NovelToon NovelToon

Meu Protetor Mágico

Explicações

Olá, se é novo aqui, bem-vindo! Se já estava acompanhando essa história peço desculpas pelo sumiço, felizmente a encerrei essa semana e pretendo postar tudo já que a outra postagem já não tinha mais engajamento. Porém, estava atualizada até o capítulo 40 caso não queira ler novamente, mas peço que favorite todos os capítulos, isso ajuda muito!

Muito obrigada por ainda estar aqui para ver o fim dessa história! beijos e boa leitura!

Capítulo Um

YANLIE

— Mais para a direita... Isso — Sorri de olhos fechados enquanto sentia as mais maravilhosas servas me servirem. — Me alimente.

— Vossa Majestade...

— Não sejam tímidas — Ri baixo. — E é Alteza, meu pai ainda é o rei.

Senti uma mão quente no meu ombro e esperei a massagem que nunca veio. Dei um grito quando apertaram meu ombro tão forte que pensei que havia o quebrado.

— Quem ousa... Pai! — Levantei surpreso da banheira.

— Cubra-se, sua mãe está presente — Ele me olhou com desgosto e jogou uma toalha em mim.

— Está tudo bem, querido, não há nada que eu não tenha visto — Minha mãe sorriu para me tranquilizar.

Meu coração parou. Minha mãe só sorria para me tranquilizar em momentos cruciais, geralmente ela apoiava meu pai totalmente nas suas disciplinas.

Meu pai dispensou minhas servas deixando o clima mais pesado.

— Pai, mãe — Fiz uma reverência após enrolar a toalha na minha cintura. — Eu estava prestes a...

— Não, não estava! — Meu pai esbravejou. — Você estava sendo esse irresponsável de sempre!

— Devan, não seja tão rude — Minha mãe tocou o braço do meu pai.

— Não serei, Lily, fique tranquila — Ele sorriu com carinho, mas quando olhou para mim sorriu com ódio. — Você passou de todos os limites hoje, Yanlie Raskin!

Respirei fundo. Meu pai sempre dizia esse tipo de coisa para me incomodar, mas eu pouco me importava. Eu era o príncipe herdeiro do sol e da lua, mas só tinha dois mil anos, por que eu deveria ter preocupações tão jovem?

— Só por que não compareci ao encontro daqueles velhos chatos?

— O encontro de velhos chatos era o aniversário da sua avó!

— Aniversário da vovó? — Sorri sem graça. Minha mãe assentiu nervosamente. — Eu vou me desculpar com ela imediatamente.

Minha vó era uma senhora difícil de lidar, mas me amava muito. Minha mãe dizia que ela me dava todo o amor que não deu ao meu pai, o que explicava ele ser tão mal-humorado.

— Não, ela já foi descansar e já brigou comigo o suficiente por não lembrar você — Meu pai suspirou cansado. — Amanhã leve um presente digno.

— Eu sei o que fazer, relaxa.

— É bom que saiba — Ele disse num tom de ameaça. — Termine logo esse banho e pare de agir de forma vulgar ou irei demitir essas fadas que contratou.

— Não tenho culpa se elas me adoram — Resmunguei.

— O que disse?

— Sim, senhor.

Meu pai assentiu parecendo satisfeito e foi embora com a minha mãe que antes de sair beijou minha testa.

Cruzei os braços totalmente frustrado. Eu pretendia cultivar o prazer muitas vezes hoje à noite, mas agora tinha tudo ido por água abaixo.

— Vossa Alteza, deseja que eu arrume a temperatura da água? — Uma empregada surgiu assim que meus pais saíram.

— Não precisa — Eu a puxei pela cintura e ela sorriu timidamente. — Podemos aquecê-la manualmente.

...****************...

— Yanlie Raskin! — Escutei a voz da minha mãe.

Levantei da cama apressado. Minha mãe não costumava se irritar comigo, na verdade esse feito histórico havia acontecido somente uma vez por envolver o meu pai.

— Mãe! O que houve!? — Eu a recebi em meu quarto.

— Você! Você não cuidou do Lago Sagrado! — Ela disse irritada. — Sabe quem está desmaiado agora por sua causa!?

— Pai... — Falei preocupado. — Onde está o meu pai!?

— Isso importa para você, filho? Alguma coisa importa além do seu próprio lazer!?

Minha mãe começou a chorar e eu fiquei sem saber o que fazer. Tentei abraçá-la, mas ela me afastou provavelmente por ainda estar com muita raiva de mim... E com razão.

— Eu cuidei do lago, mãe, eu juro.

— Nós sabemos, mas seu cultivo é tão baixo quanto o de qualquer pequeno elfo — Ela retrucou. — Você não deveria ter mentido sobre seu aprendizado! Agora seu pai está nesse estado!

De repente meu quarto ficou mais gelado que o comum e minha mãe se aproximou de mim em busca de calor. Só quando inúmeras sombras invadiram o ambiente que eu soube que era meu pai... Muito, muito, furioso.

