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No Alto Da Favela

Capítulo 1

A noite esta obscura hoje ouvia-se tiros para todos os lados infelizmente aqui quase todos os dias são assim, abaixo-me no parapeito da laje, para não ser percebida, aqui quase sempre, todas as vezes eles resolvem as coisas no tiro e foi em um desses confrontos que perdi o que me era de mais valioso nessa vida a única pessoa que me amou incondicionalmente nesse mundo de merd@, dou, mas uma tragada no meu cigarro e posiciono-me para atirar, fiquei sozinha nesse mundo por quase dois anos, aos treze anos a minha mãe faleceu, vítima das estatísticas foi como rotularam no jornal as notícias do ocorrido aqui na favela, bando de urubus nunca procuram saber os fatos, para eles está na favela é bandido, o governo quis brincar de fazer o seu papel, levou-me para o conselho tutelar onde alegaram que não poderia ficar sozinha pela idade, ironia mal sabiam eles que estava mais segura aqui, localizaram a família do meu pai e levaram-me para casa da irmã dele, um homem que nem sequer se deu ao trabalho de conhecer-me, ela nunca falou dele, mas também não me dei ao trabalho de perguntar, as vezes a pegava chorando segurando um colar que tinha as iniciais A&M gravados num coração, porém não a questionei sempre fui criada única e exclusivamente pela minha mãe, então não me vi no direito de questionar suas decisões, se era apenas nos duas foi por ser necessário, recebo o sinal pelo rádio que o alvo estava na posição, miro a sua cabeça esse ai nem viu da onde veio a morte, abro linha duas vezes confirmando que esta tudo limpo, sempre me lembro dela, sei que não fui uma pessoa fácil de lidar, metia-me em problemas quase o tempo inteiro e ela sempre paciente me aconselhava que saudade que sinto dela, o rádio apita novamente

— Furacão, na escuta, o X9 entrou na (treze), tem visual da onde você esta (me movo cautelosamente, para não ser percebida um ajuste na mira e tenho visibilidade total do local solicitado

Faço o sinal combinado pelo rádio, quando estamos em missão, invasão ou simplesmente na vigília, nunca respondo não gosto de entregar minha localização o Dono da favela até tenta criar caso, mas na hora do vamos ver quem está na comissão de frente somos nós os vapores então não aceito opinião não, na moral, tanta coisa para preocupar fica a viajar em coisa pouca, os meus parças nem se importam mais, sabendo que no comando vou executar o alvo é o que importa para eles no final

fui nascida e criada aqui conheço todos os pontos cegos, e melhores lajes, que me proporciona um olhar geral de tudo e o fato de ser pequena ajuda bastante minha mobilidade

Avisto o traidor, na (treze) e aguardo o momento de agir, deu nem cinco minutos e avisto o Dono da facção rival, confirmo que tenho o visual do mesmo como combinado não da nem um minuto tenho a confirmação e executo a ordem, fui certeira os três no beco foram eliminados termino o meu cigarro e logo o sinal de que a invasão terminou é soado, pegamos alguns rivais para extrair informações, fico so observando a lua e escutando a zorra que estão fazendo lá em baixo com fogos em comemoração pela vitória momentanea

Guardo os meus equipamentos, e subo para base principal onde deixamos tudo e se faz o levantamento dos danos

— Caraca vei, Furacão quero morrer o seu amigo, nem vimos da onde saiu o tiro, num quero ser alvo seu não, sem brava (faz toque comigo, ele foi o primeiro amigo que fiz aqui, é a maluquice em pessoa mulherengo que só, para o azar da Dessa que é louca nele)

— WL, portanto que não atravesse meu caminho tá suave, (me jogo no sofá do canto e coloco meu boné no rosto, enquanto ele fica aumentando o que viu na hora da confusão que estava lá fora, fico aguardando o chefe sair do cofre e vir pagar de fodão, enquanto nós lascamos tudinho é um FDP mesmo desse jeito é fácil comandar tudo

Receber os frutos, não se arriscar com nada e atormentar pessoas de bem sem motivo essa é a vida dele

