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Os Homens Em Minha Vida!

Capítulo 1. Família Cadache.

Ana Paula, Pitucha, uma jovem como tantas da sua idade, cheia de sonhos, alegre e cheia de vida, desde os oito anos vive sobre os cuidados dos seus irmãos. A mãe faleceu quando era ainda um bebê e o seu pai poucos dias após fazer oito anos.

Até pouco tempo Pitucha não se importava com a vida que levava, talvez pela idade ou pela mudança física em seu corpo tem tido alguns pensamentos e sentimentos estranhos sobre tudo. Sempre se pareceu com um menino, magricela e com as roupas que seus irmãos lhe arrumavam todos achavam que era mesmo um garoto, andando com eles para onde iam, trabalhando com eles na roça, andando a cavalo em pêlo, nadando no riacho, quem os via imaginavam serem quatro homens.

Os seus três irmãos, na época jovens ainda, fizeram de tudo para que Pitucha não perdesse a vivacidade e sentisse o menos possível a falta dos pais.

Tião o mais velho, com 20 anos quando perderam seu pai, tornou-se o responsável pela família Cadache. Toninho com 16 e Juca com 14. Ana Paula veio depois de muito tempo e tentativas, tornou-se a alegria dos seus pais e o xodó dos irmãos, o sonho de sua mãe, uma menina, pena ela não ter tido tempo de ver sua menina crescer. Para seu pai, com a morte da esposa, seis meses depois de seu nascimento, tornou-se de um belo sonho para um pesadelo, olhava para ela e se lembrava da esposa a culpando por sua morte, a deixava sobre os cuidados dos irmãos que a criaram como podiam, por sorte ela já sabia fazer de tudo desde antes do pai falecer, uma senhora vinha uma vez por semana lavar roupas e ver como estavam, com ela aprendeu a cozinhar, lavar e remendar roupas. Quando fez dez anos a senhora deixou de os ajudar por estar idosa e morar longe.

Tião passou a tomar conta dos irmãos e das terras deixadas pelos pais, com plantações de banana e café, levando os irmãos e Ana Paula para lavoura, ensinando-os os serviços e os cuidados para uma boa produção. Os três faziam tudo juntos, um ajudando o outro, cuidavam da casa, da horta, dos animais e de Pitucha.

Os vizinhos mais próximos ficavam a uma hora de distância, a escola também ficava longe, rural, era levada por um dos irmãos á cavalo, e depois, quando mais velha ia sozinha até se formar no colegial, era inteligente, nunca reprovou, mais não havia como continuar os estudos.

Os três sempre superprotetores, o que manteve sempre os garotos longe de Pitucha, ela não se importava, sempre amou os seus irmãos e não se interessou por ninguém mesmo, achava graça quando um dos irmãos chegavam e os garotos davam desculpas e se afastavam dela. ' Uns medrosos' e a maioria a tratava como a um menino a chamando para jogar bola ou para pescar.

Não tinham parentes próximos, não que conhecessem, sempre foram seus pais e eles. O sítio em que moravam era situado num lugar muito bonito, no alto de uma serra de onde podiam ver as suas plantações e animais. A casa era simples, mais muito acolhedora, mesmo sendo homens que tomavam conta continuavam a manter tudo como quando a sua mãe era viva, um belo jardim na frente da varanda que era bem espaçosa, duas árvores frondosas ao lado onde em uma delas havia um balanço onde Pitucha passava a maior parte de seu tempo. Alguns metros antes de chegar a casa passava um pequenino riacho com uma ponte sobre ela, o segundo lugar preferido de Pitucha.

Juca, apesar de ser o mais novo, já há muito tempo namora Rita, e o seu desejo é se casar com ela ainda esse ano.

Toninho prefere os seus relacionamentos rápidos nas suas idas a cidade e a forrós que acontecem em bairros vizinhos.

Tião até então dedicou a sua vida a família, a lavoura, aos cuidados com a casa e a herança deixada pelos pais. Não havia pensado em constituir a sua família e já tinha até conformado com a sua vida de solteirão, quando conhece Maria José, uma assistente social que há alguns meses passou a visitar as famílias que moram afastadas da cidade.

Pitucha estava sentada na ponte brincando com os seus pés na água corrente quando vê ao longe Maria José, Marsé, chegando, ela já percebeu como o seu irmão fica na presença dela, sempre foi muito grata ao irmão e deseja que ele encontre alguém que lhe faça feliz como merece.

Pitucha: — Tião! Tião! Adivinha quem tá chegano!

Tião: — Que berreira é essa Pitucha?! Já pedi para não ficar berrando por aí.

Tião está a tratar dos porcos, se vira para Pitucha: — Quem tá aí? Fala logo!

Pitucha: - Sua nova amiga, a Marsé.

