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Alice acordou sobressaltada, com o coração batendo em descompasso. O suor escorria por sua testa, e o ar parecia pesar em seus pulmões, dificultando a respiração. Sentou-se na cama, tentando recobrar o fôlego enquanto o eco dos fogos de artifício ainda ressoava em sua mente.
Olhando ao redor do quarto, reconheceu os móveis familiares e a luz fraca que entrava pela janela. Tentou se acalmar e afastar aquelas imagens assustadoras dela caindo no mar, mas parecia impossível; tudo parecia ter sido tão real.
Colocou a mão no peito, como se sentisse uma dor real e a imagem de seu lindo vestido branco manchado de vermelho apareceu em sua mente. A sensação de terror ainda a dominava, mas ao olhar para sua roupa e ver que estava tudo bem, começou a se tranquilizar.
Ela não se lembrava do que havia acontecido antes, apenas sabia que tinha sido encontrada entre a vida e a morte na praia de uma pequena vila em uma ilha. Como não se recordava de nada, os moradores decidiram lhe dar um nome: Alice.
Antes que pudesse se levantar, a porta do quarto se abriu lentamente. No batente, iluminado pela luz do corredor, estava Joseph, seu filho de 5 anos, com os olhos ainda sonolentos, e logo atrás, Jasmine, sua outra filha, também de 5 anos.
— Mamãe, ouvi você gritando. Está tudo bem? — perguntou Joseph, em tom preocupado.
Jasmine, mais emotiva, correu até a cama, pulando no colo da mãe e a abraçando com força.
— Você teve aquele pesadelo de novo, mamãe? — perguntou com uma voz carinhosa.
Secando as lágrimas que ainda escorriam pelo rosto, Alice abraçou Jasmine, enquanto Joseph também se juntava ao abraço. Ela os apertou, sentindo o conforto de tê-los ali, seguros e reais.
— Está tudo bem, meus amores. Foi só um pesadelo — disse Alice, tentando soar calma para não assustar ainda mais os filhos.
— Eu também tenho pesadelos às vezes. Mas aí fecho os olhos e penso em coisas boas, como você e a Jasmine, e o medo vai embora — falou Joseph, abraçando-a de volta, com a inocência e ternura de uma criança.
— Vai ficar tudo bem, mamãe, estamos aqui com você — afirmou Jasmine com confiança.
Alice sorriu, grata por ter filhos tão amorosos e sábios para a idade que tinham. Eles tinham uma conexão muito bonita e eram inseparáveis. Aninhou-se com eles na cama e contou uma história sobre um herói corajoso que enfrentava seus medos.
Juntos, mãe e filhos adormeceram, deixando para trás os terrores da noite e celebrando o amor que os unia. Um novo dia logo começou, e Alice acordou revigorada pelo carinho dos filhos. Observou-os dormindo tranquilamente e desejou que pudesse recuperar sua memória e lembrar quem era o pai deles.
Sabia que seu amor era imenso, mas sentia que não era justo nem com eles nem com o possível pai. Algo em seu coração dizia que tudo ficaria bem quando o encontrasse, e apegou-se a essa esperança.
Olhando para a aliança em seu dedo, ela sabia que aquele não era um anel comum. Feito de ouro rosé, com uma delicada flor de diamante rosa no centro e pequenos ramos de jade ao redor, a joia parecia guardar segredos de um passado que Alice ansiava desvendar.
Levantou-se e foi ao banheiro. Enquanto arrumava delicadamente os cabelos negros, refletia sobre o passado que tanto desejava recordar. Alice era uma mulher deslumbrante, com traços marcantes, olhos castanhos profundos e uma personalidade forte que transparecia além de qualquer memória. Com 1,85m de altura, era mais alta que a maioria das mulheres que conhecia, mas nunca se incomodara com isso.
Sua casa era pequena, com dois quartos, um banheiro e uma sala integrada à cozinha, mas extremamente aconchegante. A decoração simples, porém elegante, trazia um charme especial ao ambiente.
Depois de preparar o café da manhã, foi até a varanda para apreciar a vista. A varanda tinha uma mesa com quatro cadeiras artesanais em estilo clássico, e à frente da casa havia um jardim com diversas flores que ela cuidava em seu tempo livre.