— Salve rapaziada, já passaram a visão que ocorreu tudo nos conformes, infelizmente tivemos algumas perdas mas tudo dentro do esperado (escuto um discurso de quem nem estava lá, mal sabe o vulgo desses menor e quer paga que se importa meu ovo que nem tenho para ele) Furacão meu garoto mais uma vez representou com seus talentos, nunca me desaponta (me sento acenando com a cabeça e não lhe dou muito papo, sou de ficar de mi-mi-mi não principalmente com esse pela saco

— Só meu trabalho, e aí posso da no pé, tenho uns bagulho para desembolar por aí (digo tentando fugir dessas conversas desnecessárias, pois daqui para frente só será ele comemorando a glória de uma luta que não lutou e isso não é comigo na moral

— Fica suave aí garoto, daqui a pouco você parte, primeiro tenho que resolver uns pontos com vocês (observo tudo em silêncio, já que não tem remédio, de hora em hora passo o olho no meu celular para confirmar se está tudo certo sei que qualquer cao, a Dessa entra em contato comigo e isso me acalma para fazer o que preciso

— Então é isso rapaziada, os caminhões com as armas entram amanhã por trás, BN, WL e RH vão na contenção e você Furacão fica de butuca, quero nenhum verme chegando de surpresa, tá ligado

— Fechou tudo dominado chefe, (BN e RH falam juntos, eu e WL só acenamos com a cabeça)

— E mais uma coisa o chefe da facção tá mandando um dos seus colar aqui na base por esses dias abre o olho e não vão da manota me envergonhando para geral aí não postura nessa bagaça (todos concordam, e ele procegue com sua enrolação)

capítulo 2

Os demais que não participaram dessa (missão) tão liberados por hora vão se manter nos seus afazeres e garantir que esses noias pague o que estão devendo que aqui ne caridade não moro, estão liberados menos você Furacão (reviro os olhos me deitando novamente, na moral o cara sabe que quero distância dele e fica nessa) qual foi o quê que tá pegando, com tigo, fica nessa correria toda sempre sumindo não tem paciência com seus parceiros, já me relataram que sumiu na missão só executando os comandos já passei a visão que quero saber a localização de todos sempre

— Comigo tudo sussa, nada para relatar não chefe, o Senhor sabe sou na minha só isso sem reclamações (me limito a isso para não falar umas verdades na cara desse otario, vai saber minha localização para que se só fica trancado no cofre na hora do vamos ver)

— Beleza, então aqui vou te passar a visão, fiquei sabendo que o chefe da facção tá querendo que eu rodo, vai mandar um dos seus, para verificar o andamento das coisas, tô precisado da sua cobertura fica de olho nas coisas e qualquer bagulho estranho passa-me a visão, não posso deixar nada passar batido para esse Zé me deletar pros chefias tá ligado, (me levanto arrumando o boné na cabeça) preciso de tu na barreira as cinco fecho

— Certo chefe, (pego a minha arma da mesa e parto dali)

Chego em casa por volta das duas da manhã, tomo um banho destranço e lavo meus cabelos coloco uma roupa confortável e me deito com meu amor, há dois anos Yuri nasceu meu presente que me foi dado a força, porém não é culpa dele por isso o tenho e amo com todo meu coração, a quatro anos atrás quando fui levada para ser cuidada por minha tia Sabrina irmã do Arthur meu pai, que não morava no Brasil quando minha mãe morreu, então por ser o parente mais próximo e disponível, ela ficou com a minha guarda, ela era casada com Arnaldo que de início não se agradou muito de ficar com uma adolescente de treze anos na casa, porém após um ano tranquilo morando com eles, até já estava me acostumado, ele mudou a sua atitude comigo, ficou mais prestativo, me levava as vezes na escola por ser caminho do seu trabalho porém uma vez ao ver um colega de escola me comprimentar ficou possesso me arrancou com brutalidade me jogando no carro, disse para me afastar dos meninos que eles não prestavam, e queriam o meu mal, que ele agia assim por ter consideração por mim, o tempo foi passando, e ele foi piorando ficou cada vez mais possessivo, sempre na minha cola, não me deixava sair com as amizades principalmentese fosse masculina, começou com as ideias erradas para o meu lado de início não levei na maldade, as vezes eram abraços demorados, elogios a todo momento muitos deles com comparações desnecessárias entre mim e minha tia, nisso eu falava com minha tia e ela não sei porque não intervia dizia que era brincadeira enquanto ele ficava só na fala dava para ignorar ele, só que uma noite acordei com ele dentro do quarto onde dormia, ele passava a mão na minha perna, enquanto se tocava, falando coisas que não consegui entender pois estava sussurrando aquilo me assustou bastante, fiquei imóvel no outro dia contei o que aconteceu para minha tia, ela me deu um tapa bem dado e chamou-me de mentirosa, me proibiu de falar desse assunto para alguém disse que não queria que ficasse espalhando esse tipo de mentira por aí, fiquei sem entender ela tava defendendo ele e me colocando como a vilã da história, fiquei chateada por sua atitude, depois desse episódio comecei a trancar a porta do quarto onde dormia o que resolveu na primeira semana, mas depois disso a chave simplesmente desapareceu e quando questionei o motivo ele disse que na casa dele não tinha isso de portas trancadas

