O burburinho da cidade à noite era caótico, a vida para muitos começava ao chegar o anoitecer.
Algumas pessoas aproveitavam a longa noite reunidas em clubes, bares, com a agradável companhia de seus amigos ou parceiros; os desafortunados vagavam pelas ruas buscando sobreviver mais um dia; e alguns trabalhavam durante toda a noite para ganhar o sustento.
Em meio ao burburinho da cidade, um jovem encontrava-se agachado apoiando as costas na parede enquanto lia com interesse um pequeno livro.
Fazia uma pequena pausa de seu trabalho em um dos clubes mais importantes da cidade, agachado fora da porta dos fundos na companhia das latas de lixo.
"Uau, faria o que quisesse com tanto dinheiro, compraria muitas coisas", expressou maravilhado o jovem enquanto lia o livro.
"Como é que esses caras têm tanto dinheiro?", continuou expressando maravilhado.
O livro em questão era o escrito de uma novela.
Certo dia, enquanto voltava do trabalho pela manhã, uma adolescente que corria apressada esbarrou nele, pedindo desculpas, a adolescente voltou a correr com pressa, pois parecia estar com muita pressa.
No esbarrão, a adolescente havia deixado cair um livro de sua mochila, então ele pegou o livro e correu atrás da moça para devolvê-lo, mas ela já havia desaparecido entre a multidão que caminhava apressada dirigindo-se aos seus respectivos trabalhos.
Pensou no que fazer porque talvez a adolescente precisasse do livro para continuar seus estudos, estava cansado, pois havia acabado de sair do trabalho e só queria voltar para descansar.
Folheou o livro para ver se tinha o nome da moça escrito e assim poder devolvê-lo, mas não havia nada.
Não se interessou muito pelo que estava escrito, visto que não havia terminado o ensino médio e não entenderia os assuntos que o livro abordava.
Mas seu interesse surgiu quando viu escrita a palavra dinheiro* e propriedades*, com curiosidade, leu uma parte do livro no meio da rua.
"Alfa?", pronunciou com confusão.
Havia várias palavras desconhecidas para ele, mas gostou que esse ser chamado alfa parecesse ter muito dinheiro.
Ele não lia com frequência, mas era fácil deduzir que o livro se tratava de uma novela leve.
O título na capa não podia ser visto, pois estava muito bem coberto, talvez a moça o lia entre as aulas e o cobriu para não ser notada, pensou.
Fechou o livro e voltou para o prédio onde alugava um pequeno quarto para continuar lendo a novela.
Mesmo cansado, o jovem lia cada página com interesse.
Parecia ser uma história de fantasia com seres estranhos, alfas, ômegas e betas, não se interessou muito por esse assunto e apenas se concentrou em todo o dinheiro, riquezas, propriedades, que aquele ser chamado alfa, um homem rico, possuía.
O enredo era sobre um casal que aparentemente teve um casamento arranjado, um casal sem amor, e aparentemente aquele alfa tinha um amante a quem ele mimava com todo tipo de presentes, existem casais assim em todo o mundo, pensou o jovem.
Não se importou com o fato de a novela ser sobre um casal de homens, já havia visto muitas coisas até este ponto de sua vida, então não era uma surpresa.
Leu e releu as partes que detalhavam os presentes dados pelo alfa ao seu amante, presentes tão caros e além de sua imaginação.
Aquele alfa havia até dado ao seu amante um cartão de crédito ilimitado para usar como quisesse.
Eram essas partes da novela que ele gostava de ler, como aquele amante comprava o que queria e os presentes que aquele alfa dava, ele não conseguia deixar de imaginar o que faria com tanto dinheiro.
Dessa forma, lia o livro em seus tempos livres do trabalho e quando voltava para seu quarto após a longa jornada.
Agora ele estava na metade da história, sentado de cócoras do lado de fora da porta dos fundos do prédio onde trabalhava, faltavam apenas alguns minutos para terminar seu intervalo, então ele se apressou para terminar o capítulo que estava lendo.
Esta parte mencionava o marido ômega daquele alfa, um homem simples que não gastou um único centavo do dinheiro de seu marido, que lhe havia dado um cartão de crédito da mesma forma.
"Que bobo, deveria aproveitar para comprar o que quisesse", opinou o jovem com desgosto.
"Eu faria", acrescentou.
Enquanto lia, chegou a uma parte interessante onde se falava do divórcio do casal, ficou surpreso com a grande quantidade de dinheiro que o marido ômega receberia após o divórcio.
