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A ERA DOS DEUSES

O nascimento de Norton

Numa era esquecida pelo tempo, dois Deuses ergueram juntos um reino e com este reino, cultivaram o amor e a coragem. O que antes se chamava Reino de Noristele, perdido em ruínas e destroços, hoje é o Reino de Norton: Erus, soberano de Norton, e Árias, Deusa da cura e governanta do Portão Divino. Os ventos levavam as lendas sobre a origem dos dois, que embora tivessem muitos burburinhos, era envolta a mistérios e mitos.

~ Dizem que nasceram das lágrimas de um Dragão Celestial. ~

Murmurava-se pelos bosques de Norton. As palavras ecoavam entre as árvores antigas e as paredes esquecidas de castelos velhos.

Erus, com seu olhar profundo que já tinha visto de tudo, contemplava sua terra, da sacada de seu castelo, orgulhoso e preocupado.

- Temo que o império que construí desabe sobre mim... ~Sussurrou com sua voz grossa e rouca, enquanto seus olhos apreciavam a vista que ele temia talvez não ver mais ~

Perdido em seus devaneios, Árias aparece por trás de Erus, colocando uma de suas mãos no ombro do mesmo, assim despertando-o de seu pensamento.

- Pensar demais não vai aliviar o seu coração.

Ditou a bela Deusa, enquanto direcionava seu olhar ao rosto de Erus, notando certa preocupação em sua face.

- Querida, olhe em volta... Tudo o que construímos, se isso for destruído de novo, o que será de nosso povo? De nossos filhos? Você já se esqueceu do que aconteceu no passado? Não existe alívio para quem já teve o coração destruído.

_Sem prolongar mais assunto, Erus entrou para dentro do castelo.

Àrias, que ficou sozinha naquela sacada, direcionou seu olhar para a imensidão que era o reino.

~ Isso não será em vão, Moriele...~

Sozinha naquela sacada, Àrias começou a relembrar do passado, aquilo tomou conta dela e então uma imensidão de pensamentos surgiu, tirando-a da realidade e a levando para o dia em que conheceu Erus, enquanto lutava pelo seu líder.

~ 11 anos antes ~

Durante uma guerra entre o clã Moreus e o clã Masteline, de um lado o Erus, lutando por Moreus, e do outro lado Árias, lutando por Masteline. Essa guerra ficou marcada pela destruição em massa de clãs, sobrando apenas um de cada clã. Sendo eles, Erus e Árias.

O campo de batalha que mal dava para andar de tantos guerreiros, agora só sobravam corpos. Os únicos vivos eram eles que sem pensar duas vezes lutaram até o fim. Já cansados e debilitados, os dois entendiam que não era isso que eles queriam, já estavam cansados de verem tantos mortos, sangue e pessoas inocentes morrendo. Então resolveram abaixar as suas armas, se tornando aliados em busca de uma coisa só: paz.

Erus e Árias ficaram vagando por terras e mais terras. Aprendendo de tudo, fazendo isso usando nomes falsos, Ortiel e Elene, visto que não queriam ser reconhecidos como os guerreiros cruéis e impiedosos que travavam guerras entre clãs. Um dia, chegaram na terra de Noristele. Terra conhecida pela natureza sem igual, guerreiros fortemente armados, culinária e curandeiros poderosos. Uma curiosidade desse reino era a lua que parecia tocar a terra toda a vez que anoitecia, iluminando todo o reino.

Enquanto exploravam o reino, um sentinela da lua os observa de longe, percebe que eles são viajantes e já avisa aos outros, que ficam em alerta assim que recebem o aviso.

— Todos em posição, proteger Noristele é o nosso dever!!!

_Ditou o Sentinela comandante.

— Sim senhor!!!!

Embora parecesse pouca coisa, eles eram muito comprometidos com suas obrigações, até uma simples folha ao tocar ao chão já era motivo de alerta a todos.

Um sentinela se aproxima de Ortiel e Elene, indagando sobre a estadia deles ali.

— Peço que por favor se identifiquem.

