos pulando em cima de mim, chamando-me para acordar. Olho a hora e são oito da manhã ainda, esses meninos acordam muito cedo, senhor amado! Hoje é sábado então vou passar o dia com os meus pequenos, matando a saudade deles, de manhã ficaremos em casa mesmo, mas depois do almoço penso que vou levar eles na pracinha para gastarem a energia.

Passamos a tarde toda brincando, na verdade, eu fiquei sentada a observar John e Ryan brincar com as outras crianças que estavam na praça também. Como é bom ser criança, se divertir com pequenas coisas, e não ter preocupações.

— Ryan, pega o seu irmão e vamos para casa, já está tarde— Chamo eles já no fim da tarde.

— Não mãe, deixa nós brincarmos mais um pouco, ainda está de dia— Ryan pede manhoso

— É mãe, deixa nós brincarmos mais, por favooor! — John fala com as mãozinhas na frente como se estivesse a implorar pela vida.

— Filho já vai escurecer, e nós vamos jantar na casa do vovô e da vovó, você não quer chegar muito tarde lá né?

— Eba! — Os dois gritam animados e correm na minha direção para sairmos da praça.

                               *******

— Vovó, estava uma delícia essa comidinha! - É John quem fala, e Ryan concorda com a cabeça.

— Que bom que gostaram, vovó fez especialmente para vocês meus lindos! — Minha mãe fala para os meninos, então olha-me e continua — Como está o trabalho filha?

— Não está muito bem, chego atrasada diariamente e levando várias broncas, sem contar as estagiárias que ficam a falar mal pelas minhas costas, já estou cansada para falar bem a verdade.

— E por que você não procura outro emprego? Procure algo na área que está a cursar, e pague melhor porque esse salário que recebe é uma vergonha, precisa de dois empregos para conseguir se manter. — Ela fala como se eu não estivesse a procura de algo melhor, a minha mãe realmente pensa que gosto de matar-me de trabalhar e nunca ter dinheiro para nada?

— Mãe, fala como se fosse fácil. Eu já deixei currículos em vários lugares, mas ninguém retornou ainda. Não é fácil conseguir um emprego bom sem ter experiência.

— pois devia ter pensado nisso antes de engravidar né. — Ela fala ácida, e lá vamos nós novamente. Prefiro não responder por que sei que vamos começar a discutir então resolvo apenas me levantar da mesa e ir lavar a louça.

   A minha mãe é uma ótima avó, e ela ama os netos de verdade, mas ela e eu não nós damos bem, ela nunca deixa de esfregar na minha cara que eu engravidei aos 15 anos sem nem mesmo estar casada. Quando me separei foi um dia incrível e maravilhoso, apesar de eu estar com duas crianças pequenas, Ryan com 1 ano e John com apenas 15 dias, ela e o meu pai aceitaram-me de volta já que eu não tinha emprego, e não tinha condições de morar de aluguel. Oito meses foi o tempo que morei com eles depois do meu divórcio, foram meses de muitas brigas com a minha mãe, nós realmente não nós aturamos, mas eu não tinha o que fazer já que morava de favor, e o meu pai coitado ele sempre tentava acalmar-nos. Ao final do oitavo mês fui chamada pela câmara municipal para trabalhar na escola municipal e assim aluguei a kit-net em que moro hoje.

*********

Hoje é um dia daqueles, plena segunda-feira, deixei os meninos dez minutos atrasados na escola, perdi meu ônibus, o outro ônib—s atrasou e eu cheguei oito e meia na escola, não tive como fugir da Mary que já estava na porta me esperando, mal entrei e ela já foi logo falando

— Isso são horas Katherine? — Olhou no relógio com a testa franzida— o seu horário é sete e meia.

— Sinto muito Mary, ainda não consegui ninguém para levar os meninos na creche e o ônibus atrasou também hoje. — Falo mesmo sabendo que ela já sabia que esse era o motivo e que ela realmente não se importava.

— Estou cansada de desculpas Katherine, vamos a minha sala.

— Mas as crianças? — Pergunto, por que imagino que ou estão sozinhas, ou alguma professora juntou duas turmas.