"Uau, viveria tranquilo pelo resto da minha vida com todo esse dinheiro"
Chegando ao final de seu intervalo, o jovem guardou o livro dentro de sua mochila para continuar lendo assim que voltasse para seu quarto.
Eventos inesperados geralmente acontecem de repente.
Pouco antes de entrar pela porta, ouviu-se uma grande comoção vindo do fundo do beco.
O jovem se aproximou um pouco para ver o que estava acontecendo, brigas como essa sempre traziam problemas para o clube onde trabalhava.
Ele se aproximou com cautela, pronto para pedir ajuda a seus colegas de trabalho se a briga piorasse, o confronto não parecia ser sério, mas ele parou ao notar que um de seus colegas estava sendo atacado por três homens.
Ele tinha a intenção de ajudar, só que no momento em que seu colega notou sua presença, gritou com força enquanto o apontava.
"É ele!, ele está com o dinheiro!", gritou chamando a atenção dos três homens.
Os agressores se viraram para olhá-lo e um deles caminhou rapidamente em sua direção para agarrá-lo antes que o jovem pudesse reagir.
"Ele disse que você está com o nosso dinheiro, coopere e nos dê o dinheiro sem problemas", disse o homem.
"Não sei do que você está falando, não tenho seu dinheiro", respondeu o jovem.
O homem esfregou o rosto frustrado, agarrou o jovem com força e o jogou no chão, dando-lhe um chute forte no estômago.
"É melhor você me dar meu dinheiro, não sou uma pessoa muito paciente", frisou o homem de aparência desagradável.
O jovem segurou o estômago de dor, aquele chute o havia deixado sem fôlego.
"Irmão, verifique a mochila dele", disse outro dos homens.
A mochila foi esvaziada bruscamente, um velho celular, algumas moedas, uma jaqueta surrada e um pequeno livro era tudo o que caia da mochila.
"Não há nada aqui, apenas lixo!", gritou o homem furioso.
"Escutem bem, se nenhum de vocês me der meu dinheiro agora, vou acabar com os dois", ameaçou o homem que havia lhe dado um chute.
Seu colega, que também estava no chão, voltou a apontá-lo com a mão trêmula.
"Ele... ele está com o dinheiro", disse descaradamente.
O jovem apenas olhou para ele perplexo, não o conhecia muito bem, mas queria ajudá-lo e se viu envolvido nesta situação sendo acusado por seu colega.
Já mais irritado, o homem agarrou o jovem pelos cabelos, obrigando-o a se levantar.
"Onde está meu dinheiro?", perguntou impaciente.
"Eu não sei, eu não sei de nada", respondeu o jovem.
"Ha, estou perdendo a paciência", bufou o homem.
Esta situação pioraria se ele não fizesse nada, ao longe ele podia ouvir as vozes das pessoas que caminhavam por perto, criando coragem, o jovem começou a gritar com todas as suas forças pedindo ajuda, uma ação que o fez ser espancado pelos homens.
Em meio aos golpes, ouviram-se passos de várias pessoas se aproximando, o jovem pensou que tudo acabaria, não se importou com as dores dos golpes, estava aliviado, mas seu alívio durou pouco quando sentiu um objeto pontiagudo entrar em seu estômago.
Os homens fugiram do local antes de serem vistos, deixando o jovem ferido no chão.
Seu colega que o havia incriminado se levantou e saiu correndo sem nem olhar para ele.
Com um sorriso nos lábios, o jovem sentiu-se patético por tentar ajudar quem o traiu e abandonou.
O ferimento em seu estômago doía muito, ele colocou a mão sobre ele apenas para sentir o líquido espesso sair sem parar.
"Acho que tudo termina assim", disse a si mesmo.
Seu corpo já estava fraco, ele não tinha mais forças para manter os olhos abertos, ele estava cansado, ele só queria dormir.
Ele fechou os olhos para descansar, esta vida tinha sido muito difícil para ele, e estava tudo bem terminar assim.
A última coisa que ele pôde ouvir foram os gritos de várias pessoas e ele caiu em um sono profundo.
...****************...
Uma cama confortável, cobertores macios e quentes, o jovem ômega que já estava deitado na cama esticou todo o corpo confortavelmente.
Ele esfregou os olhos antes de acordar, jogou as cobertas para trás, saiu da cama e caminhou até a grande janela para abrir as cortinas e deixar os raios de sol entrarem no quarto.
A vista lá fora era linda, um grande jardim cheio de plantas e rosas.
"É lindo", disse o jovem com um sorriso.
Ele caminhou pelo quarto observando cada detalhe, um quarto grande com uma cama grande no meio; um armário grande o suficiente para três pessoas dormirem dentro, mas que estava vazio, sem muitas roupas.