Ortiel e Elene se assustam com a abordagem repentina e explicam que só eram andarilhos em busca de aprimorarem suas técnicas e habilidades.

— Perdão meu senhor, estamos apenas de passagem... Não iremos incomodar. _Ditou Àrias.

— Essa abordagem é por que somos mesmo desconhecidos ou por nossa aparência ser de plebeus? Se fossemos os ricos que enchem as adegas de cerveja com ouro você nos abordaria? _Ditou Erus, sem paciência.

O Sentinela retira sua espada da bainha e ao iniciar uma ação de repreensão contra Erus, Moriele, a Deusa governante de Noristele, filha do antigo governante de Agstel, aparece ao lado, pois estava fazendo uma caminhada como de costume.

— Rico ou pobre, somos todos iguais no fim das contas, admiro sua coragem para retrucar um de meus guardas. _Ditou sorrindo, apesar do sermão, mantinha a simpatia.

O Sentinela rapidamente guarda sua espada e se curva para Moriele. — Vossa majestade, peço perdão pela minha ação.

— Não se preocupe, fez o seu trabalho. Aos meus novos colegas, peço que me acompanhem... Podem se hospedar diretamente em meu castelo.

_Ditou Moriele, caminhando para ate o castelo, sempre com seu sorriso no rosto e olhar gentil.

Àrias e Erus não podiam acreditar no que seus olhos tinham visto, a rainha em pessoa os convidou para seus aposentos. O motivo dessa empatia repentina é o que eles não entenderam até agora.

~ Ela nos chamou para o castelo dela, isso não é ótimo? Finalmente vamos fazer alianças para nosso futuro reino. _Disse Àrias empolgada.

~ Ou ela nos chamou até lá para nos matar sem que os outros moradores daqui presenciem haha. _Erus deu uma risada logo em seguida, brincando. Pegou na mão de Àrias e então caminharam até o castelo logo atrás de Moriele.

O nascimento de Norton: "Enfim nos reencontramos, pai..."

~ Meu Deus, isso é maior do que parece.... ~

_Disse Àrias, puxando a blusa de Erus enquanto estava maravilhada com o local

~ Confesso que eu não esperava tamanha beleza.... Será que nossos calabouços vão ser bonitos assim também? Ouvi dizer qu..Aiii!!!!!

_Enquanto tirava sarro, antes que pudesse terminar sua frase, levou um beliscão de Àrias.

— Quer parar!!!

_Ditou enquanto cruzava os braços.

Moriele que estava logo a frente deles, ouvia tudo e então segurava a risada (Parecem dois adolescentes) _A rainha pensou.

— Prontinho, aqui é onde vocês podem se hospedar.

_A dama parou em frente a uma grande porta onde logo colocou a mão na maçaneta e a abriu, mostrando um quarto belo e grande, com uma cama de casal, armário e escrivaninha, e uma janela com uma vista linda.

Erus e Àrias mais uma vez demonstram surpresa por tudo aquilo, nem em anos de viagem conseguiam imaginar que pudesse existir um lugar como aquele, tudo parecia ter harmonia além da paisagem que parecia conversar com o lugar.

— Devo admitir que a julguei mal, pensei que fosse nos repreender ou algo desse tipo.... Mas invés disso nos ofereceu abrigo, serei eternamente grato...

_Curvou-se diante da rainha, Àrias também fez o mesmo. Ao se voltar, resolveu tirar uma dúvida que estava perturbando ele a uns minutos.

— Se me permite perguntar... Gostaria de saber o motivo pelo qual decidiu nos abrigar diretamente no castelo, por que não em alguma outra casa do vilarejo?

Moriele sorri, suspira e então põe suas mãos no ombro dos dois.

~ Assim que os vi pude perceber que não são simples andarilhos.... Algo me diz que vocês tem muita história pra contar, e como eu também tenho... Resolvi dar um voto de confiança e trazê-los para meu lado. Deposito minha confiança em vocês.

Erus olha para Àrias, que já estava com o olhar direcionado a ele.

— E digo mais... Quero que fiquem em Noristele. Aqui vocês tem mais que o necessário, podem treinar, vão receber armaduras para isso, e podem optar por escolher as melhores armas... Vocês aceitam lutar pelo meu reino?