Fui erguido do chão em um piscar de olhos. Meu pai me segurava pelas minhas vestes.

— Pai, que bom que está bem — Toquei sua mão em minha camisa. — É um alívio.

— Dez meses, dez meses sem ver o lago.

— Eu vi...

— Não viu — Ele sorriu com ódio. — Eu perdoei tudo, Yan, eu perdoei até quando deixou sua mãe triste e você sabe o quanto ela é preciosa para mim, mas ela ainda é sua mãe e o ama acima de tudo. Mas como futuro rei, você não pode negligenciar todo o reino.

— Devan, por favor, não...

— Não, Nealie, isso foi de fato o meu limite, se eu não tivesse ido fiscalizar o trabalho dele hoje, talvez semana que vem eu estivesse morto com todo o povo da lua.

— Elfos imortais não morrem, pai, não seja dramático — Desdenhei.

— Filho, pare com isso — Minha mãe me alertou.

Meu pai me jogou no chão com irritação, mas não me machucou, apesar de estar furioso ele nunca me agredia. Eu estava à salvo contanto que não aceitasse seus duelos.

— Você ainda não aprendeu porcaria nenhuma, não é, Yan? — Ele perguntou. — Sem o Lago Sagrado não há magia da lua, não há elfo supremo, imortal, não há seu próprio pai e você continua com esse sorriso imbecil no rosto!

Parei de sorrir por mais que fosse inconsciente. As palavras do meu pai simplesmente soavam engraçadas às vezes.

— Pai, mãe, me desculpem — Levantei e fiz uma reverência como sempre.

Meu pai suspirou parecendo muito cansado. Eu só queria que ele fosse descansar logo e eu iria até o tio Carter ver o que havia feito de errado.

— Não.

Olhei surpreso para o meu pai. Era a primeira vez que ele não me desculpava.

— Não? Como assim não?

— Eu o desculparia se fosse sincero, mas não é, você precisa aprender a se importar com os outros.

— Eu me importo! Eu estou verdadeiramente preocupado com o senhor!

— Se estivesse teria evitado o meu desgaste físico e mental — Ele retrucou friamente. — Eu conversei com sua mãe e ela aprovou minha decisão, você parte hoje.

— Que decisão? — Olhei para minha mãe, mas ela estava chorando. — Mãe, que decisão!?

— Eu realmente o amo muito, Yan, você tem minha energia e alegria — Ela se aproximou e tocou meu rosto. — Mas a vida não é só risadas e despreocupação, meu filho.

— Tudo bem, mãe, eu posso aprender...

— Você teve dois mil anos para aprender, está na hora de se tornar um adulto do jeito difícil — Meu pai me interrompeu. — Nealie, por gentileza, eu estou fraco demais agora.

— Lembre-se, gentileza gera gentileza e nossa força deve ser usada para o bem e proteção dos mais fracos — Minha mãe me aconselhou.

— E não faça dramas — Meu pai me olhou com desdém. — Você não vai morrer.

Minha mãe fechou os olhos como se se preparasse para algo, o que me assustou já que estávamos na Terra da Lua, ela raramente usava sua magia, mesmo sendo uma fada imortal como meu pai.

Um portal apareceu de repente atrás de mim e quando eu ia perguntar o que significava aquilo, meu pai me empurrou para dentro do portal fazendo todo o mundo ao meu redor escurecer.

Capítulo Dois

AURORA

— Ei garçonete, queremos fazer nossos pedidos!

Respirei fundo. Era só a Amanda agindo de forma infantil novamente. Eu só precisava anotar seu pedido, levar para a cozinha e seguir a minha vida.

Porém, as coisas não eram tão fáceis, pois assim que cheguei na mesa notei que, além dos seus amigos, Chris estava presente.

— O que desejam? — Perguntei educadamente.

— Vocês têm salada? — Rachel, a melhor amiga da Amanda e minha hater número 2, perguntou.

— Não.

— Como não tem salada?

— É uma hamburgueria — Esclareci tentando manter a calma.

Anotar pedido. Entregar na cozinha. Seguir minha vida.

— Mas ela é vegana, prepare algo vegano — Amanda disse enquanto olhava o cardápio.

— Lamento, mas não sou responsável por isso.

— Mas é a garçonete, você não é responsável por anotar as coisas? Então anote! — Ela disse com grosseria. — Garota estúpida...

Seus amigos riram, inclusive Chris que não pareceu me reconhecer, o que me deixou mais aliviada. Não queria que ele soubesse o quão diferente eram as nossas realidades.

— Certo, vou levar seu pedido para a cozinha — Avisei.

— Aurora, nós ainda não pedimos, só a Rachel — Amanda sorriu com diversão. — Vou perdoar seu erro já que a aula hoje foi puxada.

— Aurora Harrison? — Chris me olhou surpreso. — Nossa, não a reconheci nesse uniforme.