"É esta a vida após a morte?", ele se perguntou.
A última coisa que ele conseguia se lembrar era de estar deitado naquele chão frio enquanto sangrava.
Se este era o paraíso, então ele viveria bem.
Ele calçou os chinelos e saiu do quarto, a casa era enorme da mesma forma, ele desceu as escadas pronto para sair para o jardim, mas parou ao ver a moldura que estava sobre uma mesa.
A fotografia de um casal, dois homens, ambos sem nenhuma expressão em um evento tão importante.
Ele deixou a moldura de lado, olhou para cima e se deparou com seu próprio reflexo no espelho, um rosto um tanto diferente, ele também não se importou; mas o que o surpreendeu foi que aquele rosto era o mesmo do homem na fotografia.
"Hã?, quando me casei?", ele se perguntou.
Ele pensou nos últimos acontecimentos de sua vida, em nenhum momento ele assinou um papel desconhecido que o levasse ao casamento, a menos que estivesse inconsciente.
"Senhor?", chamou uma voz desconhecida.
O jovem se virou para olhar a mulher que segurava uma bandeja cheia de remédios junto com um copo d'água.
"Você precisa tomar seus remédios", disse a mulher.
O jovem se aproximou para pegar um dos frascos de remédio e leu o que estava escrito.
Medicamento especial para ômegas.
"Ômega?"
"— Senhor?", chamou a mulher novamente.
"Acho que li demais aquele livro", sorriu o jovem.
Um sonho, é um sonho, repetiu para si mesmo várias vezes.
Quando tinha pesadelos, ele tinha a maneira perfeita de acordar deles.
Ele colocava uma das mãos no antebraço e começava a se beliscar com força, mesmo que doesse, esse método sempre funcionava para acordá-lo daqueles pesadelos.
Só que desta vez não funcionou.
Ele fez a mesma coisa novamente no outro braço, mas também não funcionou.
A mulher ficou aturdida com o comportamento dele, o jovem sempre foi uma pessoa calma, apesar de seu estado de saúde, então era estranho vê-lo agir dessa forma.
"... Devo chamar o médico?", ela perguntou preocupada.
O jovem já tomava vários medicamentos, era uma questão de tempo até que um deles começasse a afetá-lo, razão pela qual ele poderia estar agindo dessa maneira.
Como nada ajudava a acordá-lo do sonho, o jovem sorriu e voltou para o quarto.
"Vou voltar a dormir, talvez isso funcione", disse ele enquanto subia as escadas.
"Espere, senhor, você precisa tomar seus remédios", insistiu a mulher.
"Remédios para quê?", perguntou o jovem, parando no meio do caminho.
"... Para poder dormir, para estabilizar seu humor, para sua concentração, para sua dor de cabeça, para sua dor de estômago e algumas vitaminas", mencionou a mulher um por um.
Ela era responsável por dar-lhe o medicamento todos os dias, medicamentos especiais para ômegas, já era um hábito.
O jovem ficou impressionado ao ouvir tantos medicamentos serem nomeados.
"Eu não preciso deles, estou perfeitamente bem, talvez só precise de um pouco de descanso", disse o jovem.
Ele nunca havia tomado tantos medicamentos em sua vida, apenas uma vez quando teve uma infecção grave por comer algo estragado, caso contrário, ele estava com boa saúde, ele só precisava descansar seu corpo de todo o trabalho acumulado.
"... Mas senhor, você precisa tomá-los, foi a ordem do médico", a mulher continuou argumentando.
Se algo acontecesse com o jovem enquanto ele estava sob seus cuidados, ela seria a responsável e assumiria toda a culpa e punição que isso acarretava.
Vendo sua preocupação, o jovem desceu as escadas e tomou algumas vitaminas.
"Isso é o suficiente, eu realmente estou bem, não se preocupe muito", disse ele com um sorriso.
Ainda preocupada, a mulher apenas concordou com a cabeça, ela não podia forçar o jovem a fazer algo que ele não queria, apenas pedir que nada de ruim acontecesse com ele.
O jovem continuou sorrindo enquanto olhava para a mulher.
"Estou realmente bem, minha saúde está tão ruim assim?", ele perguntou.
"... Geralmente, você tem problemas para dormir, mudanças de humor, dores no corpo, especialmente dores de cabeça, o médico disse que sua condição não era tão grave, mas que você deveria se cuidar... e... e não abusar de substâncias controladas novamente, ou pode piorar", explicou a mulher, um pouco envergonhada.
"Substâncias?", questionou o jovem.
