Amores, bem vindos a mais uma história, deixando claro que as minhas histórias sempre envolvem assuntos delicados, tratados explicitamente (hot, violência, palavrões), caso você não se sinta confortável com esse tipo de conteúdo, não siga em frente.
Outra coisa que quero ressaltar, é que, aqui é apenas ficção, portanto, caso não esteja gostando do assunto retratado, abandone a obra; um escritor adora sempre ler comentários, críticas e elogios, mas peço respeito a todos que forem comentar algo.
A obra não está concluída, será atualizada DIARIAMENTE!
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Chave pix: 74988133290 — Clara Beatriz Rodrigues de Morais — Nubank!
A você que escolheu ler, acomode-se no sofá, pegue uma caneca de chá de camomila, e vamos lá!
Att: Bia Morais❤💃🏻
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Os meus dias em Saint Paul, no Minnesota sempre foram meio parados, eu acordava cedo, ia trabalhar e antes do pôr do sol já estava na cama outra vez...
Mas aqui em New York? Aqui tudo é agitado, principalmente depois do grande fiasco que foi jogar todos os meus segredos — e da minha família e amigos —, na cara do meu chefe. A história é até engraçada, se eu contar a vocês, mas... De certa forma termina sendo muito constrangedora para mim.
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Algumas semanas atrás...
— Haya, como assim fui transferida para o Nova York?
— Foi o Conrad que listou os candidatos, Lena...
— Ele só fez isso, porque não suporta mais olhar para a minha cara depois de tudo o que houve entre nós. E você sabe muito bem que quem tinha o direito de se sentir assim sou eu, não ele.
— Ah, amiga... Mas é o Conrad né?
— Infelizmente, é o Conrad...
Baixo o meu olhar, mas logo olho em volta, já estava acostumada com a minha salinha apertada, que sempre cheira a mofo e está lotada de papéis. Troco um olhar com a Haya, a minha superior, mas que se tornou uma amiga para mim.
— Quando fui instruída a comparecer em New York?
— Amanhã...
Praticamente grito um grande "QUÊ?", pois, já passa das três da tarde, e não vou ter tempo de finalizar tudo aqui no escritório, arrumar as minhas malas e ainda pegar um vôo de última hora em direção ao NY.
— E que horas preciso estar na empresa? Cedo, eu suponho?
— Às 8 da manhã. Em trajes formais e com toda a sua documentação para eles realizarem os trâmites de transferência.
— E porque só me avisaram agora?! Eu joguei pedra na cruz? Derramei café quente nas partes baixas do chefe? Ou estraguei os sapatos de 10 mil dólares que o Conrad comprou na última viagem a França?
— Eu sinto muito, Lena...
— Então o jeito é ir embora logo, pra ver se consigo pelo menos arrumar uma mala com o essencial e pegar um vôo que me permita chegar às 4 da manhã.
— Eu te ajudo com as coisas aqui... Se quiser, eu organizo tudo e deixo na sua casa mais tarde, assim você consegue um pouco de tempo...
Olho para a minha amiga, praticamente suplicando e agradecendo por ela ter um coração tão bom. Pego a minha bolsa, guardo parte dos meus objetos pessoais dentro de uma caixa que encontrei em meio a toda a bagunça da minha sala e saio com ela embaixo do braço, RH que me espere, assino todos os papéis que preciso para a minha transferência de setor/empresa, e sigo para casa.
Sou recebida por Fox, meu gato malhado. Faço um pequeno carinho em suas orelhas e já sigo até o meu quarto, parece até mesmo que estou fugindo do Minne, mas o que posso fazer se o meu chefe, que por um acaso é o meu ex, é um cuzão?
Aproveitei o percurso de táxi para entrar em contato com um hotel e reservar um quarto, é isso, ou irei ficar na rua pelos próximos dias. Vou jogando tudo nas malas, sem nem dobrar direito, pois, com o ódio que estou sentindo...
No fim, quando falta pouco mais de uma hora para o meu vôo decolar, estou com três malas cheias, já que arrumadas é uma palavra muito forte, uma caixa de bugigangas e uma com todos os arquivos úteis que necessito.
O meu apartamento é financiado desde que iniciei a faculdade de finanças alguns anos atrás, o que me leva a conclusão de que terei que alugar, Haya me deu uma carona até o aeroporto, pois, segundo ela, táxi algum iria querer o valor de uma passagem normal com tantas malas.