Erus direciona seu olhar para Àrias, pois sem sua aprovação de nada servia a proposta para ele. Àrias olhou para Erus e então balançou a cabeça em forma de aceitação. Sendo assim, eles aceitam o pedido na mesma hora. — Eu e Àrias ficaremos felizes em servir ao seu reino, vossa majestade!

— Que maravilha! Noristele é grata pela nobre atitude.

_Agradeceu e saiu, deixando os dois a sós para descansar.

Assim que a rainha sai, Àrias e Erus se abraçam, Erus segura ela rodando-a pelo quarto, felizes e gargalhando. A felicidade dos dois em poder recomeçar uma nova vida era nítida, e era algo que a muito tempo desejavam.

~ Período de treinamento e adaptação ~

Durante dois anos, os dois ficaram treinando incansavelmente, e ao se juntarem aos guerreiros da lua de Noristele, se tornaram os melhores dali. Ao passar do tempo ficavam cada vez mais próximos da rainha com uma bela amizade, e cada vez mais maravilhados com o quão lindo Noristele era.

Em um dia, Erus (Ortiel) e Arias (Elene), resolveram dar uma pausa em seus treinos, e então iniciaram um passeio juntos para eles falarem sobre tudo o que vem acontecendo, então Erus pergunta a Árias o que ela está achando de tudo isso, ela responde que gostou bastante da Moriele, e que ela já até levou Árias para caçar. Caçar era algo que o pai de Moriele gostava de fazer, quando obviamente ele não estava em alguma batalha, e então ele acabava levando Moriele para suas caçadas, fazendo com que Moriele gostasse de caçar. Erus afirma também ter gostado dela, afinal, ela levou Erus para o melhor ferreiro de Noristele, e disse que ele poderia escolher qualquer coisa e quantas coisas ele quiser. Por mais que Erus queira a paz no mundo, ele não se importava com quantas pessoas ele matasse, desde que fosse para acabar com as guerras e proteger quem ama.

Durante esses anos, ambos se tornaram muito amigos da rainha Moriele. Erus e Árias continuam caminhando e conversando, até que eles chegam em um ponto, onde sentam e só ficam observando e admirando a Lua, até que Árias olha para Erus.

— Olha, Erus.. Eu tenho que te agradecer por não ter me matado naquele dia..

"Naquele dia" ela quis dizer na guerra dos clãs, Moreus e Masteline, onde quando só restavam Erus e Árias brigando pela vida, Erus ataca sua perna fazendo com que Árias fique de joelhos, e quando ela tenta atacar ele com sua arma ele chuta a arma da mão dela, fazendo ela ficar totalmente exposta a um ataque fatal em seu peito. Apesar de Erus ter quase feito isso, ele fica encantado com a beleza e bravura de Árias, além de que o coração dele era puro, e acaba resolvendo não fazer isso, ele abaixa sua arma.

— Talvez eu me arrependa disso, mas irei te poupar, você não parece do tipo que está nessa guerra por algum tipo de lealdade ao seu líder ou por algum tipo de amor por batalhas, você parece ser uma mulher ingênua, que quer sobreviver e não parece ser verdadeiramente uma guerreira!

Árias naquele dia olhou para ele com um olhar confusa e assustada.

— Eu não entendo, um guerreiro jamais devia poupar a vida de um inimigo, o que o faz pensar que eu não iria te atacar pelas costas!?

Erus: — Hahaha, bom... Como eu disse, você parece ser bem ingênua, creio que você nunca faria isso, mas é como eu já havia dito, talvez eu me arrependa dessa escolha. Qual é o seu nome?

Árias responde: — Bom... Já não posso fazer mais nada mesmo.. Eu me chamo Árias, a guerreira responsável por trazer a cura aos meus aliados nessas guerras, e a responsável por criar o corte das mil sombras... Técnica que foi capaz de matar o majestoso Jofgar, o último gigante de Roros. E o seu? Qual seria o nome do guerreiro que poupou a minha vida?