"Hmm, bem, eu não tenho problemas com essas coisas, então tudo bem", ele disse com um sorriso.
Como ele estava ocupado com o trabalho, ele não tinha tempo nem vontade de prestar atenção a essas coisas, embora lhe tivessem oferecido para vendê-las várias vezes.
"Você realmente está bem?", perguntou a mulher, olhando para o jovem sorridente.
"Sim, muito bem, na verdade, sinto como se tivesse nascido de novo", ele respondeu com um grande sorriso.
Seu olhar fixou-se na grande janela por onde os raios do sol quente espreitavam, pareciam ser dez horas da manhã, a hora do almoço chegaria em breve.
"Há coisas suficientes na cozinha?", ele perguntou.
"O quê?, oh, sim, se houver algo que você queira em particular, você pode me dizer", disse a mulher.
"Nesse caso, vamos preparar algo juntos, não há mais ninguém nesta casa, certo?", perguntou o jovem.
"Não, não há ninguém, seu marido a visita uma vez a cada três meses,... sua mãe vem à casa uma vez por mês, só isso", explicou a mulher.
O jovem não recebia visitas, ninguém vinha vê-lo, eram só ele e a mulher que moravam naquela casa.
"Minha mãe?", questionou o jovem.
A mulher assentiu um pouco temerosa, a mãe do jovem era uma pessoa de quem ela não gostava.
"Entendo, há muitas coisas que quero te perguntar, mas primeiro a comida, isso é o importante", disse o jovem, indo para a cozinha.
Embora a mulher tenha tentado impedi-lo, foi bom preparar a refeição com ele.
"Não achei que você soubesse cozinhar", disse a mulher, vendo a quantidade de comida na mesa.
"Ha ha ha ha, havia várias coisas, acho que fiquei um pouco animado", riu o jovem.
Ele nunca tinha visto tanta comida em um lugar só, ele geralmente economizava, então tinha que aproveitar agora que tinha fartura.
"Vamos comer", o jovem convidou a mulher para se sentar para comer.
"Eu?, não seria apropriado", a mulher recusou.
"Por que não?, eu não gostaria de comer sozinho, além disso, nós dois cozinhamos, é justo que nós dois também aproveitemos", insistiu o jovem.
Timidamente, a mulher se sentou, e logo os dois começaram a comer, apreciando as delícias, o jovem era alguém muito agradável.
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"Certo, este será o jogo, cada um diz o que sabe sobre o outro, e o vencedor ganha um prêmio", disse o jovem.
Depois de comer, os dois foram para a sala para descansar um pouco.
Ele tinha que saber o que estava enfrentando, já que não parecia ser um sonho, pois ele não conseguia acordar.
"Vamos começar com nossos nomes", disse o jovem.
"Ok, seu nome é Mikkel Hyde", disse a mulher primeiro com um sorriso.
O jovem assentiu, era o seu nome, mas não o sobrenome.
"Minha vez, seu nome é... é", murmurou o jovem.
"Romy, meu nome é Romy, ha ha ha, acho que vou ganhar", riu a mulher chamada Romy.
"Agora é a minha vez, você tem vinte e quatro anos, você é um ômega recessivo, você trabalhava em uma pequena loja de propriedade de sua família, você está casado há um ano, seu marido se chama Damen Kamprad um Alfa dominante, vocês não têm um bom relacionamento e estão prestes a se divorciar", continuou Romy.
Ao ouvir esse nome, o jovem correu escada acima para o quarto, procurando até encontrar um cartão de crédito que estava bem guardado no alto de uma grande prateleira.
Ele não sabia como, ou se isso era um sonho por ter lido tanto aquele livro, mas agora ele estava dentro dele.
Romy o seguiu por medo do que pudesse ter acontecido, ela viu Mikkel ali parado olhando algo em suas mãos.
"Vamos às compras", disse Mikkel, virando-se para Romy com um grande sorriso enquanto segurava o cartão de crédito.
Já era fim de tarde quando chegaram a um grande shopping center, ambos saíram do táxi apreciando o grande edifício.
"Tudo bem fazermos isso?", perguntou a Senhora Romy.
Em todo este ano em que esteve trabalhando cuidando de Mikkel, o jovem não saía com frequência, apenas caminhava pelo jardim e passeava pelo parque próximo à casa.
E havia uma razão para isso.
"Claro que está tudo bem, é bom sair, além disso, preciso de muitas coisas", disse Mikkel com um sorriso.
Não havia muitos conjuntos de roupas no armário, isso não costumava importar antes porque ele não tinha dinheiro suficiente para gastar, vivia com simplicidade.