Tião deixa o que faz e vai apressado para dentro se lavar, cheira a porco. Pitucha vai atrás rindo do irmão que desajeitado tenta se limpar, pega uma toalha e o ajuda, passa as mãos nos cabelos do irmão e limpa o seu rosto.

Pitucha: - Pronto! Meu irmão está um gato. Marsé não vai resisti!

Tião: — Não brinca com isso menina! Eu só não quero receber ninguém fedendo.

Pitucha ri e vai se encontrar com Marsé, o seu irmão pode parecer um bruto roceiro aos olhos dos desconhecidos, mais Pitucha sabe o quanto ele é bom, responsável e cuidadoso. Se ele se cuidasse mais, cortasse o cabelo e fizesse a barba mais vezes ficaria bem bonito. Dos irmãos é o que mais se parece com Pitucha, os seus olhos têm o mesmo tom azul e os cabelos são da mesma cor, castanho claro.

Pitucha se sente responsável pelo irmão ter deixado de viver por ela, ele diz que não, que era o que tinha que acontecer, nunca reclamou, mais ela sabe que seadmirando o seuesse, não se responsabilizasse pelos irmãos, eles e ela teriam outro destino.

Marsé, muito branquinha, chega a ficar rosada por subir a serra no Sol quente, vem com a sombrinha florida aberta, usando um vestido levinho, os cabelos loiros presos num coque no alto da cabeça. Pitucha fica admirando o seu jeitinho feminino, seu vestido. Se lembra que não tem nenhum vestido, nenhuma roupa mais feminina, nem maquiagem, somente uma água de cheiro que é a mesma que a sua mãe usava.

Marsé: - Bom dia senhor Sebastião Cadache...

Capítulo 2 . Oportunidade de mudança.

Tião fica encabulado ao ouviu Marsé a chamando ''senhor Cadache'', se sente um velho, Pitucha percebe seu desconforto.

Pitucha: - Marsé?! "Senhor Cadache?" Por favor, é Tião, meu irmão não é velho!

Marsé fica ainda mais ruborisada, olha para Tião e depois para Pitucha: — É força do hábito! É assim que estão cadastrados na minha ficha.

Tião: — Pode chamar-me como quiser...não ligo.- serve um café a ela.

Marsé: — Sebastião! Vou chamá-lo Sebastião. - Pega o copo tocando seus dedos nas mãos fortes dele, seus olhares se encontram, Tião fica paralisado.

Pitucha com a intenção de deixar os dois sozinhos inventa algo para fazer, mais Marsé não a deixa ir.

Marsé: — O assunto que me traz aqui hoje é com você Ana Paula.

Pitucha: - Eu? Comigo?

Marsé: — Sim. Não sei se ficaram a saber da família que comprou a fazenda do Senhor Jonas?

Tião: — Ele conseguiu enfim vender? Já faz anos que está a venda.

Marsé: — A família que a comprou pretende se mudar para sede e pediram-me para os ajudar.

Tião: — E o que Pitucha tem a vê com isso?

Marsé: — Eles pediram-me para conseguir alguém para os ajudar. Pensei em Ana Paula.

Pitucha : - Em mim!? — Abre um sorriso, sempre sonhou em ter um trabalho e o seu próprio dinheiro.

Tião: — Pitucha não precisa disso? Nós cuidamos dela, não precisa trabalha fora.- Tião não gosta do que ouve.

Pitucha: — Tião?! Por favor, deixa Marsé explicar! E não acha que já estou bem grandinha para decidir se aceito ou não?!

Marsé olha para Tião esperando a sua aprovação para continuar.

Tião: — Pra que querem ela? Não veio quem os ajudasse de onde saíram?

Marsé: - Vieram de muito longe. Como não conhecem ninguém me pediram ajuda. Querem alguém para cuidar do Senhor George Prates, que é cadeirante.

Tião: — Cadeirante?

Pitucha: — Vive numa cadeira de rodas Tião!? Não consegue andar...

Tião: — Eu sei o que cadeirante é Pitucha. — Olha para Marsé — Não confio em deixa Pitucha entre desconhecidos

Marsé: — Se quiser o senhor pode ir os conhecer, eu marco com eles, precisam também de cozinheira, faxineira...

Pitucha: - Vai Tião, deixa? - faz carinha de pidonha que sempre dobra Tião.

Tião: - Larga disso Ana! - Tião tenta não ser rude na frente de Marsé - Quem vai cuidar da nossa casa? Das criação?

Estão a conversar quando Juca chega, ouvindo o que dizem, apoia Pitucha, estava mesmo procurando uma oportunidade para trazer a sua noiva para conhecer tudo e a desculpa de os ajudar pela saída de Pitucha é a oportunidade esperada.

Juca: — Deixa ela ir Tião! Se for preciso eu acompanho ela, e sobre a casa eu peço pra Ritinha...