Erus: — Quer dizer que é você quem criou o ataque que foi usado para matar o último gigante de Roros? Senhorita... Me chamo Erus, sou o responsável por ter eliminado mais de 1.000 demônios sozinho na guerra do ouro!

Árias: — Demônios!? Sozinho!!? ... Você quem derrotou 1.000 Demônios sozinho naquela maldita noite da guerra de ouro!? Então você é o Guerreiro matador de Demônios... Sabe, eu estava até pensando em te atacar pelas costas, mas eu não irei mais hahaha...

Erus: — hahaha você é engraçada... Mas não se diminua, nós somos fortes. Nossos feitos foram muito importantes, afinal, sem o ataque das mil sombras, o Jofgar iria dominar mais terras e muitas pessoas iriam morrer, e se eu não matasse os 1.000 Demônios, o exército não iria ter diminuído e os Demônios iriam conseguir roubar a espada de ouro do Deus Orius. No fim das contas, somos necessários em igual. Mas deixa disso. Vem... Se levante, machuquei muito a sua perna?"

~ De volta ao presente ~

Àrias: — Se lembra daquele dia? Me lembro como se fosse hoje. _Sorriu

Erus: ~ Eu não tenho boas lembranças, quase matei a donzela que iria me acompanhar nas mais loucas viagens que fiz. _Olhou para Àrias sorrindo.

Os dois que já tinham uma certa conexão e amizade, também não podiam negar uma certa atração que sentiam um pelo outro. Sob a luz da lua, ambos se olharam e sem perceber, seus rostos se aproximaram um do outro, onde com a vontade de ambos, deram um beijo.

Ao fim do beijo eles se olham e Erus percebe que Àrias olha para ele com o rosto vermelho e sem reação.

Erus: — Se não era isso que queria, peço mil perdões.

Àrias: — Não é isso... É o que quero, eu só não sabia que você também sentia o mesmo.

Erus: — Ao passar do tempo pude perceber o que eu estava sentindo por você, acho que eu só estava me negando a aceitar... Não queria parecer desesperado.

Àrias sorri envergonhada, e então se encosta no peitoral de Erus, o abraçando.

— Obrigada por ter escolhido estar comigo.

Erus: — Irei te proteger até o fim da minha vida.

Os dois sorriem, e de mãos dadas retornam ao castelo juntos.

~ Dia seguinte ~

Erus e Árias acordam já bem cedo, foram teinar em uma floresta por Noristele. Do nada eles ouviram um barulho ensurdecedor vindo do centro de Nortistele, então Erus e Árias logo se assustam.

Àrias: — Que barulho foi esse?

Erus: — Quero estar errado, mas que pareceu muito ser um rugido de um dragão....

Sem esperar, eles vão correndo para o reino de Noristele, quando eles chegam lá, a cidade estava quase toda tomada por fogo, pessoas gritando e chorando, correndo para salvar suas vidas, o vilarejo tomado por chamas.

Os mais fortes dos guerreiros de Noristele estavam lutando contra esse temido e grandioso dragão, Erus empunha sua espada, e sem dizer nada ele só vai correndo em direção ao dragão. No exato momento que ele vai acertar um ataque naquele monstro, o dragão da um salto tão forte que o chão inteiro treme e causa uma onda de choque que arremessa os soldados e Erus para longe, e então o dragão se esconde por cima das nuvens...

Àrias viu a cena então correu para perto de Erus.

— Meu Deus, Erus! Você está bem?

Erus: — Não se preocupe comigo, se esconda por favor, você não vai lutar hoje!

Àrias: — Mas Erus, eu treinei pra isso! Eu vo....

_Erus a interrompe

— Àrias, não! Pegue as pessoas que sobrou e se escondam!!!

Àrias: Notando o olhar de desespero de Erus, Àrias começa a recolher os moradores do local e os levar para um local seguro.

A rainha Moriele chega cavalgando em seu cavalo para o reino.

— Erus o que aconteceu!!

Erus: — Majestade, fomos atacados por um dragão, não temos tempo a perder, as pessoas estão morrendo!

