O motor ronca com fúria enquanto sigo os ladrões pelas ruas escuras da cidade. Minhas mãos apertam o volante, e o cheiro de pneus queimando
enche o ar.
Os faróis dos carros deles brilham à frente, e eu acelero determinado a pegá-los. A adrenalina corre pelas minhas veias enquanto desvio habilmente do tráfego, os pneus chiando a cada curva.
No rádio, meus soldados comunicam informações necessárias. Estamos nos aproximando e minha mente está focada em um único objetivo: pegar os
filhos da puta que nos roubaram.
A distância entre nós diminui rapidamente, e eu ouço tiros sendo disparados contra os veículos deles.
Finalmente, chegamos a um beco. Os ladrões percebem que estão encurralados e tentam escapar a pé. Saio do carro, minha arma em punho,
pronto para dar um fim na vida desses desgraçados.
\*\*\*
Estava retornando quando senti meu celular vibrar incessantemente o que é estranho, sempre que estou em missões é raro eu receber chamadas.
Paro no acostamento e atendo a ligação de um dos soldados que trabalhava para mim.
Meu coração começou a acelerar.
— O que aconteceu, Liam? — Pergunto com um misto de curiosidade.
— Eu não sei como te contar essa notícia, chefe — sinto nervosismo em sua voz, o que me causa calafrios.
— Pare de enrolação e seja mais direto Liam?
Sinto que está tentando controlar sua respiração.
— Liam! Exclamo com o nervosismo começando a querer me invadir.
— O seu pai foi assassinado, chefe! Disse Liam, com a voz carregada de pesar. — Não conseguimos chegar a tempo, um dos homens do seu pai nos
mandou uma mensagem, mas foi tarde demais. Todos que estavam na casa estão mortos.
As palavras de Liam me atingiram como um soco no estômago.
— Como isso pode ter acontecido? Pergunto sentindo uma dor agoniante em meu peito.
— Não sabemos, chefe, quem tenha feito isso, não deixaram vestígios.
Nossa família comandava o submundo de Nova Iorque, e embora soubéssemos que corríamos riscos controlados, ninguém jamais ousaria
tocar em Antonio Romano. Éramos respeitados e poderosos, com negócios em todo o mundo, aliados com outras máfias e grandes políticos.
Agora, o homem que eu admirava, meu exemplo, havia sido brutalmente assassinado.
Como isso pode ter acontecido? Coloco minhas mãos na cabeça sem saber como me mover.
Eu estava em estado de choque, incapaz de acreditar. Eu precisava ver com meus próprios olhos para entender o que estava acontecendo.
Só posso estar em um pesadelo! Eu preciso me mover, eu preciso agir!
— Não toquem no corpo até eu chegar. Ordenei com autoridade, apesar da dor que estava rasgando meu peito.
Desliguei o telefone e acelerei pelas ruas. A cada quilômetro percorrido,minha ansiedade aumentava e meu peito se comprimia com a dor que me
dilacerava.
O motor do carro roncava enquanto eu acelerava pelas ruas de Nova Iorque.
A cidade que nunca dormia estava em plena atividade, com pessoas apressadas indo e vindo, carros buzinando e sirenes ao longe e tudo que
desejo nesse momento é chegar rapidamente, mas parece impossível. Como se tudo tivesse agindo contra mim e sei que tudo isso está sendo criado na minha mente. Penso nos meus irmãos que estão a quilômetros de distância e nem consigo imaginar como darei essa notícia para eles.
Ao chegar à mansão Romano, notei que as luzes de segurança ainda estavam acesas. Meus soldados armados guardavam a entrada, seus rostos
tensos e olhares sombrios. A casa, que normalmente era um refúgio de segurança, agora estava envolta em uma atmosfera sinistra.
Assim que entrei, vestígios do atentado estavam por toda parte. Os corpos dos soldados do meu pai estavam todos sem vidas. Era difícil acreditar que
a casa que sempre representara proteção agora era um local de horror.
Desconsidero todos ao meu redor e disparo pelo corredor até o quarto do meu pai, com meus passos ressoando no chão de mármore. Cada passo
parecia mais pesado do que o anterior, pois a realidade da perda se instalava profundamente.
Eu não queria acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Como isso aconteceu dessa forma? Minha respiração estava acelerada e a ansiedade
parecia querer engolir minha mente.
