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Salva Pelo Consiglier

O futuro consiglier

Meu pai criou homens honrados, ai você me diz que na máfia não tem honra, tem, sim, temos deveres a cumprir, existem coisas que para nós é inaceitável, mesmo que alguns não cumpram, o Don está acima de todos, e a lei que ele cria não deve nunca ser quebrada.

Sou o Cesare Mansur, serei o futuro consiglier da Itália, somos 4 irmãos, Lorenzo, eu, Antony e a nossa princesa Laura.

Lorenzo está de casamento marcado com Sofia, ela fará 18 anos em alguns meses e digamos que não aceitou o casamento, ele não procurou por ela em nenhum momento, a menina é linda, mas ele nunca quis ver seu rosto, a única foto que viu ela tinha 15 anos.

Quando a boba fugiu achando que escaparia do casamento, nós a pegamos, mas antes fui com alguns soldados buscar minha irmã e levar a irmã da Sofia para casa, fomos até a lanchonete que ela, a irmã e Laura estavam, quando fui buscar Laura vi os olhos assustados da menina, deveria ser pouca coisa mais nova que a irmã, mas tinha um olhar penetrante.

E uma inocência que me atraiu.

Logo depois que fomos buscá-la no Brasil voltamos para a Itália, meu irmão prendeu a insolente (como ele mesmo chama) no apartamento dele acabou por matar o amigo na frente dela para ensinar que não deveria desobedecer, a tática foi cruel contando que ela nunca viu nada disso, mas entender que toda ação atrai uma reação é fundamental para sobreviver nesse mundo, ataques de infantilidade custam caro e elas são alvos constantes simplesmente por serem escolhidas para casar com homens do comando.

Na mesma noite, Fomos até a casa do Otávio MARTINELLO avisar que o casamento estava mantido e meu irmão acabou indo para cima dele assim que viu a frieza com que ele se dirigia a filha, reparei que a filha ergueu o rosto para que visse seus machucados, ela tinha um corte na boca e que estava com marcas nos braços e pulso, fiquei com muito ódio tinha uma irmã daquela idade e tratávamos ela igual princesa, mas puxei meu irmão para ir embora, não entendia o sentimento que nascia em mim desde o primeiro momento que coloquei o olho nela, entramos no carro e falei:

__ Você viu que a irmã está com muitas marcas? Certamente o infeliz espanca a filha, não consigo imaginar um pai fazendo isso cara, não com alguém tão frágil e delicada- falei sem nem mesmo entender o meu sentimento em relação a isso, amar a família era como uma fraqueza, mas espancar uma filha para minha família é o fim, podia estar ligando ela ao sentimento em relação a minha irmã, eu mataria alguém que fizesse mal a ela.

__ Nem todo pai é como o nosso com a filha mulher, eles as veem como um negócio lucrativo, um casamento e só, Laura reclama, mas tem sorte demais, vai fazer 18 anos logo e nunca aceitamos uma oferta de casamento- meu irmão respondeu e sabia que tinham muitos pedidos de casamento que vinham, afinal ela é a herdeira Mansur.

Fomos para casa e achei, por bem, tirar ela da minha cabeça e voltar a minha vida normalmente.

Antony veio ao meu quarto e me chamou para sair, ele ia em lutas toda a semana, mas hoje iria a uma boate, de qualquer forma eu extravasaria, então ir até a boate para nos divertir seria ótimo, me arrumei e fomos.

Quando chegamos nós já fomos recebidos por uma multidão de puxa-sacos, as meninas bem-dizer baixavam as calcinhas quando nós entravamos no camarote, Antony já veio arrastando umas 3 para subir, mas eu não, mulher fácil não me interessa, a doçura e a fragilidade são gatilhos para mim, novamente me vinha o rosto da menina a mente.

__ Que inferno, preciso tirar aquele rosto da minha cabeça, aquela boca e corpo, droga pensando em sexo com uma menina que nem fez 18 anos, estou me sentindo um maldito tarado- falei sozinho e Antony se aproximou:

__ Irmão? Tudo bem? Vamos nos divertir, cara, aconteceu algo? Que cara é essa?- falou Antony.

__ Tô legal cara, vai lá – falei e fiquei bebendo minha vodca, de longe avistei uma loira com os olhos claros vindo até mim, ela tinha um corpo escultural e um batom vermelho nos lábios,era a loira fatal que tiraria a menina dos meus pensamentos, nós conversamos e levei ela comigo para o apartamento, garanto que eu tiro essa menina da minha cabeça, eu espero mesmo né, afinal um cara vivido como eu encantado com uma menina que não tem 18 anos é demais.

