Ser o herdeiro do trono é algo que já aguardava, mas ter uma menina prometida a mim  com 14 anos, 15 anos a menos é algo inacreditável,

__ não existe outra candidata? Algo mais na minha idade, pai, ou com mais atributos exteriores, tadinha é muito estranha essa menina- falei indignado

_ Meu filho você tem 4 anos até assumir meu lugar e casar com ela, Isabely vem de excelente família, concordo que não tem grandes atributos, não ainda, mas ela vai crescer, como seu DON determino que é o melhor a ser feito- meu pai estava irredutível e eu não entendi o porquê.

   Sai furioso da sala dele, a ordem do DON não pode ser contrariada e eu sei bem disso.

Encontrei meu irmão na saída e ele me chamou:

_ Olá irmão, temos problemas com alguns ratos no nosso carregamento, vou acionar o Stefano e mais soldados e vamos nos divertir- ele falou, meu irmão era sangue quente e ótimo lutador.

_ Não Pietro, deixa que eu vou, o DON hoje me tirou do sério e eu preciso extravasar- respondi

_ AH, sim, sua noiva bebê né, que loucura, eu vi a foto dela, tadinha, vem de uma família ótima, o Pai dela é capo de Paris, mas se a genética puxar teremos uma integrante bem redondinha na família nos próximos anos - Pietro se referiu a genética da mãe dela que era bem gordinha.

_ cala a boca Pietro, vamos logo - respondi furioso

Saímos de carro pela Itália, até chegar no Galpão onde estavam presos os homens capturados, nossos soldados já deixaram tudo pronto.

__ olha só Pietro, quantas coisas para nos divertir, quantos ratos para exterminar - Cheguei perto do stronzo e ele já estava desesperado.

__ Pelo visto quem treinou você não te ensinou nada né, quem te mandou aqui?, - falei aproximando a faca da perna dele e vendo que ele se desesperava.

__ Senhor, piedade, estão com minha família, eu tenho uma informação que veio de dentro da sua casa, já sabem da união das máfias, e vão tentar exterminar sua noiva amanhã- ele respondeu

__ De quem partiu a ordem,? Falei calmamente, fale infeliz - cravei a faca em seu joelho até ouvir o osso quebrar.

__ Não sabemos quem é o traidor, mas ele está próximo, pois passou informações que só os integrantes mais chegados tem- se tinha um traidor nós iriamos pegar e agora proteger a menina.

__ Pietro avise o DON, que mande proteger a menina, e mande juntar todos que estavam reunidos hoje a tarde e que estão por dentro da negociação do casamento, vamos descobrir quem é o Traidor, e esse com certeza pagará caro - avisei ao meu irmão, pelo menos mandarei ela para longe e não precisarei pensar nisso agora.

Botamos fogo em todos os traidores, e chegando na empresa já dei de cara com o DON, ainda com raiva por tudo isso, então evitei contato direto e deixei que meu irmão falasse a respeito, ele contou do ocorrido e armamos um plano.

__ Não sabemos se o traidor está aqui ou lá em Paris, mas temos que mandar a menina para longe, esconder em algum orfanato, Vou designar Marco o soldado treinado recentemente para acompanhar, ele é novo não é conhecido ainda no meio dos nossos inimigos, ainda bem que a feiura da menina deixou ela longe dos holofotes, será mais fácil esconder ela assim já que poucos conhecem o seu rosto.

__ Filho, não fale assim, se confia no Marco mande-o então, tem o internato lá no Brasil, ele é quase invisível, mandamos ela para lá, até completar os 18 anos, e daremos um jeito no traidor, ligue em vídeo para o pai da Isabely e vamos combinar, afinal o contrato já foi assinado e a menina já pertence a você- meu pai disse.

__ Per Dio PaPa, embrulha o estômago, ouvir isso vindo de uma criança - respondi lembrando que ela ainda tem 14 anos.

__ Olá DON, como posso servir? Perguntou o pai da Menina.

__ Sua filha corre perigo, algum traidor está nesse momento armando de amanhã pela manhã matar ela na porta da escola, meu filho mais novo Pietro e alguns soldados estão voando de jato até aí nesse momento, arrume a menina, ela vai hoje ainda em segredo para um internato, ninguém com exceção dos meus filhos saberá o endereço, o casamento acontecerá assim que a menina completar 18 anos, e até lá não terão notícias dela para a sua própria segurança- meu pai disse.