O clima naquele dia estava especialmente agradável. O vento roçava seu rosto e brincava com seus longos cabelos enquanto ela saboreava uma xícara de café, imersa em pensamentos, quando ouviu uma voz chamando-a.
— Terra para Alice, tem alguém aí escutando? — brincou Laura.
Laura era uma amiga que Alice conhecera na ilha. Ao contrário de Alice, era baixinha, com cabelos castanhos curtos e olhos castanho-esverdeados. Laura tinha dois filhos, Edgar, de 7 anos, e Elliot, de 5, ambos com os mesmos traços do pai, Jorge, um advogado de cabelos escuros e olhos castanhos claros, sempre elegante e pontual.
Com filhos de idades próximas, Alice e Laura tornaram-se amigas e confidentes, sempre se apoiando nas dificuldades. Alice despertou dos pensamentos e sorriu para a amiga e seus dois filhos ao lado.
— Bom dia! Não esperava que viessem tão cedo — cumprimentou, se espreguiçando.
— Você conhece o Jorge, ele acorda com os galos — disse Laura. — Ele está estacionando o carro e já vem. As crianças ainda estão dormindo? — perguntou, e Alice assentiu.
— Vou ver se já acordaram. Vocês não querem tomar café? — perguntou ao se levantar.
— Eu quero comer seu bolo da tia! — exclamou Elliot animado.
— Eu também! — disse Edgar com entusiasmo.
No mesmo instante, viram Jorge chegando, dando bom dia. Alice respondeu, e todos entraram e sentaram-se para o café, parecendo mais irmãs do que amigas.
Era domingo e planejavam levar as crianças à praia. A ilha era ligada ao continente por uma ponte longa, o que limitava a frequência das idas à capital e as opções de diversão.
Alice foi ao quarto acordar os pequenos e arrumar as coisas. Quando chegou, eles já estavam despertando lentamente.
— Elliot e Edgar estão aqui! Querem brincar com eles? — disse Alice, sorrindo.
Os rostos de Jasmine e Joseph se iluminaram, e eles correram para a sala, felizes com a presença dos amigos e animados para a ida à praia.
— Mas antes, troquem de roupa e escovem os dentes. Não vão matar ninguém com esse bafo, né? — brincou, tapando o nariz com uma careta.
Os dois correram para o banheiro, cheios de entusiasmo, e Alice continuou organizando as coisas. Não demorou muito e eles saíram correndo, sentando-se à mesa.
— Bom dia! — disseram os dois em uníssono.
— Bom dia! — Responderam animadamente.
Alice, que vinha logo atrás, também sentou-se e não pôde deixar de apreciar a mesa cheia de alegria. Conversava animadamente com Laura e Jorge, enquanto as crianças discutiam sobre como brincar na praia. Seu coração sempre se aquecia ao ver a felicidade nos olhos dos filhos, mas sentia falta de algo que nem ela mesma sabia o que era.
Alice
Depois de um agradável café da manhã, Alice e Laura vestiram as crianças com roupas de banho e começaram a arrumar as comidas que pretendiam levar. Enquanto isso, Jorge as entretinha com um jogo de adivinhação. A casa de Laura era um pouco mais distante, por isso eles precisavam ir de carro. Mas a casa de Alice ficava bem pertinho da praia, então a viagem era curta e podia ser feita a pé. Após arrumarem as comidas numa cesta de piquenique, rapidamente foram ao seu destino.
Eram 9 horas da manhã quando chegaram à praia. A temperatura ainda estava agradável, mas antes das crianças brincarem, elas passaram protetor solar. As crianças, animadas e obedientes, formavam uma fila para receber os cuidados de suas mães, que ficavam visivelmente felizes com a paciência dos pequenos. Quando as crianças já estavam saindo, Alice não deixou de avisar com preocupação:
— Por favor, tentem não ir muito longe, fiquem onde possamos ver vocês.
— Tudo bem, responderam as quatro crianças em uníssono, antes de começarem a brincar com grandes sorrisos estampados em seus delicados rostos.