Sempre sonhou com um dia comprar muitas roupas sem ter que se preocupar com as despesas, e agora era possível, fosse um sonho ou outra coisa, ele aproveitaria esta oportunidade.
Como era um prédio grande, subiram ao último andar de elevador para começar de lá.
Mikkel entrou na loja de roupas mais próxima e começou a pegar várias peças que gostou.
"Espere jovem, você precisa verificar seu tamanho", disse a funcionária da loja com gentileza.
"Acho que fiquei muito animado", sorriu Mikkel.
"Não se preocupe, pensei que uma celebridade tivesse entrado; se me permite dizer, você é alguém bonito", acrescentou a funcionária.
"Obrigado, é bom receber um elogio de uma bela dama", agradeceu Mikkel.
Com a ajuda da funcionária, Mikkel comprou vários conjuntos de roupas de acordo com seu estilo e gosto, logo várias sacolas de compras foram enchidas e o mesmo aconteceu nas outras lojas.
"Senhora Romy, você pode escolher algo que goste", disse Mikkel.
"Não, não, não seria certo", recusou a Senhora Romy.
"Dissemos que o vencedor teria um prêmio, então não se preocupe", refutou Mikkel.
A loja em que estavam era uma loja com diversos artigos femininos.
A Senhora Romy chamou a atenção para uma linda carteira, mas parecia muito cara para comprar.
Mikkel notou que a Senhora Romy estava olhando para aquela carteira, então foi pegá-la para entregá-la a ela.
"Vamos, pegue, também é um agradecimento por ter cuidado de mim por um ano", Mikkel sorriu.
Envergonhada, a Senhora Romy pegou a carteira agradecendo várias vezes.
Quando foram pagar, a funcionária foi desagradável com eles, não chegou a ser rude, mas tinha um olhar de desprezo.
O mesmo acontecia com as pessoas que estavam na loja também, olhavam com desprezo e zombaria para Mikkel.
"É ele"
"Que descarado, como ele pode sorrir assim?"
"Ele é um oportunista, veja só, gastando dinheiro que não é dele"
"Ele não se compara a Andrew, este é um ômega sem classe"
"Separar duas pessoas que se amam apenas por dinheiro, certamente é alguém horrível"
"Eu sinto muita pena de Andrew"
Eles começaram a murmurar.
Era por causa desses olhares de desprezo e murmúrios que o jovem não saía de casa.
Mikkel sabia o motivo, segundo o livro, o alfa Damen Kamprad tinha uma pessoa a quem amava e essa pessoa também o amava, um sentimento recíproco.
Ambos se conheciam há muitos anos, um relacionamento que era do conhecimento de todos, já que o homem por quem o alfa estava apaixonado era um modelo ômega em ascensão.
Andrew Collins, um modelo ômega popular que tinha muitos fãs e era querido pelo público por seu bom caráter e gentileza, aquele ômega era o amante de seu marido.
Uma linda história de amor que foi interrompida pelo ômega Mikkel que forçou o alfa Damen a se casar com ele, e que ganhou a repulsa do público por ter cometido aquele crime.
As pessoas continuaram murmurando pelas costas enquanto Mikkel e a Senhora Romy terminavam de pagar a carteira.
"Jovem Mikkel, é melhor deixar isso para lá, não é necessário", disse a Senhora Romy deixando a carteira de lado.
Ela não queria ser a culpada pelos rumores continuarem por comprar a carteira, afinal, ela era apenas uma funcionária e a saúde mental de Mikkel era mais importante.
"Não tem problema, não preste atenção neles se isso chegou a incomodá-la, são apenas palavras", disse Mikkel com tranquilidade.
Ele terminou de pagar levando a carteira consigo.
Mikkel caminhou normalmente passando ao lado dessas pessoas e saiu da loja junto com a Senhora Romy.
Em apenas alguns minutos, as fotos de Mikkel na loja estavam se espalhando rapidamente pelas redes.
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Ao mesmo tempo, dentro de uma loja de luxo, o jovem ômega chamado Andrew estava escolhendo vários artigos caros.
A notícia e as fotos de Mikkel fazendo compras chegaram rapidamente ao seu conhecimento através de seu celular.
"Ha, e ele dizia que não se importava com dinheiro", ele sorriu com escárnio.
Os funcionários se aproximaram rapidamente segurando vários artigos para que Andrew escolhesse aqueles de seu gosto.
Andrew sempre era bem recebido em qualquer lugar que ia, porque era de conhecimento de todos que o ômega era a pessoa que o Senhor Kamprad amava, e eles tinham que tratá-lo bem se não quisessem ter problemas com o alfa.
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