Moriele: — Um dragão!!? Meu povo... Meu reino, eu preciso fazer alguma coisa....

As nuvens se abrem e o dragão surje e vai em direção a eles, o monstro abria a sua boca e no mesmo momento, era possível ver uma espada gigante e avermelhada.

Moriele reconhece aquela espada, seus olhos de espanto não negavam.

— Não é possível... Não é possível!!! Você de novo não... Eu... Eu não posso, não...

— Alteza, se abaixe!!!!

Erus notou que a rainha tinha ficado paralisada com o que viu, e então antes que o dragão pudesse acertá-la, ele pulou em sua frente a jogando no chão e caindo junto. O ataque não os atinge, mas atinge a cidade, que com o poder da espada saiu destruindo tudo e cortando montanhas com o vento da sua espada.

Moriele se levanta, certificando de que Erus também estava bem.

— Esse Dragão.. Ele é um dos 7 dragões divinos.. Ele é um dos portadores das almas de Lorthin, o lorde dragão.. Nas histórias, esse é chamado de Mirorthin! Mas, pouco importa agora, só não deixe que ele te machuque com aquela espada, não importa como for, qualquer ataque é fatal!!

Erus: — Então o que estamos esperando aqui!? Vamos empunhar nossas espadas! Hoje esse dragão morre pela sua própria espada!

Moriele e Erus ficam frente a frente com aquele dragão, Erus pensando em como ele poderia fazer o seu primeiro ataque.

O dragão que não tinha medo de nada, cospe labaredas de fogo em direção a eles, Erus desvia tranquilamente, mas acaba perdendo Moriele de vista. Assim que ele usa seu poder ocular: O olho de Lartec, ele percebe que Moriele está no céu.

— O despertar do dragão: Esfera das chamas negras!

Após tais palavras, uma espécie de bola de fogo negra se forma nas mãos de Moriele. A rainha era conhecedora de diversas técnicas e magias.

— Queime perante as chamas do submundo!

Dito isso, ela acerta o Mirorthin(Dragão), causando uma enorme explosão.. O chão era tomado por chamas negras.

Árias retorna depois de ajudar todos os sobreviventes e presenciando aquela cena toda, tenta sentir a energia de Moriele em meio a fumaça causada pela explosão.

Eles escutam um rugido estrondoso, era o Mirorthin, com algumas chamas negras em seu corpo.

Árias sente a energia de Moriele, e consegue vê-la se levantando com sua espada.

Moriele: — Estou aqui!!

_Sinaliza para os dois, que vão correndo até a mesma.

Erus: — Moriele por favor não lute, Àrias vai cuidar de você, e eu cuido do dragão.

Moriele se recompõe exaltada, negando qualquer tipo de ajuda.

— NÃO!! EU QUEM VOU MATAR ELE!! TEMOS ALGO A RESOLVER!!

Erus, apesar de não gostar da decisão, se mantém quieto. Àrias usa sua energia para cuidar das queimaduras de Moriele, mas Moriele estava tão euforica que nem deixou Árias terminar e já se levantou, passando a mão em sua lâmina a fazendo ficar em chamas.

— Chegou a hora de dar um fim nisso.

Sem esperar ela vai correndo muito rápido em direção ao dragão, assim que chega perto, o dragão revida com a espada mortal saindo de sua boca, ele passa a lâmina arrastando no chão, em direção a moriele, que pula por cima do dragão, procurando acertar a esfera do caminho da morte, que fica nas suas costas..

Ela consegue ver a esfera, e então usa seu impulso para descer em alta velocidade, acertando a esfera dele e quebrando a mesma. O dragão começa a se debater e rugir muito alto, jogando a mesma para cima.

— Por.....que.... por... que ele não morreu...

_Ditou Moriele, já fraca e cuspindo sangue por ter usado demais sua energia.

— Eu preciso.... Defender..... M-e-eu p-povo....

Sua vontade de vencer era tanta que não se importou com o ferimento e continuou sua batalha.

Mirorthin num gesto de levantar a cabeça para cima, ela pôde notar que havia uma segunda esfera em seu peito, apesar das duas esferas estarem conectadas, não basta só destruir uma para matar, precisa destruir as duas...