Chego no balcão de embarque e a moça muito bem vestida, sobrancelhas bem feitas e unhas incrivelmente brilhantes, num tom de vermelho, me olha com pena, ao ver a minha expressão de exausta, faz uma expressão de pena.
— Ah, querida... Você está com uma carinha de quem precisa de uma taça de espumante e uma boa noite de sono...
— Ah, bem que eu queria, mas sabe como é viagem custeada pela empresa, não é? Passagens com acento sempre no econômico, quanto mais desconfortável para o funcionário, mais rende o dinheiro deles.
— Riquinhos mesquinhas. Aqui, pode pegar o portão da primeira classe, ninguém merece passar horas num acento próximo ao banheiro. Aqueles lugares são os piores.
— O... O que? Mas...
— Você acabou receber um upgrade, garota! Vai lá e arrasa.
Sorrio ao pegar a minha passagem, levo o carrinho das minhas malas/caixas até o local de despachar bagagem, e me sento para aguardar ser chamada. Foram os dez minutos mais rápidos da minha vida.
Faço todo o procedimento até entrar no avião e tomar posse do meu lugar NA PRIMEIRA CLASSE!!! O meu acento é bem no meio, uma poltrona reclinável e super confortável, tem tv e tudo, me sento e chego a suspirar.
— Isso que é vida...
Fecho os olhos, me ajeitando no meu lugar, e um cara, todo de terno, terno esse muito caro, chega a gritar: SOU UM RIQUINHO MIMADO, NÃO ENCOSTE EM MIM.
Ele praticamente se joga na poltrona ao meu lado, a sua expressão fria deixa claro que ele não quer conversa com absolutamente ninguém. Reviro os olhos e mudo o meu olhar para o outro lado do corredor, onde vejo uma aeromoça com um carrinho e várias bebidas.
— Espumante, senhorita?
— Aceito — respondo com um sorriso enorme no rosto.
Estava tudo indo bem, até que o piloto nos avisou que iríamos decolar, eu já havia viajado de avião antes, nunca fui do tipo que sente medo de altura ou coisas assim, mas...
— Puta merda... Deus... A tua filha é muito jovem pra morrer...
O medo que se instalou em meu peito após minutos de vôo, foi surreal, eu rezei vários pai nosso, me benzi não sei nem quantas vezes, mas o medo não passava, foi só quando senti o toque quente e firme de uma mão em cima da minha, que o meu coração começou ao poucos se acalmar.
Os meus olhos continuavam fechados com força, as minhas unhas estavam fincadas do couro da poltrona em que estou sentada, e a pobre mão que segurava a minha...
— Respira... — uma voz grave e rouca soou ao pé do meu ouvido — é só uma pequena turbulência.
Senti a minha cabeça balançar rápido, assentindo, ou negando, não sei, mas o aperto se tornou mais firme, e um polegar passou a fazer pequenas carícias em minha pele.
— Me conta qual a sua cor preferida — aquela voz outra vez — você tem uma preferida, não tem?
— Azul! Não... Verde, é verde... Mas não aquele verde escuro, mas... Um verde primavera, me lembra a casa onde cresci, tinha um jardim bem grande, sabe, mas quando os meus pais morreram, o governo tomou a casa, porque estávamos cheios de dívidas, aí eu tive que morar com a minha vó, e a minha vó morava na cidade, e lá não tem jardim.
— Entendi... E a sua comida preferida?
— Sushi? Não, não... É tailandesa... Quer dizer, eu sempre pedia tailandesa quando o meu ex ia lá pra meu apartamento, mesmo eu tendo nojo, mas... Ele odeia sushi, então... Eu tinha que pedir o que ele gostava. As vezes ele pedia hambúrguer, ou pizza, mas sabe as pizzas de atum? Pois é, era essas que ele pedia e eu odeio peixe. Fala sério, quem gosta do cheiro de peixe? É tão... Argh... — ouço uma risadinha.
— Tudo bem... Nada de peixe ou comida tailandesa. Gosta de algum animal?
— Eu amo gatos, tipo, eles são tão fofinhos, eu até tenho um malhado, ele é em grande parte branco, tem algumas manchas pretas e laranja, mas o que eu mais ao nele é os olhos, ele tem olhos de cores diferente, qual é o nome que dá... É... Tá na ponta da língua...
— Heterocromia?
