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Pigmalião - A Construção De Um Amor

Família Bianchi

Na cidade de Nova York, uma família se destaca em fortuna e influência. De origem italiana,da cidade de Palermo capital da Sicília, os Bianchi fizeram sua fortuna no ramo de construção civil.

Alberto Bianchi, imigrou para Nova York no início dos anos 70, filho de um Don da Cosa Nostra, estabeleceu-se na cidade a fim de movimentar os negócios do pai. Com o tempo, construiu um império próprio, tornou-se um magnata influente na cidade mais cosmopolita do mundo. Casou-se com Geraldine Amorti e com ela teve quatro filhos, Maximiliano, Andrew, Vicenzo e Mary. Dos seus quatro filhos, dois seguiram a máfia.

Maximiliano assumiu o lugar do avô como Don em Palermo, Vicenzo representa os interesses do clã em Nova York no lugar do pai, Mary casou-se fora da mafia e mora em Toronto, no Canadá. Andrew assumiu somente o lugar de CEO do grupo Bianchi, mantendo-se ,também, fora da máfia.

Com a morte de Alberto e Geraldine,os filhos seguiram os seus caminhos de forma pacífica.

Andrew Bianchi seguiu com mãos de ferro o legado do seu pai, fazendo a empresa crescer de forma assombrosa. Casou-se com uma jovem herdeira de família tradicional da cidade,Helen Lewis. Os dois se conheceram na escola e namoraram desde adolescentes,mantendo um amor puro,simples e fiel.

Casaram-se quando ainda estavam na faculdade e logo em seguida tiveram os filhos Harry, Sam e Maya .

Os dois criaram os filhos como todo magnata,com regalias, estudo ,cultura,mas com muito carinho e amor.

Os filhos cresceram, e começaram a fazer a própria trajetória.

Harry é CEO do grupo ,junto com o pai, casado com Rebeca Jones,é pai de uma filha de dois anos, Summer.

Sam, é solteiro e um bon vivant,mudou-se de Nova York para ser o consigliere do seu tio no comando da máfia em Palermo.

Maya é uma moça doce e sonhadora, modelo fotográfica que viaja o mundo modelando para as maiores marcas do mundo.

A felicidade do casal,a vida de festas e convenções, virou de cabeça pra baixo com a descoberta da doença de Helen,um câncer raro nos ossos.

Andrew, com todo o seu dinheiro, conhecimento e poder, procurou os mais renomados especialistas e hospitais em busca de uma resposta para sua amada esposa. Todos foram categóricos, não há cura e agora Helen é apenas uma paciente paliativa há dois anos.

O homem calmo,educado e gentil, deu espaço a um homem amargurado e fechado,sofre por ver a mulher que tanto ama partir aos poucos sem nada poder fazer...

Helen também sofre por partir e ver o seu grande amor partindo aos poucos junto com ela.

—Amanda! Amanda!

—Sim,dona Helen!

—Me chame a Carol!

Carol é a governanta da casa há anos e muito íntima de Helen.

—Estou aqui , precisa de alguma coisa? Está na hora da sua caminhada no jardim para pegar um pouco de sol.

Ela acompanha a patroa na cadeira de rodas até o jardim,lá ela dá alguns passos lentos para manter o corpo ativo. Logo se cansa e as duas sentam no banquinho.

—Achou a pessoa que te pedi?

—Fiz a seleção, amanhã começo as entrevistas.

—Por favor, não demore! Eu preciso ensinar essa moça enquanto tenho disposição.

—Helen, ainda dá tempo de desistir dessa loucura! Educar uma mulher para lhe substituir na vida do Andrew?

—Eu sei que quando eu for desse mundo, ele vai se fechar cada vez mais e nunca irá se abrir novamente ao amor. São quase trinta anos juntos, eu o conheço muito bem!

—Isso é amor ,não é?

—Sim, eu o amo o suficiente para me certificar de que eu o deixarei em boa companhia após a minha partida. Alguém que cuidará dele, o fará sorrir novamente e manterá a união e harmonia em nossa família.

—As moças estão entre 25 e 35 anos,tem nativas, estrangeiras, loiras, negras, asiáticas...