Quando Moriele viu isso, se lembrou de quando ela e seu pai estavam falando sobre as histórias dos 7 dragões divinos... Quando Noriel estava contando as histórias, ele sempre citou que as esferas eram distribuidas em cada um dos 7 dragões divinos, e cada um possuía duas esferas, porque eram conectados com duas energias que fazem cada dragão se manter vivo, as esferas são as almas deles, e ele diz que as histórias contam que cada esfera era uma parte das almas do Lorthin, o lorde dragão, que após ele ter sido selado no limbo, fez um contrato com um Anjo expulso das terras divinas, dizendo para que ajudaria ele a se libertar, mas divindo sua alma em 7 partes... Mas tudo isso em troca de algo... Não se sabe ainda o que esse Anjo caído queria, ou.. Ainda quer...

Enquanto estava perdida em seus devaneios, pôde ver a imagem de seu pai no fundo de seus pensamentos, ele sorria para ela.

— Está tudo bem meu amor, você está a salvo agora.

Moriele: — Pai...? Meu pai, eu sinto tanto a sua falta....

— Estamos juntos agora..

_Moriele foi aconchegada pelo abraço de seu pai.

Moriele já havia sido acertada no peito com a espada desde o momento em que acertou uma das esferas do dragão, quando ele a jogou para longe ela já havia sido acertada, então começou a ter devaneios até cair no chão. Moriele está com sangue saindo de sua boca, o dragão, um pouco ferido, fica entre as nuvens enquanto seu sangue também escorre pelo local.

— MORIELE!!!!!

O grito de Erus ao presenciar aquela cena ecoava por todas as paredes do reino, sem pensar duas vezes ele foi correndo até ela, ajoelhando no chão e colocando a cabeça da mesma em seu colo.

~ Por favor, fique aqui, não nos deixe.... Por favor ~

Àrias assustada e chorando, correu para perto deles e então tentou curar Moriele, mas já era em vão, os ataques da espada não podem ser desfeitos.

Moriele: ~ ....Erus.... Li-lide....lidere..... E-est-este povo...... Pa-para o caminho d-da paz.....~

Erus: — Não, você vai liberá-los, você vai sobreviver, por favor não nos deixe, por favor.... SOCORRO, A RAINHA ESTÁ FERIDA, POR FAVOR, NOS AJUDEM!!!

_Seus gritos eram em vão, praticamente todos haviam morrido e os que sobreviveram eram algumas mulheres e crianças que também estavam feridos. Os olhos de Erus se enchiam de lágrimas enquanto o mesmo tentava estancar o sangue que saia de Moriele. Àrias já chorando, percebeu que todos os esforços eram em vão, e então sem conseguir se conter, começou a chorar desesperadamente enquanto segurava a mão de Moriele.

Erus: — Moriele.... Moriele por favor não, MORIELE....!!!!!!!

_Desabou em cima do corpo de Moriele, chorando. Ele apertava as roupas de Moriele enquanto se debulhava em lágrimas de alguma forma não queria deixá-la partir, nesses anos que passou ali, criou um laço tão forte com ela, que praticamente a considerava uma irmã.

Moriele, já fraca e perdendo muito sangue, faleceu no local, também com os olhos cheios de lágrimas, pois morreu vendo a imagem de seu pai, que em seus devaneios o abraçou e a conduziu até o caminho da luz, onde pôde descansar em paz. Moriele, rainha do reino de Noristele, acaba de falecer.

O nascimento de Norton: O final

Quando a poeira da batalha abaixou, Erus e Árias foram vistos chorando debruçados sobre o corpo de Moriele. Então, Erus levanta a cabeça e ouve o dragão sobrevoando o céu. Ele enxuga as lágrimas e, sem pensar duas vezes, pega sua espada e se levanta.

— Onde você vai!? _diz Árias, ainda em choque e sem segurar o choro.

— Vou dar um fim nesse dragão. Se eu não voltar, por favor, cuide-se. Se eu voltar, trarei a cabeça dele para expor em todo o reino!