— Para que uma muleca de 14 anos precisaria trancar a porta, ta aprontando algo por acaso, não tem nada para esconder da sua família ou tem (o olho indignada, ele é um imbecil e não é minha família ninguém aqui é, minha mãe era a única que se importava comigo, meu pai nesse tempo que estou aqui nunca nem vi)

— Mas tia por favor eu preciso da minha chave (imploro para ela, que só abaixa a cabeça e não retruca o que ele diz, volto a minha atenção para ele que estava com um sorriso satisfeito no rosto, por não ter sido contrariado)

Saio e entro no meu até então quarto decidida a sumir dali, junto só o que trouxe comigo no ano passado quando cheguei aqui, a minha tia não é má pessoa, ela só é como posso dizer persuadível e Arnaldo tem total controle sobre ela, a fazendo se sentir culpada por não ter-lhe dado um filho faz o que quer com ela inclusive a trai aqui em casa, uma tarde voltamos das compras e ele está no quarto deles com outra mulher e teve a coragem de dizer na cara dela que era tudo culpa dela e que ela tinha que agradecer que ele não foi embora ainda, pois se não ela passaria fome, e diz-me se ela brigou ou fez algo não, só foi para cozinha organizar o que comprara enquanto ele se despedia da outra como se nada tivesse acontecido, depois de tudo arrumado na minha mochila saio pela janela indo embora dali o problema que com apenas quatorze anos sem dinheiro e a pé, não vamos muito longe, a polícia logo localizou-me no centro dois dias depois, a minha tia havia dado queixa do meu desaparecimento com direito a foto e tudo, até tentei sumir porém cá estou eu sendo arrastada de volta para casa dela novamente

— Graças a Deus vocês a encontraram já estava ficando louca de preocupação sem saber onde ela estava

Capítulo 3

Diz minha tia ao policial, a observo e ela está com o canto da boca machucada, e um leve roxo no braço parece até que entrou numa briga e ela levou a pior

— Não foi muito difícil achá-la, afinal essa mocinha se destaca na multidão (o policial diz ao afagar minha cabeça) vai lá Mayuri e não fuja mais de casa o mundo é um lugar perigoso

— Não quero ficar aqui, (digo me escondendo por de trás dele) por favor me leva para um abrigo qualquer lugar não posso ficar aqui com ele (digo chorando, com medo do que me espera) por favor tia, não posso ficar aqui (olho para minha tia, que deixa uma lágrima cai e limpa rapidamente, o policial olha para ela desconfiado e depois para mim)

— Com quem você não quer ficar menina, me conta (diz se abaixando ficando mais ou menos na minha altura, limpo meu rosto e quando vou responder o infeliz chega)

— Boa Noite, que bom que voltou Mayuri, Senhor policial, não precisa se preocupar com ela, pois tem problemas psicológicos agora deu para se sentir perseguida, mas não se preocupe, pois Sabrina e eu já temos tudo sobre controle se quiser te mostro o diagnóstico dela, até foi sugerido que ela fosse internada, mas como amamos nossa menina, minha esposa fica em casa cuidando dela e dando suporte enquanto trabalho para lhe dar um futuro (sorri, para o policial, que olha para mim e depois retoma sua atenção ao louco, como pode ser tão sinico, se eu não o conhecese até eu acreditaria)