Jorge já tinha terminado de arrumar tudo nas mesas de praia que eles gostavam de usar. Poucas pessoas frequentavam aquele lugar normalmente, mas nos finais de semana sempre apareciam algumas famílias levando seus filhos para se divertirem ou adolescentes querendo se distrair das aulas na escola. O lugar era simples, mas bem aconchegante, com grandes coqueiros que faziam sombras, impedindo o sol de chegar neles. Sentados ali, podiam apreciar a vista e ficar de olho nas crianças sem preocupação.
Jorge serviu-lhes bebida e alguns petiscos, e os três conversavam animadamente sobre a vida. Laura e Alice trabalhavam numa confecção que produzia roupas para uma empresa na capital. Laura era especialmente habilidosa e sempre se destacava pela rapidez com que fazia seus serviços. Já Alice demonstrava imenso talento para criar designs. Embora não ficasse atrás na costura, ela criava e desenhava vários estilos de roupa e vendia ali mesmo na ilha para pessoas próximas. Todas as peças eram de excelente bom gosto, podia-se ver o carinho em cada detalhe.
Jorge, por outro lado, era advogado e muitas vezes tinha que ir à capital para resolver os casos que pegava. Apesar de não gostar muito de ficar longe da família em determinados momentos, ele não reclamava, pois sabia que Laura não queria se separar de Alice.
No meio da conversa, Laura falou animadamente:
— Alice, ouvi nosso chefe falando ontem que ia selecionar algumas costureiras para mandar para a filial principal. Eu estava pensando em me candidatar, mas apenas se você também for comigo. O que você acha? — Seus olhos brilhavam de animação e ansiedade pela resposta da sua amiga.
Alice não pôde deixar de sorrir com a animação de Laura e respondeu calmamente:
— Você acredita que daria certo? Eu tenho trabalhado usando um documento provisório, não sei se eles aceitariam ele.
Jorge, que falara pouco, ficou visivelmente animado com a ideia delas se mudarem para a capital, então sugeriu com confiança:
— Não se preocupe com isso, eu resolvo esse problema e posso até mesmo procurar uma casa para você alugar. Sei que você tem algumas economias, então procurarei um local confortável e que caiba no seu orçamento.
Ouvindo isso, Laura ficou mais animada, e Alice não pôde deixar de concordar. Ela não era boba e conseguia perceber que sua amiga estava morando naquela ilha apenas para ficar ao seu lado. Depois que Jorge conseguiu um bom emprego, eles tiveram muitas oportunidades de se mudar e não fizeram.
— Tudo bem, então amanhã falaremos com o nosso chefe e veremos se temos chances de conseguir. — Ela falou, mostrando um grande sorriso.
— Eu tenho certeza que vamos conseguir, — respondeu Laura em êxtase. Ela não esperava que Alice fosse concordar tão facilmente, então não podia conter sua felicidade. Depois disso, elas ficaram conversando sobre o futuro morando na capital. Avenport era uma cidade muito bonita e animada. Alice já tinha ido algumas vezes lá para levar as crianças a parques de diversões e outras atrações turísticas.
— Mamãe, você não vai entrar na praia? — gritou Jasmine enquanto se aproximava. — A água está muito gostosa, mamãe, vamos lá!
A praia costumava ser tranquila, então eles não tinham medo de acontecer nada com as crianças.
— Claro, vamos agora mesmo, — Alice falou, beliscando carinhosamente as bochechas da sua filha. Laura e Jorge também se juntaram às crianças e ficaram lá se divertindo até a hora do almoço.
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Em um prédio luxuoso de Avenport, um homem estava na sala de reuniões para analisar os projetos da próxima temporada de moda. Com uma expressão fria e intimidadora, ele observava todos com desdém. Suas feições bonitas encantavam a todos, assim como seus belos olhos negros, que deixavam qualquer um atordoado. Seu nome era Damian Madson, um empresário com vários investimentos na área da moda. Sua empresa contava com muitos estilistas renomados, e ele estava sempre em busca de novos talentos, não desistindo até fechar um novo contrato.
A única vez que ele teve dificuldades foi quando uma jovem acusou uma de suas estilistas de plágio. Ela mal tinha dinheiro para pagar um advogado e gastou todas as suas economias na esperança de provar que aquele trabalho era seu. Depois que ela conseguiu provar a verdade, Damian não só demitiu a funcionária e pagou o dobro do que deveria pelos direitos, como também tentou contratar a moça. No entanto, ela era resistente e demorou meses para ceder às suas investidas e aceitar trabalhar para ele.