Erus monta em um cavalo que estava por ali e começa a seguir o rastro de sangue deixado pelo dragão.

— Eu juro, Moriele, pelo meu senhor, que matarei esse dragão! _diz Erus, com ódio consumindo seu ser.

Erus chega ao fim dos rastros de sangue. O lugar é silencioso, apenas o barulho dos metais da armadura de Erus é ouvido. De repente, ele ouve um rugido que faz o chão tremer. Erus empunha sua espada encima do cavalo e vê a silhueta do monstro se formando nas nuvens. O dragão surge rapidamente e voa pelas costas de Erus em sua direção. No desespero, Erus cavalga o mais rápido possível, mas o dragão, obviamente, é mais rápido. Quando as garras do dragão estão prestes a alcançá-lo, Erus pula do cavalo, caindo no chão e rolando, ferindo-se um pouco com a queda. O dragão captura o cavalo, leva-o para o céu, joga-o para cima e o devora.

Horrorizado com a cena, Erus vê o dragão avançar com as garras. Mesmo ferido, ele consegue desviar, passando por baixo delas.

— Maldito! Sinta isso!

Erus finca sua espada na pata do dragão e a rasga enquanto desliza por baixo. O dragão rugindo de dor, mas o ferimento se regenera rapidamente assim que a lâmina é retirada. Erus, espantado e confuso, murmura:

— O quê!? Como ele se regenerou tão rápido?

O dragão plana e desce ao chão, tentando esmagar Erus. Ele consegue desviar, mas sofre o impacto em área e voa a uma certa distância. Erus se levanta, mas o dragão logo enfia suas garras no chão e avança. O guerreiro usa sua grande espada para se defender, mas o impacto o joga contra uma rocha. Sentado no chão, Erus geme de dor:

— Arrgh... Que maldição...

Erus usa sua espada para se levantar e encara o dragão.

— Meus ataques físicos são inúteis contra ele... Vamos ver com as técnicas! _ diz ele, já preparando sua energia em sua mão para canalizá-la na espada.

O dragão lança uma labareda de chamas. Erus finca sua espada no chão.

— Surja... Baluarte de Terra! _ grita Erus, firme no cabo da espada.

Do chão surge uma grande estrutura que o protege do fogo do dragão. As técnicas elementais requerem muita energia e concentração. No caso de Erus, ele foca sua energia vital para torná-la densa e sólida, imitando a natureza estável da terra. Ao fincar sua espada no solo, a energia se funde com a terra verdadeira, erguendo uma parede rochosa. Uso excessivo pode levar à fadiga, deixando o usuário vulnerável, e certas técnicas podem causar danos irreversíveis.

A barreira é tomada pelo fogo do dragão e começa a ceder. Erus sai de trás dela e corre pelo lado direito do dragão. Ele canaliza sua energia nas pernas, tornando-se leve e ágil. Usando seu segundo elemento, o ar, ele dá um salto alto e lança rajadas de vento cortantes no dragão. O impacto é sentido, mas não é suficiente.

— Como vou chegar naquela esfera!? _ diz Erus, preocupado.

O dragão abre a boca e a maldita espada aparece novamente.

— Não... De novo não! Qualquer ataque dessa coisa... é fatal! _ pensa Erus, temeroso.

Dessa vez, o dragão retira a espada da boca, maior do que aparentava. Erus sabe que qualquer erro pode ser fatal, mas não recua.

O dragão mira a espada no céu e com um rugido estrondoso ele abaixa a espada, causando um impacto semelhante a um terremoto. Erus se levanta, focando sua energia do elemento ar por todo o corpo para ser mais rápido e ágil. O dragão avança com sua espada colossal, mas Erus se abaixa e o ataque passa direto. Ele usa o elemento terra novamente, fazendo crescer raízes que agarram uma das patas do dragão. Próximo ao dragão, ele se esquiva das mordidas e desvia dos golpes da espada.

— Mas que merda... Ele não me dá um único espaço para atacá-lo! _ diz Erus, exausto por usar os dois elementos juntos.