—Bem diverso...o Andrew nunca teve preferências. Lembro que ele namorou uma coreana e uma vietnamita na escola, antes de mim. - ela ri

—Por que jovens?

—São mulheres em idade reprodutiva,caso ele queira mais um filho. Nenhuma delas tem filhos, não é? Esse é a única exigência!

—Não, me certifiquei disso.

—Ótimo! Não quero uma criança inocente no meio de uma história complexa como essa.

—Vamos entrar? O sol começou a ficar forte.

As duas amigas entram para que Helen descanse. A noite, Andrew chega e vai direto para o quarto ver a sua amada.

—Meu amor! Como passou o dia?

—Bem, Andrew! Você ligou mais de cinco vezes para saber,meu amor!

Os dois dão uma risada.

—E a sua cuidadora? Quando chegará?

—A seleção será amanhã, eu mesma me encarregarei de entrevistá-las.

—Você tem enfermeiras e médicos a sua disposição, porque uma simples cuidadora?

—Eu quero companhia também, alguém que me traga novidades e um fôlego novo. Eu preciso disso!

Ela acaricia a face do marido e ele a beija.

— Vou tomar um banho para o jantar, Harry e Rebeca virão lhe ver e ficarão para o jantar.

—Ah que maravilha! Estou mesmo com saudades da Summer!

No jantar, na companhia e presença do filho e da família, o casal conversa e se distrai com as gracinhas da neta.

—A Maya vem para casa no final da semana, irá tirar uns dias de folga. - diz Helen

—Aonde ela está? - pergunta Rebeca

—Em Milão.

—Bem que o Sam poderia vir junto com ela. - pontua Harry

—Ele está na outra ponta da Itália. E o Sam é...- o pai dá um suspiro - É daquele jeito que vocês já conhecem.

—Egoísta,narcisista...

—Harry!

—Oh mamãe! A senhora sabe, ele não veio visita-lá no último ano,só quer saber da própria vida, da máfia.Porque ele escolheu viver essa vida? Puxou o lado ruim da família!

—Chega Harry! O lado ruim o qual você está se referindo é o seu tio,o meu irmão!

—Desculpe ,papai!

O restante do jantar trasncorre em paz, o filho se vai com a família e o casal se recolhe.

Na cama, abraçados, os dois conversam.

—Sente saudades de me amar, da nossa intimidade?

—Muito! Mas pra mim isso é irrelevante, poderia ficar a vida toda sem sexo em troca da sua saúde.

Eles se dão um beijo.

—Me promete que você irá abrir o coração para o amor quando eu morrer?

—Helen,que história é essa?!

—Me promete!

—Não prometo nada, até porquê não quero falar de morte,não quero imaginar isso!

—Ei! Calma meu amor! Esquece assunto está bem? Eu só quero que você siga em frente,só isso...

—Eu não sei o que será e como será...mas no momento eu só quero viver aproveitando cada segundo do seu lado.

......................

Uma nova vida

—Alice,depois de servir a mesa 4 e 7 ,limpe o balcão.

—Pode deixar,senhor Lionel!

Alice Vieira é uma moça de vinte e seis anos, natural da cidade de Trajano de Moraes,uma cidade pequena e pacata na serra fluminense,onde os moradores têm na praça principal o seu ponto de encontro.

Criada como pé no chão,nadando em cachoeiras,andando a cavalo,subindo em árvores frutíferas,Alice por mais que amasse essa vida ,desejava ver o mundo como conhecia nos filmes e séries, principalmente em comédias românticas passadas em Nova York. Aprendeu inglês por conta própria, tamanho o seu desejo de um dia conhecer a "Grande Maçã", com a mudança da sua prima e família para a cidade ,viu o seu sonho ficar mais próximo e depois de várias tentativas,conseguiu o visto para trabalhar no país. Deixou a mãe viúva morando na companhia do irmão e da cunhada e partiu em busca do seu sonho americano.

—Pronto! A minha hora já deu!

Ela tira o avental, põe na cozinha ,sai da cafeteria aonde trabalha, lendo mais anúncios de jornal. Não deseja ficar a vida toda limpando mesas e servindo café,ela tem formação em RH e tenta de todas as formas ir galgando de emprego em emprego até chegar na sua oportunidade perfeita.

