Ethan Ferrier.
Estou parado aqui observando a rua movimentada da janela do meu escritório, olho o por do sol e sorrio, uma prática agora diária desde que a minha pequena entrou na minha vida.
Quem é a minha pequena, vocês devem estar se perguntando? Ela é o meu mundo, é a minha pequena deusa tímida e desajeitada e esse jeito dela me nocauteou de uma forma tão profunda que não consegui resistir.
Ela foi a minha luz, tirou-me das trevas onde me colocaram, como me colocaram lá? Em breve vocês também saberam, porém agora vou contar a nossa história para vocês, estão preparados?
Sou Ethan Ferrier CEO da Ferrier company, uma empresa de design de joias extremamente conceituada na minha grande cidade e estou aqui sentado de frente para um funcionário vendo os seus designs.
— Péssimo, ruim, horrível, pedra muito grande, correia fina demais, péssimo, horroroso, refaça tudo de novo.
Coloco os esboços na mesa e o olho friamente. Por um momento, eu achei que ele ia levantar, me dizer um monte de palavras de baixo escalão, jogar os papéis na minha cara e pedir demissão.
— Se quiser sair, o Rh fica no quarto andar, tem uma fila enorme esperando por uma vaga.
— Não senhor, vou pensar em algo novo e refazer os designs, com licença.
Ele se levanta e sai bufando pela porta, o Nathan entra logo em seguida.
— De novo Ethan. Olho para ele, ele se senta no lugar onde o meu funcionário estava.
— Cara, não sei como você ainda tem funcionários, com essa cara, esse humor do demo, Deus me livre.
— Se não está satisfeito, pode passar no Rh no quarto andar também. — Digo e volto a analisar os documentos em minhas mãos.
— Você não pode me demitir. — Ele zomba.
Paro, cruzo os meus braços e o encaro. — Quem disse que não?
— Tente, pode cortar o meu salário, confiscar o carro, a casa tudo, não saio do seu lado, além disso, sou o seu vice-presidente, seu segurança e sou seu amigo.
— É um pé no saco, isso sim.
— Adoro o seu humor sarcástico, a propósito, tem a festa sábado, lançamento do relógio Ferrier e a Annie já confirmou ser a sua companhia.
— Pode dispensar, eu vou sozinho.
— Ethan, ela é a sua suposta "namorada" sabe que um CEO desacompanhado gera críticas.
— Sabe que não gosto de ser tocado e ela me irrita com aquelas mãos bobas.— Jogo a caneta na mesa, o grampeador está torto como o telefone, a raiva crescendo, que droga já estou até imaginando, odeio festas, multidões todos se cumprimentando, não suporto ser tocado por ninguém, faço um sacrifício enorme para ficar ao lado da Annie e não dispenso as minhas luvas e o smoke do pano mais grosseiro possível só para não sentir as mãos dela no meu braço, olho para os objetos fora do lugar e os ajeito.
— Eu sei muito bem disso irmão, ela é sua prima, cresceu com a gente, nos brincávamos juntos, depois de adolescentes, saímos, antes daquilo que aconteceu com você...
— Ela não é nada e não me lembre daquilo.
— Ethan como você vai viver assim? Ela quer casar com você, você deveria ao menos tentar.
— Já disse que não Nathan, esse assunto termina aqui, agora vai preciso trabalhar.
— Tudo bem, volto depois.— Ele se levanta e sai, viro a cadeira para a enorme janela atrás de mim, casar nunca, amar alguém é impossível, aperto o lápis em minha mão até que ele se quebra, olhos para as minhas mãos maldito trauma, respiro fundo, me levanto e jogo o lápis no lixo, pego álcool e passo nas mãos, droga de vício, começo organizar a minha mesa e a medida que vou organizando vou passando álcool em tudo.
Depois de tudo limpo e organizado, posso me sentir um pouco em paz, a terapia não está ajudando em nada, prefiro o meu velho mua tay. Mergulho no trabalho até que batem a porta.