Naquele dia, Damian estava com humor pior do que o normal. Olivia, que estava à sua frente, era uma de suas melhores estilistas no momento e acabara de apresentar seu projeto, demonstrando estar muito nervosa, chegando a tremer um pouco.
— Parece que isso foi feito por uma criança de cinco anos. Rejeitado, — falou Damian, sem demonstrar nenhuma emoção.
— Desculpe, Sr. Madson. Irei refazer tudo e melhorar para a próxima reunião, — respondeu Olivia, enquanto se sentava em sua cadeira com a cabeça baixa e os olhos vermelhos, lutando para esconder as lágrimas.
Damian, por sua vez, não respondeu nada e deu a reunião por encerrada. Enquanto todos saíam, Olivia continuou ali e aproximou-se de Damian com olhos lascivos.
— Sr. Madson, já está na hora do almoço. Abriu um restaurante novo e eu estava pensando...
Antes de terminar, ela foi interrompida por Damian.
— Não estou interessado. Chame outra pessoa, — disse ele, levantando-se para sair com indiferença. Olivia não era uma mulher que desistia fácil. Ela sabia por que seu chefe estava sempre bravo e não costumava socializar com frequência. Então, falou despretensiosamente:
— Sr. Madson, já faz mais de cinco anos que sua esposa faleceu. Você não acha que deveria dar uma nova chance para o amor?
Os olhos de Damian se escureceram, causando uma sensação de pavor em Olivia. Nesse momento, ela se arrependeu de ter mencionado esse fato da vida dele.
— Nunca mais ouse falar sobre esse assunto novamente, — falou Damian e saiu da sala sem olhar para trás.
Sua voz reverberou no coração de Olivia, que sentou-se na cadeira mais próxima com as pernas ainda vacilando e a respiração fraca. Naquele momento, ela apenas agradeceu por não ter sido demitida, ou talvez algo pior, o que ela nem gostava de pensar.
Damian
Depois de um longo dia de diversão na praia, todos voltaram para casa um pouco cansados. Os filhos de Laura já estavam dormindo no carro quando se despediram.
— Até mais, Alice. Amanhã vai ser um ótimo dia para nós duas — disse Laura com confiança.
— Tenho certeza que sim — respondeu Helena, abraçando sua amiga. — Até mais, Jorge. Boa volta para casa e descansem bem.
Jorge acenou gentilmente.
— Bom descanso para você e as crianças também. Até mais.
Diferente de Laura, que falava pelos cotovelos, Jorge era reservado e de poucas palavras, o que os tornava uma combinação perfeita.
Ao entrar em casa, Alice levou seus pequenos para tomar um banho relaxante.
— Mamãe, eu estou cansada e o Joseph também — reclamou Jasmine com um tom meloso.
— Eu não tô cansado — resmungou Joseph, tentando disfarçar. Ele sempre fazia de tudo para parecer forte diante de sua mãe e de sua irmã, apesar de sua pouca idade sempre o entregar. Afinal, ele tinha apenas cinco anos, e sua inocência ainda era notável.
— Depois que vocês tomarem banho, eu vou fazer uma comida rápida, e então vamos dormir. Tudo bem? — Alice perguntou, bagunçando o cabelo deles carinhosamente.
Quando eles balançaram a cabeça confirmando, os três foram para o banheiro. Enquanto tomavam banho, pareciam ainda ter muita energia e disposição. Depois que saíram, vestiram rapidamente seus pijamas e foram assistir TV enquanto esperavam o jantar.
Não demorou muito para que Alice fizesse um espaguete delicioso.
— Hmm, que cheirinho delicioso, mamãe — disse Jasmine enquanto se sentava à mesa para comer.
Joseph, que já estava faminto, já tinha começado a devorar sua comida.
— Você é a melhor cozinheira do mundo, mamãe — ele falou desajeitado, com a boca cheia de comida. Jasmine levantou o polegar para concordar e Alice apenas sorriu com os elogios exagerados. Como já estavam cansados, comeram e foram escovar os dentes para dormir.