No ônibus, recostada na janela ,ela lê um anúncio no aplicativo de uma agência de empregos conceituada que a chama atenção.

"Procura-se moças entre 25 e 35 anos de idade, boa aparência e educadas.Não importa a cor, nacionalidade, ou tipo físico. Exigência: não ter filhos e ser completamente solteira ,para exercer a função de acompanhante de uma senhora distinta. Possibilidade de crescimento e promoção. "

—Perfeito!

Ela se cadastra e irá participar da seleção no dia seguinte na mansão da família Bianchi.

—Boa tarde, Lice!

Rafaela é a prima de Alice, está em Nova York com o marido e os dois filhos, é com ela que a jovem mora.

—Boa tarde, Rafa! - ela a beija na bochecha- Me inscrevi numa entrevista de emprego nos arredores de Manhattan,vou precisar de ajuda para me cobrir amanhã de manhã no café...

Ela sorri com cara de pidona para a prima.

—Que cara é essa?

Alice continua sorrindo.

—Ah...tá bom! Eu vou no seu lugar!

Ela pula no pescoço da prima e enche de beijos.

—Obrigada, Rafa! Tomara que tudo dê certo!

—Essa localidade é distante, deve ser pra dormir, já que lá é área dos ricaços de Nova York.

—É para ser acompanhante de uma senhora.

—Com certeza é pra morar no emprego,deve pagar bem.

—E é disso o que eu preciso, grana!

Ela vai para seu quarto, abre o notebook e começa a estudar para aperfeiçoar o seu inglês.

No dia seguinte se arruma de forma discreta e composta,usa maquiagem leve, perfume suave, e cabelos em rabo de cavalo. Chega cerca de meia hora antes da seleção.

—Meu Deus! Que mansão!

As cerca de 30 moças,são levadas para a biblioteca da mansão. Na pré seleção ,elas passaram pelo crivo da governanta Carol,que as passou na peneira sobrando apenas dez moças, entre elas, Alice. As dez restantes serão entrevistadas pessoalmente por Helen Lewis Bianchi. Alice foi a quarta moça a entrar.

—Sente-se minha jovem.

—Com licença!

Helen a olha por longos minutos, observa os modos tímidos e contidos, o olhar doce e sonhador e tem um feeling.

—Você não é nativa!

—Não senhora, sou brasileira.

—Sério? De onde?

—Do interior do Rio de Janeiro.

—É muito bonita senhorita...- ela olha o papel - Alice. Me conte mais sobre você, família, vida,sonhos, formação profissional...

—A minha família é enorme,mas o meu núcleo familiar era composto dos meus pais, de mim e do meu irmão mais velho.

—Era ?

—Meu pai faleceu há dez anos.

—Ah...sinto muito!

—Tudo bem...hoje só resta saudades, e boas lembranças.

—Continue ,por favor!

—Sempre tive desejo de morar em Nova York, mas sem muitas condições e como é difícil demais entrar aqui de forma legal,estudei inglês sozinha,vendo filmes, lendo livros e baixando aplicativos gratuitos.

—Ah...autodidata!

—Sim, mas desde quando vim pra cá comecei a fazer aulas para me aprimorar. Sou formada em Gestão de Recursos Humanos, e quero atuar na área,futuramente.

—Bom! Isso é muito bom!

—Eu moro aqui com a minha prima e a família dela e no momento trabalho em uma cafeteira.

—Eu estou com um câncer raro, que não tem cura,sou paciente paliativa.

—Ah....eu lamento.

—Eu também, eu amo viver. - Helen suspira - enfim, eu quero uma pessoa para me fazer companhia durante o dia,não para cuidados de enfermagem, isso já tenho.

—Ainda bem,porque não entendo nada dessa área.

Helen dá um risada.

—Também quero fazer uma boa ação, ensinado tudo o que sei para essa pessoa que estará comigo, e quando eu partir, ela terá o seu lugar garantido numa...promoção.

—Isso é ótimo!

—Qual o seu maior sonho no momento, Alice?

