As minhas primeiras lembranças da minha infância foram correndo pelos corredores da empresa do meu avô, brincando com os papéis brincando de ser o dono da empresa, passei a minha adolescência lá dentro, formei-me para trabalhar lá e na fase adulta eu recebi as minhas primeiras responsabilidades como executivo e hoje eu sou executivo chefe. A nossa empresa trabalha com carros de luxo, isso não é tudo, temos hotéis, lojas de departamentos e ações em bancos, uma franquia que passa de geração em geração, então estava seguro que um dia ela seria minha então dediquei cada segundo da minha vida lá dentro, mas aparentemente o meu pai tem outros planos.
— você precisa se casar
— não venha com esse papo, já te falei sobre o que acho sobre o assunto.
Qual é o seu problema?
— Qual é o seu problema pai? E assim tão ruim eu me dedicar apenas para o trabalho?
— e ruim
— mas você fez o mesmo, que eu lembre que você só teve a mamãe de mulher
— Exatamente, eu tive uma mulher, casei-me e tive você se Deus não tivesse tirado ela de mim, estaríamos juntos até hoje, eu não quero que você viva como eu, uma vida apenas para o trabalho não e vida você devia arrumar uma parceira de vida, você e o meu único ficou não tenho mais ninguém quero netos.
— era só você te seguir casado de novo, ter tido outros filhos.
— que blasfémia é essa, espero que a sua mãe não tenha escutado isso lá do céu.
Ele deu duas batidinhas na madeira da sua mesa, uma mesa Alemã talhada em 1957 rústica que combinava perfeitamente com o seu escritório as cores em tons frios e terrosos o cheiro de tabaco brasileiro um dos melhores os preferidos do meu falecido avô, não observo a hora de ser eu o dono desse escritório.
— eu já sei o que tá pensando filho
— o que?
— que não vê a hora de sentar nessa cadeira não e
— nada disso
— você e o meu filho há 38 anos eu te conheço bem, você não vê a hora de eu morrer
Eu tenho uma boa relação com o meu pai, ele sabe muito bem os meus desejos e anseios, já tivemos essa mesma conversa um milhão de vezes, e a forma como ele tá falando hoje e uma estratégia apelativa para o sentimental ele sabe que eu não desejo que ele morra tão cedo até porque os preços das ações iriam cair e óbvio Eu também o amo.
— eu estou quase pronto para me juntar a sua mãe, a única coisa que impede isso é você não ter se casado e eu não ter um único neto.
— ótimo, então eu não me caso, aí você fica vivo para sempre.
— oh! moleque eu ainda posso te dar umas paradas
— então eu já posso ir?
— espera, tenho uma última pergunta—
— qual?
- então você não vai se casar mesmo?
— não
— certeza absoluta?
-sim,
— ótimo então
Eu já estava me levantando para sair da sala eu tenho uma reunião muito importante.
— última coisa, partir de hoje você não é mais o meu herdeiro
Acho que estou escutando coisas
- espera oque você falou?
- isso mesmo que ouviu partir de hoje você não é meu herdeiro, vou vender tudo que tenho e doar cada sentado e lógico você receberá sua parte já que tem ações deixadas pelo seu avô mas isso vai ser tudo.
- pai você tá maluco, controlamos metade do PIB de Chicago você deve tá ficando doido os acionistas não vão concordar.
- eu sou o acionista principal, eu tenho o controle de tudo, eu posso fazer oque eu quiser.
- pai, isso não é possível tudo isso porque eu não quero me casar?
- exato.
- e se eu me casar?
- tarde de mais vou assinar os papéis amanhã
- espera pai
Eu preciso pensar rápido, eu preciso de uma ideia, lembrei que há uns meses atrás meu amigo me falou que eu podia alugar uma namorada pagar alguém para fingir se minha parceira para meu pai desistir de me casar, ele falou que a ex dele tem uma melhor amiga atriz e que ela já fez alguns trabalhos assim, claro eu descartei essa ideia na hora eu não seria patético para chegar a esse ponto, mas acho que não tenho saída.
— eu tenho uma namorada
- isso é mentira
— e verdade
— mas você e contra relacionamentos nunca me falou nada
— eu estava com vergonha
— vergonha?
— bom, achei que você não acharia ela qualificada
— por quê?
- ela não é do nosso meio, aí eu não aceitei nenhum casamento porque estou muito apaixonado por ela
— como é o nome dela? Idade? Faz o quê?
— o nome dela?
— isso qual e o nome dela?
- que tal eu te apresentar ela no final de semana?