— Isso. Heterocromia. Que nome difícil, mas é isso que o meu gatinho tem. E eu também gosto muito de cães, eu tinha um Shih Tzu, ele era branco com preto, mas... Ele adoeceu um tempo atrás, eu tinha cinco anos, desde então não tive mais nenhum cachorro.
— Você gostaria de ter um?
— Não sei... O Conrad diz que ter muito bichos de estimação é o mesmo que pedir pra gastar todo o seu dinheiro em pet shop, porque eles estão sempre precisando de comida, banho, sem contar que um veterinário é muito caro.
— E o Conrad é...
— O meu namorado... Quer dizer o meu ex, ainda não me acostumei a chamar ele de ex, só tem uma semana que terminamos. Na verdade ele terminou comigo, ele vivia dizendo que eu sou sem sal, que não me esforçava na cama, acredita que ele disse isso pra mim? Ele nem durava tanto assim, e eu nunca, nunca gozei com ele, e olha que ficamos juntos por mais de 2 anos. Acho que por ele ter um pau de 13 centímetros, não ajudava muito, né? Mas aí... Ele botava a culpa e mim, que eu não dava prazer a ele, e ainda teve coragem de me trair com uma garota do setor dele, a Hailey.
— Sinto muito por isso.
— Está tudo bem, eu não gostava mais dele, o nosso namoro estava muito desgastado, e eu sempre tinha que abrir mão de muita coisa por ele, uma vez tive que voltar no salão e mudar a cor do meu cabelo porque ele disse que tinha ficado feio, a cabeleireira quase não aceitou trocar a cor. Eu tinha feito loiro, mas... Ele disse que não combinava muito comigo, aí me fez pintar dessa cor, mas ainda não tive coragem de voltar pra minha cor natural.
— Você tem amigos?
— Só a Haya, e argh... Tem horas que ela me irrita. Ela é obcecada por uma cara do setor financeiro, aliás eles já ficaram uma vez, no depósito, eles tiveram sorte que ninguém flagrou eles, mas eu juro pra você que uma vez eu ouvi uns sons estranhos vindo da sala de reuniões, mas nesse dia não teve reunião nenhuma! Será que tem a possibilidade de ter sido eles se agarrando lá?
— Talvez?
— Bom de qualquer forma...
— Senhores passageiros, apertem os cintos, iremos pousar em cinco minutos.
Abro os olhos e olho ao redor, está tudo tranquilo, nem sinal de turbulência, o homem que está sentado ao meu lado ainda tem a mão presa a minha, posso ver claramente várias marcas de unha na mão dele, algumas com um pouco de sangue.
— Ah, meu Deus... Me desculpe...
— Não precisa se desculpar.
Ele levanta antes que eu possa olhar para o seu rosto, só então percebo que já pousamos, desço do avião e não vejo um único sinal daquele homem. Pego a minha bagagem, e lá fora, pego o primeiro táxi que encontro, dou o endereço do hotel que reservei, e sigo até lá.
— Deus... O que foi que eu acabei de fazer... Contei as maiores barbaridades... Espero nunca mais ver aquele homem, ou... Com que cara vou olhar para ele?!
Acordo no outro dia, com o meu alarme tocando, olho no relógio, são seis da manhã, mal dormi a noite, pensando em tudo que falei àquele homem.
Há algumas notificações em meu celular, mas ignoro todas, indo apenas para uma no meu email, enviada da empresa, são todas as informações que preciso para começar trabalhar hoje.
Respiro fundo e vou para um banho, me arrumo como de costume: calça, blusa de alcinha e um blazer por cima, tênis e um rabo de cavalo. Não peço café no quarto, sequer desço até o restaurante para comer algo, opto por comprar algo numa cafeteria.
Já na empresa, admiro a fachada brilhante, toda de vidro espelhado, letras em dourado, e uma estrutura digna de Nova York, respiro fundo e sigo até a recepção, onde uma moça muito bem vestida em um uniforme cinza, me recebe com um bom dia nada amigável, sou medida da cabeça aos pés, com um simples olhar.
— Bom dia! Sou Helena Jones, vim transferida do Minnesota. Fui instruída a comparecer aqui às 8... — mais uma vez ela mede o meu corpo e eu acabo ficando incomodada com isso — algum problema com as minhas roupas?
— Temos uma norma rígida aqui na empresa, relacionada a vestimentas. Sugiro que você dê uma olhadinha.
