Há muito tempo, em uma área rural onde as casas são feitas de madeira, chamas ardentes queimam as casas e as pessoas que moram nelas, tiros são ouvidos e confrontos ocorrem. Em uma das casas, um pequeno garoto está escondido debaixo do piso da casa ao lado de sua mãe, ambos assustados
Mãe: está tudo bem, querido... S-s-seu pai vai proteger a gente...
Soldados chegam em frente a casa, e utilizando um radar, eles conseguem detectar o sinal de três pessoas
Soldado 1: três pessoas
Soldado 2: qual a chance de todos serem magos?
Soldado 1: só tem um jeito de descobrir
O soldado arremessa uma granada pela janela, mas depois de alguns segundos, ela ainda não explodiu
Soldado 2: será que tava com de-
A granada volta para os soldados, explodindo perto deles
Soldado: se preparem!
Saindo de dentro da casa, dando um ponta pé na porta e ainda a usando para flutuar. Um mago usando roupas comuns e um cajado de madeira começa a sobrevoar por cima dos soldados e usando vários feitiços de raios para os atingir. Os soldados são atingidos pelos ataques, mas revidam com suas armas
Soldado 1: ainda tem gente lá dentro, peguem eles!
Quando vão invadir a casa, uma barreira de gelo cobre a entrada
Mãe: essa é a nossa chance, vamos embora!
Criança: mas e o papai?
Mãe: o papai vai ficar bem. Vamos rápido!
Por uma passagem secreta atrás da casa, a Mãe abre uma pequena fresta para ver se podem sair, mas percebem que ainda estão cercados pelos soldados
Mãe: droga...
Os soldados próximos são incinerados, abrindo passagem para os dois
Mãe: é agora!
Eles saem da casa e entram dentro de uma picape, onde a Mãe sofre um pouco para ligar o carro
Mãe: agora não, agora não!
Soldado 2: eles estão ali, peguem eles!
O soldado acaba perdendo os dois braços quando o mago usa uma de vento cortante. Enquanto estava distraído com os inimigos próximos, uma grande explosão surge em volta do mago, explosão essa causada por um tiro de tanque. O mago cai no chão e os soldados aproveitam para o imobilizar, agarrando seus braços e cortando suas mãos foras
Criança: PAPAI!
A Mãe finalmente liga o carro e consegue fugir com o filho
Soldado 1: não deixem eles fugirem. Qualquer um que tiver envolvimento com esses macacos mágicos deve ser executado!
Mago: seu desgraçado... Eles são pessoas comuns! Vocês já tem a mim, já basta!
Soldado 1: calado
Com uma espingarda, o soldado atira nos joelhos do mago
Soldado 1: essas terras são dos industriários agora, não queremos macacos atrasados aqui
E com um tiro, ele mata o mago. O segundo soldado tem seus ferimentos já cuidados
Soldado 2: cadê a porra das próteses? Tragam pra mim!
Um outro soldado chega até seu superior carregando uma grande caixa com mãos robóticas, e ao encaixa-las nos locais onde os membros foram perdidos, elas já se misturam com os nervos, sendo possível a movimentação dos dedos
Soldado 2: ótimo... A invenção do Schneider é uma maravilha
Soldado 1: ela realmente se adaptou em menos de um minuto?
Soldado 2: é como se tivesse trocado um par de luvas por outro, nem parece que perdi os braços agora pouco
Soldado 1: ainda prefiro minhas mãos de pele e osso
Soldado 2: foda-se pro que você prefere. O que vai fazer com os fugitivos?
Soldado 1: não tem com o que se preocupar, deixe os caçadores os pegarem
Depois de alguns minutos, a Mãe e a Criança estão fugindo por uma estrada isolada. A criança não para de chorar
Mãe: (os helicópteros estão próximos, mas sinto que nós já estamos longe o suficiente)
Um míssel se aproxima do carro, explodindo perto dele e fazendo com que o carro capote várias e várias vezes. Com a cabeça sangrando, a Mãe tenta manter a consciência e sai do carro, dando chutes no vidro até que quebre, assim, tirando o cinto de segurança do filho e o tirando do veículo. Ela percebe que o helicóptero está descendo, e a decisão que ela toma é esconder o filho atrás de um tronco, ela então volta para a estrada e tenta correr, mas por causa de sua perna, ela não consegue ir muito longe. Um homem usando um uniforme militar preto e uma balaclava de caveira se aproxima da mulher caída. Ele puxa ela pelo cabelo e começa a observar seu rosto
Caçador: olha só... Tirando os ferimentos, você não é de se dispensar não. Seria um desperdício matar você, então acho que vou ter...