Eduarda MARTINELLO

Fui criada até meus 16 anos com meu irmão e minha irmã vivendo uma família feliz, meu pai nunca foi um homem carinhoso e não sei por qual motivo, mas ele me beliscava e puxava meu cabelo sempre que meu irmão estava longe ou minha mãe e minha irmã, eu tenho um ano a menos que ela e nunca vi meu pai fazer nada disso com a Sofia, minha mãe sempre apanhou, eu e a Sofia víamos isso e nos escondíamos, ela cuidava de mim para que não visse, mas pela nossa diferença de idade ser mínima eu sempre vi e entendi.

Quando meu irmão foi embora começou o meu inferno, os beliscões e ofensas subiram a um nível extremo, e sei que hoje vou apanhar com toda certeza, minha irmã fugiu do casamento, aquela doida fugiu, do Don, ele vai querer matar ela e meu pai vai me culpar, o Sr. Cesare veio me trazer, irmão do Don Lorenzo, quando o irmão chegou para buscar ela, fiquei apaixonada, eu nunca vi tamanha beleza, fiquei constrangida por sentir isso na situação que eu estava, ele tinha um olhar penetrante e mortal e isso me encantou.

  Certamente ele iria querer me condenar por achar que eu sabia ou estava de mau-humor por vir até a sorveteria buscar duas crianças enquanto ele tinha outros compromissos, eu jamais aceitaria isso, apoiar uma fuga sabendo que levaria a morte dela, acredito que estamos todas as duas em uma enrascada.

Não sei como vai ficar agora, só espero que Deus me dê forças para lutar e que seja a última vez que sofro nas mãos desse demônio.

Porque me odeia?

Meu cunhado e o irmão estavam furiosos, me levar para casa era a única opção, mas confesso que pela primeira vez pensei em fugir, eu estava com tanto medo, tanto por mim quanto pela Sofia, quando entrei pela porta meu irmão estava lá e isso me acalmou, certamente não aconteceria nada comigo enquanto ele estava ali, ele sempre me protegeu, sabia que meu pai pegava no meu pé, mas nunca contei que ele me batia, nem para a Sofia eu falava, ele dizia que ia bater nelas também e eu não queria ninguém sofrendo o que eu sofria.

Meu pai estava furioso e seu ódio em algum momento seria direcionado a mim, meu irmão sem imaginar o que acontecia comigo foi embora e meu cunhado descobriu onde a Sofia estava saiu também, estava no quarto apavorada mas quando vi minha mãe clamar por misericórdia resolvi intervir.

Ver que a minha mãe chorava no corredor foi desesperador, ela pediu misericórdia algumas vezes e ele ria alto, até os empregados tinham pavor das maldades dele, e em um momento ouvi ela dizendo que poderia espancar ela, minha mãe não pagaria pelo erro da Sofia e eu assumiria o lugar dela se fosse preciso.

__Deixa a minha mãe em paz, não toque nela - falei com a cabeça erguida e o coração despedaçado, pois sabia que seria punida pela fuga e pela afronta.

__ Porque você me odeia pai? O que eu fiz para você ? - perguntei chorando sem aguentar a sua rejeição.

__ Viu Madalena, a vermezinho tem mais coragem que você – a forma como ele sempre se dirigiu a mim para machucar foi essa, mas sempre quando estávamos a sós, então respondi :

__ Se quer bater em alguém deveria ser na Sofia, foi ela que fugiu, porque temos que pagar o preço? Mas a mãe não tem culpa alguma, se quer bater em alguém vá em frente e me bata .

Ele nem esperou a minha mãe sair do quarto e deu-me uma tapa forte, olhei para a minha mãe que chorava gritando não e disse:

__ mãe sai , tá tudo bem

Ela me olhou aflita mas saiu, ele começou a tortura e aceitei meu destino.

Ele amarrou meu pulso e me prendeu na guarda da cama, me bateu muito, senti minha boca sangrar e meu corpo doer, ele em determinado momento achou que era correto não me matar e parou e saiu sem dizer nada, mas eu já não sentia uma só parte do meu corpo sem doer.

Não sei quanto tempo passou mas minha mãe veio me soltar e me ajudou com a dor, me avisou que estava proibida de comer hoje, que tentaria trazer algo escondida, disse que não precisava, para não acabar em um problema com meu pai, se ele pegasse ela com comida para mim ela apanharia também, foi uma noite difícil mas dormi um pouco mesmo com fome e dor.