__ Como assim, minha filha não sairá daqui, ela tem só 14 anos e a mãe dela jamais me perdoaria- ele tentou questionar visivelmente nervoso.

__ O contrato assinado ontem mostra o oposto, ela é nossa, e desfazer esse contrato será ter que explicar a sua esposa que sua filha morreu por negligência do pai- meu pai apelou para sentimentalismo.

__ Tudo bem, aguardo vocês, mas vou acionar meu melhor guarda-costas para acompanhar ela- ele falou e meu pai negou.

__ Não será necessário, pode ficar tranquilo, estaremos cuidando de tudo, até Breve Giusepp- meu pai finalizou

O pai dela não gostou muito disso, mas foda-se, ninguém é louco de quebrar as regras impostas pelo DON Vou aproveitar os 4 anos que me restam e Curtir a minha vida, antes que a esquisita apareça, terei sorte se não sonhar com ela algumas noites.

Sou a Isabely, filha única da família Manfredini, meus pais me tiraram da escola quando eu era bem pequena, não sei o que houve ao certo, mas eu caí e me machuquei e então eles me tiraram da escola e eu estudo em casa, a única aula que faço na escola é de etiqueta em uma escola para meninas, hoje minha mãe veio me falar sobre Casamento e eu estranhei o assunto.

__ Sou uma menina estranha mamãe, ninguém vai querer casar comigo, não sei porque falar sobre isso agora, sou gordinha, uso aparelho, não sou legal, pois não tenho nem amigos, fico presa aqui dentro, ninguém além de vocês, a não ser a Clara que também mora aqui com a mãe dela, mas ela não pode ficar sempre comigo porque ajuda a mãe nas tarefas da casa, -Falei indignada com o assunto, mamãe já vem a alguns dias falando sobre casamento, sou nova mais sei que as mulheres na máfia são presas e sofrem, a Clara me contou que o pai dela soldado do Papai trai a mãe sempre, e que bate nelas, já pensou, Deus me livre, não quero passar por isso nunca, papai sempre foi carinhoso em nossa casa e nos protege do mundo, mas não sei como seria apanhar e viver assim.

De repente ouvimos gritos e muita correria, papai abriu a porta correndo e Mamãe me abraçou forte, ali eu vi que algo estava errado, mas não falei nada, fiquei avaliando a situação para ver o que estava acontecendo.

__ Querida, arrume suas roupas em uma pequena mala, você vai precisar ir embora, ficará bem, não posso te explicar agora, mas você tem um noivo que quer você em segurança- ele falou.

Papai jogou as palavras em meus braços e saiu porta à fora.

__ Como assim noivo mãe? - a cara de mamãe mostrava pavor e culpa, ela saiu logo atrás brigando com papai, e pela primeira vez na vida vi agressividade nos olhos do meu pai,

__ Giusepp pare agora, espere, não era só aos 18 anos que ela iria embora, nem contei direito ainda a história para ela, como assim perigo, espere- minha mãe indagava histérica.

__ Mulher pare agora, vão tentar matar nossa filha, não sabemos quem é o traidor, não temos soldados o suficiente e não sabemos quem está por trás disso que vazou essa informação do casamento, eles vão esconder e proteger ela até os 18 anos quando acontecer o casamento.

Ao ouvir a palavra casamento meu mundo desabou, minha mãe falou noivo e saiu do quarto me deixando no escuro e eu odiava aquilo, tratei logo de arrumar as coisas, pensei em fugir, mas tive medo, como sempre não consigo fazer outra coisa senão baixar a cabeça, voltei para o quarto e fui logo arrumar algumas coisas pessoais e de grande valor para mim, nem acredito que vou ficar 4 anos sem ver a minha família.