—No momento é crescer, conhecer coisas e pessoas novas,mas não me prendo a isso. Os sonhos mudam, a vida é inconstante, uma caixinha de surpresas....só desejo viver a cada dia de forma única, sempre dando o meu melhor.

Helen observa o sorriso sincero, a leveza que Alice traz, deixa o ambiente alegre ,iluminado e bate o martelo.

"É ela!" pensa

—Eu gostei muito de você Alice! vou pedir para que aguarde junto com as demais moças. E por favor, me chame a Carol.

—Claro! Com licença.

Ela sai e em sequência Carol entra.

—Pode terminar as entrevistas, eu quero que contrate essa mocinha que acabou de sair, a Alice.

—A brasileira?

—Sim.

—Mas ainda faltam seis moças!

—Eu já me decidi! É ela! A contrate agora.Mas antes preciso ir para o meu quarto deitar um pouco.

Os enfermeiros a levam até o quarto,Carol dispensa as demais moças e chama Alice ao escritório.

—Bom, a senhora Bianchi simpatizou muito com você e por isso, você foi a escolhida para o emprego. Parabéns!

Alice vibra por dentro ,mas mantém-se contida por fora.

—Vou lhe explicar melhor a sua função,seu deveres e direitos.

—Pode falar.

—Você será como um dama de companhia da senhora Bianchi, a ajudará com tarefas básicas do dia a dia, a distrair, a levar para passear ,acompanhar em idas ao médico e exames. Compreendeu?

—Sim, senhora Carol.

—Me chame apenas de Carol. Então, seu horário será de nove da manhã até as dezessete horas, quando o senhor Andrew chegar do trabalho. Sua folga começa às treze horas do sábado e vai até as oito e cinquenta e nove da manhã de segunda feira.

—Compreendido.

—E terá que morar aqui, nas folgas estará liberada para ir aonde quiser.

—E quando eu começo? Preciso preparar minha mudança, me demitir no antigo emprego.

—Quero que se mude amanhã até o final do dia, já para começar no dia seguinte.

—Certo, será corrido, mas acho que dou conta!

—Bem , é só isso por enquanto. Aguardo pela senhorita até amanhã às 18h.

—Estarei aqui!

Ela se retira e vai para a casa feliz da vida e compartilha a novidade com a prima.

—Rafa, eu vou poder estudar, fora que a senhora Bianchi quer ne ensinar a ser uma grande dama,deve me dar aulas de etiqueta,ela é tão chic,naturalmente elegante, mas não é metida.

—E o salário? É bom?

—Excelente! Mas vou ter que morar lá.

—Eu sabia! Mas será uma ótima experiência,fora que você pode vir nos visitar nas folgas.

As duas se abraçam e em seguida Rafaela ajuda a prima a arrumar sua mudança.

No dia seguinte, Alice se demite,agradecendo ao antigo patrão a oportunidade recebida e despacha seus poucos pertences para a mansão,chegando no final da tarde com eles.

—Você é pontual! Gostei disso! - diz Carol - Vou a levar para o seu quarto.

—Vou dormir dentro da mansão?!

—Exigência da senhora Helen. Não se preocupe,a casa possui quinze quartos.

Alice entra na suíte, bem decorada e aconchegante.

—Aqui estão algumas roupas, a senhora Helen não quer que você use uniforme, mas que vista-se de forma elegante e discreta.

Alice vê as peças de tecidos nobres e cortes em alfaiataria.

—Vou deixá-la se acomodar. O jantar estará servido às 20h na dependência dos funcionários,mas você fará as refeições com a família assim que for apresentada a todos. Seja bem vinda!

Carol fecha a porta e Alice deita na cama, olha para o teto e não imagina que o destino a reservou grandes surpresas e desafios.

......................

Conhecendo os Bianchi

Alice mal consegue dormir e as sete da manhã estava de pé, tomou banho, fez sua higiene,escolheu um vestido lavanda,deixou os cabelos soltos e bem penteados, usou joias discretas,perfume e maquiagem suaves.

Ela foi até a cozinha na dependência dos empregados para tomar café.

—Bom dia a todos!

—Bom dia, Alice não é?

—Bom dia...Noah? Acertei?