Erus observa a espada do dragão mais de perto e uma ideia surge.

— Se eu conseguir fazer o dragão usar a espada contra ele mesmo... _ Murmura Erus.

Ele canaliza a energia do elemento ar novamente para aumentar sua agilidade e velocidade. Corre ao redor do dragão, provocando-o com movimentos rápidos. O dragão, enfurecido, tenta acertá-lo, mas Erus esquiva de cada golpe.

— Vamos, só mais um pouco... _ pensou, esperando o momento perfeito.

Finalmente, o dragão levanta a espada para um golpe vertical. Este é o momento que Erus esperava. Ele corre em direção ao dragão, canalizando sua energia do elemento terra nas mãos, fazendo raízes projetarem do chão e agarrarem firmemente as patas do dragão, imobilizando-o temporariamente.

— Agora! _Gritou, canalizando toda a sua energia do elemento ar para impulsioná-lo em um salto incrível.

No meio do salto, ele estende a mão em direção à espada do dragão e com uma rajada poderosa de vento, desvia a lâmina colossal para baixo, mirando diretamente na esfera no peito do dragão. A espada do dragão, movida com força descomunal, crava profundamente na esfera, quebrando-a em pedaços. Um rugido ensurdecedor ecoa quando a esfera se despedaça. O dragão solta a espada, cambaleando. Erus aterrissa no chão, respirando pesadamente, observando enquanto o dragão cai lentamente, derrotado.

— Consegui... _Sussurrou, exausto mas vitorioso.

— Eu a vinguei, Moriele...

Erus ajoelha no chão, cansado e com o coração quase parando de tanto esforço. A aparência demoníaca do dragão desaparece, deixando apenas um dragão irracional. Percebendo o sofrimento da criatura, Erus finaliza sua dor.

— Que os deuses da natureza me perdoem, e que você descanse em paz.

Erus finca sua espada no pescoço do dragão, o finalizando de vez.

As pernas de Erus tremem de cansaço. Ele cai no chão, sentando e olhando para o dragão, chorando. Apesar de ter vingado Moriele, sente que nada é suficiente. No fundo, sente que tudo é apenas o começo.

— Eu preciso ser forte... Eu preciso ser forte...

Enquanto chora, ouve galopes de cavalo atrás de si. Quando se vira, vê Árias, que desce do cavalo e corre até ele.

— Graças a Deus que está vivo! _ Diz Árias, abraçando Erus com força.

— Estou feliz que esteja aqui _ Responde Erus, retribuindo o abraço.

— Olha pra você, está muito ferido, venha comigo...

Erus, realmente fraco, acompanha Árias para fora dali. Olhando para trás, vê o dragão morto até que desaparece de vista.

~ Tempos depois ~

Um ano se passou desde o incidente. Erus retornou a Noristele, viu a destruição causada pelo dragão e decidiu reconstruir um novo reino, realizando o sonho de Moriele. Ao lado de Árias, moveu céus e terra em busca de ajuda para a construção. Aos poucos, um império foi tomando forma. Transformando seu luto em força, Erus construiu um reino. A população crescia e prosperava, e todos comemoravam uma nova vida.

Erus e Árias estavam na sacada do castelo, acenando para a população em comemoração.

— Meu querido povo, meu coração transborda de felicidade. É com imensa alegria que venho dar um comunicado a vocês.

Erus segura as mãos de Árias.

— Eu terei um herdeiro. Eu serei pai!

Árias sorri, segurando na mão de Erus e colocando a outra mão na barriga.

— Dois bebês... _ diz ela, rindo.

Erus a segura no colo, transbordando de alegria.

O povo, ao ouvir as palavras, comemora intensamente, curvando-se diante dos novos rei e rainha.

Tudo parecia perfeito e próspero. No fim, o bem estava rodeando o novo reino. Erus e Árias construíram um império para si e seu povo. Tudo estava em ordem.

O antigo reino de Noristele, devorado pelo dragão, foi deixado. Agora uma nova era se inicou, um reino nasceu, a era dos Deuses começou.

Contemplem, Erus e Àrias. Rei e rainha do reino de Norton.

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