No outro dia estava no sofá com a mãe, sentindo inveja da Sofia, ter coragem de fugir e estar livre do inferno, mesmo o pai tendo sido muito melhor com ela do que comigo durante toda a vida, ouvimos batidas e meu cunhado apareceu avisando que o casamento estaria mantido ainda e que ela ficaria em um apartamento isolada, nesse momento ergui meu rosto para que me vissem, quem sabe me ajudassem, se não matou a Sofia poderiam ter piedade por mim, o irmão do Don estava lá e seu olhar cruzou com o meu mais uma vez, tive a impressão de que ele também sentia a mesma atração por mim que eu senti na lanchonete, mas depois vi que só podia ser pena né , afinal um homem como ele teria qualquer uma aos pés.

Passaram alguns dias meu irmão veio na nossa casa, meu rosto já não tinha marcas, então passei uma maquiagem e acabei ficando só com a dor interior, ele veio até mim e disse:

__ Princesa, como está ? Vamos dar uma volta ? O Otávio já autorizou, vamos até a sorveteria ver a Sofia, o noivo vai levar ela para ver você – fiquei feliz pois estava com saudades e fui me arrumar ..

Quando saímos de casa para ir até lá eu fiquei aliviada e chorei, meu irmão se assustou e parou o carro:

__ O que aconteceu ? Por que está chorando? Fala Duda , que houve com você , quem te fez mal, me diz que eu mesmo mato- meu irmão não sabia do que acontecia mas eu já não aguentava mais guardar pó tá mim, ninguém sabe que eu apanho simplesmente por existir .

__ estou cansada Pietro , mesmo, o meu pai me odeia - vi que o semblante do meu irmão mudou mas continuei__ Eu apanhei muito na minha vida, antes de você ir embora eram puxões de cabelo e beliscões, hoje são tapas e chutes, quando Lorenzo me levou para casa eu apanhei até desmaiar por ser cúmplice da Sofia, isso que nem sabia de nada, eu não quero mais isso, não sei o que fazer, vou acabar me matando- falei em meio a soluços e meu irmão secou minha lágrima e disse :

__ Escuta, nunca mais repete isso, nunca mais fala em tirar a sua vida por causa daquele maldito, pois a dele não vale nada, mantém a calma e não faz nenhuma besteira, eu vou dar um jeito nisso, me perdoa bambina, aquele infeliz não vai mais tocar em você , vou entregar seu negócio sujo para o Don, fique em paz pois te prometo que você vai ficar bem, ele é covarde com os Mansur , diante da ordem do Don ele para, até pensar em algo que drible a segurança , então temos um tempo- meu irmão falou me enchendo de esperança .

__ Vamos logo que vou te pagar o maior sorvete que conseguir, como nos velhos tempos , Heloísa está em semana de prova da faculdade e não pode sair então vamos nós ver aquela cabeçuda que resolveu fugir- ele falou me acalmando, desde pequena é assim, as vezes ele ia no meu quarto porque eu tinha medo, me abraçava até dormir, contava histórias e tudo, Pietro foi o pai que eu não tive.

Chegamos na sorveteria e meu irmão foi falar com o cunhado, fiquei com a Sofia e achei que ela não precisava carregar a culpa pela surra que levei, então resolvi agir com naturalidade sendo a menina extrovertida que ela conhecia .

__ irmã você está bem ? Vamos tomar um sorvete agora, vem e me conta como está – falei e Sofia me abraçou e pedimos sorvete e percebi os olhares constantes que meu cunhado dava para ela, e mais uma vez foi inevitável não sentir inveja dela, não era por mal, mas eu almejava me livrar daquilo e não conseguia e minha irmã finalmente estaria livre.

__ Duda sinto muito pelo que houve , não estava pensando direito, não queria que caísse culpa sobre ti, o que o papai te fez, me fala – foi impossível não deixar transparecer a minha dor e acabei chorando.

__ Eu não queria te preocupar, quem te contou? Quando cheguei em casa aquele dia nosso pai me mandou subir para o quarto e atendeu o seu noivo, mas quando ele foi embora ele foi ao meu quarto deu-me uma surra, dizendo que eu acobertei você, ele me deixou sem comer e amarrada, proibiu a mamãe de vir até mim, quando o seu noivo foi avisar que você estava bem a mamãe me disse que ficasse com a cabeça baixa, mas eu levantei, queria que ele me visse e quem sabe intercedesse por mim, ele e o pai brigaram por você, ele disse que o pai não merecia ter filhas, pois era um monstro, aí quando saíram o nosso irmão chegou e mais uma vez teve briga, ele disse que se o papai batesse em alguma de nós, ele contaria algo que o destruiria e depois ele não tocou mais em nós.