—Isso!

Noah é o motorista da casa,um homem de trinta anos,alto e bonito. Os dois se conheceram durante o jantar no dia anterior, os empregados da casa são pessoas agradáveis e gentis ,deixando Alice mais a vontade.

—O doutor Andrew está atrasado,Noah? - pergunta a copeira.

—Está falando com o irmão no escritório.

—Aquele que é mafioso?- ela fala baixinho

—Os dois irmãos dele são! - ele dá uma risada.

—Essa é uma família da máfia?!- Alice arregala os olhos.

—Não exatamente - explica Noah - o pai e o avô do senhor Andrew eram, ele e a irmã seguiram caminhos diferentes. Mas ele tem dois irmãos,Maximiliano que é o poderoso chefão em Palermo na Sicília e Vicenzo que é Don aqui em Nova York.

—E ainda tem o Sam, filho do meio do senhor e da senhora Bianchi. Ele é meio rebelde, e foi para a Itália ser o braço direito do tio na máfia.- fala Celia, a cozinheira

—Meio rebelde? É totalmente! Quando aparece aqui os problemas aparecem junto! - fala Noah

Carol entra na cozinha.

—Noah, doutor Andrew o está esperando, Alice já terminou o seu café?

—Sim, Carol!

—Ótimo, a Helen está lhe aguardando,quer lhe apresentar ao marido.

Alice se ajeita e segue até a sala de estar junto com Noah.

—Ah !Aí está você, o vestido ficou perfeito, talvez um pouco justo visto que o seu corpo é curvilíneo, latino...depois quero que faça compras na sua folga, roupas nesse estilo para trabalhar.

—Como queira, dona Helen!

Andrew sai do escritório acompanhado do irmão Vicenzo.

—Bom dia minha cunhada! Como está passando?

—Um dia de cada vez,meu querido Vicenzo! Notícias do meu filho?

—Sam está muito bem, aprende rápido. Está sendo uma grande ajuda para o Max.

Andrew revira os olhos

—Sei que não gosta dos caminhos que o seu filho tomou ,meu irmão! Mas está em nostro sangue! Ele teve a quem puxar.

—Deixe os apresentar a minha dama de companhia,Alice! Alice,querida esses são Vicenzo, meu cunhado e Andrew, o meu marido.

Vicenzo pega na mão dela com tradicional galanteio italiano.

—Muito prazer! Você é latina, não?

—Sou brasileira,senhor.

—Ah me chame de você! Ainda estou na casa dos quarenta!

—Deixe a moça! Vamos Noah ,estou atrasado. Me leve heliporto se não chegarei muito tarde na empresa. Bom dia,Alice.- ele se vira para a esposa e a dá um selinho - Até mais tarde meu amor!

Andrew e o irmão se retiram com o motorista.

—Alice, vá ao meu quarto com a Sara, a camareira,ela irá mostrar tudo o que eu tenho e onde ficam as minhas coisas para quando eu precisar que busque algo.

Alice sai na companhia da camareira e Helen comenta com Carol.

—Você viu? O Andrew mal olhou para ela, já o Vicenzo...

Carol dá uma risada.

—O que você esperava? O doutor Andrew sempre foi apaixonado por você,nunca teve olhos para outra mulher e não seria agora que ele o faria, ainda mais assim de uma hora pra outra, e com você viva,Helen!

—É eu sei...estou ansiosa. Óbvio que não desejo que eles sejam amantes,por isso escolhi Alice, ela não me parecesse esse tipo de moça.

—Não mesmo! Conversamos ontem a noite, ela me disse que só teve um namorado na vida, que sentava no sofá da sala dos pais dela e só trocavam beijos.

—Então ela é...

—Virgem, sim!

—Essa menina é um tesouro! Meus planos tem que dar certo, Carol! O Andrew terá uma boa mulher ao seu lado!

Alice entra no quarto do casal e fica perplexa com o luxo e o requinte do quarto.

—Só esse closet é o triplo da casa da minha mãe no interior!

—É tanto luxo que nem acreditamos né? Mas depois acostumamos.

A camareira a mostra tudo, e Alice encontra a foto do casal com os três filhos.