Ela cospe na máscara do caçador
Caçador: porra... Essa é minha máscara favorita
Ele retira sua máscara, mostrando uma horrorosa cicatriz de queimadura no lado direito do rosto, onde é possível ver até mesmo seus dentes
Caçador: tenho bons planos para você, princesa. Tenha bons sonhos
Ele dá um soco na mulher, que a deixa desnorteada. Ele a põe no ombro e caminha até o helicóptero, e quanto a criança, ele finalmente recobra a consciência, mas por medo de se revelar, ele apenas vê sua mãe sendo levada pelo caçador
Criança: mamãe...
A Mãe então olha para seu filho com uma visão embaçada
Mãe: Íon...
Ela perde a consciência de vez. O filho chora silenciosamente enquanto vê sua mãe partir. Dentro do helicóptero, o caçador deixa a mulher jogada no chão do veículo, observando cada detalhe de seu corpo
Soldado caçador: capitão, a ordem não era de eliminar os fugitivos?
Caçador: essa mulher não é uma fugitiva, ela é... Minha esposa!
E assim, os helicópteros voam na mesma direção. Retornando para a zona rural, vários corpos são empilhados no mesmo lugar para serem queimados, junto com diversos pertences dos magos, seja cajados ou grimórios. Um soldado se aproxima dos superiores
Soldado: capitão Yarin, tenente Orux. Os fugitivos foram eliminados
Yarin: tem certeza?
Orux: duvidando dos caçadores?
Yarin: não, só não quero o Grande industriário me enchendo o saco depois. Nossa missão foi concluída, vamos retornar
Os dois entram num carro 4x4 militar blindado e vão embora do local em chamas
FIM DO CAPÍTULO 1
11 anos depois. Em um orfanato, uma senhora vai até o jardim
Senhora: Íon, você está aí? Íon!
Íon: estou aqui, senhora Laine
Íon, com os seus dezoito anos, aparece sujo de terra
Laine: terminou de tirar as ervas daninhas?
Íon: já sim, e ainda aproveitei para plantar logo a árvore que a senhora estava querendo
Laine: agradeço pelo seu serviço, meu querido
Íon: não precisava agradecer
Laine: é claro que preciso, você sempre foi uma criança muito obediente
Ela olha para o relógio em seu pulso
Laine: ja está na hora de comer alguma coisa. Limpe-se e venha se reunir com os outros
Íon: já estou indo
A senhora Laine vai embora. Íon nota uma flor murcha, ele se aproxima dela e verifica se não tem ninguém por perto
Íon: como que fazia aquele truque mesmo?
Íon começa a se concentrar, e na ponta de seu dedo, uma luz bastante forte surge, e ao tocar a flor, ele consegue fazer a flor ficar forte novamente
Íon: ainda não perdi o jeito...
Mais tarde, no refeitório do orfanato, todas as crianças reunidas estão comendo enquanto brincam na mesa
Laine: parem de brincar com a comida! Não a desperdicem. Que coisa...
Íon: as crianças ficam mais danadas a cada dia
Laine: ó se ficam... Aliás Íon, possui planos para hoje?
Íon: planos? Pra quê?
Laine: como assim? Não sabe que dia é hoje?
Íon: sei lá... Dia das bruxas?
Laine: não, hoje é o seu...
Ela percebe que Íon está observando atentamente a televisão
Íon: Pietro, me passa o controle
O garoto entrega o controle para Íon, que aumenta o volume da televisão. Íon se levanta da mesa e fica mais perto da televisão
Laine: o que está acontecendo?
A notícia que está passando na televisão é "fim da guerra? Nações mágicas assina um tratado de não-agressão as terras industriárias. Territórios industriários foram devolvidos as seres mágicos"
Íon: isso... Puta merda...
Íon começa a chorar
Íon: finalmente acabou?
Mais tarde, no quarto de Íon. Ele parece está bastante pensativo com a notícia que acaba de ver
Íon: com esse tratado, magos que estavam escondidos devem tentar voltar para as terras mágicas. Demorou onze anos, mas talvez essa seja minha chance de finalmente sair daqui
Alguém bate na porta
Laine: Íon, posso entrar?