— Entra.— A minha secretária fica ali mesmo, pois ela sabe que não gosto que entrem na minha sala por nada, só em caso de me mostrar algo, como os designs que aqui são feitos a mão para depois passarem para o computador, ela como secretária do meu pai e depois minha sabe de tudo da minha vida e foi difícil para ela se acostumar com meu "novo eu" depois dos vinte dois anos.
— Ethan já estou indo, os e-mails já foram enviados para você, não vai embora?
— Dione pode ir, vou ficar até mais tarde por conta do lançamento do relógio, tenho muitas coisas para resolver.
— Não abuse, até amanhã.
— Até.
Ela fecha a porta, são poucas pessoas que podem me tratar assim, Dione é uma delas, os meus funcionários me chamam de carrasco, demo, diabo, peste, coisas desse tipo, mas sempre é senhor, pouquíssimas pessoas me chamam pelo nome.
Sou uma pessoa fria com todos, até com os meus pais, infelizmente, não queria, mas é mais forte do que eu, quando vejo já era, já ofendi, briguei, magoei, mandei embora, mandei sumir, essas coisas.
Ah Annie é uma pessoa legal, ela tenta de toda a forma me ajudar, entretanto, não consigo, não consigo tocá-la, não gosto que me toque, tenho um certo pavor, ela sempre está ao meu lado, mas não dá, sinceramente não consigo.
Mergulho no trabalho e nem vejo a hora passar até que o Nathan entra e me irrita profundamente quando ele entra sem bater.
— Não bate na porta.
— Você já viu a hora, qualquer dia vou arrumar um beliche e a gente passa a dormir aqui mesmo.
— Não precisa ficar aqui comigo, já devia estar em casa. Falo desligando o notebook, a hora passou que nem vi.
— Eu fui em casa, tomei banho, a Dione me ligou falando que você ia ficar até mais tarde, então eu voltei.
— Está bem, vamos para casa.
— Uma bebida antes de dormir? — Ele levanta a sobrancelha naquele tipo tique, quando quer algo.
— Só se treinar comigo? — Digo.
— São quase meia-noite Ethan.
— Isso ou pode ir para sua casa e beber sozinho, bebida de boa qualidade você tem aos montes. — Me levanto ajeitando o terno.
— Assim, você magoa o meu coração.
— Cala a boca Nathan.
Saímos da sala e pegamos o elevador. Nathan é a única pessoa que tem permissão para tocar em mim, esse idiota é tão fiel a mim quanto eu a ele, chegamos à garagem.
— Tudo bem, eu topo, sei que está estressado por conta do trabalho, treino e bebida boa depois. — Ele, por fim, fala.
— Te vejo lá em casa. — Entro no carro.
— Até parece que a gente nem mora um do lado do outro. — Ele diz, parando de frente para o seu carro.
Reviro os olhos e entro no meu carro, ele vai no dele, nós moramos num condomínio de luxo, a casa dele é ao lado da minha, hoje o dia foi longo, treinar até a exaustão é a única coisa que preciso para tentar dormir em paz, a exaustão não me deixa ter malditos pesadelos.
Ártemis Bennedetti.
Estou quase saindo do trabalho na casa do senhor nojento, é assim que eu o chamo, sem ofensa aos idosos, eu os amo, mas não ele, aqueles olhos de águia velha através dos óculos não me enganam, desde aquela vez que ele passou a mão em mim e disse que foi sem querer, que nojo.
Vivo fugindo dele pela casa, fazendo o meu trabalho de doméstica, os meus tios me obrigaram a trabalhar aqui e, além disso, todo salário que eu recebo eles querem, depois de um tempo dando tudo para eles, passei a guardar alguns, não em casa, pois eles revistam o sótão sempre e tiram as minhas coisas do lugar deixando uma bagunça.
Eu vivia feliz com os meus pais até os dez anos quando eles sofreram um acidente de carro, eu também estava naquele carro e infelizmente sobrevivi, fiquei em coma por um mês e depois fui entregue a única família que tinha, a irmã da minha mãe, a minha herança ficou em poder deles, nos não éramos pobres mas também não éramos ricos, vivíamos muito bem com o trabalho do papai até tudo acontecer.