—Os filhos deles são lindos!

—Sim, o Harry é casado, tem uma filhinha linda ,a Summer. A Maya é modelo fotográfica, belíssima, passa a maior parte do tempo na Europa , e o Sam mora na Itália, é lindo de morrer,mas não vale um centavo!

—O senhor Andrew é sério,quase antipático.

—Não! Ele é um bom homem,agradável, mas ficou assim depois que a dona Helen foi desenganada pelos médicos. O amor deles é muito forte!

—Dá pra perceber.

Ela retorna ao andar inferior e Helen a comunica que naquela noite haverá um jantar para a filha que está chegando de viagem.

—Receberemos alguns amigos muito íntimos e alguns parentes. Quero que participe do jantar.

—Dona Helen...sei que o combinado era eu participar de todos os eventos, e fazer refeições com a família, mas eu comecei hoje, acho melhor não sentar a mesa com vocês num jantar tão íntimo!

—Acho que você tem razão. Faremos assim,eu te apresento na sala, você fica comigo até a hora do jantar ser servido e depois pode se recolher.

—Será melhor assim!

No final da tarde, Maya chega de viagem acompanhada do pai.

—Mamãe!

—Oh minha filha, quantas saudades!

Ela abraça a mãe com carinho.

—Por que me olha assim?

—Nada mamãe,só saudades!

Na verdade ela notou a palidez e cada vez mais a debilidade de Helen.

—Quem é essa moça? - diz olhando para Alice de alto a baixo

—Essa é a minha dama de companhia, Alice. Ela veio me tirar do tédio!

—Como vai dona Maya?

—Bem,obrigada. É mexicana ou colombiana?

—Brasileira

—Ah sim...você muito bonita.

—Obrigada!

Após Maya se acomodar,ela se junta aos pais na sala para conversas e drinks, assim fazem os familiares próximos e três casais de amigos íntimos,logo em seguida ,Harry chega com Rebeca e a filha Summer.

—Meu Deus, como minha boneca está linda e enorme ! - Maya abraça a sobrinha,cumprimenta o irmão e a cunhada e em seguida sobe para dar os presentes que trouxe para a menina.

Helen apresenta Alice para o filho e a cunhada, e em seguida ela a dispensa.

—Sua dama de companhia é uma flor de menina. - diz a esposa de Vicenzo.

—Põe flor nisso! - Vicenzo cutuca o irmão.

—Por Deus, Vicenzo! Ela tem a idade das nossas filhas!

—Mas não é!

Enquanto Vicenzo ri, Andrew balança a cabeça.

—Ela é uma moça doce, criada no interior do Brasil.- diz Helen

—Ah logo vi que não é nativa! A beleza latina se destaca.- pontua a cunhada

Enquanto os patrões recebem, ela janta com os empregados.

—Estava sem graça, não via a hora de sair do meio daqueles granfinos!

—Tem que se acostumar,você terá muito contato direto com eles. - diz Celia

—Ela chegou agora, vai se acostumar aos poucos. - diz Noah- Bem, vou para o meu quarto,estou cansado demais.

—Mora aqui durante a semana também?- Alice pergunta

—A maioria de nós. Fica difícil ir e vir todos os dias pra cá.

—Boa noite,Noah!

—Boa noite,meninas!

Após o jantar, Alice espera todos saírem para a sala de jantar e poder passar para o seu quarto.

—O que faz aqui em cima?- pergunta Maya

—Eu durmo no segundo andar.

—Por quê?

—Exigência da dona Helen,e eu cumpro ordens.

—Tudo bem, boa noite! - fala pensativa

—Boa noite ,dona Maya!

Ela desce intrigada e compartilha suas preocupações com o irmão.

—Você não achou estranho essa história da mamãe ter uma dama de companhia?

—Ah Maya, ele fica muito só o dia todo, trancada nessa casa. A moça conversa, a distrai...não vejo problemas!

—Ela está dormindo no segundo andar ao invés da ala dos empregados!

—A mamãe deve ter exigido.

—Foi isso que a Alice me disse...- Maya olha para o alto.- Não sei Harry! Tem coisa errada aí, e eu vou descobrir!

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