Passaram uns 30 minutos ouço passos apressados, um homem chegou, me tratou igual criança, não deixou  que me despedisse de ninguém, nem mamãe me deu tchau, ouvi suas lágrimas na biblioteca, mas decidi que seria uma menina corajosa hoje, não deixaria que tivessem pena de mim, mesmo que por dentro esteja completamente apavorada, segui com o homem e um único soldado, ele deveria ter pouco mais de 18 anos, não erguia os olhos um só momento, posso estar enganada mais ele está apavorado igual eu, o outro é o irmão do meu Argh noivo, que horror, ele mexe no celular o tempo todo, papai tirou meu celular antes de vir, espero que me deem outro porque vai ser difícil as coisas agora.

Voamos por quase 12 horas, foi muito cansativo, acabei não conseguindo dormir nada de aflição, até que o homem me chamou:

_ Escute menina, sabe que daqui a quatro anos estará casada com meu irmão, e que ele quer te proteger, a aliança com seu País é fundamental para o bem da família, esse é o Marco, será o seu soldado e não será seu amigo, ele vai te proteger, o soldado me olhou sem demostrar nenhuma pena, esse internato tem tudo que você precisa para viver, sem pisar na rua, ninguém pode saber da sua existência, as professoras estão esperando você, aqui não entram e nem saem sem autorização, e nada passa batido aos nossos olhos.

_ Marco foi confiada a você a missão de cuidar e proteger ela, então nos mantenha informados- ele falou para o soldado que assentiu com a cabeça.

Segui sozinha acompanhada do soldado, o homem nem entrou no portão, chegamos a um salão e ao entrar na porta uma professora me esperava, tentou dizer que Marco não poderia entrar, que seguranças ficavam no pátio, mas o sobrenome causava medo até ali do outro lado.

Não sabia o que fazer, fiquei sem a minha família, sem nada, só iria estudar e me preparar sem nem saber quem é o noivo, acabou para mim, meus sonhos estão um a um sendo destruídos.

Desde o dia que entrei na escola, nunca mais tive notícias nenhuma de ninguém, meu soldado virou meu amigo, conversamos muito, ele me explicou que a dois anos não manda notícias minhas para ninguém, e disse que ninguém me procurou também, me disse que foi treinado pelo meu noivo e que ele era assustador, e que vivia cercado de belas mulheres, claro que ele só me confiou isso porque sabe que pode confiar em mim, mas é muito injusto, eu com tudo negado e ele Com mulheres demais, isso  que eu estou a quatro anos presa aqui, os muros são altíssimos não vimos nada fora daqui, estou sempre estudando ou treinando o que é ótimo, eu era bem gordinha, sofri muita ofensa aqui, falavam que eu estava abandonada no Brasil e que ia morrer sozinha, todo final de semana as meninas iam embora e eu ficava sozinha no orfanato inteiro, só algumas professoras e funcionárias não iam para casa, as meninas aqui ricas são péssimas, elas tinham acesso a tudo que era restrito para mim, e eu achava isso doloroso.

Mas no segundo ano Marco chamou a minha tutora e ela logo me colocou em aulas de etiqueta, consulta com nutricionista, academia, tratamentos semanais com ervas hidratantes, meu único ato ``Rebelde'’ na vida foi pintar meu cabelo de castanho, eu era bem loira, a tutora ficou muito brava, mas quando ela saiu da sala para cuidar de outras meninas aproveitei a cabeleireira e pedi, fiquei me sentindo muito bem, adorei meu visual novo, Marcos disse que fiquei muito bonita, semana que vem já saio daqui e como já estou com 17 anos durmo sozinha no meu quarto e Marcos fica na porta todos os dias, isso faz com que poucas pessoas me incomodem, eu percebo os olhares que ele arranca aqui, mas ele mesmo sendo muito profissional da sua escapulida em outros quartos também.

_ Boa noite, Bela, até amanhã, descanse bem, está nervosa com a ida para casa depois de tanto tempo, como está se sentindo?, - ele perguntou

_ é engraçado falar casa quando não tenho uma, não sei nem para onde vou ir, vou fazer 18 anos sábado e saio daqui direto para um casamento, sem contar que vai chegar o momento daquilo, você sabe. — Senti meu rosto queimar na hora nunca falamos de sexo, às vezes Marco me fazia sentir mal contando histórias que me assustavam demais, de coisas que eles faziam na hora.