No quarto do meu pai, a luz fraca da lua filtrava pelas cortinas pesadas,revelando a cena que eu temia enfrentar.
Meu Deus! Isso não pode ser verdade…
Seu corpo estava lá, perto da janela, em meio a um poço de sangue. Uma faca cravada em seu coração, um símbolo de brutalidade e traição.
E tudo que pensei que poderia ser um sonho acaba de se tornar um pesadelo real, meu pai estava ali sem vida.
Minhas mãos cerraram em punhos, meus olhos se encheram de lágrimas, e um grito silencioso de angústia ecoou em minha mente. Meu pai, meu
mentor, meu exemplo, agora era apenas um corpo inerte.
Mesmo vivendo sob ameaças constantes e estando sempre preparados para o pior, eu nunca imaginei que veria meu pai assim, que sua vida terminaria
dessa maneira.
Tudo apontava que o assassino era alguém familiar, não poderia ser diferente. A mansão Romano era uma fortaleza, nunca havíamos sofrido um
ataque desse tipo.
Ajoelhei-me ao lado do corpo e encontrei um pedaço de papel dobrado próximo a ele. Tremendo de raiva e dor, peguei o bilhete e li as palavras
queimadas em minha mente.
“A vingança é um prato que se serve frio.”
Amassei o papel com força, minhas unhas afundando na superfície.
Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu tocava o rosto do meu pai,sabendo que ele nunca mais me ouviria.
— Quem quer que tenha feito isso com o senhor, meu pai, vai pagar caro.
Murmurei para o corpo inerte, com minha voz carregada de dor e ódio.
Eles não sabem com quem se envolveram, eu vou caçá-los e aniquilá-los com minhas próprias mãos ou não me chamo Leon Romano.
Ordenei aos meus soldados que retirassem o corpo enquanto os observava à distância. Um desejo ardente queimava em meu peito, uma fome insaciável,uma raiva inextinguível despertou dentro de mim. A única coisa que poderia aplacar essa dor era a vingança.
O que restava de mim agora seria moldado por essa busca incansável e nada mais me importava além de fazer aqueles que cometeram tão vil ato
pagarem com o mesmo sangue que haviam derramado.
Dois dias depois…
Enquanto o sol mergulhava lentamente abaixo do horizonte, iluminava o céu com tons de laranja e vermelho.
O velório do meu pai estava em andamento em um pequeno vilarejo na Itália, onde ele nasceu. Ele sempre nos contava que desejava ser enterrado
aqui e cumpriremos seu desejo.
Sinto como se estivesse sem ar, e tudo em minha volta estivesse carregado de uma tristeza opressiva.
De pé junto ao caixão, sentia o peso do mundo sobre meus ombros. A ausência de meu pai era um vazio que ameaçava engolir tudo ao meu redor.
Meu pai foi um grande líder, um paizão quando precisava para todos e, ao mesmo tempo, severo e implacável. Ele nos manteve sempre na linha.
Ele era temido pelos inimigos e ninguém do nosso mundo ousava entrar no seu caminho.
Eu o admirava e sempre tentava imitá-lo em tudo.
Meus irmãos mais novos Matteo e Filippo entram no salão com passos lentos e pesados, suas expressões estavam marcadas pela mesma dor que
estava sentindo e a raiva estava nítida em seus olhares.
— Leon… murmurou Matteo com a voz embargada e com seus punhos cerrados.
Ele estava completamente dominado pela raiva e sabia muito bem o que estava pensando.
— Estamos todos sentindo o mesmo. Digo olhando para os dois. Mas agora não é o momento!
Filippo, sendo o caçula e também o mais astuto de nós três, estava com seus olhos fixos no caixão como se estivesse tentando entender como isso
tudo aconteceu.
Ele se aproxima, olhando diretamente para mim.
— Leon, você é o chefe agora, temos que fazer algo. Insistiu, jogando a minha nova realidade na minha cara. — Não podemos simplesmente deixar
isso passar.
Eu sabia muito bem que a morte de nosso pai não seria em vão. E olhando para meus irmãos, estávamos com o mesmo pensamento e buscaremos justiça de uma maneira que apenas nossa linhagem conhecia.
A partir de hoje, a máfia Romano iniciará uma nova liderança, novos tempos estão por vir…
Ninguém, absolutamente ninguém, mexe com a minha família e sai em vão.
— Entendo a raiva de vocês. Digo com clareza e determinação. — E conto com vocês, vamos honrar o legado de nosso pai.