Seu tom era de clara surpresa, mas Amanda e seus amigos entenderam como uma piada de mau gosto e começaram a rir.

— Ela precisa trabalhar aqui ou não tem como comer ou se vestir, você sabe, a faculdade ainda não oferece bolsa mendigo — Amanda disse num tom de falsa simpatia.

Respirei fundo pela milésima vez naquela noite. Eu estava me esforçando para não chorar, geralmente eu era mais forte, mas minha TPM estava forte naquele mês.

— Amanda, isso não é uma coisa legal de se dizer — Chris me defendeu e então sorriu para mim. — Eu quero um hambúrguer com duas carnes e uma Coca-cola, obrigado.

Assenti de cabeça baixa, pois sentia que se o olhasse novamente com certeza choraria.

Amanda se limitou a suspirar e resmungar seu pedido assim como seus amigos. Anotei todos e fui para a cozinha.

— Por que demorou tanto naquela mesa? — O chef perguntou. Fiz menção de responder, mas ele levantou sua mão num pedido para que não me explicasse. — Volte ao trabalho e pare de flertar com os clientes.

Assenti e voltei para o inferno de expediente.

...****************...

Hoje era sexta-feira, o que significava que eu teria todo o prédio do meu curso para mim, por isso ficava na cobertura onde os populares costumavam se encontrar em dias de semana. Mas às sextas e sábados à noite, aquele lugar era todo meu.

Levei minha coberta e uma barra de chocolate, que eu tinha comprado com algumas economias, para me acompanharem nas minhas horas de paz noturna assistindo as famosas séries e filmes de romance que eu adorava me iludir. Esse era o meu "luxo" semanal.

Chorei em diversas cenas, mas quando comecei a chorar até em cenas felizes, tive que parar de assistir. Eu definitivamente não estava chorando pelo filme.

— Sinto falta de casa — Sussurrei sozinha e funguei alto. — Mãe, pai, meus amigos...

Eu queria tanto ir para casa, mas se eu desistisse agora jogaria tudo fora e reconheceria que todos estavam certos: meu futuro era no interior sendo dona de casa.

Eu não tinha nada contra ser dona de casa e mãe, até porque eu admirava minha mãe e sua força para organizar nossa família, mas simplesmente não era o meu sonho de vida.

Meu maior desejo era abrir minha própria pousada ou até mesmo hotel. Conhecer diversas pessoas, culturas, ter sempre algo diferente para conversar. E também ajudar meus pais a saírem das inúmeras dívidas que estavam no nome da minha mãe e consequentemente no do meu pai já que ele havia tentado todos os empréstimos possíveis para quitar as dívidas da minha mãe.

— Só queria abraçá-los um pouco — Segurei meu amuleto da sorte.

Era uma linda moeda antiga e minha mãe adorava contar sobre como pertenceu à uma ancestral nossa que tinha sido uma princesa. Eu não acreditava nessa baboseira, mas gostava de me sentir protegida pela moeda.

— Não importa a época ou o universo... Ele irá te proteger — Sorri sem ânimo e olhei para o céu. — Seria bom se fosse verdade.

Algo chamou minha atenção. Uma luz tão brilhante que parecia até mesmo...

— Uma estrela cadente! — Gritei eufórica por nunca ter visto uma.

Fechei meus olhos ignorando o fato de eu não acreditar em quase nenhuma superstição e fiz meu pedido.

— Que esse alguém venha me proteger logo — Sussurrei. — Por favor.

De repente um grande clarão iluminou toda a cobertura do prédio e eu me cobri acreditando que a estrela na verdade era um meteoro e eu estava prestes a morrer.

Fui acertada em cheio e minhas costas colidiram com a parede atrás de mim me fazendo gemer de dor.

— O que significa isso... — Escutei uma voz masculina dizer.

Meu coração acelerou. Não só pelo sotaque estranho e pelo fato de ser um desconhecido. Mas também porque eu era uma moça sozinha em um prédio de cinco andares com um homem estranho.

Fiquei quietinha debaixo da minha coberta torcendo para que ele não me notasse.

— Ei, ser vivo — Ele puxou minha coberta e eu gritei. Ele fez uma careta. — Não grite.

— Eu vou gritar mais alto se fizer algo contra mim! — Avisei.

Ele sorriu e eu fiquei impressionada no quanto ele era bonito. Sua pele era clara e seu cabelo castanho quase mel, assim como seus olhos curiosamente dourados... Eu nunca tinha visto nada igual.

— Do jeito que me olha, eu que deveria dizer isso.

Pisquei e balancei minha cabeça para me concentrar. O que eu estava pensando!? Bandidos também podiam ser bonitos! Como era aquele ditado... Bandido não tem cara!

— Bom, eu estou no meu prédio e você é um estranho — Argumentei. — Identifique-se!

— Você está me dando ordens? — Ele me olhou de um jeito assustador. — Você tem três segundos para sumir da minha frente.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!