Tenho direito a herança que eles deixaram só que depois que eu fizer vinte um anos e falta pouco, quando eu completar a maior idade pegar o dinheiro que juntei que também não é muito vou cair fora, não sei se ainda tem algum dinheiro na conta e nunca soube quanto era, a tia Madson sempre disse que era pouco dinheiro e por isso eu tinha que trabalhar para pagar os custos que eles tinham comigo, só não fiquei fora da escola porque uma assistente social foi até eles e disse que não poderia ficar sem ir às aulas ou eles perderiam o direito a minha guarda.
Eu também não gostava de ir à escola sofri muito bullying por conta da minha aparência uma menina rechonchuda que usava óculos bem grossos e ainda por cima me zoavam me chamando de deusa da guerra, a minha mãe amava os deuses gregos e colocou o meu nome de Ártemis porque dizia que era uma deusa forte e de sabedoria abundante isso nas palavras dela, eu amava tanto eles, a minha vida era perfeita e tudo virou um pesadelo, na escola só não foi pior porque encontrei a Dorothi, estudamos juntas dês que entrei no colégio aqui e então ela é a minha melhor amiga.
Ela e sua mãe dizem que quando eu for maior de idade vou poder ficar com elas, mas não quero mais ficar aqui. Sei que os meus tios não vão me deixar em paz, estou cansada de ser humilhada de todas as maneiras, me livrar dos meus tios e do senhor nojento e seguir a minha vida em paz.
Droga, deixo a colher cair no chão, sou uma desastrada mesmo, me abaixo para pegar e quando levanto, o senhor nojento está atrás de mim até roçar nas minhas costas.
— Pensei que já tivesse ido.— Fala próximo ao meu ouvido e eu me afasto nervosa, pego a colher e a coloco na pia.
— Já estou de saída, senhor Arnold. Ele segura o meu braço.
— Já disse que pode dormir aqui, não precisa voltar para os seus tios.
Me solto dele e tiro o avental colocando-o na cadeira, pegando a minha mochila.
— Até amanhã senhor.
Saio apressada com um arrepio de medo e pavor, saio pela porta, quando estou distante faço o sinal da cruz e respiro aliviada, caminhando para o ponto de ônibus. Pego o meu celular velhinho que a Dory me deu, só assim tive um telefone.
A minha tia diz que é fútil, mas ela não sai do dela, que é da última geração. O ônibus chega e entro pagando a passagem ao motorista quando ele para bruscamente e caio de joelhos no chão, uma mulher me ajuda a levantar.
— Tudo bem moça?
— Sim, obrigada.
— Vai com calma aí motorista. — Um outro grita, a moça me ajuda a levantar, tinha que ser você mesmo Ártemis passando vergonha no ônibus.
Como hoje foi dia de pagamento, passo primeiro na casa da Dory que me recebe com um abraço.
— Oi Mi entra.
— Acredita que cai dentro do ônibus.
— É a sua cara fazer isso. — Ela fala, fechando a porta. Tiro o dinheiro da mochila e entrego para ela.
— Pode guardar com os outros.
— Claro, não vejo a hora de você fazer vinte um logo e sair daquela casa.
— Eu também Dory, cadê a tia?
— A mãe ainda não chegou, quer limonada?
— Quero.— Vamos para a cozinha e ela nos serve a limonada, sentamos na bancada da cozinha.
— Acredita que aquele velho nojento encostou em mim outra vez? Só de falar sinto nojo, olha, estou toda arrepiada.
— Aquele velho asqueroso.— Diz.
— Falou que não precisava ir embora, era para dormir lá, Deus é mais.— Levanto as mãos.
— Mi, já falei para você tomar cuidado com ele, aquele velho, ele quer você e vai fazer qualquer coisa para isso, sabe que ele tem dinheiro e não sei não mais os seus tios comem na mão dele.