— Ninguém mexe com a família Romano e sai impune. Pode contar comigo, irmão. Diz Matteo.
— Eles não sabem com quem mexeram. Diz Filippo com sangue nos olhos.
A tragédia havia nos unido de maneira mais profunda, transformando nossos laços em uma aliança implacável…
Olhei-me no espelho com um suspiro, vestida impecavelmente com um elegante vestido prateado de uma renomada marca, uma bolsa Chanel
pendurada em meu braço e, para completar, saltos Dior que prometiam acentuar minha estatura.
Eu era a imagem perfeita da filha do governador de Nova Iorque.
Meu cabelo estava preso em um coque perfeito, minha maquiagem impecável e meu sorriso era radiante, mas completamente falso.
Meu pai, Davidson Roselli me olhava com um olhar exigente.
— Lembre-se, Alice, seja impecável essa noite, ou haverá consequências.
Diz com seu tom autoritário, me ameaçando.
— Claro, pai! Serei a filha perfeita. Respondo com um sorriso forçado.
Eu estava cansada dessa vida, como se eu servisse apenas para ser uma bonequinha de luxo.
Um brinquedo nas mãos do meu pai para atrair aliados.
Fico observando Nova Iorque pela janela e minha vontade era sair desse carro em movimento. Eu simplesmente deixei de viver no momento em que
a minha mãe morreu.
Assim que chegamos ao local do evento, entrei no salão repleto de convidados, políticos e jornalistas.
Os flashes das câmeras me cegavam e, no automático, sorria para as fotos ao lado do meu pai. Por dentro, eu ansiava por escapar desse teatro.
Meu pai ficou rodeado de seus aliados políticos e por isso eu decidi circular entre os presentes.
Um senador aliado de meu pai se aproximou com aquele sorriso nojento.
Eu sabia muito bem quem era, e seu cargo corre grande perigo. Ele era um idiota que amava usar as mulheres enquanto sua esposa Sarah cuidava dos
filhos em casa.
Gostava demais dela e sempre torci para que ela abrisse os olhos e desse um chute na bunda desse traste. E sei que isso está mais perto do que imagino.
James Bennet era um charlatão, conviver nesse meio me fez aprender muita coisa e uma delas era perceber quando alguém mentia.
— Alice, que bom vê-la aqui, você está deslumbrante como sempre. Diz, olhando por todo o meu corpo, me causando uma repulsa. Sei que meu pai
está me observando e respondo com educação. Mas meu desejo era jogar todo esse champanhe na sua cabeça, vontade é o que não me falta.
Sou obrigada a agir como uma princesinha e ser educada. Mas isso não me impede de entrar no seu joguinho…
— Obrigada senador. E Sarah, com está? Pensei que ela estaria aqui?
Ele faz uma cara que não gostou de eu ter mencionado sua esposa. Mas era isso que eu queria causar nele.
— Ela está em casa cuidando das crianças. Diz com os dentes trincados.
Idiota! Tinha que agradecer por ter uma mulher como aquela.
— Sua esposa é uma mulher incrível, admiro muito ela, mande um grande abraço para ela.
Mantive a conversa superficial como era esperado, me despedi e comecei a caminhar pelo salão.
Cumprimentei convidados e políticos com palavras ensaiadas, enquanto secretamente desejava estar em outro lugar.
Qualquer lugar, desde que fosse longe da hipocrisia deste mundo em que meu pai me mantinha.
Eu queria mesmo era ser pianista como minha mãe, ela faleceu quando eu tinha dezesseis anos, me deixando com um grande buraco dentro do meu
peito. Ela era tudo para mim.
Ela era o meu mundo e a minha grande inspiração.
E a partir desse ano minha vida virou um verdadeiro inferno. O homem que sempre admirava como pai se transformou em um maníaco por controle e
obcecado por poder.
Quanto mais tinha, mais queria.
Eu queria sumir, desaparecer. Estava cansada de viver apenas por aparência.
Mas era impossível!
A única coisa que me mantinha feliz era tocar piano e, com a ajuda da minha amiga Lucy, eu tinha meu momento de liberdade, mesmo que fosse
apenas por algumas horas…
Sentir um frio na barriga quando um homem alto, vestido com um terno impecável, me observava. Seu olhar parecia penetrar minha alma como se
estivesse lendo o que eu estava pensando.