Sofia ficou arrasada, mas tratei de acalmar ela, e voltar a sorrir.

Realmente esperava que meu irmão pudesse nos ajudar.

Continuamos tomando sorvete e meu cunhado veio até nós com meu irmão que abraçou a Sofia e disse:

__ minha irmã não faça mais isso, o seu destino é você quem faz, não decida que vai ser mau antes de realmente ser- o meu irmão disse isso e continuou:

__ Tenho um compromisso com seu cunhado Cesare agora, então seu noivo levará vocês até nossa casa.

Voltei a ficar tensa na minha casa, e meu cunhado, e meu pai foram para o escritório, meu pai parecia feliz e isso me deixou menos tensa, enquanto tivesse alguém ali ele não iria me agredir.

Passaram alguns minutos e o irmão do meu cunhado apareceu com meu irmão, Cesare Mansur o homem que não sai dos meus pensamentos a algum tempo, pena que ele não tem olhos para mim.

O que será que vieram fazer aqui? Estou aflita pois sinto que tem algo a ver com a surra que levei, espero que não seja penalizada mais uma vez.

casamento ?

Recebi durante algumas horas no escritório a visita do Pietro MARTINELLO, Lorenzo me avisou que ele queria negociar uma forma de salvar a irmã do pai, ele entregou-me um esquema do Otávio, um esquema que vai contra a nossa lei, tráfico humano mais especificamente crianças e meninas virgens e cara eu odiava isso.

Não sei ao certo se posso confiar nele e, porque ele entregaria o próprio pai:

__ Pietro a gravidade das coisas que disse são grandes, o seu pai será considerado traidor por infringir as regras e mexer com menores- falei e ele sorriu.

__ Eu mesmo quero matar ele, não posso arriscar a vida da Duda- quando falava na irmã seu semblante mudava e comecei a perceber que a sua proteção para ele valia muito.

 Já imaginava que tinha algo sujo por trás do Otávio, sou um mafioso que tem algum princípio, tráfico humano é feito pela escória do nosso mundo, essa gente é como praga, está sempre desenvolvendo, Lorenzo me passou que iria oferecer a menina em casamento a algum capo, para que dessem uma chance que Eduarda se livrasse do pai, minha ideia de proposta de casamento ainda estava somente comigo, mas sentia que meu irmão sabia disso, afinal mandou o irmão diretamente a mim depois de me passar o plano de fazer uma oferta de casamento, para livrar ela do pai era necessário então ou eu ficava com ela ou alguém ficaria, e não aceitaria só para poder pegar o infeliz, aceitaria porque ela mexeu comigo desde o primeiro momento, Pietro me disse que viesse até a mansão deles para acompanhar a negociação, fiquei puto da vida, afinal oferecer uma menina tão linda, delicada e frágil é algo que teria que ser muito analisado, pelo que entendi Lorenzo e Pietro tem pressa e ela faz 18 anos em meses, então após estar a salvo iriam destruir o pai dele.

Cheguei na mansão e fui recebido pela mãe dela, fui cordial e as três olharam-me com curiosidade, Eduarda estava linda numa roupa de exercícios e cabelo balançado, seu jeito moleca era uma perdição.

Lorenzo disse que estavam na sorveteria então trouxeram elas e foram falar com o velho, Sofia ainda um pouco desconfiada e arredia mas a irmã curiosa e com súplicas de socorro no olhar, ali eu havia tomado minha decisão, não deixaria que ficassem com ela.

Cheguei no escritório e o velho estava todo feliz, vi alguns homens em fotos na mesa com seus cargos e tal, como um cardápio, ele ofereceu ao velho algumas opções vantajosas de noivos para a menina.

__ Olá Cesare tudo bem ? Quer uma bebida, você como consiglier do nosso Don me diga, qual casamento devo aceitar para a Duda ? O que acha dos nomes escolhidos ? – Pietro olhava para o pai enojado e Lorenzo mantinha uma cara tranquila como se tudo fosse minimamente tramado por ele.

__ Não acho que sejam ideal- fechei os olhos resignado sabendo que não tirava a menina da cabeça.

 __ eu quero me casar com a Eduarda, sou o consiglier e acredito que melhor que eu não tenha ninguém, ter um elo eterno com nossa família é excelente para você - o olhar do velho acendeu e o irmão pareceu aliviado em saber que a irmã ficaria bem, e que eu a queria.