Marsé: - Se Ana Paula não gostar ela pode sair.

Tião não tem coragem de contrariar Marsé, concorda meio contra vontade.

Tião: - Só vai se consegui dá conta de seus afazeres antes! Trata das galinhas, fazer o café...

Pitucha não deixa ele terminar, o abraça agradecendo, pulando de alegria: - Não sabe a felicidade que me deu... Vou faze tudo antes de ir, nem que tenha que levantá de madrugada...

Tião: - Larga disso menina! - desvencilha-se dela bagunçado o cabelo dela como fazia desde que ele era uma menina. - Vê se não dá liberdade pra esse povo da cidade e não vá deixa ninguém faze poco caso do cê.

Pitucha: - Eu sei! Tenho três irmãos pra me defender!

Marsé se despede deles, agradece o café, vai dar a notícia a família Prates.

Pitucha: - Tião, vá com Marsé, daí você conversa mais com ela.

Marsé sorri o que faz o coração de Tião disparar, saem juntos, ela abre a sombrinha,Tião coloca o chapéu e vai caminhando ao seu lado com as mãos nos bolsos.

Pitucha vai para seu quarto pulando de alegria, se joga na cama, ansiosa começa a imaginar mil coisas, na vida monótona que leva conhecer pessoas novas já é uma grande mudança. Se levanta, na parede um pequeno espelho, vai até ele e sorri para seu reflexo, seus olhos claros brilham, um sorriso mostrando os dentes alvos e perfeitos, passa as mãos nos cabelos, não estão compridos como queria, por trabalhar na roça até pouco tempo os manteve bem curtos até um ano atrás quando não quis mais cortar, estando pelos ombros agora, eram cortados por Toninho, o cabeleireiro da família. Pitucha olha suas roupas, a primeira coisa que vai fazer quando receber é comprar roupas de menina. Marsé prometeu lhe dar algumas peças mais ainda não lhe trouxe. Se lembra que há algumas roupas que eram de sua mãe em um baú no sótão, vai até lá a procura de algo que possa usar ou reformar. Ao abrir o baú Pitucha sente uma emoção invadir-lhe, até então não tinha sentido necessidade de ver o que havia ali, num pequeno baú tudo que restou de sua mãe, delicadamente vai retirando o conteúdo dele, um vestido azul, que deveria ser o de passeio, duas camisas, uma saia, uma camisola, algumas peças amareladas pelo tempo. No fundo um daqueles mini binóculos que se faziam com foto ao fundo, nele o rosto de uma mulher, sua mãe, rosto que sua memória não tinha, Pitucha sorri ao ver que se parece com ela, o mesmo olhar, o mesmo sorriso, a pele um pouco mais morena, do lado, seu pai, que a afastou dele, se fechou a culpando por perder a mulher amada, não lhe dando atenção ou carinho de pai, deixando a Tião e aos irmãos a responsabilidade por ela. Pitucha aperta o binóculo contra o peito e uma lágrima desce pela sua face, lágrima de emoção, tantas num só dia. Não é apenas seu corpo que mudou, seus sentimentos, seu modo de pensar, de ver a vida já não são mais os mesmos de um tempo atrás.

Capítulo 3 . Família Prates.

Sérgio, Sílvio e Marcelo Prates, filhos de Dalva e George Prates, uma família de classe social alta, donos de uma empresa que fabrica automóveis, empresa que cresce a cada dia, atraindo além de muito dinheiro muita inveja e cobiça.

George e Dalva tentaram criar os filhos no espírito de companheirismo e respeito, conseguiram que os três se formassem, Sérgio em agronomia, Sílvio em medicina e Marcelo a muito custo, acaba de se tornar advogado.

Apesar de os esforços dos pais em manter a família unida o poder e o dinheiro mexe com a cabeça das pessoas. Sérgio e Silvio são ponderados, sempre ajudaram o pai nos negócios, mais Marcelo, sempre na companhia de Marcos, não dispensa uma balada ou uma boa festa, entrando em várias confusões com o primo, principalmente com mulheres.

 César Prates, irmão de George, com sua esposa Elisa e seus filhos Marcos e Mirtes se corroem de inveja de George que conseguiu alavancar a sua parte da empresa herdada dos pais, formar os filhos, enquanto César trocava os pés pelas mãos se endividando tendo que vender boa parte do que herdou ao irmão, os seus filhos e Elisa só sabem gastar e só pensam em diversão.

Sílvio já trabalha num hospital público e George, cansado da correria da cidade grande, procura terras onde possa passar os seus últimos anos a descansar com Dalva e onde Sérgio possa pôr em prática o que aprendeu. Descobriu uma fazenda no interior com um bom preço, num lugar afastado sem o barulho ou correria da capital, a compra de porteira fechada, dá a notícia a Dalva que sorri, pois achava que George não cumpriria a promessa feita a ela anos atrás.