— Já coloquei uma professora para ficar com elas.- Ela diz apenas, enquanto caminha na minha frente para a sala dela.

— Kath, minha querida, você sabe que eu realmente gosto de você, mas não posso mais permitir esses atrasos, eu preciso de uma pessoa com quem eu possa contar.

— Mary eu sinto muito, eu serei mais pontual é sério. — Tento argumentar, mas posso ver que ela já está decidida.

— Eu ouço isso desde que você entrou Kath, e isso já fazem seis meses, eu sei que você não faz por mal, e sei o quanto é uma mulher esforçada, realmente admiro-te muito por todo o seu esforço, mas eu preciso de alguém que esteja disponível para trabalhar no horário da nossa escola.

— Você está-me demitindo então? — Pergunto já sabendo a resposta.

— Sim, Kath, você está liberada já, e não precisa vir mais.

Saio de lá aérea, ainda sem acreditar e acabo a falar comigo mesma — Maravilha, estou tão ferrada!

Capítulo 3

Estou sentada num banco em frente a faculdade, mas do outro lado da rua, apenas pensando que eu estou muito ferrada. Fui demitida da escola justo agora que o meu contrato da prefeitura encerrou. Estou sem emprego nenhum agora, o meu Deus, como vou fazer para pagar o aluguel? e a faculdade? E os meus filhos? Ontem foi um dia triste para mim, de manhã fui demitida, e de tarde foi a minha despedida na escola em que trabalho.

* Lembrança On *

Chego a sala dos professores e fico confusa pois além de encontrar todos os professores ao mesmo tempo, a mesa está enfeitada e tem salgadinhos, doces, bolo e suco, vejo a Eunice Diretora da escola vindo na minha direção.

- Surpresa! Nós queríamos fazer uma despedida já que hoje é seu último dia! - Ela fala e posso ver que está sendo sincera.

- Obrigada Eunice, vou sentir muita saudade de vocês todos - Falo chorando já e nem consigo terminar a frase. Nesse momento todos me abraçam e desejam tudo bom para mim, e eu me sinto bem e apesar de triste, também fico feliz porque sei que estão sendo sinceros.

* Lembrança off *

São seis e cinquenta já, então levanto do banco e vou em direção a entrada da faculdade, quando um carro passa por mim e buzina, tento ver quem é mas não reconheço o carro. Hoje estou chegando no horário, pelo simples motivo que não tenho mais emprego para me atrasar. Quando estou passando pelo estacionamento vejo o carro que buzinou para mim, e o dono olhando para minha direção e tenho a impressão que já o vi em algum lugar.

- Olá, moça das folhas! Vejo que hoje não estamos atrasados - Ele fala sorrindo, então me lembro de onde o conheço.

- Ah, você! Foi você que me jogou no chão naquele dia - Falo enquanto continuo caminhando em direção a entrada da faculdade.

- Eu não joguei você no chão, foi apenas um acidente, ao qual eu me desculpei - Diz ele bem atrás de mim. Olho assustada porque ele estava longe, como chegou tão rápido?

- Sei, depois de rir da minha cara - Falo e o vejo sorrir.

- Muito prazer, sou Jensen! - ele estende a mão para apertar a minha.

- Katherine. - Respondo apertando sua mão - Preciso ir para a aula

- Claro, eu também, nos vemos por aí então- Ele diz sorrindo e continua seu caminho, e eu começo a subir as escadas já que minha sala é no segundo andar.

Chegando na sala encontro o Igor na porta e ele me cumprimenta:

— Oi Kath, tudo bem?

— Oi Igor, mais ou menos, estou numa maré de azar que você nem imagina.

— Sério? Depois da aula eu te levo para casa, daí você me conta o que está acontecendo, ok?

— Está bem. - Falo e vou me sentar enquanto ele vai para a mesa dele deixar os matérias e começar a aula.

— Boa noite pessoal, hoje vamos dar início ao projeto em conjunto com o segundo ano, vamos todos para o salão de palestra.- Saindo da sala encontro a Ana chegando.