— O quê? — olho para a minha roupa — O que há de errado com a minha roupa? Estou vestida formalmente, exatamente como sempre me vesti no Minne.
Antes que a moça me responda mais alguma coisa, ouço um arranhar de garganta, me viro apenas para ver um homem alto, num terno que vale mais do que o todo o meu pagamento, e... Descendo um pouco o olhar, a sua mão...
— Merda...
É O CARA DO AVIÃO!!!
— Algum problema aqui? — a sua voz, ainda mais grave agora que posso olhar para o rosto dele.
— Não, senhor. Estava apenas dizendo a senhorita que ela precisa seguir as normas de vestimenta da empresa.
O cara do avião junta as sobrancelhas, a expressão tão fria quanto me lembro de ter visto ontem. Sinto o meu rosto quente, e flashes do que eu despejei nele ontem a noite, invadem a minha mente.
— Não temos um código de vestimenta.
Olho outra vez para a moça da recepção e ela está branca feito papel.
— Ne... Nesse caso... O andar do RH é o quarto... Bem-vinda.
Sorrio e agradeço, seguindo para o elevador, aperto o botão do quarto andar, mas antes da porta fechada, uma mão, enfaixada, a segura, o que me faz arregalar os olhos e engolir em seco.
O cara do avião olha diretamente em meus olhos, e quase sinto o meu coração sair pela boca, ao perceber que os seus olhos tem cores diferentes, igualzinho ao meu gato malhado.
Me calo, pedindo a Deus para que ele não toque no assunto da noite passada, pois, a minha vergonha já está grande o suficiente. O ouço dar uma risadinha e em seguida tossir.
— Pode por favor esquecer o que houve ontem? — me ouço dizer, ainda sem olhar para ele.
— Como quiser.
Ele desvia o olhar, que estava fixo no meu, através do reflexo nas paredes do elevador, que abre para que eu possa sair. Saio praticamente correndo, bato na porta que diz "Edmund Righs — Coordenador de RH", e ao ouvir o "entre", me lanço para dentro.
— Helena Jones, do escritório do Minne. Fui transferida para cá há alguns dias, mas me pediram para comparecer aqui hoje.
— Há, claro! Fui informado dessa mudança de funcionários. Fizemos algumas trocas, na verdade, sabe como é, precisamos estar sempre trazendo novos rostos.
Sorrio para ele e me sento a sua frente. Ele me fala todas as informações que preciso seguir, e chama um dos funcionários do setor, para me mostrar a empresa e me levar até a minha mesa, que fica no setor financeiro, lá no último andar.
Um rapaz, Tyler, é quem me apresenta tudo, e quando chegamos ao último andar, há poucas salas, existe uma outra recepção bem próximo ao elevador, e como estou acompanhanda do Tyler, as moças, Nora e Phoebe, apenas sorriem.
Duas outras mesas, no corredor, contam com mais mulheres sentadas, secretárias do CEO E COO, uma delas abre um sorriso para mim, Sabine, a outra, me olha com cara de nojo e se levanta, indo para a sala do CEO.
— E aqui, é a sua sala — entramos e é super espaçosa, nem se compara a minha antiga sala no Minne.
— Uau... É linda.
— O antigo diretor tinha bom gosto para decoração, mas... Era um verdadeiro...
— Entendido.
— A sua secretária estará aqui amanhã, ela quem pode te dizer toda a sua agenda e tal.
— Espera... Eu vou ter uma secretária?
— Ah... Sim... Você não tinha, lá no Minne?
— Não... Eu era a assistente da diretora de finanças, na verdade.
— Aqui você vai ser A diretora — arregalo bem os olhos, notando o peso desse cargo — olha, o COO não está na empresa hoje, porque ele está participando de uma viagem a negócios na China, então... Iremos conhecer ao o CEO. Ele é meio ignorante as vezes, mas é só seguir tudo o que ele manda e você recebe o respeito dele.
Assinto, a sala do CEO é em frente a minha, a secretária dele faz uma cara horrível para mim, mas o Tyler bate na porta, onde posso ler "Joab Salavitta — CEO", a voz que nos manda entrar faz todo o meu corpo arrepiar, pelo simples fato de não sair da minha mente desde a noite passada.
— Sr. Salavitta, essa é a Helena Jones, a nova diretora de finanças.
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