Ele parecia ser perigoso e que donzelas como eu precisariam manter distância. Mas, como parar de olhar? O homem era um pedaço de mal
caminho.
Ele é lindo, forte… Meu Deus, o que estou pensando?
Sai daqui, Alice… Meu consciente fala. Antes que o pecado em forma de pessoa invade ainda mais a sua mente.
Ele parecia estar vindo em minha direção, mas algo o impede e vejo ser meu pai que está se aproximando de mim.
— Filha, preciso te apresentar algumas pessoas, venha comigo. Diz, me levando para bem longe do homem. Tenho uma leve impressão de que meu
pai fez isso de propósito.
Um ano se passou desde a morte de meu pai, um ano de preparação, de transformar minha tristeza em ferocidade, de assumir a Máfia Romano e seus negócios.
Fui treinado desde novo para ser o chefe, eu sabia que um dia precisaria assumir, mas nunca imaginei que seria tão cedo. Minhas responsabilidades aumentaram e organizar tudo era um grande desafio. Tive que nomear novos cargos e recomeçar tudo depois que meu pai morreu.
Eram noites sem dormir, formando novas bases de treinamento para novos soldados, novas estratégias e alianças poderosas e meus irmãos eram a minha força e confiava neles cegamente. Eles eram meus olhos dentro da máfia.
Minha sede de vingança não havia diminuído, pelo contrário, estava mais intensa do que nunca.
Cada decisão que eu tomava, cada movimento que eu fazia era calculado,estava direcionado para um único propósito: descobrir o assassino do meu pai e fazer os responsáveis pagarem.
Nossas investigações eram meticulosas, minuciosas. Tudo tinha que ser examinado, cada conexão, cada possível pista. Até que, finalmente, meu irmão Matteo achou uma peça do quebra-cabeça que se encaixou. Uma pista levou a outra, e a trilha nos levou até um dos nossos próprios soldados que eu havia pensado que estava morto. Um homem que era da confiança de nosso pai, que era seu motorista. Que eu pensava conhecer, mas que agora estava diante de mim como um grande traidor.
E ele sabe muito bem o que acontece com os traidores.
O soldado estava amarrado, suas mãos e pés algemados, o rosto contorcido de dor e medo. Eu estava determinado a arrancar a verdade dele, não importa o que fosse preciso.
A escuridão dentro de mim havia crescido a ponto de não conhecer limites.
Preciso saber quem planejou a morte do meu pai e tirou a sua vida.
As salas do calabouço eram úmidas e escuras, os ecos dos gritos de agonia parecia reverberar pelas paredes. Estou olhando para o traidor com minha expressão fria.
— Quem ordenou o assassinato do meu pai? Minha voz cortou o silêncio,cada palavra carregada com ódio.
Ele olhou para mim, com seus olhos cheios de terror, e eu vi a fraqueza neles. Mais cedo ou mais tarde, ele irá contar, se precisar, quebro todos os ossos deles. Mas nem preciso fazer muita coisa além de quebrar seus dedos,que ele já abriu o bico do jeito que eu queria.
— O governador Davidson Roselli. Ele gaguejou entre gemidos de dor. A confissão me pegou de surpresa, foi como um corte de uma lâmina afiada, e uma onda de ódio e vingança percorreu por todo o meu corpo.
As lágrimas da tortura escorrem pelo seu rosto enquanto contava tudo,revelando detalhes do complô, sobre como meu pai havia sido traído por aqueles que se diziam seus amigos.
Ele o ajudou a ganhar as eleições e, no final, ganhou uma punhalada no coração.
Eu já tinha o que eu queria e o deixei ali, com suas palavras ecoando em meus ouvidos.
— Tenha misericórdia de mim! Grita em desespero.
Saí do calabouço com a informação de que precisava e o combustível para minha ira ardia mais intensamente.
O governador havia assinado sua própria sentença, e ele pagará por tudo que fez.
Encontrei meus soldados à espera, com meu irmão. Eles sabiam o que era necessário fazer, o preço que o traidor tinha que pagar por sua traição.
— Ele confessou? Pergunta Matteo, ansioso.
— Sim! Respondi.
Os soldados, sem receber ordens, já sabem o que fazer e partem para o calabouço para executar a sentença.
— Foi o governador. Digo baixinho para meu irmão, que começou a tremer de raiva.
— Precisamos fazer ele pagar. Diz com ódio.