_ Queria poder tirar você dessa história Bela, Levar você longe de lá e dele, se eu tivesse cumprido meu objetivo inicial não passaríamos por isso- falou a última parte baixo, mas eu entendi, senti uma pitada de desgosto na sua voz, acho que é como um instinto de irmão que se formou nele.

__ Ta tudo bem, Marco, eu aceitei o meu destino no momento que vi meu pai desesperado, ele nunca gritou com a minha mãe, então vi que era algo sério. - eu respondi.

   Dias depois.

Sexta a noite Marco me avisou que iriamos embora, o jato às 22 horas estaria pronto, me apurei a correr e arrumar tudo, queria me despedir das funcionárias e também das professoras, estava louca para ir embora, meu coração não parava quieto, será que ele viria me buscar, finalmente verei seu rosto? E se for barrigudo, Grosseiro, Per Dio, estou perdida.

_ Vamos Bela, chegou a hora, amanhã é uma nova vida, vieram te buscar. — Abri a porta e meu olhar buscava respostas, ele veio? - mesmo estando isolada por 4 anos eu não queria que fosse ruim, torcia para que a sorte estivesse do meu lado.

_ Esta doida Bela, ele não viria, não queria esse casamento tanto como você, o seu cunhado foi quem veio. - ele disse e eu me entristeci

Me afastei um pouco triste, e ele me chamou de Bela, quando fui me virar ouvi uma voz grave no ar, era impossível não lembrar, era meu cunhado, Marcos no mesmo momento deu um passo para trás e baixou a cabeça.

__ Estava demorando, então vim atrás, do que você chamou ela Soldado? O que está acontecendo aqui?- meu cunhado perguntou com a sobrancelha arqueada.

_ Ela estava triste, senhor, só iria consolar ela.

_ uhuhum meu irmão não vai gostar de saber que você quer consolar a noiva dele, não esta nova versão, por isso a dois anos não temos notícias, como está cunhada?

Em um momento de raiva respondi com grosseria:

__ Ele não tem que gostar ou não gostar, afinal me abandonou aqui sem a minha família, Marcos é como meu irmão, não é justo sofrer por cuidar de mim.

Meu cunhado arqueou a sobrancelha e riu.

__ Vamos logo, chegaremos lá no início da manhã e seu casamento é logo a noite- ele disse.

Entramos no jato e partimos até a Itália. Olhando a paisagem e o convento para trás não senti nada além de alívio, afinal acabou um tormento, só não sei se não vai começar outro.

Acabei dormindo após tomar um remédio, porque passei muito mal e quando acordei já estava em uma cama, tomei um remédio que meu cunhado me ofereceu porque estava enjoando na viagem, não me alimentava desde o início do dia anterior, ouvi batidas na porta e me encolhi, toc, toc

__ Pode entrar, respondi

__ Olá meu amor, que bom que acordou,Sou Victória a sua futura sogra, meu filho Pietro disse que você passou muito mal, então ele te deu um remédio, hoje é seu casamento, vamos logo se cuidar, se sente bem? Já são 13 horas, já estão te aguardando para começar a te arrumar- a senhora muito gentil e elegante falou

  __ Eu me lembro que me senti mal, acho que foi o estresse do dia, a despedida, quem me trouxe para o quarto? Estou melhor, sim, obrigada, só não sinto fome, vamos aos preparativos, né, -dei um meio sorriso amarelo, pois tudo era muito estranho para mim, mas ela se mostrou uma boa senhora, muito linda e receptiva, então não serei rude com ela, até agora não estava parecendo o pesadelo que o Marco falava.

__ Foi Pietro, seu noivo não estava em casa, então o irmão cuidou de tudo, mas precisa se alimentar, será um dia corrido, tome um banho porque está pálida meu amor. - ela insistiu mais uma vez, mas eu me conhecia, se comesse eu iria vomitar.

_ Onde está minha mala? Perguntei querendo urgente um banho e desviando do assunto comida

_ Já está no closet, já arrumaram tudo enquanto dormia, você não viu por estar apagada, vamos lá, vá logo tomar um banho- ela finalizou me esticando a mão.

Me levantei e fiz o que pediu, tirando a parte do alimento já que nada entrava no meu estômago, me olhei no espelho e achei bom finalmente ser magra e bonita, assim meu noivo saberia que valeu a pena.