— ok, traga ela aqui
— mas então vai esquecer essa ideia de vender tudo?
— por enquanto, então traga logo ela aqui.
— estou indo falar com ela agora
Eu saí às pressas da casa do meu pai e ao entrar no carro já liguei para o Alberto.
* Alô! Alberto
* oi! a sua voz tá estranha, você tá bem?
* eu preciso da sua ajuda, sabe sobre a atriz que você mencionou antes eu preciso que entre em contato com ela e marque um encontro urgente
Tentei explicar tudo o mais rápido possível para o Alberto, eu o conheço desde de garoto, ele também era o meu advogado, já pedi que ele preparasse um contrato e um acordo de confidencialidade.
No mesmo dia a noite, Alberto já me informou o local e a hora do encontro vai ser no escritório dele, eu quase não dormi direto pensando em desistir dessa ideia absurda, mas tudo me levou a esse momento. Sentado numa cafeteira imaginando que tipo de pessoa entraria pela porta quando uma garota com cabelos rebeldes a cor tão vermelha quanto uma brasa quente entrou e parou na minha frente.
- Guilhermo?
- sou eu.
A voz dela era doce, o rosto pálido com pequenas sardas que davam um chame a mais o cabelo tinha ondas leve mente cacheados os olhos pareciam espelhos eu podia me ver nele de um verde puxado para o azulado deslumbrante ela não era muito alta eu quase fiquei mudo com a tamanho da sua beleza.
Quando eu era apenas um bebê, o meu pai disse que eu nasci para brilhar, que eu tinha uma aura de alguém que seria muito importante, então quando eu tinha uns três anos eu tive uma apresentação de dias dos pais era só uma peça boba, mas meu pai disse eu fui brilhante que nenhuma criança além de mim, brilhava no palco então ele me pôs numa uma escola de teatro, algo leve apenas para me divertir, eu aprendi música, dança aprendi tocar alguns instrumentos; minha vida era boa até aí, a minha mãe não apoiava muito, mas como era uma coisa minha e do meu pai ela não se metia apenas me fazia estudar o dobro para entrar numa faculdade de advogacia, mas não era isso que eu queria eu amava está nos palcos amava, que o meu pai sempre arranhava tempo e comparecia, mas depôs da morte dele aos meus 15 anos tudo mudou, a única pessoa que me apoiava morreu os dias em casa eram um inferno então fui convidada a me retirar acabei indo morar com os meus avós paternos em Las Vegas com eles eu fiquei até me formar na faculdade de artes cênicas, caí no mundo atrás dos meus sonhos, eu recebia uma pensão do meu pai então dava para me virar pensei que logo iria brilhar nos palcos, porém as coisas começaram a desandar, estou sem nenhum papel nem mesmo de figurante trabalho em uma cafeteira onde meu salário juntando com as poucas gorjetas que recebo não dá nem para pagar o aluguel direito estou, quase para ser despejada e isso minha tudo devido a minha péssima alimentação as noites mal dormidas acabei adoecendo e sem poder trabalhar acabei indo para Chicago onde a minha melhor amiga, Luana era minha melhor amiga conheci ela numa peça ela não seguiu a carteira de atriz acabou entrando no ramo de modelo fotográfica graças a u figurão advogado que disse que ela combinaria como modelo e ela acabou indo no fim deu certo só não o namoro eu não gostava muito dele achava ele um banana sempre deixando ela na mão porque o seu chefe precisava de um amigo para conversa. No meu último dia de viagem, estávamos indo para o shopping comprar uma mala nova já que a minha fez questão de quebra Luana insistiu e dá-me uma de presente.
- amiga, que tal tomar um café?
- ótimo, ah! espera meu telefone tá tocando
Ela pegou o celular e me mostrou o ex advogado ligado
- recaída?
- não sou dessas
- fala isso mas tá doida para atender
- só estou curiosa para saber
Ela se afastou e passou um tempo até que razoável ao telefone quando ela voltou, ela parecia animada.
- então?
- você tem algum trabalho em mente por esses dias?
- quem me dera
- vamos tomar um café, tenho notícias.
Algum tempo atrás eu fingia ser namorada ou ex de alguém por alguns trocados mas jurei que nunca mais faria a última vez levei uns tapas da ex do cara era só para fazer ciúmes pelo menos ganhei duzentos dólares, então quando Luana explicou que o ex dela precisava de uma atriz para um papel de namorada ultra secreto pensei em dizer um baita não.