— Isso é mentira, ele que me persegue, não tenho paz e é por culpa dele (falo gritando com ele, saindo de perto deles andando para trás mas minha tia me segura me puxando para dentro)

— Está vendo, policial é sempre assim quando ela tem as crises, ela é paranoica e me corta o coração ver minha menina assim (diz ao policial e depois volta a olhar para nos, enquanto tento escapar de todas as formas) querida de o remédio dela para que-se acalme ok, vou terminar aqui e já entro (luto para sair do aperto de minha tia, enquanto o policial me olha com pena, sou trancada no meu quarto e depois de um tempo minha tia entra novamente cabisbaixa e para no canto do quarto, o Arnaldo entra com um balde com água com uma tolha dentro me olha com um olhar macabro que me deu medo que ate encolhi, olhei para minha tia e ela chorava porém não disse nada volto minha atenção para ele que agora estava torcendo a toalha sem tirar os olhos de mim)

— O que é isso o que vocês fazem aqui, não poderiam me deixar sumir da vida de voc...(tento não demonstrar que estou apavorada porém nem termino de falar, sou acertada com tudo com aquela toalha várias vezes que chego me contorcer de dor)

— Não sei em que momento, não ficou claro e você não entendeu que me pertence, no início não entendi direito o porquê de sua mãe me deixar e escolher o Artur ao invés de mim, não tinha lógica ela me amava, mais só por causa de um deslize, ela não me perdoou, me casei com essa inútil (grita agora acertando ela que cai no chão com o impacto) ela ficou grávida e tive que me casar porém depois perdeu a criança essa mulher fraca, e estúpida (cospe nela, e volta a olhar para mim) voltei a procurar sua mãe mas ela já estava com aquele infeliz dei meu jeito de separar eles porém sua mãe não veio até mim como planejado ela simplesmente desapareceu (fala calmamente como se tivéssemos sentados a uma mesa conversando amigavelmente) só que o destino a levou e te trouxe para mim Mayuri, a cópia perfeita da minha Maya, e o melhor zero bala,(sorri malicioso) vou poder te ensinar e treinar como bem entender e você será apenas minha, (passa a mão no meu rosto, desvio dele com dificuldade pois estou com dor da surra tomada, ele sorri satisfeito) o meu amor você não entende que vou cuidar de você, não precisa de mais nada além de mim, e se concordar terá uma vida de rainha, (não o respondo, virando o rosto) tudo bem você é nova ainda, com o tempo você vai aprender a me amar assim como sua tia, e será tão obediente quanto ela (sorri)

— Nunca, eu te odeio, Arnaldo, odeio tá me ouvindo e quero que você morra, (grito alto e assim, ele fica vermelho de raiva, seu semblante se transforma e volta a me bater, mas tanto que perco os sentidos)

Acordo no outro dia de manhã dolorida, sem marcas visíveis por ser negra, mas dolorida, a minha tia chama-me para escola e ela estava ainda mais machucada que ontem

— Mayuri, seu tio vai te levar e buscar hoje na escola, vê se não faz nenhuma besteira desta vez minha menina, estou te implorando, por favor é pelo seu bem que digo isso

Não a respondo e me arrumo com um pouco de dificuldade enquanto ela permanece lá calada me observando ao terminar, vamos indo para a mesa tomar café, ele está lá sentado a cabeceira como rei, lendo seu jornal ao me ver da um sorriso largo

— Bom dia meus amores, (somente minha tia o responde, eu somente me sento ao outro lado, sem dizer uma palavra)

— Mayuri, meu amor, estou falando com você também, (suspira como se tivesse falando com um criança birrenta) olha desculpe por ontem, mas você precisava ser punida meu amor prometo não fazer mais isso ok,(se levanta sentando ao meu lado e minha tia faz o mesmo do outro lado dele) vocês (pega na mão da minha tia que sorri como uma idiota para ele e tenta pegar na minha mas desvio de seu toque, ele fecha a cara por um instante mas volta para seu teatro) são as mulheres da minha vida cada uma (sorri)

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