Íon: senhora Laine? Ah claro, pode sim
Ela entra no quarto
Laine: está tudo bem? Você parece bastante abatido. Não vejo você assim desde que chegou aqui
Íon: estou bem, só estou um pouco pensativo sobre o futuro agora
Ela se senta ao lado dele na cama
Laine: um tratado de não-agressão? Desde a reviravolta desta guerra, isso com certeza surpreendeu ambos os lados
Íon: acha que isso possa ser uma jogada estratégica dos industriários?
Laine: eu não sei e não quero saber. A única coisa que me preocupa é esse orfanato. O resto da notícia disse que alguns magos já conseguiram voltar para as terras mágicas, quando você vai partir?
Íon: o quê?
Laine: ah é, que grosseria a minha, já estava esquecendo de entregar isso a você
Laine entrega um presente para Íon
Íon: um presente?
Laine: hoje é seu aniversário, se esqueceu?
Íon: meu... Caramba, esqueci completamente de hoje
Laine: abra, espero que você goste
Quando Íon abre o presente, fica bastante surpreso com o que vê
Íon: senhora Laine, isso é...?
Laine: achei isso a alguns anos, quando estava tirando o lixo. Algum mago deve ter jogado esse grimório fora para não ser achado, peguei antes que ia industriários chegassem
Íon: senhora Laine, sabe o perigo que a senhora se meteu?
Laine: se até agora não fui pega, então está tudo bem. Nunca achei utilidade nisso pra mim, mas finalmente vejo a oportunidade perfeita para entregar a alguém
Íon: mas senhora, eu...
Laine: já sei que você é mago a muito tempo. Muitas daquelas plantas no jardim já teriam morrido se você não usasse magia, e você também não sabe ser discreto quando usa magia
Íon: droga, a senhora é alguma ninja?
Laine: nunca vivi apenas cuidando de orfanato. Tem o tempo que precisar para tomar uma decisão, independente do que decidir, irei apoiar
Ela vai até a porta do quarto
Laine: feliz aniversário
Ela sai do quarto. Íon começa a analisar o grimório que recebeu
Íon: está numa outra língua. A única coisa que sei fazer a magia de cura, de resto...
Ele fecha o grimório e começa a pensar no que aconteceu em sua infância
Íon: meu lugar não é aqui, não mesmo...
Num outro dia, Íon está arrumando suas malas. Vestindo uma jaqueta preta, uma camisa branca e uma calça bege, ele se olha no espelho do quarto
Íon: ainda sinto que falta alguma coisa...
Ele olha para o grimório
Íon: seria arriscado demais, então é melhor eu não exagerar
Ele põe o grimório em uma das malas. Mais tarde, ele está na frente do orfanato
Laine: onze anos... Foram longos onze anos que você viveu aqui
Íon: estaria comendo lixo na rua se não fosse pela senhora. Muito obrigado por tudo, senhora Laine
Laine: não está esquecendo de nada, não é?
Íon: está tudo aqui. Dinheiro, roupas, tudo que um homem precisa
Laine: mas ainda vai precisar de algum veículo para cruzar a fronteira
Íon: deve ter algum cavalo selvagem dando mole por aí
Laine: acha que já está nas nações mágicas? É difícil achar algum cavalo aqui. Vai falar com o Doug, eu já liguei pra ele mais cedo, ele vai arranjar alguma coisa pra você usar
Íon: o mecânico? Acho difícil ele arranjar algo que preste de verdade
Laine: se funcionar, já está de bom tamanho
Ela abraça Íon
Laine: tome cuidado na sua viagem
Ele a abraça de volta
Íon: eu vou...
Eles se soltam
Laine: é um tratado de não-agressão, mas quando a guerra realmente tiver acabado, volte aqui para me visitar
Íon: espero não demorar tanto tempo assim pra voltar então
Íon vai embora. Minutos depois, ele está numa oficina
Íon: Doug! Doug, você tá aí?
Voz: eu tô ocupado, garoto...