- não vou fazer isso
- amiga, você precisa do dinheiro
- isso e decadência da minha carreira
- e se o pagamento for bom?
- ele falou quem é o amigo?
- não! só falou que ultra secreto que se aceitar tem que assinar um acordo de confidencialidade
- viu isso não deve ser coisa pequena e se eu acabar presa?
- deixa de ser boba, eu vou ser sua acessória, pode deixar que eu resolvo os termos legais com o Alberto enquanto isso vai no encontro com o cara e conversa com ele.
- sei não
- vai sem nenhum compromisso, escuta o que ele quer e analisa se vale a pena aí pronto, só não esquece de contar bem caro
- tá bom, tá bom, eu posso ir lá
- isso, agora vamos comprar uma roupa legal
- espera, eu tenho roupa na mala ainda
- Amiga, convenhamos que seu estilo pode assustar o advogado.
- advogado, você falou que não sabia quem era
- e não sei, mas Alberto e advogado seus amigos são literalmente só advogados, então deduzi..
Passamos alguma shorts rodando no shopping de um lado para o outro até achamos um vestido recatado, com flores delicadas estampadas acabei comprando meu cartão de crédito está preste a explodir de dividas, no outro dia Luana arrumou meu cabelo fez minha maquiagem me ajudou com o vestido até me deu um salto era tipo de coisa que eu não usava no dia a dia, meu estilo e um pouco complicado eu uso muitas calças jeans camisas de bandas, jaquetas de couro já meu cabelo vive bagunçado por causa do capacete da moto que uso para me locomover era a moto do meu pai que estava na casa dos meus avós ela e meu xodó; quando me vi no espelho quase não pude acreditar uma dama estava ali.
- amiga, acho que isso não vai dar certo
- como assim você tá linda
- como vou pilotar?
- não me diz que tá pensando em ir naquela coisa
- eu não fala assim do meu bebê
- hoje é um dia importante, então pega um táxi
- tá bom sua chata
- não toma café antes de sair de casa você pode derrama sobre as roupas
- eu não sou tão desastrada assim
- assim espero, agora eu preciso me encontrar com o Alberto boa sorte
Ela saiu às pressas de casa eu estava tranquila mas acabei fazendo oque a Luana tinha pedido para não fazer derramei calda de chocolate no vestido.
- droga agora preciso me trocar.
Infelizmente tive que por uma calça jeans antiga, minha camisa dos Beatles preta e um tênis cano alto preto.
- já que não estou de vestido eu posso ir de moto
Amarei o cabelo, coloquei o capacete e fui pra o endereço que me mandaram junto com o nome do cara que eu tenha que encontrar, quando cheguei estacionei a moto e arranquei o capacete cabelo estava rebelde eu gostava só dei uma arrumada e entrei, o café não tinha ninguém apenas um homem em uma mesa ele estava olhando uns papéis com o rosto sério me aproximei e falei o seu nome.
- Guilhermo?
- sou eu.
Quando o homem olhou para mim eu quase caí para trás com tamanha beleza
Ele levantou-se e estendeu a mão como um completo cavaleiro, o toque era macio, porém firme, não senti um pingo de nervosismo ou excitação, ele parecia muito seguro de si, mas analisando um rapidamente seu rosto ele parecia ser um homem "chato" bonito, porém chato, do tipo sério que não sai muito se saísse não precisaria de uma namorada de mentirinha.
- prazer eu sou a Julieta me atrasei muito?
— nada disso você chegou na hora certa, pedi um café e um bolo para você tem problema?
— não, eu gosto de café e de bolo.
Quase gaguejei, como não iria o cara não tirar os olhos de mim, parece tá me analisando dos pés a cabeça tá me deixando nervosa.
— se importa se eu perguntar a sua idade?
— tenho 24 anos
— Julieta, belo nome o seu.
- sabe, podemos ir direto ao ponto?
— direta, gosto disso.
Ele deu uma breve explicação sobre o que ele precisava, não parecia um trabalho muito complicado.
— então em resumo eu só preciso conhecer o seu avô no final de semana depois disso, nos veremos algumas vezes, em eventos visitar o seu avô ocasionalmente.
— claro, como a minha namorada você não pode sair com outros caras, não pode se meter em problemas, nada de festas ou baladas, nada de ter uma vida pública de decadência se não pode fazer as ações caírem.
ações? Ele não é advogado
— por quanto tempo precisamos manter isso.
— por alguns meses aí digo ao meu pai que terminamos por causa de diferenças, finjo que estou muito triste então duvido que ele tentará me fazer casar tão cedo.