__ Ok isso é ótimo, ficará tudo em família, se você quiser até o noivado ela pode ficar em algum apartamento seu- claramente ele via isso como uma forma de não desistir do casamento, havia algo por trás dessa vontade imensa de estar dentro da família, e não é só financeira não.

__ No momento eu gostaria de falar a sós com ela e estipular alguns pontos se for possível , casaremos assim que ela fizer 18 anos então.

Ele foi até a sala e chamou a filha :

__ Eduarda o seu futuro cunhado fez uma oferta de casamento ótima e eu aceitei, assim que fizer 18 anos se casará com Cesare Mansur, não seja idiota como a sua irmã foi- vi que Lorenzo fechou os olhos lutando contra a vontade matar ele.

__aceita o seu destino e honre o seu noivo, faremos uma apresentação formal diante da nossa sociedade assim que a sua irmã oficializar o casamento — fiquei com raiva de ver que ele ameaçou ela na minha frente.

chamei ela para conversar e falei:

__ Tudo bem para você esse casamento? Perguntei e ela respondeu me deixando mais aliviado.

__ Sim, quer dizer, sim se for a sua vontade- ela ainda estava insegura e tinha medo, eu gostava da sensação de proteger ela, a forma como ela estava com a cabeça baixa já não me agradou, não quero que ela seja forçada a nada e que tenha medo de mim.

__ Você quer esse casamento ? - perguntei firmemente.

__ Sim, digo, quero me casar e ser livre, sem viver o que vivo aqui, sei que muitos casamentos não são bons no nosso mundo e entendo a finalidade de um casamento na máfia, mas se você não me bater eu já fico aliviada - ela respondeu e tive pena dela, não sei o que ela viveu mas quero que ela não sinta mais.

__ esse celular é para você e tem o meu número apenas, por questão de segurança me entregue o seu, após uma limpa nele irei importar os números necessários, ligue-me sempre, eu disse sempre que achar necessário, o meu soldado vai ficar para te proteger caso precise na minha ausência, não pense duas vezes em me contar nada, não tenha medo de mim, e referente a bater, só farei na nossa cama- ela arregalou os olhos e eu ri.

__ Vou te mostrar que tem coisas boas, qualquer situação irei cuidar e te proteger, então me ligue- estiquei o anel em seu dedo e ela sorriu, virei as costas e fui embora com meu irmão e a noiva, no carro ela me agradeceu por ajudar a irmã e eu sorri.

Quando fomos para casa largamos a Sofia no apartamento antes, meu irmão foi acompanhar a noiva e eu fiquei imaginando que logo teria alguém comigo, estranho pensar que já tenho tanta necessidade de protegê-la assim, meu irmão perguntou se eu estava bem com isso e eu respondi:

__ Sim, eu estou bem, esse maldito sentimento de proteção que não me deixa em paz, quero cuidar dela e vou matar e morrer por ela- respondi, tínhamos essa intimidade, mas ele falou.

__ Já está assim, coitado, para de falar que está me dando dor de barrigaa.

__ Eu não fui no Brasil atrás da noiva fujona- falei rindo.

Dirigimos até nossa casa e chegamos a tempo de ver a briga e meu irmão rindo, minha irmã e meus pais brigavam, Antony estava sentado com o celular sem se meter no assunto, ele era o mais puxa saco da Laura e o mais despreocupado, mas também era o melhor de nós três na luta, na mesma medida brincalhão e mortal, tanto que é o nosso executor e também responsável pelos mais cruéis treinamentos de soldados e as mais fortes punições.

Laura é a nossa princesa e quer ter liberdade, sei que fazer 18 anos para nossas mulheres é um compromisso de casamento chegando então ela queria comemorar seu aniversário na boate, Lorenzo concordou e nós também, minha mãe não foi a favor pois sabia que ela tinha uma paixão por alguém, mas estaríamos de olho nisso.

Fui para o meu quarto e passei a pensar em minha nova vida que a pouco tempo teria, cuidar de uma mulher, ganhar uma fraqueza e ser o protetor dela, seria fantástico ter a minha casa, que já estava pronta e logo teria a decoração que ela quisesse colocar, e ficar do jeito que minha esposa achar melhor, estou virando um bundão mesmo, pensando na decoração que teria a minha casa.

Nós temos um prédio onde ficam nossos apartamentos para assuntos extremos e onde levávamos mulheres, claro que não qualquer mulher e sim as melhores selecionadas, mas eu dos três era o que menos fazia isso, agora noivo quase nem vou ir ao apartamento mais.

 Pensando nela eu deitei e dormi me preparando para uma nova vida.

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