Doug está de baixo de um carro, ele sai de baixo do veículo e se levanta para pegar uma toalha e limpar o rosto
Doug: a Laine me falou que você tá precisando de um carro
Íon: ou uma moto também
Doug: difícil andar de moto com essas malas. Vem aqui, vou te mostrar algo que vai gostar
Eles vão para os fundos da oficina, onde Doug retira o grande lençol que cobre um carro semelhante a um Saveiro
Íon: que carrão
Doug: é um modelo quase recente. O desgraçado de um cliente meu trouxe aqui para consertar, mas ele não tinha dinheiro pra pagar
Íon: ficou com o carro dele?
Doug: claro. Mataram ele semana passada
Íon: um mago?
Doug: sim, deve ser por isso que ele tava tão desesperado pra que eu consertasse o carro. O carro agora é sem dono, mas como presente de aniversário atrasado, ele é seu
Doug entrega as chaves do carro para Íon
Íon: me sinto um pouco mal pelo mago, mas vou aceitar de bom grado
Doug: pega isso aqui também
Ele entrega alguns papéis para Íon
Doug: são documentos falsos, caso alguém te pare por aí, pode tentar usar isso pra se livrar. Por garantia, sempre mete o pé na tábua
Íon: terei isso em mente. Valeu mesmo, Doug
Doug: espero ver você de novo algum dia, garoto
Íon: eu também
Ele entra dentro do carro
Doug: sabe como dirige, né?
Íon: não existe maneira melhor de ter aprendido a dirigir do que te buscar em bares
Doug: meu garoto. Vai embora antes que esse tratado termine mais cedo do que se espera
Íon liga o carro, e saindo da oficina, ele segue sua viagem para as nações mágicas
FIM DO CAPÍTULO 2
Após sair da cidade, Íon liga o GPS do carro
Íon: vai ser quase um mês inteiro de viagem. Bom, pelo menos tenho alguma coisa pra passar o tempo
Ele liga o rádio do carro para ouvir música. Alguns dias vão se passando, Íon passa suas noites em alguns motéis, ou até mesmo dorme no próprio carro. Enquanto descansa no quarto de um motel, Íon tenta traduzir algumas palavras do grimório
Íon: se eu tiver certo, a palavra correta é... Baihin!
Íon cria uma barreira em volta de sua cama
Íon: deu certo! O papai ficava constantemente revisando magias de defesa. Ficar uma noite inteira ouvindo ele falar isso valeu a pena. Queria que ele tivesse me ensinado mais alguma coisa...
Quando Íon vai se deitar, ele percebe que não consegue ultrapassar a barreira
Íon: tá de brincadeira?
E assim, ele acaba dormindo no chão. Mais alguns dias se passam, Íon está numa região quase arenosa, com pouquíssima vegetação. Ele está com o vidro do carro aberto enquanto usa óculos escuros por causa da forte luz do sol
Íon: que calor... Quanto tempo falta pra chegar na próxima cidade?
O GPS mostra que falta vinte minutos
Íon: ótimo... Preciso tomar um banho. Vou acabar deixando o banco encardido de tanto suor
Ele percebe que o carro começa a desacelerar
Íon: essa não... O que foi agora?
Ele percebe que a gasolina tá acabando
Íon: puta merda... Puta merda! Porquê essas desgraças de carro precisam de tanta gasolina? Cavalos duram muito mais do que vocês
O carro para de vez. Íon sai do carro e vai para trás dele
Íon: certo... Vou ter que te empurrar, não é?
Ele põe a mão na traseira do carro e logo se afasta
Íon: quente pra porra! Tá certo, hora de me adaptar
Ele pega algumas blusas para poder encostar no carro
Íon: FORÇA!
E assim, ele começa a empurrar o carro. Horas se passam, e ele finalmente chega a uma cidade. Ele se senta no chão para descansar
Íon: vinte minutos... Que viraram... Duas horas! Preciso... De água!
Ele se levanta e procura por alguma loja que possa vender água
Íon: força guerreiro... Hora de se hidratar um pouco
Ele começa a andar em linha reta, e sem perceber, acaba se esbarrando em alguém, fazendo a pessoa cair no chão
Íon: porra... Me desculpa, você está bem?
Ele olha para quem fez cair no chão e percebe que é uma mulher
Mulher: estou sim... Onde estão meus óculos?
Íon: óculos?
Ele olha para o chão e acha os óculos da mulher
Íon: tá aqui
Mulher: obrigada...
Íon segue seu caminho em linha reta, mas não anda muito pois sua visão começa a embaçar
Íon: agora eu preciso de um óculos...