O sonho de George era que Marcelo, como advogado passasse a administrar a empresa da família, mais já percebeu que isso os levaria a falência, então pede a Sérgio que mesmo não gostando do ramo, se entere dos negócios da família para poder ficar de olho no que o irmão possa fazer, e se precisar, tomar a frente da empresa. Para agradar o pai ele faz um curso de administração e passa a ir com o pai para empresa.

George sempre ajudou o irmão César, mais nunca é o suficiente.

Não conseguindo influenciar o seu irmão para lhe dar a vice presidência, César passa a plantar a discórdia entre os sobrinhos usando os seus filhos, principalmente Mirtes que devido a sua beleza já foi cortejada pelos primos, César se aproveita disso para os desunir pois Marcelo e Sílvio competem pela atenção da prima.

George e Dalva sempre sonharam em ter uma filha tendo um carinho especial por Mirtes não notando a sua verdadeira intenção escondida atrás do seu sorriso falso e carinha de anjo desejando a união de um dos seus filhos com ela.

Sérgio está a chegar na empresa após ir livrar o irmão Marcelo de mais uma confusão, antes mesmo de entrar ouve uma confusão na recepção.

" Ele caiu da escada" "A ambulância está vindo!"

Sérgio pressente haver algo errado, corre até o local, abrindo caminho entre os funcionários preocupados e curiosos… O seu pai está caído no chão desmaiado. Se abaixa ao seu lado nervoso.

Sérgio: — Pai!? O que houve?! Pai! Acorde! - toca em seu rosto e sente seu pulso - Já chamaram por socorro?!

César: — Nós estávamos a conversar e ele desequilibrou-se! Não consegui o segurar a tempo! — chora segurando a mão do irmão. — Deve ter tido uma queda de pressão! A ambulância está vindo!

Os minutos de espera do socorro pareceram horas, Sérgio liga para Sílvio que se encaminha para o hospital e fica os esperando na portaria, não disseram nada a mãe nem a Marcelo esperando saber ao certo como ele está.

Sérgio: — Sílvio, por favor assim que souber como ele está avise-me. — fala desesperado quando Sílvio entra junto ao pai

Sílvio: — Papai é forte! Vai sair dessa!

Sérgio decide ligar para mãe antes que outros lhe contem o que houve: — Mãe!?

Dalva: — Sérgio! Que bom que ligou, estava a sentir uma angústia… Está com seu pai?

Sérgio: — Mãe, aconteceu um acidente...

Dalva: — O quê houve com George? - Dalva sabia que havia algo errado e era com seu marido.

Sérgio: — Papai caiu da escada do escritório, Sílvio e eu estamos com ele no hospital Central…

Dalva: - Estou indo pra i...

Sérgio liga para Marcelo e só dá caixa postal, deve estar dormindo depois da noite de farra. Pede ao motorista para trazer sua mãe que chega em minutos, mesmo sem saber a gravidade do ocorrido Dalva sente um aperto no coração, abraça Sérgio e ficam juntos a esperar por notícias.

Depois de horas de agonia, Sílvio aparece no final do corredor, sua fisionomia mostra cansaço e tristeza. Dalva e Sérgio se levantam indo ao seu encontro.

Dalva: - Como ele está? Diga logo filho!

Sílvio olha para o irmão e para mãe: — Papai bateu a cabeça muito forte, teve uma lesão na coluna... O operamos mais o seu estado é muito delicado.

Dalva: — O pai de vocês, é um homem muito forte, ele vai sair dessa. Eu tenho certeza! — Abraça os filhos.

Sílvio: — Nós sabemos! Vamos aguardar, as primeiras horas são cruciais.

Estão abraçados quando César chega com Mirtes, abraçam os três.

César: — Elisa não veio porque não se sente bem em hospitais e Marcos... não consegui o avisar.

Mirtes segura o braço de Sérgio: — Seja forte primo. Não sabe a tristeza que senti quando papai contou-me… Tio George é como o meu segundo pai...

Depois de alguns dias na UTI, George Prates é levado para o quarto, o que foi um alívio para família. Quando recupera a consciência não se lembra de nada que aconteceu.

George: — O quê estou a fazer aqui? — Tenta se levantar — O quê houve com as minhas pernas? Não consigo mover…

A sua pressão sobe e os aparelhos começam a apitar, dão um sedativo a ele que adormece.

Sílvio chama a família e explica-lhes tudo sobre o estado do pai.

Sílvio: — Mãe, Sérgio, Marcelo... Eu conversei com alguns médicos especialistas e todos tem a mesma opinião. Papai não poderá mais andar…- uma lágrima desce pela face de Dalva, Sérgio a abraça.

Sérgio: — O importante é que ele sobreviveu, ficará bem, nós estaremos aqui para o ajudar a superar isso.

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