— Aí Dory agora fiquei com mais medo ainda.
— Fica de olho, qualquer coisa, dá uma joelhada nele e foge para cá, a gente dá um jeito.— Ela diz segurando a minha mão.
— Vou ficar atenta, agora preciso ir, se não já sabe, obrigada pela limonada.
— Vou estar sempre aqui pra você.
— Eu sei e agradeço por isso, te amo. — Nos abraçamos e eu vou embora, tenho que caminhar uns 40 minutos para chegar em casa, entro devagar pela porta da cozinha sem fazer barulho, não quero levar bronca porque demorei.
Estou no corredor quando ouço uma conversa entre os meus tios.
— Madson tem que ser hoje, o senhor Arnold já não aguenta mais esperar, acabou de ligar furioso nos ameaçando.
— Billy Cala a boca, ela está para chegar.— A minha tia olha a porta da sala e me escondo atrás da parede.
— Não podemos falhar, vender aquela garota para o senhor Arnold foi tudo de bom, nós nos livramos dela, ganhamos uma grana e depois dissemos que ela foi embora sem querer a herança, ninguém vai querer aquela gorda de quatro olhos mesmo, o senhor Arnold vai fazer um bom proveito daquela porca.
Coloco a mão na boca, sufocando um grito e lágrimas rolando dos meus olhos.
— Vamos fazer assim, deixá-la dormir e quando estiver quase amanhecendo, você pega o éter e desmaia ela, quando ela acordar, já vai estar com aquele velho babão.
— Ótimo, maravilha.— O meu tio diz animado.
Quando vou sair, esbarro no vaso da mesinha e ele cai no chão fazendo maior barulho, Ártemis desastrada.
— Quem está aí? Ártemis?
Saio e encontro o gato da vizinha no corredor, jogo uma bolinha de papel na direção da sala e ele sai atrás, aproveito para fugir e ouço eles dizerem.
— Desgraçado de gato da vizinha, essa peste só vive entrando aqui.
Saio pela mesma porta por onde entrei, chorando em desespero, me afasto dali. O que vou fazer agora meu Deus?
Eles me venderam para aquele velho nojento, não isso não vai acontecer, prefiro morrer do que ficar com aquele velho tarado.
Respira Ártemis, piso num buraco, droga, tiro os meus óculos e seco as minhas lágrimas, pensa no que se vai fazer, pensa caramba.
Bato o pé no chão, eu vou fugir, tenho que fugir, mas não tenho nada comigo, vou ter que voltar pra casa, fingir que tá tudo bem, quando eles dormirem, pego a mochila com as minhas coisas e fujo, é isso.
Vou pedir para Dory comprar uma passagem de ônibus para mim para longe, depois eu vejo o que eu faço quando chegar lá, isso vai ser isso.
Ligo para Dory e explico a situação, vou encontrá-la na rodovia às três da manhã, respiro fundo e volto para casa, agora entrando pela porta da sala aquela que eles estavam vigiando.
— Chegou tarde, o senhor Arnold disse que você saiu já faz tempo.
— O ônibus quebrou tia, sabe como é, demora até chamarem outro...
— Deixa para lá, estou morrendo de fome, pode preparar o jantar.
— Rápido pirralha inútil. — Meu tio fala como sempre.
— Está bem. — Saio para a cozinha para fazer o jantar, a Dory teve uma ideia, como sempre sou eu que faço o jantar, ela falou para eu colocar sonífero dentro para eles dormirem e quando acordarem eu já vou estar bem longe daqui e assim eu faço, coloco a mesa.
— O jantar está pronto.
Eles se sentam e se servem. — Não vai comer? — Minha tia pergunta.
— Não, estou cansada, eu vou me deitar para dormir.
— Que ótimo, é bom que sobra, agora vaza pirralha.
Aproveito a fala dele para subir, eles ficaram tão animados quando viram o jantar que nem lembraram que hoje foi dia de pagamento, espero em Deus que eles não lembrem, assim fico com mais esse dinheiro, o que tenho não é muito, mas acho que dá para me manter por uns dias até arrumar um emprego.