Mulher: aí, você tá bem?
Íon: estou... Só preciso... Abastecer o tanque
Mulher: e você tem dinheiro pra isso?
Íon: claro que eu...
Ele põe as mãos nos bolsos e não sente nada
Íon: porra... Deixei a carteira no carro
Ele tenta andar, mas acaba tropeçando no próprio pé
Íon: cacilda...
Mulher: você não parece nada bem. Vem comigo, vou te pagar alguma coisa
Ela ajuda Íon a levantar
Íon: valeu moça que não sei o nome... E nem o rosto
Mulher: pode me chamar de Margareth por enquanto
Margareth guia Íon para algum lugar. Os dois passam por uma garotinha vendendo flores
Garota: moça, gostaria de uma flor?
Margareth: deixa pra próxima
Garota: tá...
Eles vão embora, a garotinha nota que sua cesta de flores ainda está cheia
Garota: nada... Nem uma sequer
Sua barriga começa a roncar. De repente, uma grande sombra surge atrás dela
Voz: com licença, garotinha
Ela se vira e vê um grande homem vestindo um sobretudo sem mangas, uma regata e calças combinando com botas, tudo da cor preta, além de está usando uma balaclava que cobre apenas sua boca e nariz e um óculos escuro. O homem também carrega uma mala nas costas e usa braceletes que cobrem seus antebraços e ombreiras que protegem seus braços. A garota se sente um tanto intimidada, até que o homem se ajoelha para ficar de frente a ela
Garota: em que... Posso ajudar?
Homem: sabe me dizer onde tem algum restaurante aqui?
Garota: eu... Eu...
Ele olha para as flores
Homem: os negócios estão difíceis?
Garota: o quê?
Homem: suas flores, não parece que teve muitas vendas
Garota: é que eu... Não tive mesmo...
Homem: deixá-las expostas nesse sol quente vai fazê-las secarem. Quanto custam?
Garota: o quê? Bem... Uma flor custa...
Homem: aceita mil?
Garota: hein?!
Homem: comprarei todas as suas flores
Ele pega sua carteira e dá uma nota de valor mil
Homem: pode me fazer um buquê?
Garota: c-c-claro! Só me dê alguns minutos
A garotinha começa a chorar de felicidade enquanto faz o buquê, enquanto isso, o homem vê um grande grupo passando na rua, percebendo que estão armados. Em um restaurante, Íon finalmente termina de comer e a se hidratar
Íon: finalmente! Achei que ia pôr os dois pés na cova
Margareth: você realmente tava mal
Íon: estava mesmo
Ele começa a olhar para o rosto de Margareth, ficando até mesmo corado
Margareth: qual o problema?
Íon: você é uma graça, sabia?
Margareth fica envergonhada
Margareth: só... Se alimente direito...
Íon: foi mal, te deixei sem graça? Garotas de óculos são minha fraqueza, e as pardinhas também
Margareth: por favor, coma logo...
Íon: está bem, não quero te deixar mais sem graça
Se passam alguns minutos e os dois terminam de comer
Íon: até que a comida daqui não é ruim
Margareth: tem razão... Nada mal mesmo
Íon: você vem sempre aqui?
Margareth: é minha primeira vez aqui
Íon: sério? Estava indo pra algum lugar?
Margareth: ia tentar arranjar carona, mas tô uns três dias presa nessa cidade
Íon: e pra onde você vai?
Margareth: eu... Tô indo pra um canto...
Íon: está indo para as nações mágicas?
Margareth põe a mão na boca de Íon
Margareth: fala baixo! Quer que a gente seja morto? E para de lamber minha mão!
Ela tira a mão da boca de Íon e a limpa com um guardanapo
Íon: escuta, eu também estou indo pra lá. Se é carona que você precisa, eu posso te ajudar
Margareth: e como posso confiar que você não vai fazer nada comigo no caminho?
Íon: sabe fazer alguma magia de defesa ou ataque?
Margareth: sei, pelo menos umas dez
Íon: já tá melhor do que eu. E então, topa uma carona?
Ele estende sua mão
Margareth: está bem
Os dois apertam as mãos
Íon: só mais uma coisa. Sabe onde tem algum posto de gasolina?
Margareth: sério mesmo?
FIM DO CAPÍTULO 3
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