— E vamos, irmão, mas antes precisamos de um plano.
Ele pesquisou algo em seu celular e mostrou uma notícia.
— Ele fará um evento essa noite, não tem ocasião melhor para observar nosso inimigo. Diz com fogo nos olhos.
— E como vamos entrar se não tivermos convite?
Ele dá um sorriso sarcástico.
— Deixa comigo, eu sei como vamos entrar naquele evento.
☆☆☆☆☆☆☆
Meu irmão conseguiu mesmo os convites. E já estávamos na festa esperando o governador chegar.
Conversamos com alguns conhecidos, além de ter negócios dentro da máfia. Eu e meus irmãos tínhamos negócios fora da máfia que nos ajudaram muito sem que as pessoas soubessem nossa verdadeira identidade.
Conseguimos esta em diversas ocasiões sem levantar suspeitas e éramos respeitados.
Tínhamos nossa fortuna própria que conseguimos em anos de trabalho e sabíamos muito bem auxiliar os dois.
Nosso pai sempre nos ensinou a ser independentes e nos preparou para tudo, e a falta que ele me faz não tem explicação.
Quando menos espera, o governador chega acompanhado com uma linda mulher que chamou minha atenção.
Será que é sua esposa? Parece ser jovem demais.
Ela exala sofisticação e cumprimentava a todos com classe, mas algo nela não demonstrava alegria por estar naquele lugar. O governador ficou rodeado de pessoas e ela caminhava entre os convidados, dando um leve sorriso para todos.
Ela é linda e andava segura com seus saltos altos.
Seu semblante mudou completamente quando ela foi cumprimentada pelo senador que eu conhecia muito bem.
Era como se ela se sentisse sufocada naquele lugar.
Curioso, virei-me para Matteo e sussurrei:
— Quem é aquela mulher que chegou com o governador?
Ele olhou na direção dela antes de responder, com uma expressão séria.
— É a filha dele, Leon.
Então ela é a filha daquele lixo.
Em um momento, ela me encara e, sem perder a conexão, olho. E vejo seu rosto angelical se ruborizar e sorrio por saber que causei uma reação nela.
Tento uma aproximação…
Não posso negar, a jovem que parece ter uns vinte anos é lindíssima. O sonho de qualquer homem que tenha sangue nas veias. Tinham curvas no lugar certo e seios fartos.
Ao tentar me aproximar, seu pai vinha em direção a ela com rapidez e a puxava para fora do salão, como se soubesse o meu interesse.
Ele sabe quem sou, e pelo seu olhar notei o brilho de medo.
É, senhor governador, você não sabe o que te espera. Bebo o resto do meu whisky e, de longe, observo seus passos e a linda mulher não parava de me observar disfarçadamente.
Ela seria uma presa fácil para meu prazer, mas o que me impedia de se aproximar era aquele traidor que, mais cedo ou mais tarde, acertaremos as contas.
☆☆☆☆☆☆☆☆☆
No dia seguinte, fui para um dos meus locais para aliviar a mente. O local era um bar que me pertencia, fazia muito tempo que não vinha aqui. Senteime no balcão e pedi uma bebida forte.
— James, o de sempre.
— Ok, chefe!
Escuto a música calma sendo tocada no piano e meus olhos se fixam na mulher que estava tocando. Ela usava uma máscara que ocultava parte do seu rosto, o que me fez ficar intrigado e chamar toda a minha atenção para ela.
James me entrega minha bebida e continuo a observar a mulher. E viro para James.
— Quem é ela, James? Pergunto com curiosidade.
— Não sei, senhor, quando ela pediu para tocar aqui, pediu que não se revelasse.
A resposta de James me deixou surpreso. Por qual motivo se esconder atrás da máscara?
Ela é muito talentosa e era rodeada por um mistério que quero muito descobrir. Fiquei preso por minutos na canção que tocava. Cada nota parecia ser um reflexo do turbilhão de sentimentos que me assombravam.
Enquanto eu a observava, senti uma conexão estranha com a desconhecida.
Através da máscara que protegia seu rosto, seus olhos cruzaram os meus por um instante e, apesar de parecer estranho, me senti como se já tivesse visto essa mulher em algum lugar.
Mais onde? Ela me atrai como se fosse uma sereia, me chamando para mais perto.
Eu precisava saber mais daquela mulher e nada nessa noite me impediria.
Hoje ela seria minha.
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