— Oi Kath, onde vocês vão? - Pergunta ela sem saber por que todos estão saindo da sala.

— Oi amiga, estamos indo para o salão de palestra, vão explicar sobre o estágio que faremos com o segundo ano - respondo e aproveito para perguntar — Aliais, por que faltou ontem amiga?

— História muito longa, depois eu conto tudo. - responde enquanto nos sentamos nas cadeiras da frente do salão.

Estão quatro professores na sala, dois são meus professores e os outros dois eu não conheço. Eles começam a explicar como vai funcionar o estágio, e quais são as escolas e eu vou anotando tudo, por último eles começam a separar por grupos.

Eu sei, devem ter notado que eu chamo o professor Igor, de Igor apenas, é força do hábito. Bom, vou começar dizendo que não! Ele não é meu namorado, Igor e eu nos conhecemos quando ele e os pais se mudaram para a casa ao lado da minha, Igor tinha 10 anos e eu apenas 5 mas isso não impediu de nos tornarmos grandes amigos, e claro que ele foi minha primeira paixão, era meu melhor amigo e meu "amor eterno", quando somos crianças achamos que vamos amar uma pessoa para sempre, mas aos meus 12 anos eu conheci outro garoto que mexeu com meu coração então troquei o Igor por outro. Sinto vontade de rir quando lembro disso, na época ele ficou indignado quando lhe contei que estava gostando do Matt. Ele estudou, fez faculdade, passou no concurso e esse é o primeiro ano dele dando aulas na faculdade, e por acaso é meu professor também.

As aulas acabaram e eu nem vi o tempo passar, acredito que por eu estar tão angustiada pela minha situação não tive cabeça para nada hoje. Ana tentou puxar assunto, mas eu não queria conversar com ninguém, por fim ela desistiu. Agora estou no estacionamento esperando Igor que iria me levar para casa.

— Oi de novo moça das folhas! — Ouço o apelido sem noção e me viro para olhar

— Moça das folhas? — Pergunto a fazer careta — tenho impressão que já lhe disse o meu nome.

— Katherine- Ele fala a dar risada — Mas eu gosto de pensar em você como moça das folhas.

— Ah, imagino que sim — Respondo sem entusiasmo nenhum. Então percebi o que ele disse — Pensar em mim? Por que pensaria em mim?

— achei muito interessante quando começou a xingar-me no meio de várias pessoas por que eu estava a rir de você — Ele fala simplesmente — Foi, divertido! - Termina de falar ainda rindo

— Você é maluco. — Falo realmente achando maluquice, quem gosta de ser xingado?

— Está indo embora já? Percebi que vem de ônibus, mora muito longe?

— Moro longe e sim estou a ir embora. — Respondo e o vejo olhar no relógio, provavelmente constatando o mesmo que eu, está tarde.

— Já é tarde, você vai de ônibus? Posso oferecer-lhe uma carona?

— Eu tenho carona já, mas obrigada— Terminando de falar vejo Igor chegando, Jensen também vê

— Hum, Igor é sua carona então? — Pergunta com uma cara estranha.

— Sim, você o conhece?

— Conheço, e sei que ele é professor aqui. Ele é seu professor ou seu namorado?

— Apenas o meu professor! — Falo seria, percebendo a insinuação na frase

— Que bacana! Professor dando carona para aluna, muito interessante. Dizendo isso, entra no carro e vai embora sem se quer esperar uma resposta. Como eu pensei no início, ele só pode ser maluco.

*****

— Obrigada Igor! Não só pela carona, mas por emprestar-me os ouvidos também para minhas reclamações — Agradeço novamente assim que chegamos em frente a casa dos meus pais.

— Kath, estou aqui para o que você precisar! Pode-me pedir o que quiser, sabe disso — Ele diz a olhar nos meus olhos e eu sorrio porque sei que ele realmente me ajudaria com o que fosse preciso, como ele já fez uma vez. Então ele fica muito sério e diz — Qualquer coisa Kath, mesmo que mate alguém, eu ajudo a esconder o corpo! — Caímos os dois na risada por que ele falou tão sério como se fossemos capazes de algo assim.

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