Pego minha mochila mais velha, que é maior, coloco as melhores peças que não são muitas, algumas que a Dory me deu, coloco o álbum de fotos dos meus pais, meus documentos, tudo que preciso, quando ouço um barulho na porta, jogo a mochila embaixo da cama e me sento.
— Tio, o que faz aqui?
— Que eu me lembre, essa casa é minha e posso andar por ela e entrar onde quiser.— Ele fecha a porta e se aproxima, pego o lençol e me cubro.
— Vim agradecer pelo jantar.
— Não precisa, é a minha obrigação.— Ele se aproxima de mim e segura o meu rosto com força.
— Apesar de estar acima do peso, você está bem gostosa com essas coxas grossas.— Diz se aproximando.
Ártemis Bennedetti.
Ele arranca o lençol e passa a mão nas minhas pernas e aperta.
— Me solta, eu vou gritar. — Falo desesperada.
— Se gritar, eu digo para sua tia que você me agarrou, sabe como ela é ciumenta. — A mão dele começa a subir e entra no meu short, eu não resisto e o empurro, ele cai.
— Sua vadia. — Levanta furioso e dá um tapa no meu rosto, o meu óculos cai no chão, a minha tia entra no quarto.
— Que porra está acontecendo aqui? — Ela diz nos olhando com raiva.
— Não é nada amor, vim ver se a Ártemis não queria mesmo jantar. — Ele diz se afastando de mim.
— E você acha que me engana Billy, saia e você sua vadia, não vai dar para o meu marido.
Ele sai e ela sai batendo a porta, coloco a mão no rosto e caio no choro, pego um pedaço de pano, coloco álcool e passo onde ele colocou aquelas mãos sujas na tentativa em vão de limpar algo, quando vejo o meu óculos com a perna quebrada.
— Não, não, não você não, sem você eu não vejo nada.
Pego-o do chão, vou até a cômoda velha, acho uma fita, enrolo ela fazendo o meu melhor pelo menos até dar um jeito de consertar, as lentes são caras e não vou ter dinheiro agora, então vai ter que servir assim.
Pego uma cadeira e coloco atrás da porta, a travando, a minha tia confiscou a chave da porta há alguns anos e sempre que eu a desobedeço, ela me tranca por dias com fome.
Me deito na cama e não consigo dormir, ansiosa, espero a madrugada chegar, saio do quarto na ponta dos pés verificando, esperando também não esbarrar em nada, a porta está fechada e ouço o ronco do meu tio, eles dormiram.
Volto para o quarto, mudo de roupa, pego a mochila e saio quando chego na cozinha tomo um susto com o gato da vizinha, abaixo e faço um carinho nele.
— Vou sentir saudades de você garoto, só de você porque essa casa nunca foi o meu lar, se cuida.
Saio caminhando apressada por trinta minutos até a rodoviária e lá está a Dory e a sua mãe.
— Você conseguiu Mi. — A Dory me abraça apertado.
— Obrigada. — Digo retribuindo o abraço.
— Não pode perder tempo, aqui está o seu dinheiro, tome muito cuidado com isso, ninguém anda com dinheiro hoje em dia, aqui uma coisinha para você comer, cuidado e nos mantenha informada, compramos duas passagens, uma para a cidade vizinha e outra para a próxima. — A mãe da Dory diz colocando as passagens na minha mão.
— Obrigada Tia, eu amo vocês.
— Também te amo minha menina, agora vai. — As abraços chorando e entro dentro do ônibus, vou chegar na cidade vizinha quase de manhã e depois vou ver o que vou fazer.
Chorando o ônibus da partida lembro dos meus pais e de tudo que aconteceu comigo até aquele momento, os momentos vem e vão na minha mente, a minha amizade com Dory, o amor da mãe dela por mim, meu coração fica apertado ao deixá-las e sei que o delas também, fugir é a minha única opção, fujo daquela cidade para sempre, deixando o meu sofrimento para trás, assim espero.
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