Alice colocou os dois na cama e contou uma história sobre magia e fantasia para eles dormirem. Na metade da história, ela parou de ler e viu seus rostos lindos dormindo tranquilamente. Depois de dar um beijo em cada um, ela apagou a luz e foi para seu quarto dormir.
Naquela noite, ela não teve o mesmo pesadelo, mas várias imagens desconhecidas apareceram em seus sonhos. Às vezes, de quando era criança, outras, de quando era adolescente. Essas imagens costumavam ir e vir nos seus sonhos desde que ela perdeu sua memória, porém, ela ainda não tinha conseguido formar uma conexão. Em alguns dos seus sonhos, ela via o rosto de um homem muito bonito. Eles caminhavam na praia e brincavam como se fossem crianças. Ele girava Alice como se estivessem numa dança, mas naquela noite, diferente do habitual, ele parou. Ela interrompeu seu giro e olhou para ele, que estava com a mão estendida em sua direção.
"Helena", foi tudo o que ela escutou. Logo depois, seu sonho foi interrompido por duas crianças que pulavam em sua cama. Ela mal teve tempo de pensar sobre isso, pois já era manhã e ela precisava levar as crianças para a escola e ir trabalhar.
—Bom dia, mamãe!
—Bom dia, mamãe!
Repetiam as duas crianças animadamente. Depois de abraçar os dois, Alice começou a fazer cócegas em suas barrigas.
— Isso mesmo, isso é um ataque — ela falava rindo e as crianças, se sentindo injustiçadas com o ataque surpresa da mãe, começaram a fazer cócegas nela também.
— Dois contra um não vale, é injusto — reclamou Alice no meio de risadas.
As brincadeiras duraram alguns minutos, então eles foram escovar os dentes para tomar o café da manhã. Alice sempre deixava suas roupas prontas, então as crianças foram se vestir enquanto sua mãe preparava o café da manhã. Os dias de segunda-feira costumam ser preguiçosos por causa da volta ao trabalho, mas a alegria contagiante das crianças nunca deixava Alice irritada. Sua disposição era sempre das melhores, principalmente quando seus filhos a acordavam.
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Eles chegaram na escola pontualmente e logo viram Laura, Elliot e Edgar, que estavam chegando naquele momento. Joseph e Jasmine correram para cumprimentá-los. Depois de dar um beijo na bochecha de Laura, os quatro entraram conversando animadamente na escola.
— Parece que eles não precisam mais da gente, são tão independentes — falou Laura de forma dengosa, vendo as crianças entrarem felizes na escola.
Alice também se sentia um pouco melancólica ao ver como os seus filhos estavam crescendo tão rápido, mas a felicidade em vê-los saudáveis e espertos era bem maior.
— Deixe de ser boba, vamos para o trabalho — ela falou pra Laura, dando um tapinha no seu ombro e caminharam em direção à confecção.
O local onde elas trabalhavam era um prédio muito elegante de cinco andares, que se destacava na aldeia. Contando com Laura e Alice, havia um total de cinquenta funcionárias que trabalhavam em um ambiente confortável e adequado, pois a empresa prezava muito pelo bem-estar dos empregados, o que fazia desse um emprego muito disputado.
Alice e Laura trabalhavam no mesmo andar, logo compartilhavam as suas experiências e se apoiavam em todos os momentos.
Elas mal tiveram tempo de se sentar, quando a secretária do gerente pediu para as duas irem ao escritório. Melissa, uma mulher de 37 anos, de olhos castanhos amendoados, tendo trabalhado por tantos anos naquela empresa, já contava com a simpatia de todos.
As duas costureiras olharam-se, como se já soubessem o que a outra queria dizer. Depois de Laura fazer algumas caretas engraçadas para Helena, as duas seguiram Melissa.
Ao entrar no escritório, viram Albert sentado em sua cadeira com um sorriso no rosto e mais três costureiras na frente de sua mesa.
— Entrem, preciso falar uma coisa com vocês cinco — falou Albert, fazendo um gesto para elas entrarem.
Quando as três entraram, Melissa ficou ao lado do gerente e as outras duas foram junto das costureiras e esperaram pacientemente Albert começar a falar.
— Acredito que algumas de vocês já sabem o motivo de serem chamadas aqui — Albert começou a falar calmamente. Albert era um homem de meia idade com cabelos grisalhos e uma voz gentil. Ele tratava as funcionárias como sua própria família, assim, todos o respeitavam.