— qual é o seu problema?
— como assim?
— você é bonito, me parece ter dinheiro e é educado, porque só não faz da forma convencional de apaixona e se casa não é muito mais fácil?
— e complicado
— você é ‘gay’?
O homem me olhou assustado então deve ser isso, ele é gay, e compreensível a situação.
— isso faz diferença?
— não, óbvio que não sou uma pessoa mente aberta, não tenho preconceito com ninguém.
Nesse momento o rosto sério do homem foi embora e ele começou a sorrir, uma risada gostosa.
— então vai aceitar? Ah! claro quanto ao pagamento você pode continuar no seu trabalho como atriz você vai precisar se mudar para a cidade então eu fornecerei o apartamento, pagarei suas contas, os seus gastos além de 100 mil dores por cada mês que ficamos juntos.
Aí meu Deus, eu vou cair dura no chão, isso não é um homem e um anjo, eu preciso manter a calma.
— hum
- e muito pouco? então que tal duzentos mil dólares dinheiro não é um problema.
Esse homem deve cagar dinheiro só pode acho que terei que aceitar, claro eu sou uma boa pessoa fazendo um trabalho para um homem gay que sofre com a discriminação eu sou uma santa.
— aceito o trabalho, mas eu tenho umas condições também.
— claro
— primeiro espero que me respeite assim como eu vou te respeitar, não quero ser traída ou maltratada
— tranquilo
- segundo você deve assistir pelo menos uma peça minha e me levar flores
— tudo bem.
Vai ser legal ter alguém conhecido na plateia, se eu conseguir um trabalho também, mas agora que não vou precisar me preocupar com dinheiro isso vai ser fácil.
— então agora podemos firmar um contrato?
— sim,
— então vamos para o meu apartamento
- o meu pai não é um homem bobo, assim que pisar o pé lá fora terá um paparazzi escondido ele tá curioso para saber de você então precisamos nos conhecer não temos muito tempo.
— vocês são famosos?
— algo parecido, conhece as empresas SM
- quem não conhece, você trabalha lá?
- pôs eh ela e minha e do meu pai
Aí que Po**a ele e um bilhonario gostoso e eu sou a namorada dele? Acredito que a sorte tá sorrindo para mim.
— agora vamos
saímos do café o carro parou bem na frente o motorista saiu e abriu a porta.
- entre Julieta
- vai na frente eu te sigo
— como assim
— e que eu vim de moto
Apontei para minha bebê na calçada
Ele parecia meio incrédulo com a informação
- isso não é perigoso?
— que nada, quer ir na garupa?
Ele parecia ofendido com a oferta, deve e tá com medindo
- pensa só, seu pai vai amar quando receber as fotos.
— sei não parece ser perigoso
— eu vou bem devagar
— tá bom
montei na moto e ele veio logo em seguida
— pode segurar na minha cintura
— eu to bem
— tá ok então
Foi só eu da, uma acelerada que ele se agarrou igual um carrapato em mim, eu sou uma piloto consciente, mas dei uma boa acelerada, corri um pouco acima do limite de velocidade, cortei carros, caminhões enquanto ele me apertava com força, em minutos chegamos no endereço dele o lugar era de tirar o fôlego algo de gente poderosa mesmo, Guilhermo desceu da moto um pouco pálido, mas parecia bem.
— você mentiu para mim
— menti não
— você falou que iria devagar
- e eu fiz isso
— esquece vamos entrar
Entramos no prédio, tudo com senhas e biometria, coisa de louco era um apartamento por andar.
— uau!
Falei baixinho
— não precisa fazer silêncio três apartamentos acima quanto os três abaixo são meus
— aqui essa é minha senha de entrada
Ele digitou 2312
- 2312 e alguma data especial?
— dia 23 de 2012 foi quando consegui o meu primeiro milhão sozinho, foi meu primeiro contrato milionário.
— interessante
Assim que eu entrei me senti em um manicômio tudo branco, tudo muito sofisticado e meio agoniante, mas era bonito
— pode andar pela casa para conhecer
andar? A nossa era quase uma maratona, eu corri e mesmo assim não consegui ver tudo que tinha no final, sentamos no sofá da sala.
— então agora precisamos decorar a informação um do outro, eu tenho algumas planilhas e artigos sobre mim
— não, não é assim e muito chato
— Então, o que sugere?
— você tem vinho?
Ele pegou uma garrafa de vinho duas taças, acabei virando o meu copo de uma vez.
- pronto assim ficamos mais relaxados, não acha?
- verdade
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