— A nova temporada de moda vai começar em alguns meses e a filial principal pediu para selecionarmos cinco costureiras para irem trabalhar com eles na capital. Então, eu escolhi as minhas cinco melhores funcionárias — ele falou, demonstrando muito orgulho. — Mas no final a decisão é de vocês, se aceitam ou não o novo trabalho. O que me dizem?
A primeira a falar foi Clara. Ela tinha 25 anos, cabelos castanhos e olhos cor de mel. Tinha aprendido a profissão com a mãe e tinha muito orgulho de seguir os passos dela. Fez administração para abrir sua própria confecção na ilha, mas quando surgiu a possibilidade de trabalhar em uma empresa tão grande, adiou seus sonhos em busca de mais experiência no ramo.
— Posso me mudar imediatamente, senhor — ela falou, determinada.
Todas as outras também demonstraram sua vontade de aceitar o convite e Albert ficou muito feliz por elas, já que era uma oportunidade de ouro.
Depois de ouvir suas respostas, Albert finalmente falou:
— Eu entendo que algumas de vocês têm família e também sei que não é tão fácil encontrar uma casa ou apartamento para alugar tão rápido, então vocês terão duas semanas para se prepararem... Bem, agora que já está tudo resolvido, podem resolver os problemas menores com a secretária Melissa.
Elas já estavam saindo para a sala da secretaria quando, de repente, entrou na sala uma mulher alta e loira, de olhos azuis. O nome dela era Angela, uma das costureiras, e suas habilidades eram no máximo suficientes para o trabalho, porém, o ego dela a fazia achar que era muito melhor que todas as outras.
— O que deseja, Angela? — Melissa quebrou o silêncio.
Angela estava um pouco pálida depois de ver a situação, mas ignorou e continuou:
— Eu soube que o Sr. Albert estava selecionando costureiras para a filial principal e tenho certeza de que minhas habilidades seriam boas e necessárias para trabalhar lá — ela falou de forma presunçosa.
— Desculpe, mas já escolhemos as costureiras — Melissa interrompeu friamente.
Angela, ainda atordoada, olhou para os outros e viu Alice abraçada com Laura, ainda comemorando, alheias à presença dela. Como não queria perder a oportunidade, ela apenas apontou para Alice e zombou:
— Eu sou bem melhor que Alice. Por que você não dá a vaga dela para mim? Sem contar que ela tem dois filhos, como poderia ser boa para o trabalho? Ela apenas mancharia o nome da nossa filial.
O sorriso de Alice congelou, mas antes que ela pudesse dizer algo, Laura pulou na sua frente e falou friamente:
— Eu também tenho dois filhos. Você está dizendo que eu não sou boa o suficiente para trabalhar só por causa disso? Que mentalidade mais ultrapassada a sua.
— Isso mesmo, também tenho um filho e sou perfeitamente capaz — Erika também falou em defesa de Alice.
— Eu e Clara ainda não temos filhos, mas ajudamos nas despesas de casa. Não vemos problema algum nisso. Não seja invejosa — completou Julieta.
Angela ficou azul de raiva e saiu batendo a porta atrás de si, sem se preocupar com a opinião de quem estava presente. Todos estavam chocados com a reação da mulher, mas não deram muita importância.
— Desculpe, senhor Albert. Eu não sabia que Angela desejava a vaga, porém, ela não tem as qualificações necessárias — falou Melissa, desconfortável. Albert, por outro lado, conhecia bem Angela, pois ela sempre o abordava, até mesmo fora do trabalho, tentando conseguir uma promoção.
— Não se preocupe — confortou Albert. — Cuidarei dela devidamente mais tarde.
Falando isso, ele se levantou para tomar uma xícara de café, e Melissa levou todas para sua sala para tirarem algumas dúvidas sobre a mudança, o que levou um certo tempo. Depois, todas foram instruídas a passar no RH para resolver as burocracias da transferência.
Antes de passar no RH, todas foram almoçar em um restaurante próximo para comemorar. Suas expressões de felicidade eram contagiantes e elas conversavam animadamente sobre as mudanças que precisariam fazer. Seriam duas semanas bem cansativas, mas isso não diminuía em nada a animação delas.
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